Hoje, falamos de um monumento, que é, na nossa opinião, como em muitos outros locais, a igreja paroquial.
Terá existido uma grande reconstrução na passagem do século XVII para o século XVIII. Segundo os especialistas, são vestígios o uso de granito, comparando-se este facto com a ainda existente pia baptismal, do princípio do século XVI e toda trabalhada em calcário, da época manuelina. Admite-se que a primitiva igreja seria do estilo manuelino que, como o nome indica teve início no reinado de D. Manuel I (1469-1521), também conhecido por Gótico, embora este estilo já existisse desde o reinado de D. João II.
Arco-cruzeiro e altar-mor da igreja paroquial
Faltará dizer que são daquela época manuelina dois pequenos bendictérios que ainda estão embutidos nas paredes à entrada das portas laterais. Esta palavra, que parece esquisita, não se encontra em dicionários consultados. Porém, o elemento «bene…» é de origem latina na composição de palavras que exprime a ideia de «bem» (conf. Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, e Grande Dicionário Multimédia da Texto Editora). Logo, para não suscitar dúvidas, admitimos que seja o local onde as pessoas queriam o bem, tocando e benzendo-se na água benta existente no local, que se apresenta em forma de concha em calcário.
Idênticas funções tinham as pias de granito colocadas nas colunas de suporte do coro alto.
Esta igreja, como quase todas do mesmo género tem um corpo e capela, dois arcos nos flancos, junto ao cruzeiro, que se destinam a altares, porta principal e duas portas travessas, frestas altas e rectangulares.
O arco da direita foi construído na segunda metade do século XVIII, formando uma capela. O arco cruzeiro ficou com certa graça artística, com decoração constituída com almofadados rectangulares com diamantes, e os pés direitos com almofadas corridas, fortes.
Porque se trata de um monumento que carece de mais atenção e divulgação, aqui voltaremos com outros pormenores, até à actualidade.
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