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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Gente destas terras - XV

Rui Bento Cadório Gomes Coelho
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Não se estranhará (ou há motivos para pensar o contrário?) que, de vez em quando, se evoquem, como já se evocaram outras pessoas, outra gente destas Terras, cujo perfil de vida justifica plenamente a sua recordação.
Ainda desfolhava o «Valongo do Vouga», jornal paroquial, fundado pelo Padre António Ferreira Tavares, de 1989, quando recordei e aqui quero reproduzir o que escreveu o Sr. Carlos Pinho, no falecimento, por acidente de viação, do Dr. Rui Bento Cadório Gomes Coelho, aproveitando esta fase de entusiasmo na pesquisa (fácil).
Recordo que o Rui era filho de Fernando Gomes Coelho, de Arrancada, e de Maria de Deus Cadório da Silva. Era casado com Deolinda Marques Fernandes Ribeiro e pai de Vânia Silva. O acidente que vitimou o Rui ocorreu em 2 de Outubro de 1989, já lá vão vinte anos! É a pensar nesta data, que, com o devido respeito, respigo estas palavras do Sr. Carlos Pinho, naquele Jornal de Novembro de 1989.

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Eras um petiz quando te conheci!
Cresceste junto de mim.
Criámos uma AMIZADE PURA, que ambos proclamámos durante anos até que... deixaste escapar a vida num brutal acidente de viação!
Porém, aquela outra VIDA continuará; firmaste num sentido exacto uma Instituição na pessoa da tua mulher, da tua filha e...
Como profissional, deste-nos a garantia da tua confiança como médico.
No Desporto, alcançaste o teu desideratum com pertinácia e convicção; deste-lhe a tua presença e a dos teus amigos, como contributo aliciante.
Demo-nos o prazer de belos e bons passeios em bicicleta; na caça, de que eras igualmente um apaniguado, proporcionei-te momentos de uma verdadeira euforia...
No campo cultural, ocupaste assazmente bem o teu tempo, iluistrando, assim, o teu curriculum pessoal.
Com o rude golpe que sofremos (o João Pinto, o Fernando, o Carlos, a Maria Alice, a Maria, o António, o Manuel José Gonçalves - estes os mais próximos de ti! - constituiste um verdadeiro clã de uma GRANDE FAMÍLIA, e tantos outros também) ficámos desatinados com a consequência da grande viagem que empreendeste e... de que jamais regressarás!
Crê-nos, porém, evocando a tua alma jovem, ungida da nossa saudade e recordando-te, continuarás sempre VIVO no coração dos Teus Amigos que choraram amargamente a tua morte!»

Outubro/89
Carlos Pinho

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No seguimento das primeiras linhas deste post, creio ser de memorizar, ainda que desta forma simples e modesta, a efeméride que ocorreu à dias. Mas gostaria, como dizia o Sr. Carlos Pinho, no seu estilo próprio de escrita, neste caso bem ajustada, que fossem bem analizadas e interpretadas as suas palavras. São palavras claras, honestas, transparentes e a denunciar aquilo que sentia. Era assim o Sr. Carlos Pinho. Não vou evidenciar tais passagens, por desnecessário e porque respeitei, palavra por palavra, até mesmo na apresentação gráfica tal qual elas foram salientadas no Jornal. Nas mesmas há sempre qualquer coisa de profundo e a querer dizer que, além desta vida, existe «aquela outra vida» da «grande viagem que empreendeste e... de que jamais regressarás.»
Nesta altura em que nos lembramos do Rui, simplesmente, um até sempre!
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Já depois deste post encerrado, encontrei mais uma data fatídica, que vitimou a pessoas com quem tínhamos um bom e amigo relacionamento. Chamava-se António Gomes dos Santos, o «Cartuchinho», que faleceu em 5 de Novembro de 1989, com apenas 42 anos. Também já lá vão 20 anos. E o fatídico acontecimento teve lugar cerca de um mês depois do Rui Cadório.
Para os mais distraídos ou para aqueles que não viveram de perto estes acontecimentos, eles aqui ficam, com as nossas recordações.

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