Esta coisa da interdição ao trânsito de veículos na ponte sobre o Rio Vouga (referimo-nos à ponte secular, com aquela característica da curva ao meio), trazia-me preocupado pela confirmação dos factos que sentia necessitar. Ou seja: VER. Quer dizer, queria ver o que ela tinha. Claro que já aqui ao facto me tinha referido. Mas de outra maneira.
Agora, nesta altura, sem água no leito do seu rio, é que era a altura ideal de se poder «matar a curiosidade». E lá fui. Claro que não vi tudo e mesmo a olhar para aquilo, talvez não nos apercebemos do perigo que ali esteja, porque a maior parte dele estará, também e principalmente, debaixo da pouca água que ali ainda corre, quase parada (!).
Mas lá descemos às margens e toca de espreitar o que por lá pudesse estar. E vimos que a coisa está feia, a julgar só por aquilo que os nossos olhos viram. Os pilares de suporte de um dos olhais da ponte está todo a desmoronar-se aos poucos. Uma grande parte do material de suporte (pedras em cima de pedras) já está todo esventrado. De montante e juzante.
Razões tinha o presidente da Junta de Freguesia de Lamas. Nestas coisas locais, sabe muito bem quem conhece. Só que se a gente vai dizer alguma coisa aos que não conhecem, acham que um presidente de Junta não é para levar a sério. Não sei se o levaram a sério se não. Mas desde que denunciou o facto até se tomar uma atitude, demorou muito tempo... lá isso demorou.
E para que não restem dúvidas, aqui ficam algumas fotos para comprovar os factos, que, espero, fiquem devidamente visíveis para se entender que a coisa é séria, muito séria...
E, terminando, como aquilo é secular e tem ao lado uma ponte novinha em folha, tarde e más horas se verá o «monumento» preservado. Porque é mesmo um monumento. E algumas vezes já restaurada, a última das quais, salvo erro, no tempo de D. Carlos. Se não foi no tempo deste, é no tempo de outro, talvez mais antigo... porque não me dei à pachorra de ir ver... qual foi o último restauro!
Acrescente-se, porque estava a faltar, que o aspecto da ponte, visto da base, mesmo a parte que foi objecto de restauro, quando da construção dos minúsculos passeios, não estão com bom aspecto.
Um dos pilares visto de juzante |
O mesmo pilar de montante, não está com boa cara |
Aspecto geral de uma velha ponte, vista do rio, com a sua beleza própria |
2 comentários:
E o pior aconteceu, porque será?
Meu caro anónimo;
Penso que a observação feita nem sequer devia ser comentada. Não é porque não tenha razão e completo cabimento. Antes pelo contrário.
É que aquilo era previsto há vários anos. E pergunta: «porque será?». Admito que o meu caro anónimo poderia e deveria dar a resposta.
Por mim é relativamente simples dizer: porque a incúria, o desleixo, o desinteresse pelas coisas, velhas ou novas, interessantes ou não sob o aaspecto arquitetónico ou histórico passa ao lado de muitas sensibilidades humanas.
E ficamos por aqui, um pouco à volta das intenções que a frase suscita e manifesta claramente.
E não tenha receio de se identificar, pelo menos aqui...
Espero sempre por si.
Um abraço,
JM Ferreira
Nota: - Já sabia do sucedido e ainda não fui lá (o tempo não ajudou) para registar o acontecimento neste blogue e tirar umas fotos. Mas vou...
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