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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Coisas e Loisas - 31

Última Coluna

Da montanha, nem um rato!





Introdução:
Volto à rubrica que possuía no jornal paroquial «Valongo do Vouga», e que se chamava «Última Coluna». Era no número de Março de 1997 e estava assim redigida, com aquele título «Da montanha, nem um rato!»
Claro que isto tem de ser colocado não só no tempo, como no tema. Não sei nem cuidei de saber se isto já por cá foi postado.

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Nunca o país (e até os que normalmente andam muito distraídos) foi tão «martelado» com notícias, comentários, intervenções, transmissões em directo, nos dias que antecederam o dia 20 de Fevereiro [de 1997, referendo], a propósito da Lei do Aborto, mais conhecida pela IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez).
Na Assembleia da República discutiu-se nova Lei que alterava a anterior e que acabou por ser reprovada. Apreciámos as intervenções que, em directo, os vários canais transmitiram.
Ouvimos «mesas redondas» e intervenções de especialistas sobre a matéria e do que nos ficou, pode sintetizar-se: ninguém é dono de ninguém, porque todos querem mexer na consciência de cada um.
A vida é um dom. Um dom gratuito de Deus, que não cobra nada pela excelência do que significa e contém.
Por outro lado, as mulheres, primeiras e principais interessadas nesta situação e que muitos homens falaram em seu nome, não foram «tidas e achadas». No que vimos, poucas mulheres emitiram a sua opinião.
Em contrapartida, havia muitos homens, alguns cientistas, todos empenhados em «aparecer» e «botar» opinião que, diga-se, os havia bons conhecedores da matéria.
Mas se a sociedade se debate e anda muito preocupada com a falta de natalidade, porquê a prioridade deste assunto, nesta altura? Para legalizar os abortos clandestinos?
Porque não se dá início, primeiro, à criação de condições de vida para todos e de tantas crianças a dormir ao relento, debaixo das pontes, sem família, sem alimentação e educação?!
Porque não há iniciativas, com barulho e tudo, como o que se fez, para proporcionar condições de habitação e saúde? Onde estão as condições sociais para eliminar o trabalho infantil?
Ninguém toma medidas drásticas e implacáveis sobre o flagelo da droga, que agora grassa até nas pequenas aldeias, como na nossa freguesia, «destruindo» sem apelo milhares de jovens. Afinal, quais são as prioridades da vida? E desta sociedade?
Tanto barulho se fez, que da montanha saiu um rato espantado...

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Dizia-se e escrevia-se assim em 1997!

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