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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Vouguinha

Do muito que aqui tem passado sobre o Vouguinha e o seu comboio, deixo sem mais comentários alguns vídeos que andavam por aqui postados pelos seus autores, que vão devidamente identificados e a quem peço licença para deles fazer alguma apresentação....








quarta-feira, 28 de setembro de 2011

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO - XLVIII

«Assistimos» ao embarque das Meninas Mascarenhas e à chegada de notícias vindas de França, que davam conta de que tudo tinha corrido de feição.
Por esta casa, propriedade de conterrâneos de Arrancada, passaram algumas personagens
 da história de "As Meninas Mascarenhas"
A sua estadia em França foi muito simpática e às meninas foram proporcionadas condições a que estavam habituadas em Portugal. Tinham mestres e professores «que lhes ensinavam as prendas próprias da sua idade e posição», dizia o narrador dr. José Joaquim da Silva Pinho.
O seu tutor resolve fixar residência em Bordéus, numa casa de pensão, onde as suas pupilas se sentiam muito bem e constituíam a admiração de todos com quem privavam. E isto durou dois anos, recebendo esmerada educação e, como era natural, «falando e escrevendo correctamente o francês, aprendendo as prendas próprias do seu sexo e fazendo a admiração de quem com elas tratava,», rematava o narrador já citado.
A vida em França era muito cara. Os recursos do dr. Joaquim Álvaro iam diminuindo, porque gastava apenas daquilo que constituía o seu património, e valiam-lhe alguns valores (a que o narrador chama de «subsídios») que a família podia dispôr e enviava para Bordéus.
As senhoras da casa de Aguieira esgotaram as suas pequenas economias e até as suas jóias foram vendidas, para que ao irmão não faltasse o indispensável e às orfãs nada alterasse os seus hábitos, podendo passar por algumas resignações.
As órfãs, escreveu-se, eram ricas, os seus rendimentos bastante avultados, mas as suas propriedades e os ditos rendimentos, bem como a casa, continuaram na administração da família das Meninas de Torredeita, desde o despacho do juiz de direito de Tondela, apesar da contestação do advogado José Rodrigues de Melo e Silva, de Travassô, que figurava nesta história como procurador de Joaquim Álvaro.
Contrariando o testamento do pai e outras decisões, o despacho do juiz de Tondela nomeava tutor das menores Gonçalo Pires Bandeira Monteiro Subagoa, de Fráguas de Mosteiro, e seu bisavô, que era quem tomava conta dos bens e rendimentos das bisnetas, o qual também se prestou a requerer procedimento criminal contra Joaquim Álvaro, este sim, tutor das menores, por testamento do morgado do Sobreiro Chão (freguesia de Valongo do Vouga).
A este assunto voltaremos, com o estratagema do regresso a Portugal - por via marítima - com um homem de Arrancada envolvido neste processo, que foi a Espanha (Vigo) buscar os viajantes, etc.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Junta de Freguesia na história - 86

As notícias de 1915!

Vista parcial da Freguesia, a partir do Pinheiro Manso (Pedrozelo)
Apesar da simultaneidade das rubricas com este título (está um post antes deste), achamos que devíamos inscrever, desde já, mais alguns episódios que as actas do princípio do século XX, bem como dos inícios após a implantação da República, nos vão mostrando o que se passava. Assim, da sessão da Junta de Freguesia de Valongo do Vouga realizada em 25 de Julho de 1915, fomos buscar as seguintes notícias e acontecimentos:

«E aberta a sessão, depois de lida, aprovada e assinada a acta da sessão anterior, procedeu-se à leitura do expediente, que constava do seguinte:
Ministério da Instrução (este e os destaques seguintes, são da nossa autoria): - Um ofício do Ministério da Instrução, devolvendo a esta Junta a planta do projecto da casa da Escola, aprovado. A Junta ficou inteirada.
Subsídio: - O conhecimento do depósito número quarenta e sete mil quinhentos e dez, Livro oitenta e um, da Caixa Geral de Depósitos e Instituições de Previdência, na importância de mil escudos, provenientes do subsídio do Estado a esta Junta para a construção da Escola. Este depósito deu entrada na dita Caixa Geral de Depósitos em trinta de Junho do corrente ano.
Obras das Escolas: - Um mapa do fiscal da construção da Escola, contendo o orçamento dos trabalhos executados, a fim de se realizar o pagamento ao respectivo empreiteiro. Segundo esse orçamento, os trabalhos executados são avaliados em novecentos e dez escudos e vinte e quatro centavos. A Junta ficou sciente (sic).
Pedintes: - Um ofício da Câmara Municipal de Aveiro, pedindo qualquer subsídio para as obras do liceu daquela cidade poder ser elevado a central. Foi resolvido oficiar dizendo que se torna impossível a esta Junta distrair das suas exíguas receitas qualquer quantia, pequena que seja, em vista do compromisso tomado para a construção da escola e outros melhoramentos igualmente indiáveis.
Ponte de Adofernando: - Sendo ponderado o estado de ruína que ameaça o pontão de Adofernando, foi resolvido mandar proceder imediatamente à sua reparação.»

E eram estas as notícias de 25 de Julho de 1915, da Junta de Freguesia.
A palavra «Adofernando» está assim escrita na acta.

O Acordo Ortográfico

A polémica que por aí anda, principalmente entre os entendidos linguistas, é muita. Aqui, nunca me pronunciei sobre a matéria. Porque não me julgo à altura e com formação adequada para o fazer. Mas entendo, pelo menos uma coisa.
Caricatura retirada da Net
http://www.eb1piadelalama-34.0708.maisbarcelos.pt/
As origens do português, se fossem ensinadas na escola, como a história, traria à tona muita coisa que nós não conhecemos. Ou seja, a evolução da língua materna teve um percurso, criou a dita matriz, estabeleceram-se, ao longo dos séculos, talvez tantos como a nacionalidade, as suas regras, justificando-as, quer cientificamente, quer nas suas origens. E foi com estas situações que o português se espalhou e se estabeleceu pelo mundo.
Porque venho agora aqui com esta questão? Explico:
Andava por aqui a  «limpar» a minha caixa de correio e encontrei um mail, daqueles que circulam incessantemente e que cada um de nós faz com que acabe por dar a volta ao mundo...
Abri-o e o seu conteúdo era de alguém que se manifestava contra o Acordo Ortográfico, que não conheço (um e outro), mas que pela forma como se apresenta, é, certamente, um especialista da matéria.
E é esse mail que agora tomo a liberdade de postar. Mas mais duas coisas:
Uma para dizer que nesta vida blogueira, aparecem por aí muitos colegas a anunciar, em parangonas, que adoptaram o Acordo Ortográfico nos seus conteúdos, além de sites de jornais, que seguem o mesmo caminho; e outros que, talvez revoltados, deixam muito bem escrito: AQUI ESCREVE-SE O PORTUGUÊS DE PORTUGAL.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Frei Bento Domingues

Sou um "irregular" apreciador das crónicas deste ilustre Teólogo, que normalmente faz no jornal «PUBLICO». Como porém os seus temas não cabem na orientação deste blogue, nem por isso são de excluir que um ou outro possam ser aqui postados, pelo interesse que suscitam. Bastante interessante, numa linguagem simples, a que nos habituou, vai «mostrando» como afinal as Escrituras são interpretadas e descobertos alguns «segredos». Ou não existisse a Teologia. E este, agora, como uma seta dirigida à situação que actualmente vivemos. Sem mais comentários, que não são necessários. Se tiver vontade leia...
Para ampliar, clique na imagem, como de costume....

A Junta de Freguesia na história - 85

O acidente de Afonso Costa

Voltamos ao conteúdo das actas da Junta de Freguesia, e mais propriamente à Sessão de 11 de Julho de 1915. Aconteceu (ou ia acontecendo) um suicídio? A redacção era esta:

«Por proposta do vogal Albano Ferreira da Costa foi deliberado lançar na acta um voto de profundo sentimento pelo dezastre que atingiu o doutor Afonso Costa (e depois entrelinhas) "que se atirou do eléctrico abaixo", devendo dessa resolução dar-se conhecimento ao ilustre estadista, fazendo ao mesmo tempo votos pelo seu rápido restabelecimento, para bem da Pátria e da República.»
Confesso a minha ignorância sobre este desastre (escrito com «z» na época). E fui na busca de elementos que pudessem confirmar. Ei-los:

«Sofreu, a 3 de Julho desse ano (1915), um acidente, ao saltar pela janela de um eléctrico em andamento, do qual saiu gravemente ferido. Tendo viajado para fora do país em tratamento, não pôde assumir a chefia do governo.»
Fonte: Wikipédia
Caso a sua curiosidade seja impelida, além da Wikipédia, pode ver mais alguma coisa da sua biografia por aqui.
Foto obtida do site aqui indicado.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ABSENTISTAS!

Pois é. Tenho andado em estado de absentismo blogueiro o que se torna inadmissível e com alguma falta de respeito para com os visitadores deste canto à beira do Marnel plantado.
Na realidade alguns contratempos, aliados às misturas de algumas horas com outros trabalhos que tenho entre mãos e numa fase em que, agora, não convinha nada interromper, porque, na minha opinião, tal trabalho que estou a tentar desenvolver, tem muitos dias intensos de tempo, pesquisa, apontamentos, e até de ordenação definitiva.
Aspecto parcial do campo «Bastos Xavier» da A.D. Valonguense
Falta apenas que, tecnicamente, seja revisto. Mas para isso é preciso terminá-lo.
Penso, modestamente, que tem algum interesse. Admito até estar revestido de algum valor histórico.
Digo assim, porque sou eu que faço o trabalho e, por mim, rodeio do maior interesse o trabalho dos outros e não o meu. Este quero que seja sério, mas discreto. Desvendando um pouco mais, sei que «ver» a história e dar-lhe apresentação, ordenação, rigor e coisas do género, requere mais que pegar nos factos e «deitá-los» num papel. Há que proporcionar o respeito pela organização, pela apresentação, pela descrição e outros aspectos técnicos e da credibilidade de que carecem, mesmo para autodidactas, como eu.
Estou a tentar fazer tudo isso. Já falta menos para acabar, que no princípio, quando não havia nada...
Voltarei com assiduidade - o oposto de absentismo!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Template do Marnel

Sabe-se que quem anda nestas andanças blogueiras, apanha algumas manias. Também apanhei...
Algumas delas é a constante mudança de Templates, que o próprio servidor coloca ao serviço dos utentes blogueiros. Eu também estou apanhado pela mudança de visual, de vez em quando. Foi o que aconteceu com este que agora serve de apresentação das coisas do Marnel, e, às vezes, de fora do dito.
Encontrei este modelo que me pareceu interessante. E os meus comparsas da actividade e os visitadores estarão agora com curiosidade em saber as razões desta mudança. Não por que o anterior não fosse mais interessante, condizente, mais «duro», de aspecto forte, ou outra coisa parecida.
Este é um pouco a cheirar mais a mimosa (embora as mimosas já lá vão), mas tem a ver com qualquer coisa do local denominado Marnel. As flores o verde, as aves e animais, etc.
Foram, em tempos ainda não muito remotos, férteis terras de culturas, principalmente naquela área enorme que vai da ponte do comboio, onde agora está a ETAR (se não for EATR é parecida), até lá ao fundo junto de Lamas. Por toda essa área havia plantações e culturas de arroz, que fornecia alimentação a muita gente. Hoje é silvas, silvedos, floresta, é um microclima já muito raro e uma floresta onde se encontra um verdadeiro "santuário" que serve de refúgio e nidificação de várias espécies de aves e animais. Quando por lá passo penso que de cada vez que lá vou vejo sempre uma espécie diferente, além de ser assustado, no meio daquele silêncio onde só se ouve - quando há - o refulgir de alguma brisa e o canto de alguns pássaros, pelo bater das asas do pato bravo que por ali anda em bandos de quantidades aceitáveis.
É por isso que este template foi adoptado, por apresentar algumas semelhanças com o verde e a pequena floresta do Vale do Marnel, onde ainda existem lendas aterradoras de bruxas e bruxedos, para além das escavações da antiquíssima igreja de que fala o romance de Vaz Ferreira, «Os Senhores do Marnel», que nunca mais se reiniciam. Mas o altar - ou o que resta dele - ainda lá está e aqui deixamos algumas imagens. De acrescentar ainda que naquele local encontra-se um razoável monte de ossadas, que certamente tiveram e terão tido origem no local, e que lá estão à mercê de qualquer pessoa menos consciente quanto ao valor histórico e antropológico daquele material humano, sabe-se lá de quando!

O que resta e o que lá colocaram num pseudo altor-mor. São visíveis as ossadas, na vitrine, por trás da vela vermelha

O altar mor está reduzido a este montão de algumas coisas inúteis, mas que as pessoas persistem em lá colocar

No mesmo local do altar, até esta estampa de imagens religiosas lá foi colocada, que inclui a foto de um cadáver numa urna.
É perfeitamente visível este quadro tétrico

A Câmara Municipal, com vista a preservar o local, mandou fazer esta cobertura, que ainda está na mesma.
Valha-nos ao menos isto. Mas o resto vai desaparecendo, como já desapareceu muita coisa.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A ponte do rio Vouga

Está interdita

Esta coisa da interdição ao trânsito de veículos na ponte sobre o Rio Vouga (referimo-nos à ponte secular, com aquela característica da curva ao meio), trazia-me preocupado pela confirmação dos factos que sentia necessitar. Ou seja: VER. Quer dizer, queria ver o que ela tinha. Claro que já aqui ao facto me tinha referido. Mas de outra maneira.
Agora, nesta altura, sem água no leito do seu rio, é que era a altura ideal de se poder «matar a curiosidade». E lá fui. Claro que não vi tudo e mesmo a olhar para aquilo, talvez não nos apercebemos do perigo que ali esteja, porque a maior parte dele estará, também e principalmente, debaixo da pouca água que ali ainda corre, quase parada (!).
Mas lá descemos às margens e toca de espreitar o que por lá pudesse estar. E vimos que a coisa está feia, a julgar só por aquilo que os nossos olhos viram. Os pilares de suporte de um dos olhais da ponte está todo a desmoronar-se aos poucos. Uma grande parte do material de suporte (pedras em cima de pedras) já está todo esventrado. De montante e juzante.
Razões tinha o presidente da Junta de Freguesia de Lamas. Nestas coisas locais, sabe muito bem quem conhece. Só que se a gente vai dizer alguma coisa aos que não conhecem, acham que um presidente de Junta não é para levar a sério. Não sei se o levaram a sério se não. Mas desde que denunciou o facto até se tomar uma atitude, demorou muito tempo... lá isso demorou.
E para que não restem dúvidas, aqui ficam algumas fotos para comprovar os factos, que, espero, fiquem devidamente visíveis para se entender que a coisa é séria, muito séria...
E, terminando, como aquilo é secular e tem ao lado uma ponte novinha em folha, tarde e más horas se verá o «monumento» preservado. Porque é mesmo um monumento. E algumas vezes já restaurada, a última das quais, salvo erro, no tempo de D. Carlos. Se não foi no tempo deste, é no tempo de outro, talvez mais antigo... porque não me dei à pachorra de ir ver... qual foi o último restauro!
Acrescente-se, porque estava a faltar, que o aspecto da ponte, visto da base, mesmo a parte que foi objecto de restauro, quando da construção dos minúsculos passeios, não estão com bom aspecto.

Um dos pilares visto de juzante

O mesmo pilar de montante, não está com boa cara

Aspecto geral de uma velha ponte, vista do rio, com a sua beleza própria

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

As crónicas de Adolfo Portela - 4

O final do capítulo

E do que foi contado num dos post's anteriores, mesmo no final, ficou prometido - e escrito - que aqui voltaríamos com algumas conclusões do escritor Adolfo Portela. E da forma jocosa habitual, dizia assim, no fim do tal de um dos capítulos das suas crónicas.

A paisagem que desvanece
«Pronto! Se eu fosse a dizer tudo quanto Águeda tem na crónica das suas excentricidades e extravagâncias, este capítulo ficaria do comprimento do mastro de Assequins. Os casos são às centenas, por essa crónica além: galinhas que cuidam da criação de gatos; credores que emprestam capitais a juros de missas por sua alma; o caso de uns larápios de Jafafe que, tentando arrombar a porta de uma taberna com um trado, tiveram a sorte despropositada de ferir uma nádega da própria taberneira que dormia à porta da rua; aquela passagem do homem de Fermentelos, que, ainda agora, em pleno Abril de 1903, gastou toda uma noite, de caçadeira aperrada, à espera de um lobisomen que lhe devia cinco tostões... E tudo isto, variado, imprevisto, original, com todas as cambiantes de cor, grotesco e chocarreiro, a guizalhar campaínhas rachadas por esse concelho fora - é entrar, senhores; é entrrar!... - com toda a Águeda em entremez perpétuo, sem uma sombra de desconfiança ou de mau humor a perturbar a alegria límpida das almas!
Mas é forçoso parar aqui. O capítulo, tal como vai, chega de sobejo para se ficar sabendo de Águeda o que Águeda talvez já esquecesse de todo, na constante e desordenada sucessão dos casos pitorescos em que a sua vida decorre.»

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