As culturas dos povos
É um bocado tétrico, arrepiante até, fazer disto um post e logo com tal título. Mas a verdade é que vivi o momento de um funeral na Guiné, de cuja participação tivemos «direito» a bifes.
Não estou a brincar com coisas sérias. Eu explico melhor, embora com deficiências provocadas pelos anos que passaram. Então vamos tentar dar pormenores.
Já estava há bastante tempo na Guiné, na localidade de Ingoré. Como se sabe, a Guiné e outros territórios limítrofes são abundantes em etnias. Cada uma tem os seus princípios, os seus costumes, as suas lendas e crenças, a sua vida…
Não estou a brincar com coisas sérias. Eu explico melhor, embora com deficiências provocadas pelos anos que passaram. Então vamos tentar dar pormenores.
Já estava há bastante tempo na Guiné, na localidade de Ingoré. Como se sabe, a Guiné e outros territórios limítrofes são abundantes em etnias. Cada uma tem os seus princípios, os seus costumes, as suas lendas e crenças, a sua vida…
Esta foto nada tem a ver com a história. Foi obtida na Guiné-Bula em 1964. Próximo de local que servia de matadouro.
Na estrada única que atravessava a localidade, na direcção nascente - poente, para os lados de Sedengal, onde estava um pelotão da minha companhia, logo a seguir ao pontão da bolanha que ficava à saída de Ingoré, havia uma tabanca. Já não recordo como se chama, ou chamava.
O que sei é que tivemos conhecimento que havia falecido um «homem grande» daquela tabanca. E penso que foi a um domingo. Como naquela guerra o domingo era «respeitado», como dizia o saudoso Solnado, um grupo de camaradas, nos quais eu ia incluído, resolvemos ir ao funeral do morto (que raio de redacção!).
Antes porém, fomos munidos, não de G3, porque era muito perto e a guerra estava fechada, de algumas facas de mato. Mais tarde concluímos que foi o melhor que fizemos.
Chegados à tabanca, havia muita algazarra, como era próprio nestas alturas e nestes acontecimentos (além de outros), quando fomos confrontados com a oferta de valentes, enormes e bem apetecidas peças de carne. E não houve meias hesitações. Facas metidas na tenra (?) (já não me lembro) carne de bovino (ou vitela? Mas vitela não é bovino? Que raio de trapalhada) e toca de carregar até ao aquartelamento o pitéu que iria fazer as delícias de um bom almoço ou jantar de bifinhos. Recordando, uma das peças era a pá (parte das pernas) da vitela (ou de vaca, bolas, ou de boi? Isto hoje está muito mau).
Isto é a brincar, para explicar que realmente fomos ao funeral do falecido e que não viemos de mãos a abanar, fazendo-me recordar alguns hábitos ainda correntes nalgumas regiões do país, onde as famílias dos falecidos oferecem comida e bebida aos acompanhantes.
Naquela etnia, que já não sei qual é, mas se houver alguém que saiba, faça favor de intervir, todos os bens do falecido devem ser distribuídos, sejam galinhas, porcos (algumas etnias não comiam carne de porco, por exemplo, os Mandingas) gado bovino e tudo o resto, segundo creio. Porque a riqueza daquela gente era medida, não pelo dinheiro, mas pelo número de cabeças de gado!
Penso que será de frisar que não fomos visitar a família do falecido por causa da carne. Mas que aquilo veio mesmo a calhar, disso não me esqueci. Pena foi que ninguém tenha tirado uma fotografia para agora confirmar o que acabo de contar. Bolas…
O que sei é que tivemos conhecimento que havia falecido um «homem grande» daquela tabanca. E penso que foi a um domingo. Como naquela guerra o domingo era «respeitado», como dizia o saudoso Solnado, um grupo de camaradas, nos quais eu ia incluído, resolvemos ir ao funeral do morto (que raio de redacção!).
Antes porém, fomos munidos, não de G3, porque era muito perto e a guerra estava fechada, de algumas facas de mato. Mais tarde concluímos que foi o melhor que fizemos.
Chegados à tabanca, havia muita algazarra, como era próprio nestas alturas e nestes acontecimentos (além de outros), quando fomos confrontados com a oferta de valentes, enormes e bem apetecidas peças de carne. E não houve meias hesitações. Facas metidas na tenra (?) (já não me lembro) carne de bovino (ou vitela? Mas vitela não é bovino? Que raio de trapalhada) e toca de carregar até ao aquartelamento o pitéu que iria fazer as delícias de um bom almoço ou jantar de bifinhos. Recordando, uma das peças era a pá (parte das pernas) da vitela (ou de vaca, bolas, ou de boi? Isto hoje está muito mau).
Isto é a brincar, para explicar que realmente fomos ao funeral do falecido e que não viemos de mãos a abanar, fazendo-me recordar alguns hábitos ainda correntes nalgumas regiões do país, onde as famílias dos falecidos oferecem comida e bebida aos acompanhantes.
Naquela etnia, que já não sei qual é, mas se houver alguém que saiba, faça favor de intervir, todos os bens do falecido devem ser distribuídos, sejam galinhas, porcos (algumas etnias não comiam carne de porco, por exemplo, os Mandingas) gado bovino e tudo o resto, segundo creio. Porque a riqueza daquela gente era medida, não pelo dinheiro, mas pelo número de cabeças de gado!
Penso que será de frisar que não fomos visitar a família do falecido por causa da carne. Mas que aquilo veio mesmo a calhar, disso não me esqueci. Pena foi que ninguém tenha tirado uma fotografia para agora confirmar o que acabo de contar. Bolas…
J. M. Ferreira
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