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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sobreiro

Casa e capela

Deambulava pelas leituras de livros, neste caso do Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul - 1959, e reparei numa pequena descrição do lugar do Sobreiro, desta freguesia, que talvez não tenha aqui sido descrita. Achei curioso e eis essa descrição:

A casa e a capela que o texto menciona

«Na pequena povoação, já na zona de xisto, destaca-se esta casa, com aspecto de abandono. Construção da primeira metade do século XVIII, ainda de vãos rectangulares, as janelas de avental e todas as cantarias de granito. O maciço do corpo principal dispõe-se perpendicularmente à rua, tendo um outro na extremidade oposta, pequeno, cortando para a esquerda.
A este lado anexa-se a capela da mais antiga época, dedicada a Nossa Senhora das Necessidades, do século XVII. Plano rectangular e aspecto das ermidas regionais, com emprego de grês nas cantarias.
A entrada, de dintel e cornija, está acompanhada de postigos e óculo singelo; pirâmides dominam os cunhais e uma sineirita graciosa sobrepõe-se ao ângulo da empena. A servir de degrau, uma campa de granito mostra ainda algumas letras.
Retábulozinho do terceiro quartel do século XVII, de madeira dourada; quatro colunas a enquadrarem três panos, sendo elas caneladas e com os terços envolvidos de enrolamentos de acanto. Pequeno remate, com baixo-relevo de Jesus, José, Maria.
As esculturas não têm interesse, à excepção da padroeira. Letreiro na sua base esclarece: NOSA SRA DAS NECESSIDADES 1627.
Obra de calcário coimbrão que, sem ser de grande nível, é muito graciosa e rara. A Virgem dá o seio ao menino e sustém-no de modo a apresentá-lo graciosamente aos fiéis.
Uma campa elucida acerca dos antigos proprietários; a de D. Maria Mascarenhas Bandeira Teles de Mancelos Pacheco (31-VIII-1838; 7-XI-1855), mandada colocar pelo viúvo Joaquim Álvaro Teles Figueiredo Pacheco. Uma quadra singela completa o epitáfio da pobre senhora, falecida novinha.
O povo consagra grande devoção à imagem, pendendo das paredes ex-votos de cera, em grande número.»




terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Blogues da freguesia - 15

Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga - EB2,3 de Valongo do Vouga


Este é o site do Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga, sediado na EB2,3.
Não vamos aqui enaltecer o trabalho do site e do seu conteúdo, por não ser necessário. As pessoas que actualmente por lá estão no desempenho das suas funções, sabem bem o que querem e podem fazer.
Confirma-se esta suposição pelo que nos é dado observar e verificar.
É o conteúdo e conjunto de actividades. É o destaque a outras informações e uma delas que me provou curiosidade! Até a Ementa da Cantina está actualizada!!!
Penso que consta por cá um conjunto de indicações e informações relacionadas com a Escola e suas actividades, perfeitamente aceitáveis ao comum do cidadão e, principalmente, aos encarregados de educação.
Devo dizer que é uma lufada de ar fresco que havia necessidade de imprimir. E conseguiu-se.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Junta de Freguesia na história - 72

As Taxas do Registo Civil
As fontes secas em Arrancada

Era do lado contrário desta praça de S. Pedro a loja do Registo Civil do sr. Eugénio

Antigamente havia nas freguesias uma pessoa encarregue de actos do Registo Civil. Com algumas características de vida, normalmente livre de ocupações ou com outras que permitissem ao comum dos mortais realizar registos civis sem ter de se deslocar à sede de concelho, à respectiva Conservatória do Registo Civil.
As características dessas pessoas, normalmente, eram comerciantes ou equiparados. Era o que acontecia na freguesia de Valongo do Vouga. Houve vários ajudantes do registo civil (não sei se era assim que se designavam) e o último a exercer tais funções foi Eugénio Fernandes Gomes, que tinha a mercearia, vinhos e tecidos frente ao adro da igreja. Ou seja, ali permanecia durante o dia inteiro...
Neste caso, o facto que se encontra numa acta da Junta de Freguesia da sessão de 25 de Outubro de 1914, relaciona-se com as taxas a cobrar pelo Registo civil. Vamos ver o que dizia:

«...procedeu-se à leitura do expediente, que contava de uma circular da repartição do Registo Civil de Águeda, pedindo para que esta Junta desse a sua opinião sobre se achava conveniente introduzir alguma modificação nos emolumentos do registo civil e qual essa modificação. Esta Junta de Paroquia reconhecendo o excessivo preço da tabela actual de quasi todos os actos do registo civil, mas sobretudo de registo de nascimento e certidões, elaborou uma tabela que achou razoável, conciliando quanto possível os interesses de todos, para ser enviada àquela repartição, a fim de ser tomada na devida consideração. Além das modificações na tabela dos emolumentos propôs também esta Junta algumas modificações nos serviços, no sentido de os tornar mais fáceis aos que deles precisem, tais como serem praticados nos postos todos os actos de nascimentos, casamentos, óbitos e perfilhações, ficando arquivados nos mesmos postos os livros originais, donde os respectivos funcionários extrairão as certidões pedidas, sendo os extratos enviados no fim de cada ano à repartição concelhia, onde serão arquivados, etc.»

Nesta acta, queixava-se ainda a Junta de Freguesia do seguinte:

«Foi também deliberado oficiar à Câmara Municipal de Águeda, expondo o estado deplorável das fontes de Arrancada, secas há quatro meses, bem como pedindo para que ela conceda autorização para se proceder à reparação de vários caminhos desta freguesia, empregando nisso um dia de imposto de trabalho que pertence ao Município no corrente ano, devendo também concorrer com as verbas necessárias para este fim.»

E era assim a vida da freguesia nos idos anos de 1914. Há quase cem anos!!!!!!!!!!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Valongo antigamente - XV

A homenagem ao Conde de Águeda


Esta foto, obtida na praça Conde Águeda, com o seu aspecto ainda antigo, frente à Caixa Geral de Depósitos actualmente, não diz respeito, exclusivamente a «Valongo antigamente». Mas tem muito a ver com a freguesia.
A sua cedência deve-se, mais uma vez, à gentileza do Filipe Vidal, pois pertencia a seu avô, o Inspector Gomes dos Santos, o qual está nesta foto, mas com algumas dificuldades na sua identificação. Pelo menos para mim, embora o tenha conhecido.
Há uma indicação, num apontamento já a esferográfica, com uma seta como que a querer localizá-lo, mas com algumas dificuldades e dúvidas. Isto porque, se é uma pessoa que usa óculos, nunca conhecemos o Inspector de óculos. Se é uma pessoa que está de óculos escuros, admitimos uma vez que esta homenagem ocorreu em pleno estio de 1957, tinha o Inspector Gomes dos Santos já os seus 57 anos! Por isso as duas setas vermelhas a assinalar estas dúvidas.
Esta foto foi obtida em 7 de Julho de 1957, data da inauguração do busto do Conde de Águeda, cuja data lá se encontra inscrita. Nesse mesmo dia o Dr. Manuel José Homem de Mello (seu filho primogénito) ofereceu um almoço na Quinta de Aguieira, que por aqui já historiamos, tendo sido também o dia do trágico e fatídico acidente com a automotora da CP, na pssagem-de-nível, na altura sem guarda, na estrada da Mourisca, que vitimou o Dr. Abel de Lacerda, quando se deslocava num Audi da época. Não sei se no mueseu do Caramulo há lá algum idêntico ou não.
Nesta fotografia, a pessoa que está diante dos microfones, será, sem dúvida, o Dr. Manuel José Homem de Mello. 
O Inspector Gomes dos Santos, estamos a tentar identificá-lo com aquelas setas.
Admitimos que é o primeiro, através da ampliação da fotografia. Foi o que fizémos...


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Junta de Freguesia na história - 71

Câmara Municipal
Empréstimos: ontem e hoje!


Temos a hipótese de trazer aqui mais uma pequena história da Junta de Freguesia, registada na acta da sessão realizada em 11 de Outubro de 1914. Nela era feita uma referência a um empréstimo que a Câmara trazia a referendo [das Juntas?]. A redacção está como segue:

«...procedeu-se à leitura do expediente, que constava do seguinte: Uma circular da Câmara Municipal de Águeda, sob o número duzentos e cinquenta, de oito de Setembro do corrente ano, submetendo ao referendum desta Junta a sua deliberação tomada em sessão plenária de vinte e dois de Agosto próximo passado, para contrair um empréstimo até à quantia de cinco mil e quinhentos escudos, destinado à construção de um matadouro municipal naquela vila ou proximidades, acompanhada de uma tabela dos rendimentos prováveis do mesmo matadouro. A Junta, reconhecendo a necessidade urgente de se construir um edifício para este fim que satisfaça as condições higiénicas que o bem público aconselha, deliberou aprovar aquela deliberação da Câmara.
Outra circular da referida Câmara, pedindo para a Junta fazer entre os lavradores a conveniente propaganda da instituição do Crédito Agrícola. A Junta tomou o assunto na devida consideração.»

Há aqui qualquer coisa de original. A Câmara, tal como hoje, necessita de financiamento. Cinco mil e quinhentos escudos, em 1914, só se podiam emprestar ou pedir emprestado, com o aval das Juntas de Freguesia! Uma fortuna, comparado com a grandeza dos números que hoje vimos e ouvimos. Esta, chama-lhe um «referendum». Ou seja, a Câmara pedia a opinião das Juntas para poder avançar. Facto é que, se a maioria respondesse negativamente, será de admitir que não havia dinheiro para o matadouro. Interessante, como as coisas eram...
Outro pormenor: havia outra circular pedindo para se divulgar o Crédito Agrícola! Ou seja, a instituição Crédito Agrícola já existia em 1914. Como diz a publicidade, já cá estão desde 1911!!!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Valongo antigamente XIV

Trabalhadores da fábrica da lã


Trabalhadores da Fábrica da Lã, com o mestre Carlos, da Cardação
Entre outros, são visíveis Eduardo Guarino, de cócoras, e à esquerda do mestre Carlos, podemos distinguir António Gomes, atrás, e à sua frente o «Lapinhas» e o Armando Almeida. Há ainda outros cujas características se mantêm inalteráveis e são perfeitamente reconhecíveis.

Nesta rubrica que acabamos há dias de publicar, tivemos uma com aquele título e esta indicação de «trabalhadores da fábrica da lã», no post que foi colocado em 19 de Janeiro deste ano.
Nesse post, dizíamos ainda que as pessoas «que ficaram nesta imagem para a posteridade com o seu patrão - António Pereira Vidal Xavier.» E acrescentava que não fazia mais comentários, porque não eram necessários e ainda «corríamos riscos de erros». E erramos mesmo!!!
Não está correcta esta indicação.
Hoje mesmo foi-nos facultada por um amigo - que ainda os há e dos bons - a fotografia que voltamos a apresentar aqui, igual à anterior, mas com uma melhor apresentação, dado o seu estado de conservação, uma vez que a mesma, não se lembrando aquele que no-la emprestou, mas deve situar-se em finais dos anos 50, princípios dos anos 60 e que tem uma história contada por um dos elementos que está na fotografia, ainda vivinho da costa e com uma saúde de fazer inveja, pelo menos a alguns.
A fotografia foi tirada, para quem conheceu o local, no Pedrozelo, frente ao pavilhão das malhas, que mais tarde se transformaria na Fábrica de Malhas Santelmo, Lda.. Por trás, havia uma pequena escadaria que dava acesso a esse pavilhão.
Isto foi assim:
O senhor que está na foto, pomposamente apresentado de fato e gravata e pelo seu porte um tanto altivo, realmente nem parece um trabalhador daquela que foi uma importante empresa.
O tal senhor, que quem o conheceu apenas sabe que se chamava Carlos, morava na Aguieira, salvo erro numa casa do Meiral (estrada que vai de Aguieira para Águeda, do lado esquerdo, a poucos metros acima do entroncamento para Mourisca, que ficava antes da cabine eléctrica actual - porque naquele tempo não estava lá qualquer cabine) que era propriedade do Prof. João Batista Fernandes Vidal, onde actualmente (ou até há pouco tempo) residia um outro amigo - Carlos Manuel da Silva Ferreira Santos.
A coincidência de dois nomes iguais na mesma casa, não passa disso mesmo.
O tal Carlos da fotografia, de fato e gravata, era o mestre da cardação da firma António Pereira Vidal & Filhos, Lda.
E esta fotografia está em boas condições de conservação. Ora veja lá... se conhece alguém.
Eu conheço e, mesmo assim, bastantes.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO - XL


Já é tempo de voltarmos à história de «As Meninas Mascarenhas». Deixámos o último episódio com o Dr. Silva Pinho a sair, radiante, do escritório de um distinto advogado do Porto, elogiando o trabalho jurídico de um colega de Travassô-Águeda, o Dr. José Correia de Miranda, dizendo que ia arranjar alojamento na cidade do Porto. E lá foi...
Ele tinha combinado com os irmãos Velosos mudar a sua estadia para a cidade, uma vez que de Vila Nova de Gaia ficava um pouco distante e havia necessidade de estar na cidade para depressa acudir a qualquer emergência, como ainda para se manter devidamente informado da evolução dos acontecimentos.
Percorreu diversas ruas, até que se deteve na Rua do Bonjardim, frente à histórica viela da Neta e da tipografia de José Lourenço de Sousa, onde se imprimia o «Eco Popular».
Numa casa ali existente, foi despertado por uma tabuleta com um nome atraente. De Las Delícias, dizia a tabuleta. Subiu as escadas, pediu informações e lá tomou conta de um quarto, mudando-se com todas as bagagens da estalagem da Mariana, que demonstrou ter muita pena fazendo-lhe rasgados elogios pela sua convivência e pela sua pessoa.
Um pormenor curioso nesta narrativa: o Dr. Silva Pinho dizia que escrevia estas memórias passados trinta e três anos depois da sua estadia no Porto e verifica, agora, que o seu espírito, fatigado e envelhecido, ainda está com a mesma feição ingénua dos anos da sua juventude e mocidade.
Naquele tempo achava um estranho encanto no nome pretencioso de uma hospedaria. Fonda de Las Delícias devia ser uma celestial mansão...
A sua fantasia de rapaz exaltou-se e foi inscrever-se como hóspede na casa que se anunciava com aquele nome sedutor!
Vamos ver o que acontece a seguir...


Nota: - Aquela foto foi retirada da Net e em nada corresponde à hospedaria onde o Dr. Pinho se alojou.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Blogues da freguesia - 14

Escola Primária de Valongo do Vouga
EB1 de Valongo do Vouga - nº 1




Na divulgação dos sites e blogues da freguesia, ficamos ainda pela área do ensino, mais concretamente das escolas, que constitui, com outras freguesias próximas, o Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga.
Mostramos o que ainda é o site das Escolas EB1 de Valongo do Vouga nº 1.
Claro que não foi aqui, como já denunciei, que frequentei estas escolas. Uma curiosidade ressalta nesta freguesia grande. A sede de freguesia não foi dos lugares que foram contemplados, em primeiro lugar, com escolas. O primeiro lugar contemplado, como, certamente, todos saberão, foi o lugar de Arrancada do Vouga, para onde se deslocavam os alunos de Arrancada, Sobreiro (antigamente e depois de um interregno, também actualmente) Veiga, Aguieira, Aldeia, Póvoa e Paço.
A de Valongo, que passou a existir com aquele edifício pequenino e já velhinho, mas restaurado, sendo depois acrescido de outros edifícios de rés do chão e primeiro andar, conhecido pelo edifício dos Centenários.
Esta escola, passou a ter alunos dos lugares de Brunhido, Sabugal, Outeiro, Valongo, Carvalhal, Cavadas, Lanheses, Fermentões, Carvalhosa e Santa Rita. Lavegadas ou Levegadas, é um lugar quase extinto.
Penso que o lugar, no norte da freguesia, que primeiro teve uma casa que servia de escola, terá sido em Brunhido.

O endereço deste site é: http://www.eb1-valongo-vouga-n1.rcts.pt/

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Efemérides - 6

Eduardo da Silva Bastos
O médico dos pobres - 1880-1964


Casualmente há aqui algumas efemérides práticamente conjuntas.
A de hoje refere-se ao Dr. Eduardo da Silva Bastos, médico em Arrancada, num tempo em que não havia Posto Médico nem qualquer serviço de saúde organizado. A juntar a outras dificuldades, como sejam as deslocações, pois apelo que lhe fosse dirigido, logo deixava tudo e corria (é o termo) para o seu doente.
Tínhamos também o problema dos transportes. Ou ia a pé ou a cavalo. Haviam deslocações, na região, que demoravam um dia inteiro.
Ele próprio fornecia os medicamentos que, naquele tempo, eram mais manipulados do que comprados prontos a serem administrados. Não cobrava o que quer que fosse pelos serviços prestados. Era de uma dedicação extrema, sem limites e sem regateios. Era um dos melhores «João Semana» da região.
Falta dizer que nasceu em 10 de Fevereiro de 1880 e faleceu na sua casa de Arrancada em 15 de Novembro de 1964, com oitenta e quatro anos de idade.
Um Homem que muito deu aos seus concidadãos e justamente homenageado na Casa do Povo, integrado no mesmo programa de Homenagem a Sousa Baptista e ao Prof. Vidal.


(Nota: Aquela foi a possível digitalização da fotografia do Dr. Eduardo Bastos, retirada do jornal paroquial «Valongo do Vouga» de Fevereiro de 1978)

Efemérides - 5

Insp. Gomes dos Santos

111 Anos! - 1900-1971

Ontem mesmo, como se pode ver no post que está antes deste, foi feita referência à data de nascimento do Inspector Gomes dos Santos.
Em muitos locais e origens encontra-se descrita que o nascimento deste ilustre pedagogo ocorreu em 9 de Fevereiro.
Apressamo-nos a fazer esta publicação, para informar que fontes fidedignas nos confirmam e garantem que, afinal, a data de nascimento foi a 19 de Fevereiro de 1900.
É verdade!
Somos obrigados a comentar, para tirar as dúvidas que ainda possam subsistir, só nos falta ir ao Registo Civil, coisa que não fizemos. Mas se for preciso, lá iremos.
E andamos, a confirmar-se esta informação, dada por familiares, durante tanto tempo convencidos que o Inspector Gomes dos Santos tinha nascido no dia 9 de Fevereiro. A diferença não é muita. Mas é alguma e que se considera errada a que prevaleceu durante muito tempo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Efemérides - 4

Insp. Gomes dos Santos
111 Anos! - 1900-1971

Se pertencesse a este mundo, completaria hoje, dia 9 de Fevereiro, 111 anos após o seu nascimento. Pessoa ilustre e culta no tempo em que desempenhou as funções de professor da instrução primária, e pelo seu próprio pé, como é costume dizer-se, subiu na hierarquia até chegar a Inspector Escolar.
Efectivamente nasceu em 9 de Fevereiro de 1900. Faleceu em 30 de Abril de 1971.
Foram seus filhos o Francisco António, meu colega de escola, que emigrou para o Brasil e lá se tornou num famoso e competente jurista. A Nandinha (Maria Fernanda), como era intimamente conhecida, professora, tal como o pai e a mãe, e o Dr. Arménio, professor do ensino secundário.
Era casado com a D. Maria Antónia Valente, também professora e de quem ficou viúvo em 23 de Setembro de 1953, frequentava eu a quarta classe. Não interessa mencionar, agora, o drama que foi aquele dia e ano.
Uma família que quase toda ela enveredou pelas carreiras dos seus progenitores.
De oratória fácil e fluente, como o ouvi por vezes, foi ainda, de acordo com as possbilidades do seu trabalho profissional, autor de alguns livros, a saber:
- Prontuário Escolar (quando não se falava em prontuários).
- «O último romântico», livro de poemas.
- «Da educação e do ensino».
- «Ao redor do globalismo» ou «Análise e Crítica dos métodos de leitura global».
- «Por Bem da Língua».

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Valongo antigamente - XIII

A Fábrica da Lã

Voltamos a esta série, dado possuirmos motivos para isso. Pessoas amigas fizeram-me chegar este exemplar de uma fotografia, de 1964, que retrata uma actividade de uma grande empresa. A Fábrica da Lã, como era mais conhecida na freguesia e na região. Oficialmente, António Pereira Vidal & Filhos, Lda.
Foi fundada em 1928, por António Pereira Vidal Xavier, a quem há pouco tempo nos referimos.
A foto de que nos socorremos, já um tanto deteriorada, mostra um momento alto da sua actividade industrial. E dá para ver as pessoas (quem as conheça), o local e as tarefas.
Foi, das poucas empresas do concelho, uma das primeiras a utilizar e adoptar o que, em Recursos Humanos, se convencionou chamar de Manual de Acolhimento. Também participei na elaboração deste tipo de documentos internos das empresas.
Não será necessário acrescentar que o Manual de Acolhimento, não era mais que, numa pequena brochura, alguns aspectos relacionados com a empresa, a sua história, a sua fundação, organização, algumas instruções e até regulamento interno, desde que aprovado oficialmente. E esta brochura era entregue a qualquer trabalhador que fosse admitido. 
Porque é história e histórica esta situação, um dia aqui voltaremos, com o intuito único de relembrar o que foi de bom na e para a freguesia.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Blogues da freguesia - 13

A Escola Primária de Arrancada
EB1 de Valongo do Vouga - nº 2



Voltamos a mostrar, a partir de agora, mais alguns blogues e sites da freguesia.
Com modéstia ou não, o que é certo é que há alguém que os fez para serem vistos. E conhecer. O que é certo é que eles existem. E também é certo que alguém lhe vai dando - não com a frequência desejada - alguma actualidade.
E diz que está ali, que existe, que subsiste, apesar de tudo...
Aquelas obras últimas levadas a cabo no seu recinto, deviam vir para aqui, penso eu...
Mostrá-las e confirmar que, de vez em quando, ainda há alguém na Escola que se lembra destas coisas e vai fazendo. E pensando nos seus benefícios e beneficiários: as crianças.
Gostaria de aqui deixar uma imagem do que eram os edifícios anteriores a estes que o site mostra.
Se encontrar ainda por cá vão figurar.
E encontrei (os arquivos do meu equipamento informático estão muito desorganizados e desarrumados)
É que, esta escola, criou e ajudou a formar grandes HOMENS E MULHERES. Gostaria até de salientar que, na actualidade, neste local, há quem, em poema, faça lembrar a sua escola. Que não foi aquela a preto e branco, mas as salas actuais, há cerca de 24 anos!!!
Clique nas palavras assinaladas a vermelho. Vai ver e vai gostar de ler.

Esta foto pertence ao jornal paroquial «Valongo do Vouga». Neste local, estão agora as salas que o site mostra.
No cotovelo da curva, ainda actual, ficava o portão de acesso, um pouco à direita desta foto. Não era utilizado, porque os «inteligentes» daquele tempo colocavam a saída dos alunos, por esse portão, mesmo na curva da estrada. Nada mais errado, como é lógico. Havia dois edifícios iguais aos da foto, com duas salas cada e um vestíbulo entre ambas as salas. Este era da escola do sexo feminino e ficava ao longo da estrada em direcção da Arrancada, logo após a malfadada curva. O outro edifício, não visível aqui, ficava, também após a curva, marginando a via que ligava na direcção de Aguieira. Creio que é uma interessante recordação.

Ficava a faltar o seu endereço electrónico: http://www.eb1-valongo-vouga-n2.rcts.pt/

sábado, 5 de fevereiro de 2011

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO - XXXIX

Esta parte da história está muito centrada, como é natural, na figura de José Joaquim da Silva Pinho, autor da narrativa de «As Meninas Mascarenhas». Para a ilustrar aqui fica uma imagem de Macinhata

No capítulo XXXVIII dsta história, que aqui deixamos em 4 de Janeiro findo, o Dr. Silva Pinho iniciava o contra-ataque aos Bandeira, na campanha que se tinha urdido contra o tutor das Meninas, o Dr. Joaquim Álvaro.
E tínhamos terminado dizendo que o advogado de Jafafe havia mandado imprimir alguns milhares de exemplares dessa resposta e que, agora, não tinha nenhuma para aqui transcrever. Uma pena...
Outras publicações se realizaram no mesmo sentido e o resultado de tal propaganda, honesta e insistente, foi fantástica. Deu-se uma reviravolta na opinião pública.
Os Bandeira, talvez surpreendidos, ficaram assombrados e silenciosos. Não houve qualquer reacção ou outra contestação àquilo que era dito àcerca do tutor com esta resposta-esclarecimento público. O tutor saía vitorioso e vencedor perante a razão das pessoas imparciais e independentes.
Na sua corrente de simpatia, «os afectos das almas compadecidas das amarguras de uma mãe que se não resignava com a perda das suas filhas queridas, mas o direito, que vinha da lei, dominava as consciências e era decididamente pelo homem a quem o fidalgo do Sobreiro encarregara a tutela das duas órfãs», dizia o Dr. Pinho, na sua narrativa.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Junta de Freguesia na história - 70

Junta oferece 100 contos!!!

As árvores não morrem de pé: Roubam-nas!

Introdução:
Voltamos ao jornal paroquial «Valongo do Vouga» e terminar esta série de transcrições que foram publicadas na última página deste jornal, do mês de Março de 1997. Os títulos eram mesmo aqueles que acima se inserem. Reparemos no que se dizia:

*****



A notícia correu célere. Havia que fazer constar, também concordamos.
Não terão sido muitas, mas foram algumas árvores recentemente plantadas e, num ápice, roubadas.
Chegou-se a este cúmulo. Até as árvores servem, bem como pilares de ferro já armado nos balneários do Valonguense, como aqui ja foi noticiado.
A Junta de Freguesia, embora numa região muito frondosa em árvores, aproveitou todos os espaços livres e tratou de plantar várias espécies.
Foram plantadas junto ao apeadeiro de Valongo. No largo fronteiro e de estacionamento junto ao campo «Bastos Xavier». No Calvário de Arrancada, ali mesmo perto da capela de Santo António. Em Valongo em em outros locais. Enfim, foram plantadas algumas centenas de árvores que, mais tarde, serão a beleza desta terra, pois, não sendo rica em outros atractivos, há que a dotar de algo que a projecte para o futuro. E se não há monumentos de impacto e outras coisas naturais (há alguns, modestos, mas com muito valor), existem coisas que o ambiente e nós necessitamos.
Pois é verdade. Arrancaram, roubaram as árvores plantadas!
O facto mereceu notícia em diários, em rádios de âmbito nacional (RR-Canal 1 e RFM). Foi motivo de entrevista na RTP, no dia 23 de Fevereiro passado.
Não sabemos é se alguém já terá recebido as alvíssaras que os membros da Junta se propõem atribuir, no valor de 100 contos, após se terem cotizado entre si.
Vão ser plantadas novas laranjeiras e outras árvores, e vai estar gente atenta a novas investidas de outra gente sem escrúpulos, a quem tudo serve.
Podemos até adiantar que pessoas houve que colaboraram com a Junta no embelezamento das rotundas entretanto levantadas, colocando plantas no centro. Mesmo nisto, passado pouco tempo, as plantaas foram roubadas. Dadas, as plantas pegam na mesma... não era preciso roubá-las, mas apenas pedi-las.
De qualquer forma, caso caricato a merecer mais civismo e respeito pela coisa pública, que é de todos e para a qual todos pagamos.

*****

Esta notícia, como se percebe, era da minha autoria e, como se disse, foi publicada em Março de 1997. Ainda não há muito tempo!


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Coisas e Loisas - 33

Foi em Março de 1997, que um amigo da juventude, Hernâni da Silva Gomes, fazia publicar no jornal paroquial «Valongo do Vouga» daquele mês, uma crónica, que vinha da capital - onde residia e reside - com quem tivemos oportunidade de nos encontrar há dias. Penso que será interessante recordar, até pelo que actualmente se vai vivendo, o que ele dizia com alguma graça. Mas com alguma realidade histórica. Vamos reproduzir seguindo o mais próximo possível a sua apresentação no jornal que nos serve de apoio.

Lendo a Sina em Tom de FADO!

Portugal. A mais antiga Nação Europeia. D. Afonso Henriques. 1143. Período e Pós Manuelino. Descobrimentos. Época Áurea. Brasil. India. Áfricas. Império. Riquezas. Lisboa empório comercial.

Mau aproveitamento. Falta de estruturas. Não consolidação. Ouro volátil. Retrocesso e mediocridade.
Dependência a ascendente inglês. Aliança e Submissão. Tratado Metween, Têxteis. Sufoco de Indústria nascente. Vinhas do Alto Douro reflexo Agricultura Colonial - Offley - Taylor's - Sandeman.
Fogueiras da Inquisição. Expulsão dos Judeus. Recuo ao Medieval.
Antero de Quental e as Causas do Declínio dos Povos Peninsulares.
Ciência e capital desenvolvem a Holanda. Fechamo-nos na concha Feudal.
Brasil. D. Pedro e D. Miguel que andaram ambos dentro da mesma pele.
1822. Cartistas e Absolutistas. Povo. Maria da Fonte, Fontes Pereira de Melo. Fontismo. Avanço e Recuo na perspectiva do Progresso. Agitação. Mapa Cor de Rosa. De Angola à contracosta.
Outra vez a Inglaterra. Ultimatum.
Ideias da Revolução Francesa. Maçonaria. Regicídio. 5 de Outubro de 1910. República. Choque de interesses e de Ideologias. Anarquia. Gomes da Costa. Carmona e Salazar. Ordem, sempre... "A Bem da Nação".

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Coisas e Loisas - 32

Ter tempo...


Enviaram-me por mail este vídeo.
Partilho-o consigo...


Valongo antigamente - XII

Imagens de outrora
Casa do Povo de Valongo do Vouga




Há por aí várias fotografias desta Instituição fundada pelo grande benemérito da freguesia que foi Sousa Baptista, regressado do Brasil em 1927.
A que agora fica por aqui postada, por especial deferência do Filipe Vidal, será, certamente, da época em que praticamente terá terminado a sua construção.
Porque esta, na sua fase inicial, era apenas constituída pelo corpo principal do prédio, frente para a estrada. Mais tarde, a esta construção foi adicionada uma outra ligadas entre si, de que resultou o conhecido salão da costura e outros arrumos, ficando no rés do chão outras instalações, como sejam a secretaria, a cozinha onde se fornecia a sopa aos alunos das escolas. E a seguir o salão que agora serve para as crianças do ATL.
Ainda numa outra fase, foram construídos os pavilhões adjacentes, nomeadamente o do forno e outros anexos, ao longo do terreno que fica para além das traseiras do posto médico.
Para se verificar o que era e o que é agora a sede da Casa do Povo, que muito progrediu desde 1942, aqui deixamos duas visualizações fotográficas. A que o Filipe nos cedeu e uma outra da nossa autoria. A foto antiga foi obtida com ângulo no sentido de Valongo-Arrancada, como é perfeitamente visível. Nota-se, do lado direito da foto, um portão onde hoje está o salão de rés do chão e primeiro andar, onde já funcionou uma loja de produtos agrícolas e onde funciona agora o ATL. Ainda deste lado, uma escadaria que dava ao primeiro andar (o salão nobre), havendo do lado contrário, como se sabe, idêntica escadaria. Tudo isto está modificado, como se percebe pela foto actual, obtida do lado contrário da primeira. Ou seja, a primeira está do lado norte-sul e a actual do lado sul-norte. Isto para não causar confusões...
É diferente, não é?


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Valongo antigamente - XI

Imagens de outrora
Boas-Festas - Quinta da Aguieira



A foto de hoje (a penúltima desta série) que nos foi cedida pelo Filipe Vidal, é fácil de adivinhar que na mesma está inserida alguma história.
Primeiro, a originalidade, para o tempo a que a mesma diz respeito, constituindo um postal de Boas-Festas, com a fotografia do palacete da Quinta da Aguieira.
Ao lado é perfeitamente visível a assinatura, na sua inseparável cor verde, do Dr. Manuel José Archer Homem de Mello. Foi insígne advogado, nascido em 30 de Agosto de 1930, e para aí com os seus 22 anos, introduziu-se na política, sendo, no tempo de Marcelo Caetano, deputado à então Assembleia Nacional.
Apesar de descendência de famílias nobres, nunca lhe «caiu» bem, nem aceita de bom grado o título de Conde de Águeda. Porque estes títulos não são hereditários e fenecem com os seus titulares.
É da minha lembrança que na Quinta da Aguieira chegou a reunir altas personalidades do país, do distrito e do concelho, neles incluindo alguns da sua freguesia.
E foi no final de uma dessas reuniões, em 7 de Julho de 1957, que resultou o trágico acidente ferroviário que vitimou o Dr. Abel de Lacerda, na fatídica passagem-de-nível ao cimo da Quinta.
Acolheu nesta sua Quinta - de que foi o último proprietário - personalidades de relevo do país político, entre elas um seu grande Amigo, que foi Presidente da República, o Marechal Craveiro Lopes, em quem se depositavam, também, algumas esperanças de mudança.
E - porque muito havia que recordar e escrever - para dizer ainda que este postal teria sido enviado (não sabemos em que ano, porque nele é o mesmo omisso) a um particular amigo daquela insígne personalidade, que era o Inspector Arménio Gomes dos Santos que, naquele dia acima citado, botou faladura em tais termos e entusiasmo que só ele, Gomes dos Santos, sabia fazer.
De resto, nunca se pense (ainda) que Manuel José Homem de Mello tenha sido uma pessoa do regime caído em Abril de 1974. Provou-o durante o regime e depois. A sua esperança numa mudança pacífica, que tanto ansiava, foi Marcelo Caetano, que muito apoiou para que tal acontecesse.
Tenho ainda em mãos um opúsculo a que deu o título «Razões de uma Candidatura», numas eleições que o levariam a deputado...

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