Os carros de bois citados no texto eram parecidos com este, exceptuando a pipa.
As rodas apresentadas são idênticas e prejudicavam grandemente o andamento.
Esta foto está no site da EB2,3 de Lavra, aqui
Já há muito tempo que não utilizava esta rubrica.
Desta feita vamos dedicá-la a um tempo de vida diferente do que agora se verifica.
Vamos recuar aos anos 50 e, talvez, já, nos anos 60 do século XX, quando, por várias vezes, assistíamos aos episódios que naquele tempo se verificavam. Era assim, para resumir.
Dos lados de Travassô, Óis da Ribeira, e talvez Requeixo, Eirol e outras localidades, dos lados da Trofa, Segadães, Almear, etc., vinham os carros de bois (ou vacas), altas horas da madrugada, às vezes a passar pouco mais que a meia-noite, outras vezes a rondar as três, quatro da manhã.
As pessoas que guiavam aqueles animais iam, serra acima, roçar o mato da floresta que era cerregado e transportado para algumas daquelas localidades. E naquele tempo não havia incêndios!
Isto significa que as pessoas andavam quase um dia inteiro, cozinhavam aquilo que traziam de casa, tomavam as refeições no pinhal, e durante a tarde era ver, quais comboios de carros e animais, carregados - e bem carregados - com aquilo que se iria transformar no fertilizante das agriculturas do tempo; o estrume.
Isto vem a propósito daquela fotografia do antigamente, da habitação do Dr. Mário Pinho, de Aguieira, na qual se nota que a estrada não oferecia um mínimo de condições. E lembrei-me do sacríficio e trabalheira que tinham essas pessoas e os animais em transpor aquela subida a partir desta casa, pela estrada que ia para a Mourisca, até à Quinta da Aguieira e, a partir daqui, até à passagem de nível que está no extremo desta quinta.
As pessoas pegavam em forquilhas, enterravam-nas no mato transportado naqueles carros de todos conhecidos, pelas traseiras, empurrando-os, tentando minimizar o esforço empregue pelos animais a puxar tamanha carga e peso. O pavimento da estrada não favorecia o andamento do transporte e do esforço que todos empregavam para ultrapassar aquele desnível na estrada. Ainda hoje, apesar das alterações introduzidas nos pavimentos, é visível esse desnível acentuado.
É pena não possuir uma fotografia daquele tempo e destes factos.
Socorri-me de uma foto que encontrei na net, ficando, por ela, a ideia aqui exposta.
Sem comentários:
Enviar um comentário