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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Política à portuguesa

No reino das confusões


Portugal dos pequeninos

Na minha qualidade de cidadão deste país, que é meu, que é dos portugueses e de todos aqueles que o adoptaram como seu, seria desvirtuar, enegrecer, desresponsabilizar-me cívicamente, culturalmente, participativamente e outras palavras com tal terminação, esquecendo tudo o que nos rodeia, tudo o que se passa, se faz e se diz.Por isso, com mais ou menos capacidades, com mais ou menos possibilidades segundo o que posso e sei, vou acompanhando o evoluir dos acontecimentos que nos dizem respeito. Poderia até emitir a minha opinião própria, mas que ficaria abafada porque ninguém me conhece, não sou mediático, não tenho posições políticas, económicas e outras influências para me tornar notado.

Mas sou admirador e fiel seguidor de umas tantas opiniões que por aqui "transitam" nesta estrada bloguista e onde encontramos, quase sempre, válidos e inteligentes raciocínios, que, necessariamente, podem não coincidir com aquilo que cada um queria que fosse dito.

Com o devido respeito pelos autores, respigo de um comentário que descobri num cantinho bloguista, ao qual faço visita quotidiana. Permitam-me transcrever uma passagem:

«Cada campanha que se abre (e que continua), nem que os próprios não queiram, tornou-se uma rotina imagem que vence o conteúdo, de quantidade que triunfa sobre a qualidade. Permanece por compreender o fenómeno perturbador em que quanto mais se grita menos se participa. Talvez na era de todas as comunicações será quando mais complexo se torna fazer passar a mensagem. A débil sociedade civil portuguesa ainda vai mais pelo «saiu na televisão» que pelas ideias concretas.»

(Alexandre Cruz, in "Pela Positiva")

Para ver o artigo completo, ("O fio do tempo") clique aqui.

Meditação de todo o tempo

Pai-Nosso revisitado


Uma adequada meditação para um fim de dia

Ó CRISTO
Filho muito amado do Pai
que está nos céus,
em Ti, o seu nome é santificado,
em Ti, é feita a sua vontade
na terra como no céu.
Tu, Tu dás-nos o pão
e Tu mesmo és esse pão.
És também perdão das nossas ofensas,
nosso suporte na tentação,
nossa libertação do Mal.
A Ti, o reino, o poder e a glória
pelos séculos dos séculos.
Tu, o verdadeiro Ámen.

Pastor Daniel Bourguet

Pode ver mais aqui

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Fé inabalável

Ramadão no mundo
...

...

Em mensagem dirigida aos crentes, a Comunidade Islâmica de Lisboa, refere que “o Ramadão representa a essência da nossa espiritualidade e é com alegria que nós nos entregamos de alma e coração ao fortalecimento da Fé que acreditamos ser inabalável.”
...
Veja comentário completo aqui...

Coisas e Loisas - 5

Rio Marnel e seus moinhos
Ex-Libris da freguesia de Valongo do Vouga "do passado"
A propósito do Rio Marnel:
Aspecto recente do Rio Marnel, na Garganta
Em Campelos, das Talhadas,
Tem o Marnel a nascente,
Onde se lava e se mata
A sede a muita gente.

Nascido num valeirinho,
Lá vem ele, encosta abaixo,
Rasgando o ventre da terra
E forma logo um riacho.

Por tantas serras passando,
Por um caminho tão longo,
Por entre arbustos e lapas,
Veio passar por Valongo.

E a nossa freguesia,
Que é um lindo Vergel,
Fica ainda mais bonita
Com a passagem do Marnel.

E o Marnel que é dotado
De uma beleza que encanta,
Tem um belo panorama
Em Brunhido, na garganta.

Mas sem querer demorar,
Cheio de pressa, a correr,
Vai levando as suas águas
E com o Vouga vai ter.

E assim, muito juntinhos,
Vão os dois a namorar,
Saltando de pedra em pedra,
Até morrerem no Mar.


(Do livro "Pedras Soltas", de Júlia Magalhães, página 7).

A seguir a este poema, a autora relata, em prosa, uma série de factos, alguns deles extintos, outros em recuperação, como aqui aludimos, sobre o Trilho das Levadas, em plena utilização desde sábado, dia 26 de Setembro, principalmente aludindo a certas "funções" que o rio desempenhou, destacando-se entre elas «o rosário dos moinhos colocados nas suas margens e que tanto valor tiveram nos tempos de antanho, pois era neles que todos os habitantes da região moíam, ou mandavam moer, o seu milho, centeio ou trigo para o seu pão, que era o principal alimento da família.»
Descreve, depois, com bastante pormenor e rigor todos os moinhos existentes numa e noutra margem, bem como os seus proprietários.
Para visitadores deste blogue e interessados por estas «estórias» seria fastidioso aqui enumerar tudo o que Júlia Magalhães descreve no seu livro. Por isso, nada melhor que consultar a obra «Pedras Soltas» ou até os seus outros livros que neste blogue já tivemos oportunidade de dedicar bastante, mas nunca demasiado espaço, nos quais predomina sempre a sua terra e o Rio Marnel.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Gente destas terras - XII

A família Pacheco Teles


Socorrendo-nos de António Simões Estima, em de «Ualle Longum a Valongo do Vouga – Subsídios Monográficos – 2003», verificamos, quando começamos a ler o capítulo que aquele autor dedica aos homens ilustres de Valongo do Vouga, que a família da Quinta de Aguieira possui uma antiquíssima genealogia.
É natural que esta génese tenha origem, como se pode ver na página 285, em Domingos João Teles e Antónia Gomes Pacheco, que por volta do ano de 1670, tiveram um filho de nome João Gomes Pacheco, que foi bispo, ilustre e importante figura do tempo. Mas, fazem-nos recuar estes pressupostos, porque era bispo e, como parece fazer-se entender, não terá deixado descendência. E assim, faz-nos pensar que o início desta genealogia pode estar em Mathias Gomes Pacheco e Francisco Gomes Arede, cujo filho, Agostinho Pacheco Teles, nasceu na Quinta do Sobreiro, em 1692, e que se formou em Direito pela Universidade de Coimbra.
Seguindo com a leitura, chegamos ao Dr. José Agostinho Figueiredo Pacheco Teles, já nascido em Aguieira, em 8 de Agosto de 1752, filho de Nicolau Baptista de Figueiredo Távora de Morais, natural de Dardavaz, concelho de Tondela, e de Joana Josefa Teles Vidal Pacheco, natural do Lugar de Aguieira. Vamos admitir que nesta data o palacete da Quinta de Aguieira já existia. É natural que seja aqui o início da existência da família Teles, Figueiredo e Pacheco.
Uma referência para uma descrição fiel, muito sucinta, inscrita no livro «As Meninas Mascarenhas», editado em 1983, por iniciativa do então pároco de Valongo do Vouga, Pe. António Ferreira Tavares, no qual esta hereditariedade é meticulosamente explicada.
Um outro pormenor a destacar é que os “Pachecos Teles” sempre desempenharam a profissão de advogados.
Provocou-nos alguma curiosidade a história que culminou com a morte, por assassínio, do Dr. Nicolau Baptista Teles de Figueiredo Pacheco, que António Estima, naquela monografia nos conta. E este era filho do Dr. José Agostinho e Maria Luiza Magalhães, residentes na Quinta de Aguieira.
Depois, o protagonista da história de «As Meninas Mascarenhas», Dr. Joaquim Álvaro Teles de Figueiredo Pacheco, nascido em 16 de Abril de 1816, era irmão do Dr. Nicolau que foi baleado na noite de 28 de Agosto de 1842, quando entrava na sua casa, pelo célebre João Brandão.
Como refere o Pe. António Ferreira Tavares, após outras peripécias contadas e ilustradas no referido livro, esta família extinguiu-se em 1902, por não haver descendência da família Pacheco Teles, que muita influência teve, económica e politicamente, na freguesia e no concelho e até no país.

sábado, 26 de setembro de 2009

Mais um Blogue de Valongo do Vouga

DesafiarTe

Este é o meu espaço... e o de tod@s aquel@s... Que as suas as vidas são movidas por desafios! Que acreditam que um mundo melhor é possível! Que acreditam em UTOPIAS... por isso vamos UTOPIAR!
...
Sei que há por aí mais, mas deixem-me desde já apresentar este Blogue, com aquele título e que está também nos «Meus Companheiros de Jornada» aqui na barra lateral.
As palavras que estão acima escritas foram copiadas do perfil. Seja como for, penso que é de enaltecer e dar a conhecer aos visitadores destas coisas bloguistas, que há ali mais alguém, de Valongo do Vouga, que está presente. Bem haja.
Um outro que conheço a existência, é o «Valongo Jovem», além de outros que há mais tempo por cá andam e que estão aqui devidamente divulgados.
Ah! Está a perguntar-me quem é? Não sei... só se me autorizarem a divulgar!!!

Trilho das Levadas

O percurso pedestre do Marnel
- Valongo do Vouga -

Temos aqui o slide, de quase todas as fotos que obtivemos hoje, dia 26 de Setembro de 2009, do percurso pedestre, integrando a rede de trilhos do Muncípio de Águeda. Este trilho, foi hoje inaugurado com apresença do Dr. Gil Nadais, presidente da Câmara Municipal de Águeda. Também lá esteve a nossa conterrânea Elsa Corga, que, como se sabe, é Vereadora da Câmara. O presidente da Junta de Freguesia, Carlos Alberto. E também lá estiveram cerca de 300 pessoas a participar de um salutar exercício, que é o de caminhar através de um percurso pelo meio do campo, das árvores, da floresta, do rio, das levadas, etc.

Foi salutar, para maioria, mesmo para os menos habituados. Muito interessante, porque deu a conhecer os recantos "escondidos" de alguns locais que, até para os de cá, não conheciam.

As fotografias são o documento parcialmente visível do que foram poucos mais ou menos 90 minutos de caminhada. E que finalizaram no Ribeiro, ali bem juntinhos do Marnel, triste, quase sem água, mas a suplicar que olhem por ele! É que sózinho não é capaz de sobreviver. Precisa dos outros, de todos, de nós os de cá e os de fora. Todos!!!

Depois o almocinho, simpático, agradável, servido pelo Fernando, da «Casa Branca», de Brunhido, a expensas da Câmara Municipal.
E chegados ao Ribeiro, apetecia mesmo comer alguma coisa. Com a ajuda de festa, das cantigas, que um grupo de pessoas integradas no folclore da Casa do Povo de Valongo do Vouga, ali apresentou com o intuito de animar a malta! É o que faz falta...
De realçar ainda o facto do nosso amigo Anselmo de Miranda Pereira, cujo percurso tinha de passar por uma propriedade que adquiriu, franqueou o portal e por ela passamos para admirar a obra, que tem de ser enaltecida, pelo arrojo e pelo apego, de um projecto que tem em curso para preservar os moínhos e as levadas do Ribeiro. Além do slide, era intenção deixarmos em Power Point, um pouquinho do projecto do Anselmo. Que está muito bom... oxalá se concretize! Mas esta coisa deu um erro e, como pouco percebo disto, não estou para perder mais tempo.
Belíssimo e altruísta trabalho que merece (e devia merecer) muito carinho e apoio. Porque trata-se de fazer reviver, porque estavam quase todos a morrer, os moínhos do Ribeiro (e eram vários) que ali exisitiam.

Uma jornada que devia ser repetida... Quando?
No inverno, não!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Desporto adulterado

Guarda-redes apanhado a encurtar baliza

Baliza-Foto do site da empresa metalúrgica Rofel, com sede em Barrô

É inacreditável o que esta notícia traduz. Quando a encontrei, não me contive em que aqui fosse reproduzida. Tem um vídeo a confirmar a situação. Um atleta (neste caso o guarda-redes), no início do jogo, retira do seu local e afasta alguns centímetros os tubos da baliza de futebol, fazendo com que fique mais estreita que as medidas oficiais. Penso que não é ficção. Veja você mesmo no JN aqui...

As imagens que falam

Faina Maior


As imagens, muitas vezes, falam mais que... muito falar! Não é um pleonasmo, é apenas para ter de dizer e repetir, mais uma vez, que "falam mais que mil palavras".
É como a imagem que acima se apresenta. Digo que já está um pouco fora da região, mas não muito. Esta imagem da qual possuo várias versões (que é como quem diz, várias posições), situa-se à saída da A25, no nó da Gafanha da Nazaré, junto a Friopesca e na rotunda da estrada que vai para a zona industrial da Mota ou para Ilhavo.
Agora nesta nova versão, aqui a deixo para quem gostar. Passei lá um dia destes e não resisti a repetir mais um clique. Como se poderá perceber, o monumento foca os pormenores da Faina do Mar. Mas como se encontra gravado no rodapé... FAINA MAIOR.

Histórias

O Sapato do Coração



Há sempre dois sapatos: o sapato esquerdo e o sapato direito.
O sapato esquerdo calça o coração. O sapato direito joga futebol.
Quando chove, os sapatos dão pontapés na chuva. Quando faz sol, os sapatos dão passeios aos domingos.
À noite, quando tu dormes, os sapatos dão passos pela casa do teu sonho.
Os sapatos, patos, patos, sapa, sapa, sapateiam.
Com saúde, vão até ao fim do mundo. Doentes, vão até ao sapateiro.
Três sílabas apenas: sa-pa-tos.
Mas podem ter quatro sílabas se forem muito pequeninos: sa-pa-ti-nhos. E novamente três se forem muito grandes: sa-pa-tões.
Os sapatos, na gramática, são uns brincalhões.
Brincalhões, merecem brincar. Menino que não meteu os sapatos no frigorífico não merece sorvete no Verão.
Não é asneira, não: são os sapatos no trapézio da imaginação.
Vê lá tu: já houve um sapato com pregos que subiu ao monte Evereste.
Nunca lá estiveste?
Pena: ensina geografia aos teus sapatos até eles ficarem sem tacões.
Enfim… faz tudo com os teus sapatos, sapatinhos, sapatões.
Mas, se um dia endureceres e fores mau sem razão, tira o sapato esquerdo, põe o pé no chão… E ouve descalço o teu coração.

Pedro Alvim
O sapato do coração
Lisboa, Plátano, 1981
Pode ver neste site aqui...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Rio Marnel e Lamas do Vouga

Os recantos e a igreja antiga


Este slide contém algumas fotografias que merecem uma pequena explicação de ajuda. As primeiras sugerem, num restolho, a antítese do que aqui publiquei em tempos, que foi a fotografia da sementeira em completa germinação. A sua apresentação era de tal forma geométrica, em linha, que agora essa mesma figura é «vista» na colheita desse mesmo milho que foi verde e que agora, o restolho, é de cor seca.

Quem vai pelo caminho da capela do Espírito Santo, em Lamas do Vouga, desce para este lugar pela berma direita da EN1 que segue para Albergaria. Aqui foi motivo para fazer dois ou três cliques de imagens da igreja paroquial desta freguesia, completando-se com uma vista muito parcial do lugar.

Temos a seguir apenas uma foto. Diz respeito à ponte sobre o Rio Marnel, que foi substituída por outra que agora é a EN1-IC2. Refere-se este facto, porque os arcos da ponte e mesmo a própria ponte terão a mesma idade que a ponte antiga sobre o Rio Vouga.

Há duas fotografias curiosas a seguir. Na ponte medieval, sujeita a obras de recuperação e conservação, quase concluídas, existe a certa altura do seu percurso, mais ou menos a meio e numa ligeira curva, um recanto, que, pretendendo brincar com a situação, mais parece o local onde estaria alguém a cobrar portagens, pela passagem no local.

Seguindo a ordem temos duas que mostram a ilhota do lago do Rio Marnel que ali se forma, para, logo a seguir, já a entrar na vegetação florestal existente, duas fotos de ruínas de um edifício que me parece recente, até pela técnica de construção do betão armado, que é perfeitamente visível. O caminho está em muitas boas condições para ali poder caminhar.

Tenho a seguir três fotos que mais não são que a amostra de biodiversidade e do microclima ali existente, sendo muito visíveis rastos de animais, que deixam no feno a confirmação das suas deambulações por aquele local. Culminando, quando lá cheguei, deparei com as instalações da estação de tratamento de esgotos da SIMRia. Que já conhecia, porque pela Bóca fica mais perto. Não podiam faltar, pelo menos duas fotografias sobre a sinalética da aviação nas linhas eléctricas de média tensão, com dois blocos pendurados nos fios. É normal.

Entramos, de seguida, numa série de dez fotografias, que mostram o que resta da igreja antiga de Lamas do Vouga. Melhor que comentários, vamos transcrever parcialmente o que disseram especialistas desta matéria, no «Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul - Lisboa 1959». Assim:

«Até ao século XIX o sítio da igreja foi em ponto baixo e fronteiro, na margem esquerda do Marnel, a montante da antiga ponte. Visitámos o local, transformado em campo de cultura. Vêem-se ainda restos da capela-mor, que são incaracterísticos. Nos trabalhos de arroteamento têm aparecido ossos, encontrando-se alguns arrumados num recanto da mesma capela-mor. Vimos ali restos soltos de azulejos servilhanos de aresta, do século XVI, de diversos padrões, tendo sido recolhidos outros pelo proprietário da terra. Lápide, que transcrevemos abaixo, e que provávelmente já não correspondia à construção desaparecida no século passado [século XIX], esclarece uma reedificação do século XII [da fundação da nacionalidade] comemorando a sagração da igreja de Santa Maria de Lamas, pelo Bispo de Coimbra, D. Miguel, sendo pároco o presbítero Vermundo, na era hispânica de 1208 (A. 1170), a 10 de Maio (VI Id.), dia consagrado aos santos Gordiano e Epímaco, em honra da Virgem Santa Maria, ano da encarnação do senhor de 1170, reinando em Portugal Afonso filho do conde D. Henrique e da rainha D. Teresa... etc...»

Sobre esta situação e fotografias, estão ali colocados vários ícones e imagens de barro, velas e um cxheirto a azeite (já rançoso) num altar que não tem vestígios do antigo, com coisas a raiar alguma religiosidade fanática e sem nexo, nomeadamente uma foto na qual está inserida a imagem de um cadáver na urna. E, ainda assim, lá está uma vitrine, sem qualquer segurança, que possui uma quantidade significativa de fragmentos de ossos humanos. Penso que aquilo devia ter um outro «arquivo» e preservação. A Câmara tem uma cobertura sobre a área onde se supõe a existencia, quase certa, da igreja antiga de Lamas, com vestígios de terem sido feitas escavações superficiais. E mais nada.

Termina este slide com dois aspectos do lago, que achei graça porque os patos andavam a deambular longe da ilhota onde têm os seus abrigos. E então chamei a uns o 1º grupo da maratona e a outros o 2º grupo da maratona. Iam afastados uns dos outros. Só por isso. E termina com duas imagens, sempre indispensáveis do local, da ponte medieval. Sempre sugestivas e espalhadas pelo mundo inteiro através de outras pessoas que as têm fotografado. Tenho encontrado dezenas destas fotos da ponte.

Todas estas fotos foram obtidas hoje, dia 24 de Setembro de 2009.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Marcos históricos

Relíquias locais



Estas duas fotos não são da minha autoria. Estão em meu poder há vários anos, talvez desde 1989. Foram tiradas pelo António Saraiva dos Santos, um valonguense proprietário da Foto-Pop, em Águeda.
A primeira refere-se a uma casa de arquitectura bastante antiga e rara. É um imóvel a preservar e não deixar que nele e por ele cresçam silvedos e outras invasões da natureza. É imprescindível manter este imóvel. Está situado em Brunhido. Já depois de ter inserido este post, verifiquei que o «Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro Zona Sul, 1959 - Academia Nacional de Belas Artes», menciona, sobre esta casa, o que transcrevemos parcialmente:
«Distingue-se esta antiga vila por uma casa nada comum nesta região, em que o grês tenro é a pedra natural. São os seus vãos de granito. Deve pertencer à primeira metade do século XVIII. (...) As grades de ferro datam do século XIX, posto que tenham certo aspecto de mais antigas, encerrando monograma formado por dois JJ. (...) Desta fachada fica livre uma janela que precede a linha da escada. Todos os vãos são rectangulares. Não tem infelizmente brasão. Reempregaram em casda de tipo corrente, lintel em grês vermelho datado de 1707 ANNOS, com o letreiro: EV ANT/ROIZ//A FIS POR CONTA DE//MEI DA FONSEQVA.» Mais história haveria a dizer sobre esta casa.
A segunda é uma foto que mostra quase metade da igreja de Valongo do Vouga. Abrange, neste caso, uma panorâmica do arco cruzeiro e do retábulo do altar-mor. É uma outra relíquia a merecer atenção, sempre que se mostre necessário.
Sem mais comentários aqui ficam duas relíquias da freguesia e vila de Valongo, para serem apreciadas.

Trilho das Levadas

3º Trilho pedestre da C. M. Águeda
- 26 de Setembro de 2009 -

Recanto do Marnel (Imagem da C.M. Águeda)


A Câmara Municipal de Águeda, vai promover a abertura do terceiro trilho pedestre do município de Águeda, dia 26 de Setembro, sábado, com concentração na sede da Junta de Freguesia de Valongo do Vouga, pelas nove horas.
Embora muito pouco divulgado (não sei porquê, uma vez ser admissível que estas coisas são programadas com tempo), o trilho marcará mais uma iniciativa pedestre e ecológica, cujo percurso terá por pano de fundo o Rio Marnel.
Está previsto na organização todo o apoio logístico, na abertura deste trilho natural, e pedestre (não pense que vai de automóvel), inclusivamente o respectivo almoço comemorativo.
Como hoje é quarta-feira e o evento é sábado, às 9 horas, repetimos, ainda vai a tempo de se inscrever na Câmara. Mais indicações, visite o site aqui...

Recordações

Jogos tradicionais

Foquei, ainda que ligeiramente, num dos postes anteriores, relacionados com o local que servia de recreio da juventude de Aguieira, um jogo que era designado pela «porca». Tratava-se de um jogo tradicional, como outros jogos existentes naqueles tempos, como eram a «bilharda», a «malha», além de outros. O jogo da «bilharda» era mais utilizado por crianças, enquanto o jogo da «malha» e da «porca» eram executados pelos mais velhos.
O jogo da bilharda consistia em jogar, com um pau mais longo batendo num outro mais pequeno e cujas pontas eram cortadas para ficarem desniveladas, com uma falha.
...
Largo de S. Miguel-Aguieira

Batendo com o pau maior, no mais pequeno e acertando naquela falha das pontas, este subia e com o primeiro procurava-se acertar no segundo com pancada forte de forma a levá-lo (ao pequeno) o mais longe possível.

O jogo da malha é demais conhecido e não necessita de grandes explicações. Eram colocados dois fintos, a uma certa distância, ficando junto de cada finto dois jogadores, jogando um deles com o outro do lado contrário, fazendo equipa. Os outros jogadores ficavam nas extremidades opostas.
O jogo era tentar acertar nos fintos e se o derrubasse, marcava três pontos. As malhas, de ferro, ficavam no chão até que fossem jogadas todas (duas ou três malhas, conforme o estabelecido inicialmente) e a que ficasse mais perto, davam 1 ponto. Exº, se um jogador derrubasse um finto e uma das suas malhas ficasse o mais próximo do finto, somava mais 1 ponto. Creio que era assim. Se fosse o contrário, o ponto somava à equipa adversária.
O jogo que agora mais nos interessa explicar é o jogo da «porca», porque aqui é que a "porca torce o rabo". A uma certa distância eram colocados dois paus redondos, não muito grossos, paralelamente um ao outro. Medida ou estabelecida a distância entre o grupo de jogadores e os paus paralelos, jogavam-se para junto dos paus algumas moedas. A moeda que ficasse próximo do pau mais distante, pertencia ao respectivo jogador colocar as restantes moedas em cima do pau, todas viradas de cara ou coroa e jogar.
Depois de colocadas as moedas, o jogador primeiro classificado, tinha que dar uma pancada com o outro pau naquele onde as moedas tinham sido colocadas. E era conveniente dar um certo jeito na altura da pancada, de modo que as moedas ficassem viradas do lado contrário à sua colocação. De seguida era feito um balanço para verificar quantas moedas tinham ficado viradas ao contrário. Feitas as contas das moedas viradas, o jogador recebia dos restantes uma espécie de taxa, em dinheiro, que era sempre estabelecido no início.
Penso que fica aqui com alguma fidelidade, a explicação do jogo da «porca» que tinha prometido no post anterior. Se houver algum erro, estou receptivo à correcção, se for o caso. Enfim, recordações e cenas de outros tempos.
Sei que existem descrições de outros jogos que também eram conhecidos com este nome, mas noutras regiões do país.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Recordações

Rapazes da Aguieira nos anos 1950-1960

Tenho por aqui umas fotos antigas, que mostram alguns rapazes que formavam, naquele tempo, um grupo natural e normal que não se desligava por nada. E como o tempo livre era, normalmente, o domingo, este dia, principalmente da parte da tarde, era pertença deste grupo.
A seguir apresentro apenas algumas das fotos que por aqui andavam. Em cada uma delas, uma descrição e, também, até uma ou outra história, se a houver. Temos a primeira.

Esta fotografia foi tirada na Portela, quando vínhamos do Cabeço Gordo. Junto da capela da Veiga virava-se à esquerda e vínhamos ter aqui. Não havia ainda naquele local qualquer habitação. Hoje existe um belo e grande bairro de moradias. O sobreiro ficava à beira do então caminho, e do lado direito era o actual acesso à casa e serração do Élio Dias de Oliveira.
Dos três, o do meio já faleceu. Chamava-se Manuel Tomás e porque era deficiente de um pé (embora jogasse à bola) era conhecido por «Manuel Manquinho» que todos ainda conheceram.
O do lado direito era (foi) um jovem que se chama António Marques da Silva, reside na Cumeada. O do lado esquerdo, em cima da sua bicicleta, ao tempo um transporte que nem todos ainda podiam usufruir, reside em Aveiro, chama-se Joaquim Ferreira Pinto e tem a sua família na Aguieira, nomeadamente o irmão, José Augusto Ferreira Pinto, residente na estrada da Aguieira-Velha e restante família mais abaixo, na Rua das Figuras Populares.


Nesta fotografia em grupo já estão outros jovens, daquele tempo. Esta foi tirada no Sobreiral, uma área de carvalhos e erva verde que ali existia, frente à residência do Dr. Augusto Santos, pai do Dr. João Pires Santos, que no post anterior já citamos.
As poses retratam exactamente a fisionomia como cada um se podia apresentar. E o melhor é identificá-los do seguinte modo:
1ª fila, atrás, de joelhos, a partir da esquerda: José Carlos Rachinhas; José Simões D. Ferreira (Calvário Veiga); Jorge Santos Gomes (hoje dedicado ao ramo automóvel).
2ª fila, sentados (ou quase), dois irmãos: Joaquim Ferreira Pinto, já citado no post anterior; José Augusto Ferreira Pinto, irmão do primeiro, à direita, como também se referiu no post anterior.
Última fila, quase deitado: Manuel Marques Tavares, o «Grijó», que também citei antes.


Deixei, propositadamente, para o fim esta fotografia, que quase não é conhecida. Este local pertencia ao Sr. António Marques Salgueiro, que tinha construído um pontão que dava acesso à sua propriedade. Este local já fazia parte do denominado «Casal» dentro da Aguieira. Penso que é neste local que agora reside o Sr. Aniceto Rodrigues Gonçalves. E as duas pessoas que ficaram fotografadas, por volta de 1960, pois viriam a casar em 1962, são exactamente o Aniceto Rodrigues Gonçalves e a que é hoje sua esposa, Matilde Vidal Marques. Namoravam, na altura, e o Aniceto está sobre uma bicicleta nova (se bem me lembro) de fazer inveja a muitos jovens. Se descobrirem este local, com esta história, quero dizer-lhes que é com muito prazer que aqui trago esta recordação, quase perdida nos tempos da memória.

Recordações

O recreio da juventude da Aguieira

À frente o largo. À esqª Águeda - À dirª Arrancada

Algumas fotografias actuais dos locais de Aguieira, que nos idos anos de 50/60, século XX, constituíam os locais de recreio e lazer de mais novos e mais velhos.
Esses locais (pelo menos dois), um no largo de Aguieira, junto à ponte e onde se faz a confluência da ribeira que vem de Viade com a que vem do Covão. O outro está a seguir identificado.
Como é bem de prever, esses locais tinham outra configuração, não eram alcatroados e como o trânsito era quase nulo, até dava para a malta se divertir, principalmente aos domingos de tarde.
Era esta a sala de recreio comunitária e que servia ainda, no meio de estacionamento das camionetas que de Oeiras aqui vinham carregar areia de fundição. Também, mais ou menos ao meio, havia uma árvore, uma tília de porte razoável. Quando as camionetas ali paravam, era ver a ti Florentina a trepar para cima delas e toca de ripar a tília que estivesse já em condições de poder fazer um bom chá. Não era por nada… era por causa dos nervos, digo eu!
Também os mais velhos, aqueles que, como hoje, têm a sorte de ter trabalho, e com algumas moedas que tinham obtido nessa semana, toca de jogar a porca.
Isto mesmo, a porca! Não sabe o que é? Depois conto…
...
O local onde se improvisava um campo de futebol

Os mais novos, esses, como não tinham dinheiro, nem eram aceites no meio dos mais velhos, tinham outros passatempos.
Entre outros, saliento dois; um, era pegar num cesto e descer o rio em direcção à Boca, uma tarde inteira, a apanhar peixe. Tudo o que viesse ao cesto… O outro passatempo era a bola. E para quem podia arranjar uma bola de borracha (porque de cabedal era um luxo inacessível), ou até uma bola de trapos, íamos para o local que a outra fotografia mostra.
Era a estrada que vai para a Cumeada, frente à casa do Dr. Augusto Santos, pai do Dr. João Pires Santos que, de vez em quando, também era nosso companheiro de esmurrar pés, pernas e joelhos. E nessa altura tinha entrado na Universidade de Coimbra, Faculdade de Medicina. Era nosso companheiro no Sobreiral, uma propriedade do pai que ficava frente à sua residência. Aqui, quando fazia cliques com a máquina, encontrei um velho companheiro destas lides e ei-lo na fotografia; Manuel Marques Tavares o nosso grande «Grijó» sem ser de Vila Nova de Gaia. E temos ainda outras que vamos reproduzir, identificando os locais e as pessoas.
Claro que a rua e o largo não tinham esta apresentação. É uma espécie de bairro dentro de Aguieira. É conhecido por «Casal». Era mais macio com terra batida e sem passeios, não tinha alcatrão e, nas bermas, até havia um bocado de relva (erva).
...
Eis o «Grijó» que «apanhei» no Casal-Aguieira

Com estas condições éramos os heróis da bola do lugar, que disputava jogos a doer com idênticos jovens (crianças) de Brunhido, da Arrancada, da Veiga, etc.
Onde? No grande palco desportivo existente na altura. O Cabeço Gordo! E era um luxo. Calçados? Sim, calçávamos a pele dos pés e era vê-los a dar «cartas» àqueles companheiros (pois nem adversários eram!) dos outros lugares. Que o diga o Benjamim Vidal Marques (Salgueiro), se fosse vivo, que foi nestes jogos de primordial importância para as nossas cores, que se revelou como um dos melhores da freguesia naquele tempo, por volta de 1955/1960. De tal modo que foi prestar provas ao Futebol Clube do Porto. E que representou vários clubes da região, desde o Alba ao Valonguense e não sei se mais.
Neste deambular de recordações, aqui voltaremos se houver matéria e material!
Certamente que se arranja...

Provérbios

Foto de:www.alexandracaracol.com/.../mulher%20sol.jpg
Elogio da mulher exemplar

«Uma mulher de valor,
quem a poderá encontrar?
O seu preço é muito superior ao das pérolas.
O coração do marido nela confia
E jamais lhe falta coisa alguma.
Ela proporciona-lhe o bem e nunca o mal,
em todos os dias da sua vida.
Ela procura lã e linho
e trabalha de boa vontade com as suas mãos,
a sua mão pega na roca
e os seus dedos fazem girar o fuso.
Estende os braços ao infeliz,
e abre a mão ao indigente.
Seu marido é considerado nas portas da cidade,
quando toma assento com os anciãos da terra.
Fabrica roupa de linho e vende-a,
e fornece cintos ao mercador.
Fortaleza e graça são os seus adornos;
sorri perante o dia de amanhã.
Abre a boca com sabedoria,
tem na língua instruções de bondade.
A graça é enganadora e a beleza é vã:
a mulher que teme o Senhor,
essa será louvada.
Dai-lhe do fruto das suas mãos, e que as suas obras a louvem
às portas da cidade.»

(Citação parcial do livro bíblico dos Provérbios, 31, 10-31)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Efemérides - 1

Festejar a idade das Instituições
As efemérides por estas terras não são badaladas, ou dito de outra maneira, nao são assinaladas com pompa e circunstância, como frase feita que é. Para mim, penso que as efemérides, numa opinião pessoalíssima, parece que ficam adormecidas e delas ninguém faz eco.
Também entendo, salvo melhor opinião que por aí persista, que assinalar as datas de efemérides poderiam servir para aclimatar as pessoas em certas afinidades e congregação de esforços e vontades, sempre úteis e com objectivo de proporcionar união naquilo que pode ser a afinidade da celebração ou evocação.
Evocar, lembrar, festejar datas, de pessoas e factos, instituições, seria sempre o mote para congregar o que antes fica intencionadamente descrito.
Na freguesia temos, no próximo ano de 2010, sendo que uma é já este ano, algumas dessas efemérides que podem ser aglutinadoras de vontades e união de esforços. São três as Instituições que têm datas assinaláveis para destacar, lembrar e festejar. A começar:

A ESCOLA C+S DE VALONGO DO VOUGA

Iniciou a sua actividade escolar em 23 de Outubro de 1989. Do que ela representa para a freguesia, já não há argumentos a favor ou contra. O que é certo é que, como todas as coisas, vai sobre ela passando o tempo e no corrente ano faz (já!) 20 anos que está a funcionar normalmente, como não podia deixar de ser. Estou aqui a publicar esta situação sem saber se está ou não previsto algum programa para celebrar esta efeméride ou até se estão a pensar deixar passar mais uns anos, e esperar pelo 25º aniversário, como é normal.

ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA VALONGUENSE


Antes de ter esta desginação, era conhecido por Grupo Desportivo Arrancadense (GDA). Foi depois oficializado, inscrito na Associação de Futebol de Aveiro, com aquela designação, mais abrangente da freguesia e do povo. Penso até que a designação tinha em vista não ser motivo perturbador da unidade da freguesia, por causa de um grupo de futebol.
O Valonguense, abreviadamente mais conhecido, foi oficializado em 1960, pelo que no próximo ano temos as comemorações dos seus 50 anos de juventude.

A IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Esta Instituição de índole religiosa, com estatutos próprios e finalidades adequadas que se estendem aos tempos mais antigos da nacionalidade, e que aqui já teve ocasião de ter sido publicitada, é das Instituições mais antigas da freguesia. A data oficial que constam nos estatutos, foi dada pelo Breve do Papa Paulo V, em 6 de Setembro de 1610. Assim, em Setembro do próximo, completam-se 400 anos da data do documento que oficializa a referida Irmandade.

*****
Destas três efemérides aqui apontadas, qualquer delas merece e justifica uma comemoração destacada e enaltecida. Que os seus membros e outros responsáveis tenham isso presente, pese embora um pouco o momento económico e orçamental e as disponibilidades existentes, bem como a provável pouca de vontade para festas dos nossos prezados e conterrâneos.

*****

Queira agora deixar aqui expresso um pedido de desculpas, por algum interregno, que não tendo sido prolongado, pelo menos terá deixado nos meus leais visitadores alguma estranheza. Aconteceu apenas porque não podemos estar em todos os lados ao mesmo tempo. Apenas este o facto e nada mais...
Continuaremos.

sábado, 19 de setembro de 2009

Gente destas terras - XI

Os livros de
Júlia dos Santos Magalhães

Neste post que espero não seja o último, mas que fica a “capitalizar” a publicação de outros, quando os momentos se exaltam e, assim, se justifique voltar aqui sobre este tema, apresentamos a digitalização da capa dos livros da autoria de Júlia dos Santos Magalhães, poetisa popular, que transbordam melancolia, recordações, saudade sentida de tempos idos que nunca se esquecem e ainda a demonstrar uma dose acentuada de rejuvenescimento, apesar da sua situação etária a demonstrar a vitalidade de fazer inveja a muitos, mais jovens.
Tecer alguns comentários aos livros, entre os quais deve ser mencionado também Os Contos d’Avó, editado em 2007, que não surge na digitalização porque não o temos neste momento, havia muito a dizer. Sobre este último aqui viremos “mostrá-lo”, pelo que ficam alguns excertos dos prefácios inseridos nos restantes, que abaixo distinguimos e transcrevemos.

Estado de Alma em poesia
Edição de 2001


Da autoria de Manuela Esteves, directora da IPSS «Os Pioneiros – Associação de Pais de Mourisca do Vouga», pessoa que muito apoiou e incentivou Júlia Magalhães a editar este livro, bem como a Instituição que representa e com o alto patrocínio do Rotary Club de Águeda, refere estas passagens que seleccionamos:
«Estado de Alma em Poesia é o título do primeiro livro de poesia da trabalhadora têxtil e poetisa popular Júlia de Magalhães, de Valongo do Vouga. (…)
Júlia de Magalhães, desde miúda, passava horas na companhia de pessoas idosas a escutar, mais que falar, pois seduziam-na os segredos da vida. Assim lhe foi transmitido o gosto pelos valores humanos e culturais. Frequentou sempre a Igreja Católica como pessoa muito devota, foi catequista e participou nas lides da paróquia, nos coros e teatros para os quais fazia as letras. A “musa” que estava dentro de si fez dela pessoa dedicada à escrita em rima, o que não era muito natural na sua aldeia. (…)
Porém como qualquer pessoa e em qualquer idade, tem os seus sonhos, muito peculiarmente o de editar um livro com os poemas que foi escrevendo ao longo da vida. Uns alegres, outros melancólicos, conforme o seu estado de alma.»
...

Pedras Soltas
Edição de 2004

Esta edição, na continuidade da edição de 2001, insere-se também na «literatura tradicional de cariz popular tem a sua génese nas origens da própria Humanidade, origens perdias nos confins da História, e está associada a rituais mágicos e religiosos, assim como à transmissão dos conhecimentos.» é assim que inicia uma Introdução em jeito de prefácio, da autoria de Ana Margarida Ramos. E acrescenta:
«… estes textos caracterizam-se formalmente por traços de grande simplicidade, como são a predominância da quadra (como os que aqui surgem incluídos), mas raramente da sextilha, da redondilha, além da ritma cruzada, que marcam grande parte dos cancioneiros populares.» (…)
Salientamos ainda o corolário de um sentimento expresso nas palavras e nas quadras de Júlia Magalhães, citando ainda Ana Margarida Ramos:
«Os elementos naturais são objecto de contemplação, mas também de cenário dos trabalhos e dos dias, dos divertimentos e das dores do sujeito poético. Verifica-se claramente uma forte inserção da poetisa no seu espaço e no seu meio (assim como alguns dos seus habitantes, que recorda e quase parece venerar), fortemente exaltados nos seus textos.»

Ponto Final
Edição de 2009

Tal como os anteriores, o prefácio deste livro é iniciado com um título sugestivo: PALAVRAS DESNECESSÁRIAS, da autoria do conceituado historiador Deniz Ramos. Inicia deste modo e prende-nos de imediato na leitura com este apontamento:
«Ao ler os versos e os textos poéticos do último livro da D. Júlia Magalhães, foi como se estivesse a recolher na concha das mãos a água pura da nascente. O que já é privilégio de poucos, pois os hábitos consumistas fragilizam-nos, há muito, paladares e gostos. E leitor que sou de muitos livros, diria mesmo, leitor compulsivo, acreditem que o meu aprazimento foi genuíno. Na oralidade e singeleza da sua escrita, despida de artifícios falaciosos e ruídos eruditos, e encantatória nessa pureza, foi exactamente essa a sensação tão desacostumada, de saciar a sede em água límpida de fonte laustral.
Não conhecia muito de perto a autora, mas, ao lê-la, acabaria por confirmar que nem sempre os poetas são fingidores. O próprio título do seu primeiro livro, Estado de Alma em Poesia, parece indiciá-lo. É poesia que vem realmente da alma, a depurar sentimentos múltiplos e íntimos e, na melhor tradição da sabedoria popular, a desafiar memórias do viver comunitário ancestral, poesia como que ajoelhada em confessionário ou com bata de mestre-escola em catequese moralizadora.»
E finaliza assim:
«Os fiéis leitores de D. Júlia Magalhães não precisariam de estímulos para levar até ao fim a leitura das dezenas de versos e memóriuas do seu Ponto Final, que não será final, desejo-o eu. Por isso, desnecessárias, de tão redundantes, estas minhas palavras.»

*****

Uma nota final:
Gostaria de transcrever na íntegra estes prefácios. Ficaria esta apresentação muito mais enriquecida. Mas não é possível pela sua extensão. Já aqui referi que textos muito longos em blogue, dificilmente serão lidos. Mas neste caso não tenho alternativa de os fazer mais curtos. Se assim fosse, retirava-lhes muito do que se pretende mostrar e confirmar sobre gente destas terras.
Falta dizer uma coisa: as terras de Valongo e, principalmente, o Rio Marnel destacam-se e são exaltados nos livros de Júlia Magalhães, além de outros factos acima referidos das tradições, da vida e dos locais quase desaparecidos...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Texto de verdades!

Verdade com mais de 2.000 anos




Imagem obtida do blogue «Sem Rumo», com este endereço: http://semrumo-cm.blogspot.com/

Gente destas terras - X

Júlia dos Santos Magalhães
- A paixão pela cultura -
..

Júlia dos Santos Magalhães

Foi daquela forma que em 5 de Novembro de 1999 intitulámos uma pequena reportagem sobre a vida da faceta cultural de Júlia dos Santos Magalhães.
“Herdeira dos dons de um Homem de armas, também ela, filha do guarda 603, que era, naquele tempo, senão o principal pelo menos um dos principais seguranças do marechal Carmona, teve na sua vida a situação enquadrada no exemplo da peça teatral “Uns Comem os figos…” - dizia na altura a reportagem no «Região de Águeda»(esta levada à cena, recorde-se, mais recentemente num espectáculo revisteiro, aqui já publicado, que foi conhecido por «Toca a Rasgar», no qual participámos).
A sua paixão pelo palco começa na catequese pela mão do então pároco de Valongo do Vouga, padre Manuel Rodrigues Pinheiro Júnior, em 1938, no dia 3 de Janeiro. Participaram outras crianças, que o eram na altura, grande parte delas ainda vivas, como é o caso da apresentadora do espectáculo Maria de Lourdes Matos, esposa de Manuel Augusto Borges de Oliveira, residentes no Covão.
Havia ainda outros, alguns deles já desaparecidos do convívio humano, mas que citamos tal qual os publicamos em 1999: Maria dos Santos, Norberto Morais, Maria Celene Corga, Urbano Estimado, Manuel Corga, José F. Carmo, António Simões Estima, Armando Corga, Armando S. Correia, José Maria Estimado, José Morais, e Homero Magalhães. Havia ainda interpretações variadas onde se apresentavam Maria Augusta Silva, Maria do Carmo Martins, Deolinda Lourenço, Maria Augusta Morais e Benvinda Corga.
Júlia Magalhães intervinha num número chamado “Brincos de Cereja” especialmente feito para si e mais tarde recriados pela sua filha Maria Albertina e pela sua neta Leonor. Um grupo de meninos, cujo solista era Norberto Morais, tinham um refrão que dizia mais ou menos assim:

É que há certa bicharada
Que não presta para nada
Nem é útil a ninguém
Só faz o mal e nunca o bem.

A sua vida de autodidacta nunca parou. Após um tempo de interregno, reaparece em cena com “A Rosa do Adro”. Depois, apoiada pela Casa do Povo, foi ver grupos de teatro por si ensaiados e encenados, chegando a ter inscrito no INATEL um dos melhores grupos do distrito de Aveiro, além de outras actividades. Este trabalho culminou com uma participação na TV, canal 1, no programa “Às dez”, que era apresentado por Madalena Balsa e Sérgio Figueira e entretanto substituído pelo programa “Praça da Alegria”.

No próximo post iremos abordar os livros de Júlia dos Santos Magalhães.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Gente destas terras - IX

Júlia dos Santos Magalhães
- Brunhido -

Andava de volta das pesquisas sobre pessoas da freguesia de Valongo do Vouga que, por um ou outro facto, se tivesse distinguido e que tenha feito história. Coisa que tenho feito nos últimos post’s. Já ia em adiantado estado de “serviço” quando me lembrei que sou um adepto de referências, de homenagens, de distinções, a quem merecer, mas durante a vida das pessoas e não testemunhar públicos reconhecimentos após a sua morte e, em muitos casos, passados muitos anos.
Ora bolas, as pessoas, em vida, já tinham feito história, merecimentos, já tinham justificado essas distinções. Ora, aquela primeira postura – homenagear, distinguir ou enaltecer após a sua morte – parece que quer significar que nos “esquecemos” das pessoas e do que foram e, muito mais tarde, alguém se lembra dos seus feitos e toca de arranjar e organizar homenagem.
Se houver justificação para enaltecer, que se faça em vida, é, pelo menos, a minha modesta opinião.
É esta a intenção que me move, aqui, neste pequeno espaço, mas demasiadamente grande para não se saber até onde vai a figura e obra de Júlia dos Santos Magalhães. Mas estou ciente que vai surpreender e rememorizar outros que estão longe destas terras e que nos "visitam".
E com a tarefa facilitada tendo à mão um espólio bastante completo e praticamente actual, não necessitando de quaisquer elementos mais para aqui traçar, nos post’s que forem necessários, baseado no trabalho que em 5 de Novembro de 1999 tinha feito para o semanário «Região de Águeda», que considero notório, sobre esta figura de cariz e com origens marcadamente populares, nas áreas a que se dedicou por vocação.
Melhor que mais considerações, ficam aqui explanados, na biografia que a própria escreveu e que naquele periódico se encontra, que digitalizamos de acordo com as possibilidades que temos, os primeiros traços da sua vida, demonstrativa de um carisma que a poucos é dado possuir e desenvolver. Aqui voltaremos.

Parte da página do «Região de Águeda» dedicada a Júlia Magalhães

*****
A minha história
(Dizia a D. Júlia)

Nasci em 5 de Maio de 1927, no Porto. Meu pai foi Francisco de Magalhães e minha mãe Benvinda Lopes dos Santos. Sei que foi naquele dia que nasci, embora meu pai apenas legalizasse a situação passados oito ou dez dias. Por isso no Bilhete de Identidade está outra data.
Meu pai tinha as suas origens no Minho, em Cabeceiras de Basto e minha mãe em Macinhata do Vouga.
Após meu pai ter regressado da primeira guerra mundial, veio para o Porto e ingressou na Polícia de Segurança Pública. Minha mãe ficou órfã de seus pais ainda muito cedo e veio para o Porto como empregada doméstica e foi lá que ambos se conheceram e uniram seus destinos.
As minhas origens estão no Porto, visto ter sido primogénita, mas sendo tripeira, sinto-me mais Valonguense, embora sinta grande carinho pela minha cidade.
Meu pai, por motivos de saúde, foi reformado da PSP e como minha mãe tinha família na freguesia de Valongo do Vouga, compraram casa no lugar de Brunhido, onde passei a residir desde os oito anos de idade.
Ingressei no ensino primário no Porto e como naquele tempo a escola não era obrigatória, existiu um interregno de um ano, por motivos familiares, mas no ano seguinte retomei a escola, quase sempre fugindo de minha mãe, porque adorava estudar.
Frequentei a escola de Arrancada, pois naquele tempo ainda não havia escola em Valongo. Quando fiz o exame da terceira classe, chamado na altura de exame do primeiro grau, fui obrigada a abandonar a escola, pois a falta de recursos familiares obrigava-me a trabalhar.
Foi-me vedado o que mais gostava na vida: estudar.
Mas a minha “vingança” foi ler, ler, ler…
Lia tudo o que me aparecia, mas gostei sempre de boa literatura. É a esse gosto que devo, em grande parte, o pouco que sei. Carrego até ao fim dos meus dias a mágoa de não ter ido mais longe e saber mais…
Fui empregada doméstica até ingressar nos quadros da firma António Pereira Vidal & Filhos, Lda., na qual trabalhei durante trinta anos. Passei à situação de pensionista por falta de saúde. Daí para cá, faço a minha modesta e pacata vida de doente e de pessoa idosa.
Quanto à escrita e à poesia, sempre gostei de escrever em papelinhos, conforme o estado de espírito e guardava-os numa gaveta até ao dia em que havia limpeza e ia tudo para o lume.
Mais tarde o saudoso Inspector Gomes dos Santos, ilustre pedagogo e escritor da nossa Terra, que conhecendo-me bem, me incentivava a escrever e a guardar. É a ele que devo algo mais do Dom que possuo. Em sua memória a minha prece de gratidão.
Este um ligeiro esboço da minha vida, que será e é igual à de tantas outras pessoas. Mas esta é a minha modesta biografia.


Próximo post: Resumo da publicação feita no Jornal «Região de Águeda» de 5 de Novembro de 1999 e os livros de Júlia dos Santos Magalhães.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Coisas da Guiné - 10

Bispo fala em «ano traumático»
Vaticano atento à situação no país lusófono
..

Guiné - Mansoa (onde estive pouco tempo) igreja local
Deambulando por estes cantos internautas, dei com uma notícia relacionada com a Guiné-Bissau. Pode não despertar curiosidade, mas sei que me compreendem porque foi, para mim, uma terra que se estranha, mas que depois se entranha.
Depois, tudo o que seja notícia, factos, acontecimentos relacionados com a Guiné, toca-me sempre. Como a tantos outros.
Conhecer aquela terra, quase sem nada, e continuar quase sem nada, com algumas obras necessárias ao desenvolvimento e construídas por terceiros, como foi o caso de algumas pontes, que não existiam quando lá estive, alcatroar estradas, pois alcatrão era "coisa desconhecida" naquelas bandas, salvo os últimos anos antes da independência.
Há testemunhos inseridos em muitos sítios da internet. Impossível mencioná-los todos. Mas menciono um no qual colaboro de vez em quando... tem o endereço electrónico em http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/, constituindo actualmente a maior comunidade bloguista de Portugal e, nem sei, até de outras comunidades.
Concluindo, vi hoje esta notícia sobre a Guiné, e pelas justificações antes referidas, não resisti a dizer-lhe, caro visitador, que a pode ver aqui... (ecclesia).

Gente destas terras - VIII

Frei António Pereira
(Sobreiro - 1625 - 1695)


1657-01-06 — Professou no Convento de Azeitão – em 1657 e não em 1567, como algures saiu impresso – o insigne aveirense Frei António Pereira, filho de Gaspar dos Reis e de D. Antónia Pereira de Carvalho, senhora de uma família muito distinta. O ilustre dominicano, que foi mestre e pregador conceituado e exerceu diversos cargos importantes na sua Ordem, nas Ordens Militares e no Tribunal da Inquisição, recusou a dignidade episcopal em que pretenderam investi-lo (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fls. 62-63; E. Pereira e G. Rodrigues, Portugal-Diccionario, V, pg. 579) – A. É neste site que se encontra esta anotação, que pode ver aqui.

*****
António Simões Estima, de «Ualle Longum a Valongo do Vouga» - subsídios monográficos, página 283, refere:

Frei António Pereira
Nasceu na Quinta do Sobreiro, cerca do ano de 1625, filho de Gaspar dos Reis Vidal e de Antónia Pereira de Carvalho, sobrinho do padre Agostinho de Sancto António, fundador da capela da N. S. das Necessidades e irmão do Dr. João Pereira de Carvalho. Foi um religioso da Ordem dos Pregadores.
*****
Pela redacção acima mencionada, não se sabe a data exacta de nascimento. Admite-se apenas o ano de 1625. Já a definição encontrada no site acima indicado, aponta elementos perfeitamente coincidentes com os da monografia de António Estima. Portanto parece não haver dúvida que se fala da mesma pessoa. Só que a primeira citação não apresenta qual a origem da sua naturalidade, além de o apelidar de «insígne aveirense».
Na realidade, António Estima menciona que veio a falecer por volta do ano de 1695 (novamente não há uma data precisa). «Da Biblioteca Lusitana, consta o seguinte acerca deste religioso: “natural da Villa de Aveiro, filho de Gaspar dos Reys, e Antónia Pereira de Carvalho, Religioso da Ordem dos Pregadores, cujo Instituto professou no Covento de Azeitão a 6 de Janeiro de 1657. Partio por Missionário para a Congregação da India Oriental”, …»

No lugar do Sobreiro há uma capela de invocação a Nossa Senhora das Necessidades, do século XVII. Poder-se-á concluir que se Frei António nasceu por volta de 1625, ainda dentro do primeiro quartel daquele século, e se a capela terá sido fundada pelo seu tio padre Agostinho de Sancto António, esta terá ficado concluída por volta daquele ano, como o atesta a data da imagem inserida na sua base – 1627. Ou seja, foi construída há mais de 380 anos e é próxima da data do provável nascimento de Frei António. Foi visita de romeiros que todos os anos vinham de Ilhavo até ao Sobreiro, a 8 de Setembro. Nossa Senhora das Necessidades, porque «pedidos de chuva feitos à Senhora do Sobreiro serão satisfeitos», menciona António Estima numa alusão descrita no jornal da paróquia «Valongo do Vouga».

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Recordações

Nas fotografias
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As fotos que a seguir apresentamos, são apenas... recordações que fizeram alterar o visual dos locais a que estávamos habituados no nosso quotidiano. Não temos outra intenção que não seja isso mesmo. O resto que se possa deduzir ou que as imagens suscitam, será com cada um, porque não está nos nossos horizontes nem nunca esteve na origem de qualquer outro vector da vida local. Antes pelo contrário.
..

Gata asseada e limpa

A primeira forografia é apenas pela curiosidade caseira e/ou doméstica. É que havia cá (havia, porque já faleceu de velhinha) uma felina que utilizava as instalações sanitárias como qualquer pessoa. Não sujava nada...

Praça de S. Pedro

A segunda é apenas para mostrar, como já foi feito de outras vezes aqui mesmo, qual era o aspecto da Praça de S. Pedro. Do lado esquerdo da imagem, pode ainda ver-se a casa da D. Alexandrina Fernandes de Pinho e da loja do sr. Eugénio Fernandes Gomes, antes da demolição.

Escombros de duas casas demolidas frente ao largo de S. Pedro

A terceira e a quarta fotografia foram obtidas no mesmo dia, apenas com ângulos um pouco divergentes, mas que mostram a casa da D. Alexandrina após a sua demolição, bem como a loja onde esteve o sr. Eugénio Fernandes Gomes, com todos os escombros ainda num monte antes de terem sido retirados. Estavam frente à Praça de S. Pedro e do adro da igreja. Curiosidades de situações que existiram e que desapareceram do nosso visual quotidiano.

Gente destas terras - VII

Um resumo justificativo
.
Brasão na Quinta da Aguieira

Penso que ninguém vai admitir que esteja fazer acepção de pessoas, quando dediquei alguns pormenores históricos sobre o conselheiro José Joaquim Rodrigues Bastos.
Fi-lo tão só porque me despertaram a atenção as pesquisas que realizei e os resultados que encontrei.
Sabemos perfeitamente - e não é preciso ir muito longe - para saber que estas terras foram berço de ilustres personagens que em diversas áreas da vida e da sociedade marcaram e marcam, para sempre, não só a sua personalidade, nas artes, nas culturas, nas posições dos cargos que ocuparam, nas funções que desempenharam e, muito particularmente, a freguesia onde nasceram.
Como o site da Junta de Freguesia aponta esses nomes ou como diz António Simões Estima, no seu livro de «Ualle Longum a Valongo do Vouga», «alguns houve que deixaram atrás de si um rasto luminoso de merecimentos, com direito a rasgados encómios. Foram homens generosos, que puseram o seu coração, a sua inteligência, o seu grande empenho, os seus haveres e o seu trabalho, ao serviço dos outros.... Poder-se-á, assim, dizer que uma pessoa vale pelo bem que faz aos outros e, consequentemente, pela felicidade que semeia.»
Pessoalmente gostaria, como fiz com o conselheiro Rodrigues de Bastos, poder pesquisar e publicar o que a cada um diz respeito.
Mas, como se calcula, é grande e muito o trabalho que acarreta. Também sei que é por isto que se ganham e se atribuem os méritos. De qualquer forma, "sirvo-me" do que já existe e que não poderá chegar a uma grande parte de visitadores por outra via, para aqui os mencionar ainda que resumidamente. É que Valonguenses houve de grande mérito, prestígio e valor...
Vamos assim, após esta inusitada - quanto a mim - mas necessária explicação, tentar obter elementos para o efeito antes referido.
E vamos verificar que no lugar do Sobreiro nasceram alguns desses ilustres Valonguenses. E que no lugar da Aguieira, pela família Figueiredo Pacheco Teles, também brotaram ilustres e influentes personagens. Outras há, mais recentes, que não deixaram os seus merecimentos por mãos e pessoas alheias, nomeadamente em Arrancada, na Veiga, em Brunhido, em Fermentões e sei lá mais onde... até nos lugares já desaparecidos, como no lugar de A-do-Fernando onde nasceu o professor João Baptista Fernandes Vidal, meu padrinho de baptismo.

domingo, 13 de setembro de 2009

Quando a política resulta nisto...

...Onde está o civismo e a elevação democrática?





Pancadaria na eleição de mesa de voto em Espinho, freguesia de Silvalde. Pelo menos é o que pode ler na notícia inserida neste site.
Assim, não andamos bem, nem vamos longe...

Gente destas terras - VI

Conselheiro Rodrigues de Bastos
Moutedo (1777 - 1862)

É no Brasil onde mais se encontram citações e referências ao conselheiro Rodrigues de Bastos. Apreciemos este extracto, descoberto num jornal, “O Puritano” de 8/2/1900, escrito por António Trajano. Este terá sido aluno do conselheiro, em Coimbra, embora de origem Brasileira. Terá passado momentos menos bons na vida, até que andrajoso, sem meios, um pedinte, um sem abrigo é apoiado por alguém que o reconheceu. O que encontrei trata assim:
«António Bandeira Trajano
O relato transcrito foi extraído do periódico “O Puritano”, 08/02/1900, Num. 36, p.1., escrito por António Trajano. Além de curioso e ser um acontecimento antigo que se repete todos os dias, também retrata, ainda que de modo negativo, a importância de dar atenção ao Evangelho:»
E acrescenta…
«O pavimento térreo do edifício do seminário era ocupado por uma grande fábrica de cerveja. Este estabelecimento tinha um excelente guarda-livros, moço brasileiro, educado em Coimbra, onde teve como professor de latim o ilustre Conselheiro José Joaquim Rodrigues de Bastos, latinista de nomeada.»
O extracto deste relato pode ser consultado aqui neste endereço….
*****
Ainda no II Seminário Brasileiro Livro e História Editorial, é feita alusão ao conselheiro Rodrigues de Bastos, inserida num trabalho que foi publicado no site a seguir indicado, que trata de uma dissertação sobre as primeiras tipografias brasileiras na cidade gaúcha de Rio Grande. Consta este extracto:
«A influência lusa também se dá na impressão da tipografia de Cândido Augusto de Mello, através da obra Meditações ou discursos religiosos, do português José Joaquim Rodrigues Bastos (1777-1862)» Veja aqui o site…. (pág. 6/7)
Para terminar, mais esta citação:
«O escritor português José Joaquim Rodrigues Bastos (1777-1862) foi autor de colecções de máximas e de obras de edificação cristã. No prefácio de uma dessas, “A Virgem da Polónia”, «estabelece que o enredo a ser desenvolvido é mero pretexto para falar do Cristo, das escrituras e do pecado original. E isso de facto ocorre, em meio a intermináveis invectivas contra a anarquia contemporânea e brados em defesa da filantropia e da caridade para com os deserdados da sorte (BASTOS, 1860).»Pode consultar este extracto de GOMIDE, Bruno. Clóvis Bevilacqua e o romance russo: entre naturalismo superior e emancipação literária. In: Revista Inventário. 4. Ed., jul/2005, clicando aqui… (após entrar, clicar "baixar o arquivo ou imprimir" e ir até à pág. 13).
*****
Uma referência especial e indispensável ao livro de «Ualle Longum a Valongo do Vouga» da autoria do nosso conterrâneo António Simões Estima, que tem uma história e biografia muito desenvolvida sobre o Conselheiro Rodrigues de Bastos, da qual, com a devida vénia, tomei a liberdade de digitalizar a gravura que ilustra este post. Da página 287 à página 291 da citada obra, pode-se apreciar a empolgante história deste ilustre Valonguense. Faleceu, no estado de viúvo em 4 de Outubro de 1862, quase com 85 anos, na sua casa do Porto, onde tinha a sua profissão de advogado. Era filho de João Rodrigues da Cruz e de Bárbara Luiza Correia de Bastos. Tinha contraído matrimónio, na Sé Catedral do Porto, com D. Maria Joaquina Rodrigues de Sampaio, filha de Manuel Rodrigues da Cruz, ourives, natural do Moutedo, sua prima.

Vamos passar a inserir, de forma esporádica e não permanente, alguns pensamentos, máximas e provérbios, da autoria do conselheiro Rodrigues Bastos, na barra lateral deste blogue, a maior parte deles também já publicados no jornal paroquial «Valongo do Vouga».

sábado, 12 de setembro de 2009

Gente destas terras - V

Conselheiro Rodrigues Bastos pelo mundo literário

Falando do Conselheiro Rodrigues de Bastos, que nasceu no lugar do Moutedo, freguesia de Valongo do Vouga, cujo nome está perpetuado na rua principal de Arrancada que vai do cruzeiro até junto da capela de Santo António, é falar também de uma obra literária, além de cargos públicos de grande relevo e prestígio que desempenhou.
Para aquilatar dessa importância, é de realçar a sua influência na literatura, sendo motivo de alguns estudos, além de outras actividades, tendo ainda bastantes referencias e ligações aos aspectos espirituais e religiosos do seu tempo, com visão abrangente e profetica.
Antes que o espaço se torne exiguo e o texto longo, passemos de imediato a algumas histórias. Nas minhas andanças encontrei um site com este texto a confirmar as suas funções de estado.

*****

Teatro Romano de Sagunto

EDITAL

José Joaquim Rodrigues de Bastos, do conselho de sua magestade, seu desembargador do paço, fidalgo cavalleiro da casa real, professo na ordem de Christo, intendente geral da policia da côrte e reino, etc.

Devendo ser os theatros a escola dos costumes e a innocente diversão dos cidadãos pacíficos; e havendo-se abusivamente introduzido n'elles a mania do levantar arbitraria e indiscretamente vivas e de recitar versos, que, se algumas vezes indifférentes, outras subversivos, têem concorrido muito para escandecer os ritos e perturbar o publico socego: faço saber o seguinte:
1.º Nenhum espectador levantará vivas nos theatros, seja qual for o seu objecto. Ás auctoridades só pertence fazel-o, quando o julgarem conveniente.
2.º Nenhum igualmente recitará prosa ou versos, sem ter apresentado tudo o que pretender recitar ao ministro inspector, e obtido d'elle licença por escripto.
A contravenção a esta ordem será immediatamente seguida da prisão e os contraventores serão punidos como desobedientes ás auctoridades e perturbadores do socego publico.
Lisboa, em o 1.° de agosto de 1827.== José Joaquim Rodrigues de Bastos.

(respeitada a redacção da época)

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Num trabalho de Eugénio dos Santos, professor da Faculdade de Letras – História, apresentado nas Jornadas de Estudo da Casa de Camilo (Famalicão) em 13 de Outubro de 1988, este docente na sua comunicação intitulada “A sensibilidade religiosa de Camilo: Uma consciência perante a sua época”, refere-se ao Conselheiro Rodrigues de Bastos, desta forma: «Assim, a propósito da publicação da 5ª edição da obra do conselheiro José Joaquim Rodrigues de Bastos, “Meditações ou Discursos Religiosos" (Porto, 1850), onde, sintomaticamente, se escreve na introdução que «o acontecimento maior da nossa idade… é o movimento religioso que actualmente agita o mundo», o nosso autor produziu uma série de afirmações bem sugestivas:» Seguem-se transcrições do livro “Meditações ou Discursos Religiosos” que, pelo espaço que ocupam, não vamos reproduzir, sob pena de correr o risco de enfado. Mas, para matar a curiosidade, clique aqui… (pág. 303)
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Brevemente nos referiremos a outros acontecimentos em que a literatura e a figura do conselheiro Rodrigues de Bastos se encontra citado.

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