Boas-Festas - Quinta da Aguieira
A foto de hoje (a penúltima desta série) que nos foi cedida pelo Filipe Vidal, é fácil de adivinhar que na mesma está inserida alguma história.
Primeiro, a originalidade, para o tempo a que a mesma diz respeito, constituindo um postal de Boas-Festas, com a fotografia do palacete da Quinta da Aguieira.
Ao lado é perfeitamente visível a assinatura, na sua inseparável cor verde, do Dr. Manuel José Archer Homem de Mello. Foi insígne advogado, nascido em 30 de Agosto de 1930, e para aí com os seus 22 anos, introduziu-se na política, sendo, no tempo de Marcelo Caetano, deputado à então Assembleia Nacional.
Apesar de descendência de famílias nobres, nunca lhe «caiu» bem, nem aceita de bom grado o título de Conde de Águeda. Porque estes títulos não são hereditários e fenecem com os seus titulares.
É da minha lembrança que na Quinta da Aguieira chegou a reunir altas personalidades do país, do distrito e do concelho, neles incluindo alguns da sua freguesia.
E foi no final de uma dessas reuniões, em 7 de Julho de 1957, que resultou o trágico acidente ferroviário que vitimou o Dr. Abel de Lacerda, na fatídica passagem-de-nível ao cimo da Quinta.
Acolheu nesta sua Quinta - de que foi o último proprietário - personalidades de relevo do país político, entre elas um seu grande Amigo, que foi Presidente da República, o Marechal Craveiro Lopes, em quem se depositavam, também, algumas esperanças de mudança.
Acolheu nesta sua Quinta - de que foi o último proprietário - personalidades de relevo do país político, entre elas um seu grande Amigo, que foi Presidente da República, o Marechal Craveiro Lopes, em quem se depositavam, também, algumas esperanças de mudança.
E - porque muito havia que recordar e escrever - para dizer ainda que este postal teria sido enviado (não sabemos em que ano, porque nele é o mesmo omisso) a um particular amigo daquela insígne personalidade, que era o Inspector Arménio Gomes dos Santos que, naquele dia acima citado, botou faladura em tais termos e entusiasmo que só ele, Gomes dos Santos, sabia fazer.
De resto, nunca se pense (ainda) que Manuel José Homem de Mello tenha sido uma pessoa do regime caído em Abril de 1974. Provou-o durante o regime e depois. A sua esperança numa mudança pacífica, que tanto ansiava, foi Marcelo Caetano, que muito apoiou para que tal acontecesse.
Tenho ainda em mãos um opúsculo a que deu o título «Razões de uma Candidatura», numas eleições que o levariam a deputado...
Sem comentários:
Enviar um comentário