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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

EXTERIORIZAR O NATAL

Há já vários anos que numa casa da freguesia de Valongo do Vouga, que localizando melhor fica mesmo na estrada ao fundo da igreja paroquial, na qual reside a família Nogueira, tornou-se já um hábito enfeitar, pelo Natal, com iluminação adequada à quadra.
O António Nogueira Simões dos Santos (filho) tornou-se um apaixonado por este tipo de instalações e cada ano que passa procura modificar, tornar diferente a apresentação da residência de seu pai, onde ambos habitam com os respectivos agregados familiares.

No corrente ano, o Nogueira (mais novo) caprichou (como sempre) e vai de apresentar uma iluminação que tem sido alvo de muitas curiosidades e visitas.

Na realidade e durante a época festiva, muitas pessoas ali se têm deslocado para apreciar o que, como diz, cerca de 80.000 lâmpadas conseguem fazer e a curiosidade que conseguem despertar. Pelas indicações que o próprio nos deu as visitas têm sido mais que muitas, até pessoas do Algarve ali têm passado, além de outras regiões do país.

O que estamos a transmitir não o pode ser por palavras, porque só visto se consegue avaliar o trabalho que se desenvolveu e o efeito que produziu. A foto é apenas uma pequena amostra.

sábado, 27 de dezembro de 2008

MAIS UM ANO NO FIM...

Estamos no final de um ano conhecido por 2008!

Quer dizer que vem aí um novo ano que vai ficar com o número 2009! E penso que é conforme o calendário gregoriano!!! Se fosse outro calendário, creio que já estaríamos nas calendas...
Para terminar e pela primeira vez que nos encontramos nestes sítios (como se diz), parece-me que tenho o dever (e a obrigação) de desejar Boas-Festas e Bom Ano a todos os que por aqui passam, concordem ou discordem destes conteúdos...
Sinceramente e apesar de todas as más profecias que por aí campeiam...



FELIZ ANO NOVO!!!


A HISTÓRIA E O CONCEITO DA SEMANA - VI

Penso que este tema que tem sido abordado sobre o mais diversos conceitos, não podia (nem devia) deixar de abordar o tempo da semana de trabalho, embora já citada no capítulo V. Por isso, antes de entrarmos em alguma história portuguesa sobre este assunto, alguma dela que vivemos directamente, não será despropositada outra história com outros personagens e protagonistas.

HENRY FORD – 30 de Julho de 1863 – 7 de Abril de 1947
No que respeita ao tempo de trabalho, já foi mencionado que durante a semana se chegou a trabalhar 80 horas. Outra curiosidade consiste no aumento da população da cidade de Londres, que era de cerca de 800.000 habitantes em 1780, passando para 5 milhões em 1880, aumentando, assim, 6,25 vezes a sua população inicial. Causadora: Revolução Industrial.
Marcou de forma preponderante o século XIX e até metade do século XX a história e os feitos de Henry Ford, o empreendedor americano do ramo automóvel. Sobre este assunto, vejamos apenas em síntese algumas curiosidades, demais conhecidas.
-Registou nos Estados Unidos 161 patentes de invenção.
-A ele se deve a teoria do ‘fordismo’, que consistia na produção de grandes quantidades de automóveis a baixo custo, pelo facto de ter introduzido, pela primeira vez, na organização da produção, a muito conhecida “linha de montagem”.
-Com este tipo de organização da produção, fabricava um carro a cada 98 minutos.
-Aplicava altos salários aos seus trabalhadores, obtendo uma superior motivação e, pelo que consta, também compravam o produto que eles próprios fabricavam.
-Em 5 de Janeiro de 1914, pagava 5 Dólares por dia a cada trabalhador especializado.
-O seu programa, considerado revolucionário para o tempo, incluía a redução da duração do trabalho de 9 horas para 8 horas, durante 5 dias da semana.
-Foi dos primeiros empresários individuais de uma grande companhia a repartir com os seus empregados uma parte das acções da empresa que detinha.
-Foi um dos primeiros empresários da aviação, com a fundação da Ford Airplane Company e outras empresas.

O TEMPO DE TRABALHO EM PORTUGAL
Uma das primeiras legislações do trabalho no século XX, o chamado Estatuto do Trabalho Nacional, aprovado pelo Decreto-Lei 23048 de 23 de Setembro de 1933. De seguida surge ainda a Lei 1952 de 10 de Março de 1937, que representava como que uma regulamentação do referido Estatuto do Trabalho Nacional. Uma espécie de Código do Trabalho da actualidade.
Não nos vamos debruçar agora sobre certos conceitos que continham tais legislações laborais, mas que, para os mais novos, certamente que encontrariam ali factos interessantes e, talvez, impensáveis, comparados com a actualidade.
Interessa-nos, sim, continuar a discernir sobre a semana e o tempo de trabalho, agora particularmente em Portugal.

SEMANA-INGLESA
A legislação de então estabelecia limites de horário de trabalho semanal apenas para a indústria, comércio e serviços. Nesses limites, excluía a sua aplicabilidade à agricultura. Como disse em páginas anteriores, o trabalho era de sol a sol. O sinal, como também referi, para iniciar ou terminar o trabalho, era o toque das Trindades que os sinos das igrejas tocavam três vezes por dia; de manhã ao nascer do sol, ao meio do dia e ao anoitecer.
Os limites semanais para as actividades antes citadas eram de 48 horas, de segunda-feira a sábado. Oito horas por dia. Anos depois, publicava-se, além dos diplomas antes referidos, o Decreto-Lei 409/71, de 22 de Setembro, que, por sua vez, revogava o Decreto 22500, de 10 de Maio de 1933 e 24402 de 24 de Agosto de 1934. Esta legislação era dedicada exclusivamente a problemas do tempo e horário de trabalho.
A evolução, a escassez de mão-de-obra e outras circunstâncias sociais, como o fluxo emigratório para uma série de países, principalmente da Europa central, obrigou a ginásticas e invenções para permitir mais tempo livre aos trabalhadores. Daí ter surgido, a “Semana-Inglesa”. Como se sabe, trabalhavam-se nove horas de segunda a sexta e três horas aos sábados. Esta medida já tinha sido adoptada, como o nome indica, em Inglaterra, concedendo-se como descanso complementar o sábado de tarde.

SEMANA-AMERICANA
Consistia no trabalho de cinco dias semanais e foi adoptado nos Estados Unidos da América.
Em Portugal este modelo não fazia reduzir o tempo de trabalho diário. Chegavam, nos longínquos anos de sessenta, ecos de outras modalidades, como aquela que Ford adoptou e que acima nos referimos.
As empresas começavam a tomar medidas e organização de produção, mas nunca reduzindo o tempo de trabalho. Então, como adoptar o tempo de trabalho semanal, de 48 horas, em cinco dias? Não era necessária descoberta fenomenal para o problema; apenas dividir 48 horas por 5 dias, o que dava 9 horas e 36 minutos por dia!!! De Segunda a Sexta!

OS ARGUMENTOS PARA A LEGALIZAÇÃO
Mas a situação ia avançando. Os trabalhadores suportavam nove horas e trinta e seis minutos durante cinco dias! Era obrigatório realizar-se um requerimento ao que se chamava Instituto Nacional do Trabalho e Previdência no qual ficasse expressa e exposta a “força” que uma empresa tinha para colocar o problema superiormente e obter a necessária autorização. Era uma razoável quantidade de folhas dactilografadas com tais argumentos, que agora, resumidamente, destacamos:
a) – Invocar que os trabalhadores detinham o seu sustento, essencialmente e principalmente, na agricultura e que necessitavam de mais tempo para esta actividade. Que contraste …
b) – Àquilo que agora se chama actividade profissional, era argumentado, na altura, como um complemento e não como função principal de modo de vida.
c) – Um outro argumento, ainda intimamente ligado à agricultura, era a grande percentagem de absentismo que se verificava.
d) – No caso do concelho de Águeda, um argumento de peso relacionava-se com a existência do mercado - feira que ainda se realiza todos os sábados. Aquele sábado livre era uma “benesse” importantíssima!
e) – O agregado familiar existente na mesma empresa, que era uma realidade, permitia um benefício a considerar em termos sociais. Por isso, o sábado livre para o agregado familiar!
f) – Uma empresa no concelho de Águeda terá sido a primeira no distrito de Aveiro a conceder uma pausa de 10 minutos, em cada um dos períodos normais de trabalho, para que todos os trabalhadores que o pretendessem pudessem comer um lanche. E este foi um importante argumento, já que não era hábito que tal acontecesse na maioria dos locais de trabalho. Agora faz parte de hábitos e contratos colectivos de trabalho.

A LEGISLAÇÃO
Além das legislações antes apontada, o Decreto-Lei 409/71 foi a que mais controvérsia criou. No artigo 2º, para o trabalho rural (agricultura), estabelecia que o mesmo podia ser extensivo, no todo ou em parte, a esta actividade, com as necessárias adaptações. Dizia ainda no artigo 5º que o período semanal de trabalho não podia ser superior a 48 horas. Utilizava, tal como anteriores diplomas legais, uma diferença semanal de trabalho para os empregados de escritório.
Já está fastidiosa esta história da semana. Porém referiremos, para recordar, que as alterações legais entretanto publicadas, até chegar às actuais 40 horas, deram muito que falar, esgrimaram-se muitos argumentos entre governos e sindicatos, principalmente em volta do conceito de “tempo de trabalho”.

Imagens:
Henry Ford - http://pt.wikipédia.org/
Relógio: - clix.expressoemprego.pt

INVOCAÇÕES A NOSSA SENHORA

Àcerca das invocações que antes já tínhamos publicado, chegaram-nos através de comentários, que estão publicados nos respectivos locais a que dizem respeito, e pessoalmente, diria que alguns pedidos para aqui mencionar ainda uma invocação que, não sendo da freguesia de Valongo do Vouga, como diz a pessoa em questão, que muito estimo e considero, "também faz parte do Vouga". Trata-se de Nossa Senhora da Glória. Socorrendo-nos do livro publicado a que nos referimos já no trabalho anterior, vamos ver o que diz sobre Nossa Senhora da Glória.

Citação Bíblica: - E aos que predestinou, a esses também os chamou; e aos que chamou, a esses justificou; e àqueles que justificou, também os glorificou." (Rom 8,30).


INVOCAÇÃO: - Dever do homem é reconhecer e celebrar a glória divina: proclamar as maravilhas de Deus Criador, Deus Salvador, Deus Santificador.
Maria, a mais sublime Obra da Criação, é a primeira no reconhecimento e na celebração desta Glória. Por isso a invocamos com este título.
É padroeira da freguesia da Glória (Sé de Aveiro), desde 1835-36, possivelmene também para honrar a Rainha D. Maria da Glória.
A imagem, que se encontra na Sala Museu da Sé, pertenceu à demolida igreja de S. Miguel, onde tinha a invocação de Nossa Senhora da Graça.


Por se tratar de um pedido oportuno e justificado, feito por pessoa que me merece muita consideração e amizade, como acima refiro, aqui deixo esta invocação acompanhada da respectiva imagem, por sinal bonita e rica em arte, com madeira estofada e policromada, do século XVIII.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O SOLSTÍCIO (De Inverno)

Porque estamos quase a atingir o inverno, porque estamos em época de Natal, pareceu-me oportuno, embora interrompendo algum trabalho sobre outra matéria, como os visitantes se têm apercebido, abordar o contexto do SOLSTÍCIO.

Em primeiro lugar vamos à definição:

O Solstício é o que se designa, para os que sabem (os que não sabiam ou não se lembravam, ficam a saber e recordam) pelos pontos da elíptica formada pela Terra no seu movimento em volta do sol (movimento de translação) quando este se encontra no topo norte do hemisfério (solstício de verão, que ocorre normalmente em 21 de Junho) ou no topo sul do hemisfério (solstício de inverno, que também ocorre, em regra, em 21 de Dezembro).
Há tempos, na página do Observatório Astronómico de Lisboa, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, demos com um artigo interessante sobre este tema e é nele além de outras obras, que a seguir mencionamos, em que se baseia este trabalho.
A palavra SOLSTÍCIO é de origem latina (Solstitium). O de inverno chegou a ser conhecido como o “nascimento do sol” e festejado pelos povos do hemisfério norte, que é o de maior número populacional e maiores massas continentais. Marcava este acontecimento o início do novo ciclo do Sol sobre a Terra, com dias cada vez maiores (até 21 de Junho, sensivelmente) e mais quentes até ao novo ciclo.
A esta data estavam associadas festas e rituais muito importantes e, no referido artigo, dão-se como exemplos; as civilizações mais antigas consideravam o sol como filho da luz, pelo que esta representava, para esses povos, Deus em vida. Num povo conhecido por Druídas, o solstício era comemorado como o dia da fertilidade e muitas mulheres tentavam engravidar nesse dia. Nos povos da Ásia, era representado por um velho de barbas brancas e roupagens de cor vermelha e branca. Este velho representava, para os Asiáticos, Deus na Terra e acreditavam que esse deus encarnado trazia para toda a humanidade o seu filho SOL.
O povo egípcio também festejava o solstício com rituais de magia que envolvia o cultivo das sementes. Os Indianos festejavam, transcendendo os corpos em rituais dimensionais mágicos. Entre os povos das Américas, no hemisfério sul, os Incas, mais antigos, e os indígenas comemoravam o solstício de inverno no dia 21 de Junho e o de verão no dia 21 de Dezembro. Os Maias construíram um calendário usando o solstício como o início do ciclo do sol e da lua na Terra.

Actualmente, por pressão do consumismo e da ciência comercial chamada “Marketing”, há grupos e colectividades que começam a festejar os equinócios (a festa da primavera) e os solstícios.
Informalmente, diz-se que o Solstício de Inverno é o primeiro dia do inverno, que ocorre geralmente, como se disse, em 21 de Dezembro. Este ano, será exactamente às 12h04. Estende-se este ciclo até ao dia 20 de Março de 2009, às 11h44. A partir do dia 21, será a Primavera.
No calendário chinês, o solstício de inverno chama-se Dong zhi (chegada de inverno) e é considerada uma data de importância extrema, visto que será festejada a passagem de ano. É também nesta data que é celebrado o Sabbat Neopagão Yule. (1)

O SOLSTÍCIO E O NATAL CRISTÃO
Foi no ano 336 D.C. que o Imperador Romano Constantino I alterou os motivos das festas do solstício e passou a ser comemorado o nascimento de Cristo, o salvador da humanidade, em vez do nascimento do sol, na data fixa de 25 de Dezembro. A partir de então toda a Roma e o seu vasto império abraçam o Cristianismo, que deixa profundas marcas no futuro de toda a civilização ocidental. As festas romanas eram quase diárias e cada uma delas dedicada a um deus pagão.
Assim, pode dizer-se que o solstício alterou o seu significado cultural com o tempo e passou a ser comemorado como o “Nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus”, nesta data que hoje conhecemos como Natal. Os povos das Américas, no hemisfério sul, começaram a festejar o Natal em Dezembro a partir da época de expansão cristã.

Bibliografia:
-Texto da página da internet do Observatório Astronómico de Lisboa em www.oal.ul.pt
-Wikipédia – Solstício
-Nova Enciclopédia Portuguesa - volume 24-Ediclube – Edição e Promoção do Livro, Lda.

(1) – Yule é uma celebração que se realizava no norte da Europa e que existe desde os tempos pré-cristãos. Os pagãos germânicos celebravam o Yule desde os fins de Dezembro até princípios de Janeiro, abrangendo, por conseguinte, o solstício de inverno. Na península Ibérica esta festa é celebrada, em Portugal pela Ordem Portuguesa de Wicca e em Espanha pela Ordem Espanhola de Wicca.
Wicca é uma religião neo-pagã, fundamentada nos cultos da fertilidade originária da Europa antiga, tendo como fundador o bruxo inglês Gerard B. Gardner, impulsionando o renascimento do culto, com outros bruxos e bruxas, nos meados dos anos de 1940 e 1950.

domingo, 14 de dezembro de 2008

INVOCAÇÕES DE NOSSA SENHORA NA FREGUESIA DE VALONGO DO VOUGA

Desfolhávamos, há dias, um livro bastante interessante, formativo até, para quem se interessa por estas coisas, que tem como seu autor o Padre Domingos Rebelo, publicado em Dezembro de 1989, todo ele dedicado às invocações de Nossa Senhora que abundam por todo o lado e, particularmente, na Diocese de Aveiro.
O que fez aquele sacerdote foi um exaustivo levantamento das invocações existentes, fazendo-as acompanhar de uma pequena frase bíblica e um pequenino resumo, como diz o autor, «responderei ao “porquê” das invocações Marianas».
No caso da nossa freguesia, essas invocações lá estão, com excepção da Redonda, pois parece que, na altura da publicação do livro, este lugar ainda não tinha capela que invocasse Nossa Senhora. Neste caso, Nossa Senhora das Dores.
No total, estão lá sete invocações. Se acrescentarmos a da Redonda, passam a ser oito.
Vamos descrevê-las, tal como estão no livro, que tem o título «O Culto a Maria na Diocese de Aveiro», Edição do Movimento dos Cruzados de Fátima – Secretariado Diocesano de Aveiro.
Tem de ser enaltecido e evidenciado, que a capa deste livro é constituída por uma belíssima fotografia da imagem de Nossa Senhora das Pressas – madeira estofada, policromada e dourada – séc. XVII, que se venera na capela da Veiga, desta freguesia. Resta acrescentar que esta obra é de muito valor, como já foi destacado por eminentes personalidades especializadas em arte e antiguidades.

INVOCAÇÕES:

- Nª Sª do Bom Despacho – Aguieira (Capela do Visconde de Aguieira, que não é citada no livro)
Citação bíblica: - “…os teus filhos hão-de nascer entre dores. (Gen. 3,16)
Invocação: - Confiando no poder intercessor de Maria, as mães, na hora de dar à luz, recorrem à nova Eva.

- Nª Sª do Bom Sucesso – Brunhido
Citação bíblica: - “Satisfizestes os anseios do seu coração, não rejeitastes os pedidos de seus lábios. (Sl 20,3)
Invocação: - Em alguns locais esta invocação identifica-se com “Boa Hora”, “Bom Parto”, "Bom Despacho” …
Nas saídas para as descobertas tem o sentido de viagem com êxito: “Senhora da Boa Viagem”, “Senhora do Porto Salvo” …
É orago das capelas de Brunhido (Valongo do Vouga) … (seguem-se outras).

- Nª Sª da Conceição – Arrancada do Vouga
Citação bíblica: - “Salvé, ó cheia de graça, o Senhor está contigo. (Lc 1,28)
Invocação: - As invocações e um vasto historial, tem a acompanhar a descrição do livro a que nos referimos. Apenas citamos algumas notas.
O dogma de Imaculada Conceição foi definido em 8 de Dezembro de 1854 pelo Papa Pio IX. Em 25 de Março de 1858 (quatro anos depois) a Santíssima Virgem aparece em Lourdes e declara a Bernardette Soubirous: ‘Eu sou a Imaculada Conceição’. Com data de 30 de Junho de 1654 (200 anos antes da proclamação do dogma) D. João IV mandou colocar, às portas das cidades e vilas da monarquia portuguesa, uma inscrição em lápide que exprimisse aos vindouros a devoção de Portugal restaurado a Nª Sª da Conceição. Seguem-se os termos da carta…
Refutamos de primordial importância um naco de história que se pode extrair de uns Estatutos da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, de Arrancada, datados de 1944, que, pela extensão do seu conteúdo, apenas respigamos o seguinte:
“A Irmandade de N. Senhora da Conceição, com sede na capela da mesma invocação, em Arrancada do Vouga, freguesia de Valongo do Vouga, concelho de Águeda e diocese de Aveiro, haverá tido por seu primeiro estatuto o breve do Santo Padre Paulo Quinto, dado em Roma em 1610, que ao fim desta nota vai transcrito, ao qual deve ter sucedido o aprovado em 1648, de que nos dá notícia o Protonotário Ambrósio de Oliveira e Gama, pároco de Valongo, na informação paroquial que escreveu em 1721, cujos dizeres na parte concernente a Arrancada, são como segue: …. (Segue-se uma transcrição, que sendo longa, ficará para outra oportunidade. Fica o essencial, referente à antiguidade da Irmandade de Nª Sª da Conceição, que celebrou recentemente o que a tradição vai ditando).

- Nª Sª do Leite – Aguieira (Capela da Quinta da Aguieira, que não vem mencionada no livro)
Citação bíblica: - “Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram (Lc 11,17)
Invocação: - É invocação muito antiga. Nas catacumbas de Priscila parece haver uma pintura da Virgem Mãe amamentando o Filho (séc. II).
Quanto à maneira de tratar o tema em iconografia, diz Bernardo Xavier Coutinho (Nossa Senhora na Arte, pág. 105) “…a cena da lactação do Menino toma o nome de Nossa Senhora da Humildade quando, sentada no chão, dá o peito a seu divino Filho, o que pode considerar-se, sem sombra de dúvida, um desenvolvimento da fuga para o Egipto… Nossa Senhora, ora de pé, ora sentada (ou mesmo deitada), com o peito mais ou menos descoberto, segundo as épocas e os autores, chega a ser apresentada quase escandalosamente, no século XV…”
Venera-se em Arcos de Anadia (imagem da segunda metade do século XV, ainda com o pregueado ondeante, e que alguns “pudores” levaram a amputar-lhe o seio…)

- Nª Sª Mãe de Deus – capela de Arrancada do Vouga
Citação bíblica: - “O Espírito Santo virá sobre ti, e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra. Por isso mesmo é que o Santo que vai nascer há-de chamar-se Filho de Deus. (Lc 1,35)
Invocação: - Na carta de São Cirilo de Alexandria, lida e aprovada com autoridade infalível no concílio de Éfeso, encontram-se as seguintes afirmações:
1) “Não nasceu primeiramente um homem vulgar, da Santa Virgem e a seguir desceu sobre ele o Verbo”;
2) O Verbo “unido desde o seio materno, se diz que se submeteu ao nascimento carnal, como quem faz seu o nascimento da própria carne”;
3) O Verbo é o término pessoal da acção geradora, “não porque a natureza do verbo ou a sua divindade tenha sido princípio de seu nascimento da santa Virgem, mas porque tomou dela aquele sagrado corpo, perfeito com uma alma inteligente, unido ao qual segundo “hipóstase” o Verbo se diz gerado segundo a carne”.
4) Por estas razões, os Santos Padres não duvidaram chamar Mãe de Deus à Santa Virgem”.
(Citado em Maria en la Obra de la Salvacion, Cândido Pozo, S.J. 291/2).

- Nª Sª das Necessidades Sobreiro (Valongo do Vouga)
Citação bíblica: - “Os poderosos empobrecem e passam fome, aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma”. (Sl 33,11)
Invocação: - Narra o Autor da História Genealógica que D. Pedro II tinha particular devoção a Nossa Senhora das Necessidades: todos os sábados visitava a sua ermida, e desejou ter presente a sua imagem, no paço, durante uma doença (P. Miguel de Oliveira, em A Virgem e Portugal, pág. 104).
É orago das capelas … (seguem-se as capelas) e Sobreiro (Valongo do Vouga). A imagem da capela do Sobreiro é de 1627, graciosa e rara: “A Virgem dá seio ao Menino e sustem-no de modo a apresentá-lo graciosamente aos fiéis” (Nogueira Gonçalves, Inv. Art. De Portugal)

- Nª Sª das Pressas – Veiga (Valongo do Vouga)
Citação bíblica: - “Inclinai para mim os vossos ouvidos, apressai-vos em me libertar” (Sl 30,3)
Invocação: - Nesta invocação, o termo «Pressas» não é antónimo de vagares. Esta palavra arcaica significa: apuro, dificuldade, obstáculo, situação crítica. (Cf. Grande Dicionário da Língua Portuguesa).
Maria é a Senhora das Pressas, porquanto está pronta para resolver as nossas dificuldades.
É padroeira da capela da Veiga (Valongo do Vouga).
A Corografia Portuguesa, tomo II, trat. II, cap. XXII, menciona esta capela ao tratar “Das vilas de Vouga, Brunide e Aguieira”.

sábado, 13 de dezembro de 2008

A HISTÓRIA E O CONCEITO DA SEMANA - V

OS MOVIMENTOS
Ainda no aspecto dos movimentos que emergiram da Revolução Industrial, e já depois do anterior registo sobre esta matéria, no episódio IV aqui inserido, encontramos informação relacionada com o que se referia que “desconhecidos lançaram uma bomba” em Chicago, parece que a mesma terá sido lançada pela própria polícia.
Curioso é ainda verificar os títulos e manchetes dos jornais da época, em que colocavam os trabalhadores manifestantes em grau de autênticos vândalos, como, por exemplo: «A prisão e os trabalhos forçados são a única solução adequada para a questão social»; ou ainda: «Estes brutos só compreendem a força, uma força que possam recordar por várias gerações» (in JPN (Jornalismo Porto Net), Universidade do Porto, Ciências da Comunicação).
Calcula-se que na greve geral realizada em 1 de Maio de 1886, em Chicago e outras cidades americanas, tenham estado envolvidos mais de um milhão de trabalhadores.
Entretanto aglutinam-se movimentos, sendo em Inglaterra que surge a primeira estrutura organizada de trabalhadores.

MOVIMENTO LUDISTA, CARTISTA E TRADE UNIONS
Os nomes destes movimentos ficaram muito conhecidos não só pela acção desenvolvida, mas também com inspiração nos nomes de pessoas que foram seus impulsionadores e figuras principais.

LUDISTA (1811-1812)
Em 1811 surgiu o primeiro movimento, mais conhecido por LUDISTA, derivado do nome de Ned Ludd, um dos líderes deste movimento. Os Luditas tiveram acções com actos violentos, invadiam as fábricas, destruíam máquinas, porque entendiam que, sendo mais eficientes que o homem, lhes retirava o trabalho em contraponto com as duras e exorbitantes horas da jornada de trabalho. Este grupo ficou conhecido como os «destruidores de máquinas». Este movimento surgiu em Inglaterra e de seguida os operários mais experientes começaram por adoptar uma mais eficiente forma de luta, como a greve e o movimento sindical.

CARTISTA (1837-1848)
Na sequência do anterior, surgiu depois o movimento Cartista, que consistia já numa organização sindical mais estruturada e tinha como objectivos a reivindicação de melhores condições de trabalho, a saber:

- Limitação de oito horas por jornada de trabalho.
- Regulamentação do trabalho feminino.
- A extinção do trabalho infantil.
- Dia de folga semanal.
- O salário mínimo para todos.

Este movimento ainda se infiltrou nas lutas de direitos políticos, como o sufrágio directo e universal (em princípio apenas para homens, na época), a extinção da exigência de propriedade para se candidatar e integrar o Parlamento e o fim do voto censitário (que ou aquele que paga censo). E com estas acções, este movimento destacou-se pela organização e forma de actuação, chegando a obter alguns direitos políticos para os trabalhadores.

TRADE UNIONS
Embora aligeiradamente, porque demasiado conhecidas, uma breve referência a estas organizações que, penso, ainda existem nos Estados Unidos da América. Detinham um considerável nível de ideologia e organização, tendo sido no século XIX o período fértil para a produção de ideias antilebrais, seja na obtenção de conquistas de benefícios do capitalismo, seja ainda na organização do movimento revolucionário, que tinha por objectivo a construção e aplicação do socialismo, em direcção ao comunismo. O principal instrumento de luta destas organizações era a greve.

*****

Este tema é muito aliciante (historicamente), pelo que naturalmente não se esgota agora e só com estas reduzidas descrições. Temos, obrigatoriamente, que voltar ao tema em próxima oportunidade.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A HISTÓRIA E O CONCEITO DA SEMANA - IV

Após alguns episódios descritos em páginas anteriores deste blogue, relacionados com a história e o conceito da semana, determina-me a consciência que, sobre este trabalho, descreva uma vivência pessoal experimentada em tempos não muito recuados.

DE SOL A SOL
Hoje as leis e outros tratados definem o conceito de horário de trabalho semanal de forma clara, inequívoca e sem ambiguidades. Mas ainda vivi, principalmente na agricultura, o que actualmente parece ser inaceitável e inconcebível. É que se trabalhava de sol a sol. Ou seja, o horário de trabalho, como vamos ver em outras circunstâncias, não tinha hora de início e fim.
Iniciava-se ao nascer do sol e terminava ao pôr-do-sol. E o sinal era dado pelos sinos, nos toques das Trindades. Lembro-me com clarividência que até o pequeno-almoço não eram ovos batidos e toucinho (tradicional americano), mas um copo de bagaço ou outro tipo de aguardente, que os mais idosos não dispensavam, antes de iniciar o trabalho, ainda o dia não clareava.

AS HORAS DE TRABALHO SEMANAL
A revolução industrial, que modificou e ampliou muitos conceitos a partir do século XVIII-XIX e dados históricos entretanto publicitados, colocam o horário de trabalho em cerca de 80 horas semanais, principalmente por volta do ano de 1780. O que em boa verdade, era praticamente equivalente a trabalhar de sol a sol.
Já por volta do ano de 1820, as estatísticas apontavam para 67 horas semanais. Em 1860, o horário de trabalho cifrava-se em 53 horas por semana.
Falta-me agora aqui o Estatuto do Trabalho Nacional, uma das primeiras legislações laborais e que falava no horário de trabalho em Portugal.
Mas creio que ainda há muita boa gente a lembrar-se que o horário de trabalho era de 48 horas semanais, de segunda a sábado.
Depois aparecem as definições de “semana inglesa” e da “semana americana” e sua adaptação em Portugal, que abordaremos mais tarde com os respectivos argumentos para as poder utilizar.

OS MOVIMENTOS E O 1º DE MAIO
Todas estas situações históricas desaguaram, muitas delas, em consequências nefastas para muitos trabalhadores, sendo a mais conhecida a revolta e a greve dos trabalhadores americanos da cidade de Chicago, em Maio de 1886, que encheram as ruas desta cidade e reivindicavam a jornada de trabalho para 8 horas diárias, com a participação de milhares de pessoas. Esta acção estendeu-se ainda durante mais alguns dias, havendo um pequeno levantamento no dia 3 de Maio, que acabou com uma escaramuça com a polícia e na morte de alguns manifestantes. No dia 4 de Maio uma nova manifestação foi organizada, como protesto pelos acontecimentos anteriores. Desconhecidos lançaram uma bomba contra a polícia, que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. Em resposta, a polícia abriu fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas de outras. Ficou esta acção conhecida como a Revolta de Haymarket.

Três anos depois, em 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu, por proposta de Raymond Lavigne, convocar anualmente uma manifestação com o intuito de lutar pelas oito horas de trabalho diário. A data escolhida foi o dia 1 de Maio, em homenagem às lutas laborais de Chicago.

Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação ocorrida no norte de França é dispersada pela polícia, dando origem à morte de dez manifestantes. Este acontecimento reforça o dia de luta dos trabalhadores e meses depois a mesma Internacional Socialista, realizada em Bruxelas, proclama esse dia como dia internacional da reivindicação das condições de trabalho.

O TRABALHO E OS REGIMES POLÍTICOS
Sabemos, agora, como até governos houve que se aproveitaram politicamente deste dia para proclamar as suas ideologias, assim como para reprimir, prender arbitrariamente e, até, torturar quem se manifestasse nesse dia.

Em Portugal, como se sabe, o dia 1 de Maio não era feriado. Só passou a ter esse estatuto legal a partir da revolução de 1974, assistindo-se, naquele dia, a uma manifestação de unidade de todo o povo trabalhador como nunca aconteceu, quer em Portugal, quer noutros países onde a democracia já ia de idade mais avançada.

Voltaremos a este tema oportunamente.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O CONCEITO E A HISTÓRIA DA SEMANA - III

Ainda sobre a origem da semana e sua constituição como unidade de tempo, no conceito anterior faltou um facto que refuto historicamente importante. Trata-se de abordar a constituição da semana de dez dias e a sua transformação em semana de sete dias.
A semana de dez dias era um ciclo adoptado pelos Egípcios. Posteriormente foi transformada em semana de sete dias, como a seguir explicamos. Também iremos comparar como é que havia esta diferença entre os dois conceitos de contagem da semana.
Na nossa opinião, o conceito de semana começa a ser abordado na Bíblia, no Antigo Testamento. No livro do Êxodo, capítulo 16, versículo 22 e seguintes, aparece o primeiro texto que aplica o substantivo “sábado” (shabbat). No livro do Génesis, capítulo 2, versículos 2-3, surge apenas o verbo shabat.
Logo, isto induz que durante a travessia do deserto já se apresentava a semana de sete dias. Vejamos esta citação bíblica: “Vede que o Senhor vos deu o sábado; e é por isso que vos dá, no sexto dia, o pão para os dois dias. Fique cada um onde está, que ninguém saia do seu lugar no sétimo dia. E o povo descansou no sétimo dia” (Êxodo, cap. 16, verss. 29 e 30).
Não vamos escalpelizar o conceito religioso desta citação bíblica, mas dizer que se supõe que havia sete dias de actividade e um dia dedicado à santificação, ao descanso. Poderá afirmar-se que no livro do Génesis, o relato da criação já apontava para sete dias. É precisamente aqui que podemos citar a diferença entre os 10 dias do conceito egípcio, para os sete dias do conceito do povo hebreu. Vejamos:

1º DIA: - É criado o céu e a terra (mas não é bom, porque tudo ainda está escuro); separa-se a luz das trevas e isto é bom.
- Esta situação corresponde aos dias 1 e 2 do ciclo de 10 dias.
2º DIA: - É criado o firmamento e separam-se “as águas de baixo” das “águas de cima” e é bom.
- Situação que corresponde ao terceiro dia do ciclo de dez.
3º DIA: - A Bíblia relata duas acções de Deus:
a) – Separa as terras dos mares e vê que é bom.
b) - Que a terra produza verdura, erva com semente, árvores, frutos, etc.
- Esta era a situação que correspondia ao quarto e quinto dia egípcio.
4º DIA: - É criado o sol, a lua e os luzeiros do céu, e era bom.
- Correspondia ao sexto dia egípcio.
5º DIA: - São povoadas as águas com espécies marinhas, e criadas as aves. Era bom.
- Era o sétimo dia no Egipto.
6º DIA: - Criados os seres vivos, segundo as suas espécies:
a) – Os animais terrestres, domésticos, repteis e animais ferozes.
b) – Criou o homem e a mulher e completa a obra e Deus vê que tudo isto é bom.
- Esta situação corresponde, conforme as alíneas, ao oitavo e nono dia egípcio.
7º DIA: - Deus descansa face à obra da criação realizada. É o 10º dia egípcio.
Fica assim sintética e resumidamente, naturalmente com algumas situações incompletas, a explicação da diferença entre a semana de sete dias e a semana dos dez dias egípcios.

**********

Este conceito pode trazer à colação estudos teológicos, pois existem dois relatos da criação. Esses relatos têm de ser entendidos, percebidos e interpretados à luz das tradições que passavam de geração em geração, sendo uma conhecida pela tradição Yahvista e outra proveniente da tradição Sacerdotal.
Com o desterro do povo hebreu para a Babilónia e no conceito monoteísta que este povo já adoptava, seguia e cumpria, acentuou-se o cumprimento do dia santificado, o sábado. Os babilónicos dedicavam especialmente o culto a alguns deuses, principalmente a lua, uma vez por mês. Na Babilónia, o dia Shabbatu significava o dia de “apaziguar os deuses” (palavra de origem suméria, significa “apaziguar corações”). Deve-se aos sábios sacerdotes semitas, durante o exílio na Babilónia, o terem criado um povo, uma religião monoteísta granjeando enormes ofertas desse povo desterrado e sofrido, unificando os imensos clãs ao criar o mito de um povo chamado Israel. Isto deu origem ao povo judeu, após a queda da Babilónia, com o apoio dos persas autorizaram os sacerdotes a acompanhar o povo na sua libertação (a segunda) e a regressar à destruída Jerusalém.
Não há indícios de datas em que os deuses transformaram o sábado. Mas os semitas hebreus seguiram sempre originalmente uma semana de dez dias. O Egipto, no tempo dos Faraós – que durante muito tempo dominaram Canaã e os ancestrais dos hebreus – tinham, como foi dito, uma semana de dez dias, quando se percebe e compara a astrologia que divide o ano e o Zodíaco em 36 secções de aproximadamente 10 dias. E o ano era constituído por dez meses, sendo o mês de Março o primeiro do ano.
Para terminar, parece-nos que é na Babilónia que os semitas hebreus só vieram a conhecer o ciclo de SETE dias, apesar da influência egípcia na cultura dos hebreus e foi com esse contacto na Babilónia que os sacerdotes adoptaram da cultura babilónica a semana de sete dias, cerca de 700 ou 500 anos a.C., embora pareça existir uma contradição entre esta situação e a que foi apontada no início, com a citação da Criação.
Havia mais curiosidades a apontar sobre este assunto.

Mas ainda não foi desta que termina o conceito e a história da semana, pois a semana de trabalho tem também aqui uma referência muito especial, principalmente nos horários, o tempo de trabalho, as reivindicações, etc. Fica para a próxima página e logo que possível.

domingo, 23 de novembro de 2008

IGREJA DE SANTA MARIA DE LAMAS

Não só a Igreja de Lamas do Vouga, mas também a localidade tem uma considerável extensão de dados históricos, remetendo a sua redacção para o termo "século anterior", quando os elementos foram recolhidos em 1959. Sabemos que se queira referir ao século XIX. A sua descrição histórica está inserida no documento de que nos temos socorrido, que é o Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul – 1959. Vamos tentar resumir o que consideramos essencial.

Vouga foi cabeça de antigo concelho que, no fim da idade média, abrangia algumas freguesias envolventes, no todo ou só em parte. O principal aglomerado deveria ter sido o de Arrancada, que ainda hoje conserva regular conjunto de velhas casas.
A última concessão do julgado de Vouga fê-la D. João I, em 1398, com todos os bens que eram de Egas Coelho, passado a Castela, a Diogo Lopes de Sousa, 18º senhor da grande casa de Sousa. Veio, por herança, aos condes de Miranda do Corvo e depois marqueses de Arronches, e aos duques de Lafões.
A época constitucional ainda aqui organizou um concelho do novo tipo que acabou em 1853.
De grande interesse é, porém, para a história, na primeira reconquista, dos séculos IX e X, na recuperação muçulmana seguinte, até ao definitivo domínio cristão no século XI. Nenhuns restos materiais encontrámos dessas épocas; o que igualmente nos tem acontecido em outros pontos em que uma boa documentação revela o antigo povoamento local.
Essa importância na alta Idade Média teve como base os nateiros dos mencionados rios (
Vouga e Marnel aqui omitidos pelo resumo a que procedemos), que aqui alargam, região vasta a que podemos chamar a confluência fértil.
Esta razão foi completada pela linha de trânsito sul - norte. O estudo topográfico geral convence que esse atravessamento fluvial deve remontar às pistas aborígenes e que sempre foi decalcado pelas estradas até à actualidade.
As ruínas romanas do cabeço dominante, que muita impressão fez nos nossos antigos escritores, deviam ter-se mantido destacadas por largo tempo. Há anos atrás foram as suas subestruturas postas a descoberto. Este ponto, pois, tem de merecer sempre cuidadosa atenção aos estudiosos tanto da época clássica como da Alta Idade Média, e ser tido em conta quer em identificações quer em conceitos históricos gerais.
A igreja, na primeira reconquista, deveria ter assentado no sítio em que se manteve até ao século passado (séc. XIX, como acima previmos), na margem sul do Rio Marnel.
Formou pequeno mosteiro que aparece designado «mosteiro do Marnel a que chama Santa Maria de Lamas». Doado em 957 por Indérquina Pala a S. Salvador de Viseu, foi todavia, no ano 961, na grande doacção que a mesma fez ao mosteiro de Lorvão, incluído com aquele e as vilas rústicas que tinham naquela região. A vila de Lamas volta-nos a aparecer noutra doação ao laurbanense, em 981, por Gonçalo Mendes. Essa categoria de mosteiro desapareceu com o novo domínio muçulmano.
Em documento de 1050, já próximo à reconquista definitiva, a vila rústica de Santa Maria de Lamas encontra-se relacionada entre os bens, recebidos em herança e a recuperar, de Gonçalo Viegas e de D. Châmoa, além de Pedaçães com outros em riba Vouga.
O padroado da Igreja esteve na casa de Aveiro, passando à coroa.


Quanto à Igreja, destacamos apenas:
Até ao século XIX o sítio da igreja foi em ponto baixo e fronteiro, na margem esquerda do Marnel, a montante da antiga ponte. Visitamos o local, transformado em campo de cultura. Vêem-se ainda restos da capela-mor, que são incaracterísticos. Nos trabalhos de arroteamento têm aparecido ossos, encontrando-se alguns arrumados num recanto da mesma capela-mor. Vimos ali restos soltos de azulejos servilhanos de aresta do século XVI, de diversos padrões, tendo sido recolhidos outros pelo proprietário da terra.


Nota final:
Pelo tempo decorrido após este inventário e respectivos estudos, a descrição que acabamos de transcrever pode estar já ultrapassada pelos mais recentes estudos e trabalhos realizados nos locais. Na falta de elementos, apresentam-se ao menos os que já se encontram publicados.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

MINISTRO É SERVIR?

Em Setembro de 1996, no Jornal Paroquial «Valongo do Vouga», do qual era director o Pe. António Ferreira Tavares, havia uma rubrica intitulada "ÚLTIMA COLUNA", da minha autoria e que abordava comentários sobre alguns problemas ou acontecimentos da altura. Num desses comentários que, actualmente, como antes, não quero que se misture com especulação política e a que dei o título acima, dizia o seguinte: --------------------------------------------------------
.
"Em tempo recente, estávamos a fazer um trabalho paroquial e deparámos com um problema que nos assaltou o espírito: isto de servir, em cargos públicos ou não, não é para auferir benesses e privilégios.
Escrevemos ainda que «o exercício da autoridade, na Igreja, no Estado ou em qualquer outra Instituição, deve ser ocasião de serviço». Mas não parece ser o caso de certas pessoas no exercício dos seus cargos.
Lembrei-me dos Ministros e consultei alguns livros que me dessem o significado da palavra e, num livro, surge uma definição de «membro de qualquer governo, geralmente com funções determinadas»; no dicionário da língua portuguesa, 6ª edição, da Porto Editora, define que é «aquele que está encarregado de um ofício ou função; servidor; executor» e lá está que a origem da palavra deriva do latim «minister», quer dizer, «que serve».
Podemos ficar cientes que, afinal, ser ministro de um cargo no Estado (ou na Igreja), é para servir e não para servir-se.
Por outro lado, admiramos bastante todos aqueles que ainda conseguem arranjar disponibilidade para estar ao serviço das instituições, (até no caso da nossa freguesia) sejam elas culturais, desportivas, religiosas ou outras. Tornar-se disponível para estar ao serviço dos outros, é preciso muita força e muito desprendimento e nunca pensar em tirar proveito de certos cargos, sejam eles pecuniários, sociais ou outros. Só assim é que se consegue o carisma e a plenitude total do significado servir.
Contudo, era pura ilusão o meu raciocínio e descabido de qualquer factor que se enquadrasse num sonho de ver todas as pessoas ao serviço umas das outras, em completa harmonia e concórdia, enfim, numa entre-ajuda perfeita e total. Ou seja: SOLIDARIEDADE.
E essa ilusão foi violentada quando olho para o lado e vejo numa página do Jornal «Expresso» de 7 de Setembro de 1996, uma notícia cujo título dizia; «Portugal tem 227 políticos na reforma» e no corpo da notícia se mencionava que estes iriam custar à Caixa Geral de Aposentações (ao país, dizemos nós) mais de 100 mil contos, o que dá uma média de 400 contos mensais por cada um. Menciona ainda os seus nomes, com remunerações por acumulações de outros cargos. E para obter aquela reforma é apenas necessário que sejam cumpridos oito anos de vida política.
E aqueles que labutam durante dezenos de anos de trabalho, e depois auferem reformas aviltantes, entende-se desde já que os comentários ficam dispensados.
É difícil aceitar este estado de coisas pois, para alguns, servir é mais que isso. É arranjar meios para que a vida sorria melhor..."

Prezado bloguista:
Por favor não confunda a ideia de então, que até está expressa em escudos, moeda em vigor na altura, para aquilo que é susceptível de acontecer passados doze anos. Ou seja, parece que pouco ou nada se alterou. Ou, talvez, se acentuou ...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O CONCEITO E A HISTÓRIA DA SEMANA - II

Voltamos ao tema do conceito da semana e dos dias que a compõem. Antes de mais, queremos particularizar os dois dias principais da semana; o sábado e o domingo.

SÁBADO: - É o sétimo dia da semana. Deriva do hebreu Shabbath e do latim Sabbâtu. Em hebreu é ainda conhecido com a denominação de Sabat. Dia consagrado pelos hebreus ao culto e ao descanso. Uma nota para dizer que a morte de Cristo foi um tanto atribulada e controlada quanto ao tempo de execução, pelo que a Sua situação devia ser resolvida na sexta-feira, antes do pôr-do-sol, uma vez que logo a seguir ao pôr-do-sol, era o sábado e nesse dia os Judeus nada faziam nem o julgamento ou o sepultamento de Cristo. O dia de culto já vinha do tempo de Moisés, pelo que este dia está ligado a numerosos acontecimentos de carácter religioso, como a Criação, para o povo hebreu monoteísta.

Este dia também é conhecido, na crença popular da idade média, pela assembleia nocturna de bruxos e feiticeiras, presidida por Satanás. Aí se praticavam conjuras criminosas à meia-noite de sábado.

DOMINGO: - Primeiro dia da semana. Segundo o cristianismo, foi consagrado por Deus ao descanso e às liturgias divinas, instituído para lembrar a Páscoa da Ressurreição e o Pentecostes, ocorridos neste dia. Deriva do latim "dominïcus". É ainda conhecido no latim por "dies dominïcus", que significa Dia do Senhor. Parece-nos, contudo, que nada impede que se lhe chame Dia do Sol, Dia da Luz. Afirmamos isto com base na língua inglesa, que chama Sunday ao domingo. Se em inglês Sun quer dizer sol, luz, e day é dia, entende-se que se pode adoptar esta denominação sem grandes dúvidas, uma vez que já ouvíamos chamar ao domingo o dia do sol, mas não a explicação. Pode ser esta a sua origem. Quadros abaixo sobre o nome dos dias da semana.

O TERMO "FEIRA" NA LÍNGUA PORTUGUESA

O facto de se chamar, em português, aos restantes dias da semana segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira, tem como origem uma campanha da Igreja Católica, que pretendia abolir os nomes pagãos, santificando os dias da semana, como ainda se mantém. Parece que esta campanha no continente europeu só vingou em Portugal. O termo "feria" significa dia de mercado, dia santo, em latim. Ao sentido de mercado que temos na palavra "feira", na idade média os dias santos eram dias de mercado.
Como antes se refere, os dias da semana têm os seus nomes em português devido à liturgia católica, que teve a influência de Martinho de Dume. Este passou a denominar os dias da semana da Páscoa como dias santos, nos quais não se devia trabalhar.

A ORIGEM DOS NOMES DOS DIAS

A seguir apresentamos dois quadros, pelos quais podemos verificar, no primeiro os dias da semana que foram conhecidos de várias formas. O segundo quadro coloca-nos perante os dias da semana, como já foi dito, de forma egocêntrica, tendo como origem, além do latim, os deuses que eram adorados por vários povos.

Duas notas últimas além de outras que omitimos: em alguns idiomas, como no caso do espanhol, a influência católica conseguiu ainda impor o sábado e o domingo.

O imperador Flávio Constantino (280-337 d.C.), após a sua conversão ao cristianismo, mudou o nome de Prima Feria, para Dominica Dies, que foi evoluindo para Dominus Dei, que quer dizer "Dia do Senhor", como já foi dito, acabando na palavra Domingo.

Proximamente abordaremos conceitos de trabalho, duração do trabalho, além de história própria da época da Revolução Industrial.

DIAS DA SEMANA LATIM

Latim Pagão

Latim Vulgar

Latim Litúrgico I

Latim Litúrgico II

Português

Dies Lunae

Lunae Dies

Secunda Feria

Secunda Feria

Segunda-feira

Dies Martis

Martis Dies

Tertia Feria

Tertia Feria

Terça-feira

Dies Mercurii

Mercurii Dies

Quarta Feria

Quarta Feria

Quarta-feira

Dies Jovis

Jovis Dies

Quinta Feria

Quinta Feria

Quinta-feira

Dies Veneris

Veneris Dies

Sexta Feria

Sexta Feria

Sexta-feira

Dies Saturni

Saturni Dies

Sabbatum

Sabbatum

Sábado

Dies Solis

Solis Dies

Prima Feria

Dominica Dies

Domingo

DIAS COMPARATIVOS ENTRE POVOS

LATIM

DEUS ROMANO

DEUS SAXÃO

IDEOGRAMA CHINÊS

Solies Dies

Sol

Sol

Sol

Lunae Dies

Lua

Lua

Lua

Martis Dies

Marte

Tyr

Fogo

Mercuri Dies

Mercúrio

Odin

Água

Jovis Dies

Júpiter

Thor

Árvore

Veneris Dies

Vénus

Freya

Metal

Saturni Dies

Saturno

Saturno

Terra

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

IGREJA PAROQUIAL DE VALONGO DO VOUGA

Pia Baptismal do século XVI
Enquanto não cumprimos com a promessa de completar o trabalho sobre a semana, como nas páginas abaixo se menciona, pelo interesse e importância de que se reveste, acompanhada da respectiva foto, transcrevemos umas notas históricas sobre a pia baptismal que se encontra na igreja paroquial de Valongo do Vouga, do "Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul - 1959" da Academia Nacional de Belas Artes, que diz:
«De categoria é a pia baptismal. Trabalho feito em calcário, do princípio do século XVI, época manuelina; posto que não venha das principais oficinas mas da simples artificiania, é obra pouco comum. Dotada de pé curto e de secção quadrada, segue traçado octogonal na taça, produzindo um corpo de rectângulos e um de trapézios em ligação com o pé; quatro desses rectângulos são decorados de um busto de criança desnudada, cercada de haste vegetal, dois deles com um par de crianças igualmente entre a folhagem, os dois restantes só de folhagens; os trapézios do segundo sector são cheios de temas florais diversamente compostos; em cada ângulo do pé há um rosto humano e nas faces folhagens cruzadas.»

Acrescentamos que se tudo o que consta descrito sobre a Igreja de Valongo fosse aqui transcrito, ocuparia um espaço de todo incómodo para se poder ler. Assim, sempre que as oportunidades surgirem, iremos dando conta de alguns excertos descritos naquela obra sobre a Igreja de Valongo do Vouga. De destacar ainda (e temos intenção de o poder fazer) o que consta sobre a Igreja de Lamas do Vouga, cuja localidade cabe na intenção editorial deste blogue.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O CONCEITO E A HISTÓRIA DA SEMANA - I

Conceito e dados históricos:
Período de sete dias consecutivos que se inicia no domingo e termina no sábado, na maior parte do mundo, principalmente na civilização ocidental.
Ficamos a saber que com esta definição, a semana é um período de tempo, cuja expressão vem do latim “septimâna”, que significa sete manhãs.
Os relatos bíblicos também já nos apresentavam uma unidade de tempo, organizada numa semana, nomeadamente no livro do Génesis, capítulo 1, versículos 1 e seguintes. Penso que convém esclarecer (a maior parte das pessoas sabe-o) que os Hebreus contavam os dias não das zero horas às vinte e quatro horas, como agora, mas do pôr-do-sol ao pôr-do-sol. Por isso, quem consultar a Bíblia no livro indicado, vai verificar que, em primeiro lugar, aparece a tarde e só depois a manhã. Vem mesmo a jeito dizer ainda que a Bíblia deve ser lida no contexto da vida, dos hábitos, dos costumes e da região onde teve origem.


A representação da semana
A ordenação dos dias da semana mundialmente utilizada, tem a sua origem em astros e deuses, em sistema geocêntrico. Existe ainda a orientação influenciada pela liturgia cristã. Neste caso, a semana começa à segunda-feira e termina no domingo, sendo este o dia de descanso semanal para a maioria dos povos. O sábado e o domingo são conhecidos pelos dias de fim-de-semana.


A semana em outras religiões
Além da ordenação antes indicada para os dias da semana, em países de cultura islâmica a semana começa no sábado e termina na sexta-feira, sendo este o dia de descanso para os muçulmanos.
Existe ainda uma terceira ordenação da semana, com fundamentos bíblicos, que é seguida pelos povos da religião judaica e por cristãos sabatistas. Esta semana, como sabemos, começa pelo domingo e termina no sábado, sendo este o dia de descanso para os judeus e os referidos cristãos.
Convém acrescentar que não se devem comparar nem alinhar calendários semanais de diferentes culturas, credos ou religiões, pois, além de desrespeito, retira-lhe a ordenação e o significado das suas origens.


A origem do período de sete dias
A semana deve ser compreendida e aprofundada um pouco no sistema geocêntrico, que referimos antes, pela adoração dos astros, adoração dos deuses, mitologias e crenças, religiões e ciência. Ou seja, tudo aquilo que originou a contagem dos sete dias, a denominação e o significado de cada dia em cada povo e idioma, e as suas relações de um com o outro.
O ciclo lunar tem ainda nesta matéria bastante influência na semana de sete dias, pois algumas nomenclaturas pagãs ou religiosas tem a sua origem astronómica na divisão inteira de 29 dias em quartos, ou seja, um ciclo lunar.


A SEGUIR:
Para não maçar, ficamos por aqui. Logo que possível, abordaremos a origem dos nomes dos dias da semana, a transformação do ciclo de 10 dias do Egipto para o ciclo de 7, a ver se conseguimos, depois disto, entrar na semana da Revolução Industrial.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O CONCEITO E A HISTÓRIA DA SEMANA

Caros companheiros;



Há já uns dias que não apareço. Mas não me esqueci.

É que após ter escrito o apontamento sobre o fim-de-semana, alguém me desafiou que seria curioso aqui publicar alguma coisa sobre a semana, desde o seu conceito e início, os dias da semana, o tempo de trabalho e a sua evolução.

Acho que é um desafio sério, mas também muito interessante.

Não tenho "bagagem", conhecimentos ou outra formação que me habilite a dissertar sobre este assunto.

Mas se me "ameaçam", também sou capaz de responder, entenda-se, claro, positivamente. E prometi a quem me "desafiou" que iria apresentar aqui mesmo um trabalho sobre este assunto. Assim, há que meter mâos à obra e demonstrar que, quando queremos, somos sempre capazes de alcançar "o objectivo" desejado, utilizando a linguagem futebolística.

Daqui a algum tempo aqui teremos alguma coisa sobre a semana e essas coisas todas.

Até daqui a algum tempo...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

MAS QUEM INVENTOU O FIM-DE-SEMANA?!

Você já parou para pensar nisso? Há quanto tempo você acredita que existe o fim-de-semana?
5 Mil anos?
2 Mil anos?
500 Anos?
O primeiro fim-de-semana surgiu em 1908 e foi adoptado por uma empresa de moagem de milho, de Nova Inglaterra, para acomodar os trabalhadores judeus que não trabalham ao sábado, e os cristãos que não trabalham ao domingo (porque até Deus descansou no sétimo dia).

Surpreso?
O fim-de-semana começou a ser adoptado por TODAS as empresas dos EUA, e a Europa só o fez somente em 1940! Há apenas pouco mais de 60 anos atrás! E não há 5 mil anos como alguém possa ter imaginado.
O fim-de-semana surgiu depois da Revolução Industrial.

Como funcionava antes de 1908?
As pessoas trabalhavam TODOS os dias, vendiam o almoço para comprar o jantar; ou esperavam que o milho de suas plantações crescesse para poder vender, trocar, plantar.
Hoje, nós vivemos a era da Revolução da Informação, do Indivíduo, do Conhecimento, do Empreendedorismo.
O fim-de-semana cabe dentro desta nova era?
Nem a pau!

Trabalhar de segunda a sexta das 9:00 as 18:00h? Há! Há! Há!
O engraçado é que os milhões de ateus do mundo que comemoram a chegada de um novo fim-de-semana, nem imaginam que a cada 5 dias o mundo comemora a chegada de um novo feriado religioso.
Aqueles que vivem na veia essa nova Era do Conhecimento, já abandonaram há muito o conceito de fim-de-semana.
Que venha o Final do Fim-de-Semana!

Por que não?

Acrescentamos que aqui vai uma sugestão para passar o fim-de-semana ou para o final do fim-de-semana!!! Boa!!! Não é interessante o local? Aproveitem!


(Texto adaptado para português de um blogue brasileiro chamado BIZREVOLUTION)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

CRUZEIROS

A palavra, segundo uma pequena enciclopédia que possuímos, refere uma grande cruz de pedra erguida em estradas e caminhos rústicos, nas praças das povoações, nos adros das igrejas, nos cemitérios, etc., e que se destinava a assinalar locais de acontecimentos históricos ou religiosos, públicos ou individuais, alegres ou de mortes. É o padrão da cristandade por excelência.
Os cruzeiros constituem actualmente monumentos devidamente classificados e, destes, na freguesia de Valongo do Vouga, existem dois que constam em numerosos locais de informação internauta e convenientemente registados nos organismos oficiais.
Por pesquisa feita na página oficial da internet da Câmara Municipal de Águeda e da monografia de António Simões Estima sobre Valongo do Vouga, que já citamos em páginas anteriores, podemos resumir:

CRUZEIRO DE AGUIEIRA

Soco de forma quadrangular. Coluna facetada de quatro faces com fuste listrado por caneluras, sobre plinto liso que exibe a data de 1753. Capitel com molduras lisas. Cruz latina com representação escultórica de Cristo. Templete aberto de planta quadrangular sob quatro colunas de forte êntase que sustentam vergas rectas, com cornija recta, nas quais se apoia uma copula com cobertura piramidal coroada por pináculo. É um cruzeiro de utilização inicial devocional. Além deste facto, actualmente é um marco histórico-cultural.
Pertence à tipologia de arquitectura religiosa, barroca. Cruzeiro barroco de caminho sobre base quadrangular com representação escultórica e alpendre aberto de planta quadrangular com cúpula.

CRUZEIRO DE ARRANCADA

Soco quadrangular em forma de mesa sobre pedras paralelepipédicas de faces decoradas com traços definindo losangos simulando almofadas. Coluna facetada de quatro faces com fuste listrado por caneluras, sobre plinto. Capitel com molduras lisas. Cruz latina com representação escultórica de Cristo pintada. Alpendre aberto de planta quadrangular sobre quatro colunas toscanas que sustentam entablamento corrido no qual se apoia uma cúpula com cobertura piramidal coroada por pináculo sobre pedra paralelepipédica que exibe um rótulo com a data de 1626 numa das faces e uma esfera armilar noutra.
Pertence também à tipologia de arquitectura religiosa, de utilização devocional, maneirista de caminho sobre base quadrangular, com a representação escultórica em madeira pintada. A data gravada numa das faces da pedra em que assenta o pináculo de coroamento da copula as outras faces exibem uma esfera armilar, assim como outros emblemas muito raspados. Deve tratar-se de um reaproveitamento. Dada a altura do soco onde se ergue o alpendre, a coluna do cruzeiro é atarracada em proporção à cruz.

Existem outros cruzeiros, nomeadamente em Brunhido e Valongo, mas qualquer deles não dispõe de características idênticas, sendo, talvez, de construção contemporânea em pedra.
**********
ADENDA EM 30 DE NOVEMBRO DE 2008
Recebi hoje um mail do Filipe Vidal que, no seu espírito desprendido, desinteressado e de colaboração, fez o favor de me enviar algumas fotos antigas dos cruzeiros da freguesia, neste caso os mais históricos de Arrancada e Aguieira. Neste, nota-se que a sua localização era antiga, antes da sua deslocação mais para a esquerda, pois, como se nota, estava em posição nítida de prejudicar o normal tráfego de veículos, por se encontrar muito próximo da estrada Aguieira-Veiga-Arrancada.
Apresentam-se a seguir essas fotografias, que são facilmente identificáveis:
Cruzeiro de Aguieira, à esquerda, um pouco mais recente e o de Arrancada, à direita, também recente

















O mais curioso e, talvez, inédito, é o cruzeiro de Arrancada, a preto e branco, que, por informação do Filipe, fazia parte de um hipotético espólio de seu avô, o Inspector Gomes dos Santos. A foto do cruzeiro de Aguieira, é a que foi utilizada no livro de António Simões Estima "DE UALLE LONGUM A VALONGO DO VOUGA", subsídios monográficos e que a seguir se apresentam.

Ao Filipe, além do agradecimento e reconhecimento particular que prontamente já apresentamos, quero também repetir aqui publicamente o seu espírito de colaboração, companheirismo e altruísmo. Renovo os agradecimentos.


domingo, 26 de outubro de 2008

ASSALTO À ARQUEOLOGIA DO VOUGA!!!


A estação arqueológica da Mina, mais conhecida pelo Cabeço de Vouga, está exactamente no alto daquele estratégico local e pudemos recentemente verificar as obras de beneficiação e arqueológicas que ali foram levadas a efeito.
Todos sabemos da importância dos trabalhos desenvolvidos, quer pela Câmara Municipal, quer por outras instituições oficiais, segundo cremos. Mas não é isso o que exactamente importa agora evidenciar.
Importa salientar que o legado histórico que ali se encontra é de importância inquestionável. E, por tudo o que sabemos, já Sousa Baptista ali tinha desenvolvido algum trabalho de escavações, donde terão sido retirados materiais, antes ou por volta dos anos cinquenta que, recuperados, constituíam, naturalmente, objecto de mais estudos e mais interpretações e respostas históricas, quer do local, que da região envolvente, desde Lamas do Vouga, Macinhata do Vouga, Valongo do Vouga e até a Trofa. Admite-se que foram legados a instituições credíveis na matéria.
O local está devidamente protegido, tem ali pessoas a tempo inteiro que vão vigiando e procedendo a pequenos trabalhos de limpeza, arrumação e conservação, até ao técnico de arqueologia que, com o qual não nos foi possível trocar algumas impressões ou obter outras informações, vai paulatinamente fazendo estudos, registos e restauros. Nos comentários que vamos vendo em tudo quanto é sítio, só vemos coisas negativistas. As positivas, como estas e outras de maior impacto que felizmente vão acontecendo, só raramente aparecem nas ribaltas e em manchetes. A maior parte é esquecida!
Porém, não há bela sem senão. Nos muitos e já demasiadamente publicitados assaltos que campeiam por cá, até o local que não tem nada que interesse (dizemos nós), a não ser arqueologia, foi assaltado já por duas vezes. Um dos assaltos ocorreu recentemente, por altura do fim-de-semana 10 a 12 ainda do corrente mês de Outubro e um outro assalto ocorrido em igual período da semana do fim de Setembro.
Dali todo o pouco que levaram era muito para quem ali trabalha, nomeadamente algum material de comunicação e até o computador portátil que o arqueólogo possuía. Está agora a trabalhar num equipamento que alguém da Câmara lhe emprestou. Da segunda vez, até um extintor serviu… além dos prejuízos provocados e ao que parece demoram as reparações.
Mas também serve o local, tal como está arranjadinho e de fácil e rápido acesso, além de escondidinho e fora das vistas directas de quem passa na estrada, para outras actividades menos próprias e ilícitas, ao que consta frequentado até por veículos que não escondem a sua identificação, pela publicidade que no exterior normalmente ostentam, e que certamente tem a ver com o narcotráfico.
Sabe-se que as autoridades estão ao corrente das situações que ali se desenvolvem, parece que apenas só falta apanhar em flagrante os participantes directos nessas acções, pelo que o mais avisado será todos aqueles que por ali passam deixar de o fazer.

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