O médico dos pobres - 1880-1964
A de hoje refere-se ao Dr. Eduardo da Silva Bastos, médico em Arrancada, num tempo em que não havia Posto Médico nem qualquer serviço de saúde organizado. A juntar a outras dificuldades, como sejam as deslocações, pois apelo que lhe fosse dirigido, logo deixava tudo e corria (é o termo) para o seu doente.
Tínhamos também o problema dos transportes. Ou ia a pé ou a cavalo. Haviam deslocações, na região, que demoravam um dia inteiro.
Ele próprio fornecia os medicamentos que, naquele tempo, eram mais manipulados do que comprados prontos a serem administrados. Não cobrava o que quer que fosse pelos serviços prestados. Era de uma dedicação extrema, sem limites e sem regateios. Era um dos melhores «João Semana» da região.
Falta dizer que nasceu em 10 de Fevereiro de 1880 e faleceu na sua casa de Arrancada em 15 de Novembro de 1964, com oitenta e quatro anos de idade.
Um Homem que muito deu aos seus concidadãos e justamente homenageado na Casa do Povo, integrado no mesmo programa de Homenagem a Sousa Baptista e ao Prof. Vidal.
(Nota: Aquela foi a possível digitalização da fotografia do Dr. Eduardo Bastos, retirada do jornal paroquial «Valongo do Vouga» de Fevereiro de 1978)
2 comentários:
Já ouvimos falar do Médico dos pobres, porque ele foi padrinho da nossa avó, portanto sabemos algumas histórias dessa altura, como por exemplo:
"Houve uma noite em que bateram à porta do Dr. Bastos, era um homem de um lugar ainda longe (da serra), que veio pedir-lhe auxílio, a sua esposa estava em trabalho de parto, e começaram a haver complicações com o nascimento do bébé. O Dr. Bastos não hesitou, pegou na mula e lá foi, noite dentro, acudir à senhora. O bébé acabou por nascer, sem mais problemas e, no final, em vez de aceitar o pagamento do paciente, deixou ficar, ele mesmo, dinheiro para ajudar aquela família que vivia em muito más condições."
Uma de muitas história do Médico dos Pobres.
Olá meninas;
A vossa história merecia um post adequado, a seguir àquele que se refere à efeméride do Dr. Eduardo Bastos.
Porque é uma das muitas histórias que ou morreram com as pessoas, ou ainda perduram esfumadas nas memórias de algumas poucas pessoas.
Eu mesmo posso afirmar que me lembro de um tratamento a qualquer «achaque» que, em criança, fui vítima. E a única lembrança que retive é que em casa dele apanhei uma injecção e, passado pouco tempo, sentia-me bem.
Obrigado pelo comentário, pela história de vida...
JM Ferreira
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