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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Coisas da Guiné - 41

A minha vida andou para trás! 
14 de Julho de 1963


António Silva, José Ferreira e Augusto Silva, em Bissau
Com efeito não me parece que se adapte melhor título sobre o que a seguir se descreve. E há tantos que não sentem a mínima vontade de recordar factos como este, que, ao mesmo tempo, e posteriormente, por eles passaram. Na realidade faz hoje 54 anos - foi a 14 de Julho de 1963 - que após consultar a minha caderneta militar - não vá esquecer-me (o que não seria nada mau, sinal que não teria ido para os trópicos), embarquei em Lisboa com destino à Guiné, fazendo parte da CCaç. 462, desembarcando em Bissau em 21 de Julho...
Primeiro impacto após o desembarque: o calor e o suor (pela humidade) que incomodava violentamente. Segundo impacto, que ainda retenho, o modo de vida de uma população que, concluí mais tarde, eram os militares que minimizavam alguma coisa do que faltava para a sua sobrevivência.E ainda as salas da escola primária de «Teixeira Pinto», logo à saída de Bissau, que nos deu guarida enquanto a logística se reorganizava. Escassos oito dias depois, lá fomos recambiados para o mato (Ingoré, mesmo juntinho da fronteira com o Senegal, onde cheguei a entrar. Mas isto é outra história que já aqui contada). A escassas dezenas de quilómetros de Bissau (agora não sei, mas para aí cerca de 90 Kms), foi aguentar a deslocação com o calor e a dita humidade, que nos fazia suar as estopinhas, durante quase um dia inteiro!
Falta de comunicações terrestres, atravessar rios larguíssimos - quando a maré estava alta - sem pontes (hoje já há, financiadas pela União Europeia) e que eram atravessados com ligeiras barcaças que se cognominavam de «Jangadas», onde cabia tudo: veículos, pessoal militar, civil, animais, enfim uma democracia total!
Chegados ao local, sem preparação prévia alguma, foi uma desilusão. Não tínhamos nada. Logo no dia seguinte, com o tal calor, foi trabalhar para obtermos o mínimo de condições.
Diz depois a dita caderneta militar: «1965 - Embarcou em Bissau de regresso à Metrópole a 7 de Agosto, desde quando deixa de contar 100% de aumento no tempo de serviço. Desembarcou em Lisboa em 14 do mesmo mês.» Nesta data já passei por baixo da ponte «Salazar», renomeada, como sabemos, «Ponte 25 de Abril», que estava na sua fase final de construção.
'Turista na Guiné, frente ao Hospital Militar, berma da estrada
 de acesso ao aeroporto
Anos mais tarde, memorizei que naquela localidade de Ingoré estiveram Armando Santos, Manuel  da Silva Ferreira Martins (recentemente falecido) e Manuel Coelho de Pinho. Entre outros que de momento não recordo. Cheguei a encontrar Fernando Gomes de Oliveira (radio-montador), que estava no Quartel General, cuja foto já aqui deixei e ainda dois camaradas que estavam no Hospital Militar e que estão na foto abaixo: O António Silva, hoje morador na Alagoa (Águeda), onde casou, filho do sr. Anarolindo da Silva, de Arrancada, que todos conheceram e o Augusto Domingues da Silva, meu companheiro de trabalho na fábrica Amaro, Lda., que apoiava os médicos nas intervenções cirúrgicas do Hospital Militar em Bissau. O António, também no Hospital, foi o responsável pelo refeitório dos doentes. Foi o meu "hotel" durante 30 dias de férias em Bissau.

«Troféu de guerra»
  
Local: Bula. Dinheiro nos ombros, nos braços, nas mãos 
e nos bolsos que, nestes, não se vê. Mas era dinheiro 
em circulação na Guiné. Hoje, coisa rara, andamos todos 
à procura e não se encontra!





sábado, 8 de julho de 2017

Vinho da Quinta de Aguieira

Os revendedores de vinhos em 1929

Sobre o preço dos vinhos engarrafados, de que o da Quinta de Aguieira já tinha fama em 1929, deixamos a digitalização, como sempre, da «Soberania do Povo», (de 7/9/1929) contando a história do preço de uma garrafa de vinho, a que o «Jornal de Notícias» tinha dado relevo, com as apreciações adequadas naquele longínquo tempo de há quase cem anos.
Veja como se arranjavam os revendedores com a prática dos preços.
Afinal, hoje em dia também se pratica, aqui e ali, o estratagema, donde não admira os epítetos que já naquele tempo o país e a população era adjectivada.
E dizem que a história não se repete!!!












quinta-feira, 6 de julho de 2017

Palavras loucas - Inspector Gomes dos Santos - 2

Antigo largo do Cruzeiro de Arrancada

Viagem à roda de Arrancada...
...ou Viagem à roda do meu quarto!
...ou como as coisas se modificaram...
...ou se não fosse um benemérito!


É bastante interessante quando, baseado num idêntico escrito de um célebre autor francês, o inspector Gomes dos Santos enaltece a sua Terra, pela amostra que nos dá sobre o progresso sentido numa época. Comparando com a actualidade, parece que as coisas não terão mantido o mesmo ritmo daquele que, em 1929, aquele ilustre Valonguense demonstra. Teremos de aceitar que as coisas podem ser mesmo assim.
Mas melhor que outras considerações, parece ser mais interessante apreciar a imagem escrita que publicou na «Soberania do Povo», de 10 de Agosto de 1929, numa rubrica que aqui manteve, identificada por «Palavras Loucas». Clique na imagem para aumentar.





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