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sábado, 30 de julho de 2011

Brumas da memória - 9

Valongo do Vouga na
Símbolo actual da Emissora das Beiras
retirado do site http://ospestinhas.com/
Emissora das Beiras
.........
Foi assim a notícia do jornal «Valongo do Vouga» de Julho/Agosto de 1984:
......
«No passado dia 14 de Julho, das 14 às 18 horas, houve um programa nesta Emissora inteiramente dedicado à nossa freguesia.
Nele se falou da sua indústria, comércio e demais actividades.
Foram seus intervenientes, por parte do R.C. Beiras, os srs. João de Figueiredo e Justino Silva, e por parte da freguesia os srs. José M. Ferreira e Fernando Jorge Saraiva.»
.......
Recordando:
Para mim, foi a primeira vez que me vi envolvido a participar, via rádio, numa actividade que dizia respeito à freguesia. Nada conhecia dos ambientes de rádios.
Lá fui, juntamente com o Fernando Saraiva, até ao Caramulo, onde se situavam as instalações daquela estação emissora. Hoje designada por Rádio Clube do Centro - Emissora das Beiras. Nesta data estive a recordar, ouvindo a emissão a partir de Tondela - Caramulo, em 91.2.
Os elementos que realizaram o programa, João Figueiredo, era um individuo que veio de Angola, com experiência comprovada nesta actividade. Justino Silva era um conhecido de Castelo de Paiva do Fernando Saraiva, que tinha ligações com o Paivense e que tinha uma função comercial nestes tipos de programas, que teve a colaboração, nesta área, de muitas empresas e estabelecimentos da freguesia e da região.
Nele se falou muito da freguesia. Mas já não lembro alguns conteúdos. Só sei que, a certa altura, através do vidro que separava a sala de emissão dos restantes compartimentos, estando eu nela, o Saraiva, muito preocupado, acenava bastante com um jornal (talvez o «Valongo do Vouga») para que eu não me esquecesse de referir alguém ou alguma coisa, na conversa que estava a ser desenvolvida. Não sei até se seria relacionado com Sousa Baptista, ou prof. Vidal, ou até Insp. Gomes dos Santos.
Após esta primeira experiência, cheguei a passar por outras emissoras, já tinham proliferado muito as Rádios Locais. Posso citar uma que existiu, ainda sem cobertura legal, em Albergaria-a-Velha, da qual era dinamizador o Jacinto Martins. Nela participamos com um grupo de pessoas do folclore da Casa do Povo. E com histórias caricatas, durante a emissão...
Além desta, passei ainda, localmente, pela Botaréu, por mais de uma vez, mas na que participei com mais responsabilidade (diga-se assim) foi na Rádio Moliceiro, em Esgueira, quando a Casa do Povo foi convidada para participar num programa, sobre o Festival de Folclore Infantil.
Já não lembro a data, apenas sei que a apresentação oficial do Grupo de Folclore foi no dia 28 de Junho de 1987 no terreno anexo e propriedade da Casa do Povo.
Celebrou recentemente os 25 anos da sua fundação.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Brumas da memória - 8

Prior de Valongo sem casa

Uma pequena introdução:
Pelas mãos de um amigo, chegou ao meu poder o livro de Adolfo Portela, «ÁGUEDA-crónica, paisagens, tradições», edição Soberania do Povo, Editora, S.A., de 1999, com introdução de Deniz Ramos. Confesso que é a primeira vez que leio esta obra de um insígne escritor da nossa praça - ADOLFO PORTELA. Neste livro, que em crónicas é abundante, estão inseridas muitas delas, nomeadamente no capítulo VI. No nº 3. O "Ribeiro das alegorias na política da terra...." podemos ler esta crónica interessante, dizemos agora nós... referente a Valongo, que começa sempre com esta frase: - No tempo de João Ribeiro...
Não há tempo e espaço para misturar a história e a identificação de João Ribeiro. Por isso, passemos adiante.

Foto retirada do site da C. M. Águeda
Neste edifício funcionavam as Finanças, Tesouraria, Tribunal, Cadeia e Câmara Municipal.
Abaixo postamos outra foto, que ocupou o espaço (quarteirão) onde estavam estas Instituições e outras habitações e estabelecimentos, nomeadamente uma Pensão (penso que a Pensão Matilde), escritório do Dr. Cruz Nunes e o Cine-Teatro de Águeda, propriedade do Órfeão de Águeda, mais conhecido pelo «Piolho». Mas era a única casa de espectáculos que havia naquela altura. Apareceu muito depois o CEFAS, ainda hoje existente.
Esta é a visuão actual da urbanização que substituiu a que a foto de cima nos mostra. Isto só para comparar...

*****

«- No tempo de João Ribeiro...
Aí por 1856, o Prior de Valongo veio queixar-se a Águeda de que o povo lá da freguesia não lhe consentia disfrutar os cómodos da residência e do passal. O administrador desse tempo, João Ribeiro em corpo e alma, montou no seu cavalo, deu a direita ao queixoso e entrou por esse Valongo dentro, sem pau nem pedra. - Quem vem lá? - interrompeu o povo assomadamente. - É o João Ribeiro!
E entre alas respeitosas, o Prior, com toda a confiança, lá foi tomar conta da freguesia que, num instante, à voz de João Ribeiro, se mudara no mais humilde rebanho de almas.»
*****
Para habilitar os leitores e dar a conhecer um pouco da personalidade deste João Ribeiro, apenas mais esta de uma das crónicas:
«- No tempo de João Ribeiro...
Em 1860, atribuíram-lhe a intenção dum grande crime. João Ribeiro estacou de assombrado. E, enquanto não recuperou o sangue frio, todo o concelho, pelas gazetas do tempo desfilou em cortejo, a desfolhar os elogios mais generosos que é possível mandar a casa dum homem a quem se imputa a responsabilidade dum grande crime. Ao fim de tudo, liquidado o caso, quando a gente esperava que ele bradasse por vingança contra os denunciadores, João Ribeiro abraçou-se aos amigos e chorou!»

*****
O epílogo do autor, Adolfo Portela, nas páginas 99/100, é do seguinte conteúdo:

«Estes dois factos da política velha exemplificaram, a traço fugidio, o que era a indisciplina das coisas públicas em Águeda, por esse tempo, e servem também para revelar o temperamento e o carácter de João Ribeiro.»

Cortejo e Feira Medieval

Festas Culturvouga - Aguieira

Integrado nas Festas da CulturVouga - Festas da Vila, realizou-se ontem, dia 23 de Julho de 2011, no lugar de Aguieira, em local aprazível junto da capela de S. Miguel uma actividade que pretendeu recriar uma feira e cortejo medieval.
Somos de opinião, mesmo para não fazer favor a ninguém, que os efeitos e objectivos foram quase atingidos. Nestas coisas há pequenas falhas, mas o muito que se faz, acaba por esconder essas mesmas falhas.
Foi interessante, envolveu algumas dezenas de pessoas, integrantes de umas poucas de Instituições e actividades, procurou-se fazer qualquer coisa de diferente. E conseguiu-se.
Pena foi que a aderência e envolvência não se tivesse verificado na mesma proporção, uma vez que a publicidade foi feita e pouca gente poderá alegar que sabia deste acontecimento.
É dessa actiidade que obtive estas fotografias, uma delas desfocada, e de todas omiti alguma identificação e comentários. Entendi que não os devia fazer. Deixo à consideração e observação dos «visitadores» deste cantinho, que espera sempre por mais. Procuraremos corresponder na medida do possível. Aqui fica o slide, com o intuito de «matar» a curiosidade de alguns desses visitadores.

Clique na imagem para ver o slide

terça-feira, 19 de julho de 2011

Memórias do século XX

Exposição de fotografias antigas

Por iniciativa de Ana Paula Lima, integrado na apresentação e na comemoração dos 25 anos do Grupo de Folclore, e do programa da CulturVouga - Festas da Vila, foi por esta organizada e apresentada uma mostra de fotografias que demonstram de forma indelével o modo de vida e os costumes durante as diversas fases do século XX na freguesia de Valongo do Vouga.
A Ana Paula anda há vários anos a trabalhar no que passou a denominar «Memórias do Século XX em Valongo do Vouga». Trata-se de uma recolha, principalmente em fotografia, mas também em outras áreas de registo, desde o filme à escrita.
A mostra estava muito bem composta e enquadrada, mas o local era pequeno para o grande acervo que a Ana Paula já possui para poder mostrar.
Para não nos alongarmos, deixamos, com algumas deficiências, várias fotos que nos foi possível obter. Muitas outras, de tamanho pequeno era impossível, para os nossos conhecimentos na matéria, poder obter outras fotografias.

Pode visitar aqui: http://valongodovouga.net
A autora da exposição de Memórias do Século XX



Casa do Povo de Valongo do Vouga - 17

Festas da Vila

Integrado no programa da Culturvouga/2011 - Festas da Vila, a Casa do Povo de Valongo comemorou, com mais um Festival de Folclore o 25º aniversário da fundação do seu Grupo de Folclore, que começou por ser infantil e que hoje já é Infantil e Juvenil.
A efeméride foi levada e efeito no dia 16 de Julho e, nestes vinte e cinco anos, foi o XXII Festival de Folclore ininterrupto.
Nele, além do Grupo anfitrião, colaboraram ainda:

- Rancho Folclórico da Casa do Povo de Pinhal Novo.
- Rancho Infantil e Juvenil da Touguinha - Vila do Conde.
- Rancho Folclórico Infantil e Juvenil «Os Traquinas» - Quebradas (Alcoentre).
- Grupo Etnográfico Infantil e Juvenil da Casa do Povo do Freixo-Ponte de Lima.
- Rancho Folclórico do C.D.C. Infantil e Juvenil, de S. Paio de Oleiros.

Aqui deixamos as amostras, através de algumas fotos, que foi possível obter.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Junta de Freguesia na história - 82

Inauguração da nova sede da Junta

Como foi historiado no anterior post, antes da sede actual e como é de toda gente conhecido, houve um edifício inaugurado nos finais dos anos cinquenta, séc. XX. Essa inauguração está relatada numa acta que a seguir transcrevo:

ACTA DA SESSÃO DE INAUGURAÇÃO DO NOVO EDIFÍCIO DA SEDE DA JUNTA DA FREGUESIA DE VALONGO DO VOUGA, CONCELHO DE ÁGUEDA.

------ Em 12 de Abril de 1959 ------

A sede antiga da Junta inaugurada em 1959. Ao lado a capela invocativa do Divino Espírito Santo, hoje
 substituída por novo templo construído pela Junta de Freguesia ao lado da sede nova e noutra posição
«Aos doze dias do mês de Abril de mil novecentos e cinquenta e nove, um domingo, no lugar da Póvoa do Espírito Santo, freguesia de Valongo do Vouga, concelho de Águeda, reuniu-se a Junta de Freguesia para inaugurar o edifício da sua nova Sede, situado neste referido lugar da Póvoa, junto da vetusta capela do Divino Espírito Santo.
Assistiu ao acto muito Povo e altas entidades, entre as quais Suas Exas. o Senhor Subsecretário da Educação Nacional, Sr. Dr. Baltazar Rebelo de Sousa, Dr. Manuel José Homem de Melo, Deputado da Nação e 2º Conde de Águeda, Governador Civil do Distrito, Dr. Jaime Ferreira, Srs. Inspector e Director Escolar de Aveiro, respectivamente, Arménio Gomes dos Santos e Boaventura Pereira de Melo, os Srs. Comendadores Joaquim Soares de Sousa Baptista e Dr. Augusto Soares de Sousa Baptista, o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Águeda, Engº Gil Pires Martins, e vice-presidente da mesma Câmara, Sr. António de Bastos Xavier, Presidente do Grémio da Lavoura, Engº José de Bastos Xavier, Director do Hospital da Misericórdia de Águeda, Dr. Mateus Pereira Barbas dos Anjos e muitas outras individualidades de relêvo de dentro e fora do Concelho.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A Junta de Freguesia na história - 81

A primeira sede da Junta

Actual sede da Junta no sentido poente-nascente. A frontaria
principal fica na parte posterior não visível
Pela Junta de Freguesia temos passado algum tempo em pesquisas sobre uma história que depois será dada a conhecer.
Durante essas pesquisas, dei com actas que nos recordam alguns factos, pela forma como estão descritas. Encontrámos a acta da inauguração da sede da Junta de Freguesia, em Abril de 1959, que antecedeu a inauguração a que assistimos ainda há pouco tempo.
Também foi encontrada a acta e a escritura da doacção do terreno ali existente, feita pelo Dr. Manuel José Homem de Mello e esposa, D. Domitilia Fernandes Lagos Homem de Mello e ainda por D. Maria José Archer Homem de Mello, irmã daquele, tendo nessa escritura representado, por procuração, o doador, o sr. António de Bastos Xavier. Essa escritura foi feita no notário de Águeda, em 23 de Fevereiro de 1957 e, neste acto, a Junta de Freguesia foi representada pelo então presidente, Joaquim Ferreira Rachinhas, que residiu em Carvalhal da Portela.
Porém, antes daquela inauguração a acta de 13 de Abril de 1958 já ia adiantando o seguinte, que transcrevemos:
«Construção da casa da Junta: - Foi deliberado por unanimidade mandar proceder à construção do edifício para a sede da Junta no terreno do Espírito Santo, por administração directa, ficando desde já o presidente autorisado a mandar emitir todas as ordens de pagamento referentes àquela obra, quer a fornecimento de material, como a salários dos operários.»

E começou assim a construção da sede da Junta de Freguesia, que, conforme temos visto, andava a reunir pelas escolas de Arrancada, nos anexos da igreja de Valongo, mais conhecida pela casa da fábrica e outros locais.
Em próximo apontamento, vamos transcrever a acta que refere em pormenor o acto da inauguração dessa sede já não existente e substituída pela actual.

domingo, 10 de julho de 2011

Brumas da memória - 7

Lei da separação da Igreja do Estado

Este facto histórico parece que ficou marcado por algumas agrestes dissenções, uma vez que, como foi referido no número 1 desta série de «Brumas da Memória», o Estado «confiscou», se é que é este o termo adequado, alguns bens das paróquias erectamente constituídas na altura da implantação da República.
Há por aqui bastantes trabalhos históricos de qualidade e fidelidade sobre este assunto. Um deles, tenho de citar, porque a ele pertence esta gravura. Clique aqui e veja alguns dados históricos e a quem pertence esta gravura de ironia... (site Almanaque da República).
...........
Prometi aqui trazer - e já as tenho - digitalizações ou outras formas de demonstração da inventariação de tudo aquilo que existia nas igrejas, pertencente a essas paróquias.
Este problema, como se sabe, teve grandes repercussões, principalmente quando da publicação da Lei de 20 de Abril de 1911.
Já estivemos a ler uma parte dessa lei e parece que, para a época, fazia incidir regras bastante rígidas no funcionamento do culto, das obras, dos templos, das receitas e despesas, dos orçamentos, da prestação de contas e outras coisas do género.
Na minha humilde interpretação, se o Estado pretendia criar regras para a separação da Igreja, essa separação era concretizada e nada mais havia a fazer. Tal lei, dá conta de liberdade de associação, de culto e de religião. Aponta e confirma essa liberdade... mas com outrasa regras que delimitassem os «campos» de actuação de um e outra. Sabemos do poder que tinha sido atribuído à Igreja em vários domínios. Mas não era, certamente, a razão principal. Os poderes deveriam ser «separados» e, pronto, acabou...
Isto já foi há muito tempo, está tudo cicatrizado, tudo se esfumou, pelo que o que interessa, agora, é a história.
Deixo por aqui um link, através do qual se pode consultar e matar a curiosidade destas coisas que se passaram há cem anos...


sábado, 9 de julho de 2011

A Junta de Freguesia na história - 80

A casa de escola e as eleições

A acta da sessão extraordinária da Junta de Freguesia, que foi realizada em 6 de Junho de 1915, na qual «foi lida, aprovada e assinada a acta da sessão anterior, depois do referido presidente [Álvaro de Oliveira Bastos] ter novamente exposto o motivo desta reunião extraordinária, e cujo motivo era o haver deliberações urgentes a tomar e não poder realizar-se a sessão ordinária no próximo domingo, por ser o dia marcado para as eleições gerais de deputados e senadores.»

Fica recordado, pois a história não terá «apagado» este acontecimento eleitoral, que no domingo seguinte ao dia 6 de Junho de 1915, realizavam-se eleições para deputados e senadores. Ontem, como hoje, a Junta de Freguesia era capaz de intervir na organização de tal acto. E continuava a acta:
 
Apesar da legenda, perfeitamente visível, este foi um dos edifícios construído em 1916
«Foi lido na mesa um ofício do Ministério da Instrução Pública - Repartição Pedagógicas de Instrução Primária e Normal, número cento e cinquenta e seis, de vinte e oito de Maio último, pedindo várias informações sobre a construção da casa da Escola e fornecendo também a esta Junta alguns esclarecimentos sobre a mesma obra. A Junta ficou 'sciente' (sic) sendo resolvido prestar as informações pedidas.
Não estando a construção do alpendre para recreio coberto dos alunos, incluído na empreitada da primeira tarefa da construção da casa da Escola e reconhecendo-se a necessidade da sua imediata construção e a economia que resulta dessa construção ligada à obra da dita empreitada, foi resolvido mandar proceder à construção do referido alpendre, sendo essas despesas pagas à parte das da empreitada.»

Pelo que se fica a perceber e aqui é denunciado, a empreitada da construção das escolas, não previa um alpendre para servir de recreio coberto, ligado à saída das salas de aula.
Confirma-se, certamente, que quando frequentamos aquelas escolas, e os alpendres ainda lá estavam, pelo que se pode deduzir que os edifícios que frequentamos e foram muito tempo utilizados até aos actuais, eram aqueles que foram construídos em 1915, concluídos, cremos, em 1916.
Estamos a seguir as actas por ordem de datas. O jornal «Valongo do Vouga» no seu número de Dezembro de 1982, tem um completo e perfeito resumo histórico da evolução da sua construção. Com algumas passagens das que aqui são enumeradas, como é lógico. No método utilizado fica uma descrição mais pormenorizada.
Estes edifícios  - construídos em 1916 - de que falam as actas, tiveram o início da sua demolição em Dezembro de 1982. As escolas funcionaram em instalações provisórias, um pouco espalhadas pela freguesia, em salas cedidas pela Junta de Freguesia e Casa do Povo.
A construção terminou em Novembro de 1983. Em 17 de Março de 1984 o Subsecretário de Estado das Obras Públicas esteve na freguesia e visitou os novos edifícios escolares, que substituíram os construídos em 1916. O Presidente da Câmara, na altura o Dr. Deniz de Ramos, disse que as escolas iriam funcionar já no ano lectivo de 1984-1985.
Actual edifício escolar em funcionamento

sexta-feira, 8 de julho de 2011

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO - XLVI

Esta não é a praia de Valadares, mas a entrada da Ria de Aveiro, próximo do Farol, na praia da Barra

No último capítulo desta história, deixamos a situação com a chegada à praia de Valadares - Vila Nova de Gaia de um lindo bote que tinha sido arreado do navio que ficara ao largo.
O mar estava bravio e as ondas alterosas. Os marinheiros, experientes, a muito custo conseguiram remar o barco até à praia. As Meninas e o seu tutor estavam empalidecidos pela situação que tinham de enfrentar.
Os tripulantes eram marinheiros ingleses, experientes lobos do mar, que foram escolhidos para o escaler e para aquele mar agitado. Alguém lhes perguntou se havia perigo no embarque das Meninas e eles responderam, muito naturalmente, que o perigo estava em toda a parte. O caso, desta situação, era não ter medo.
Um amigo de Joaquim Álvaro, o tutor das Meninas, Joaquim Veloso, tinha vindo do Porto com o solicitador Santos para acompanhar as Meninas ao embarque, mas acabou por concordar com Joaquim Álvaro que se declarou contrário à ida para bordo do navio naquelas condições de perigo.
Perante esta decisão, o escaler lá seguiu para o navio, dando grandes saltos sobre as vagas furiosas e alterosas, como uma pena de ave voa em ventos de tempestade.
Quando o barco largava de terra, apareceu naquele local da praia de Valadares, um homem esbaforido e mal disposto. Era o regedor de Valadares que andava a vigiar a costa, na suspeita de contrabandistas.
Deu voz de prisão a todos os que estavam na praia, acusando-os de contrabando o que estava nas malas que se encontravam sobre a areia.
O regedor acabou por se acomodar, resmungando, mas deixando partir as Meninas, que voltaram para o Porto, e o seu tutor que regressou a Aguieira. Esta tentativa de embarque ficou em segredo e nunca foi divulgada.
No entretanto, a pendência judicial continuava. D. Maria Carolina (mãe das Meninas Mascarenhas) tinha recorrido para o Supremo Tribunal da decisão contrária da Relação do Porto e reabria a guerra na imprensa de Lisboa.
Joaquim Álvaro acompanhava essa guerra e batia-se corajosamente. Melo e Silva estava no primeiro posto do combate e não descansava. Publicou-se um folheto que, pela sua extensão, não vamos descrever. O seu conteúdo, era o resumo da história até aqui descrita. O título era:

RESPOSTA
DO BACHAREL

Joaquim Álvaro Teles de Figueiredo Pacheco

AO REQUERIMENTO
DE

D. Maria Carolina Bandeira da Gama

(Foi publicado em Lisboa, em diversos jornais, no dia 26 de Agosto de 1848)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O sítio da Garganta

Fui ontem ao sítio da Garganta ver o que a Junta de Freguesia por lá tinha feito. Estava integrada esta actividade no programa das Festas da Vila.
Saí de lá com o veículo todo cheio de pó. Mas isso é problema meu e de mais ninguém. Porque fui pelo caminho acima, até ao bico do monte e saí por Brunhido. Onde também entrei... se fui de carro!
Para já, aquilo ficou mais limpo de silvedo, e de floresta impenetrável, está devidamente terraplanado, e esperamos que o trabalho não fique apenas por ali. Pensamos que está para continuar, devendo ser ajardinado, semeada alguma relva, ou outra erva adequada para o local. Além das árvores que estão a fazer falta.
O que importa - e que nas obras anteriores isso nunca tenha sido tomado em conta - «mea culpa», é que a manutenção seja realizada com alguma regularidade, até porque agora, e não havia antigamente, há um quadro de pessoal para poder levar àvante esse tipo de trabalho.
Há por lá espaço que dá e sobra para fazer muita coisa. É de aplaudir, com um senão... cortaram as árvores todas, podendo ter deixado algumas de pé. Não sei se houve razões para isso. Mas é natural, porque não penso que a competência das pessoas responsáveis deixassem este pormenor no esquecimento.
Desse «novo» local, aqui deixo algumas fotos.




A denominação «Garganta» não sabemos qual a origem. Mas depreende-se que virá da sua configuração geográfica, uma vez que se localiza entre dois acentuados declives de terreno, onde forma uma linha de água, e o rio Marnel nela passa mansamente. O local, dados os acentuados declives, é relativamente estreito, donde se pode retirar o conceito de «garganta».
Local onde outrora existiram muitos moinhos, alguns deles desaparecidos, outros apenas os vestígios, como é o caso de uma das fotos, havendo dois ou três preservados, com algum custo, pelos seus proprietários, nos quais se destaca Anselmo de Miranda Pereira.

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