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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO - XLVIII

«Assistimos» ao embarque das Meninas Mascarenhas e à chegada de notícias vindas de França, que davam conta de que tudo tinha corrido de feição.
Por esta casa, propriedade de conterrâneos de Arrancada, passaram algumas personagens
 da história de "As Meninas Mascarenhas"
A sua estadia em França foi muito simpática e às meninas foram proporcionadas condições a que estavam habituadas em Portugal. Tinham mestres e professores «que lhes ensinavam as prendas próprias da sua idade e posição», dizia o narrador dr. José Joaquim da Silva Pinho.
O seu tutor resolve fixar residência em Bordéus, numa casa de pensão, onde as suas pupilas se sentiam muito bem e constituíam a admiração de todos com quem privavam. E isto durou dois anos, recebendo esmerada educação e, como era natural, «falando e escrevendo correctamente o francês, aprendendo as prendas próprias do seu sexo e fazendo a admiração de quem com elas tratava,», rematava o narrador já citado.
A vida em França era muito cara. Os recursos do dr. Joaquim Álvaro iam diminuindo, porque gastava apenas daquilo que constituía o seu património, e valiam-lhe alguns valores (a que o narrador chama de «subsídios») que a família podia dispôr e enviava para Bordéus.
As senhoras da casa de Aguieira esgotaram as suas pequenas economias e até as suas jóias foram vendidas, para que ao irmão não faltasse o indispensável e às orfãs nada alterasse os seus hábitos, podendo passar por algumas resignações.
As órfãs, escreveu-se, eram ricas, os seus rendimentos bastante avultados, mas as suas propriedades e os ditos rendimentos, bem como a casa, continuaram na administração da família das Meninas de Torredeita, desde o despacho do juiz de direito de Tondela, apesar da contestação do advogado José Rodrigues de Melo e Silva, de Travassô, que figurava nesta história como procurador de Joaquim Álvaro.
Contrariando o testamento do pai e outras decisões, o despacho do juiz de Tondela nomeava tutor das menores Gonçalo Pires Bandeira Monteiro Subagoa, de Fráguas de Mosteiro, e seu bisavô, que era quem tomava conta dos bens e rendimentos das bisnetas, o qual também se prestou a requerer procedimento criminal contra Joaquim Álvaro, este sim, tutor das menores, por testamento do morgado do Sobreiro Chão (freguesia de Valongo do Vouga).
A este assunto voltaremos, com o estratagema do regresso a Portugal - por via marítima - com um homem de Arrancada envolvido neste processo, que foi a Espanha (Vigo) buscar os viajantes, etc.

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