segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
O Natal na música e na poesia

Por mim, e em meu lugar, entregou-se
tomando sobre si vergonha e humilhação.
Perante atenções tais dou comigo a pensar:
Quem sou eu?
Se um Rei derramou o seu sangue por mim.
Quem sou eu?
Ele rezou toda a noite por mim".
Não, não foi um autor espiritual quem assinou estes versos dedicados ao tema teológico da Incarnação. Talvez constitua uma surpresa, mas estes versos fazem parte do reportório de um mito (e não apenas americano) do rock'n roll, Elvis Presley, morto há mais de trinta anos, mas que continua a ser celebrado, amado e até idolatrado. O seu universo poético e musical não unia apenas transgressões exasperadas, convenções e esteriótipos, protesto e felicidade rápida, mas combinava também o country branco com o rythm and blues negro, cujos temas tinham frequentemente uma espessura espiritual.
Há mais no snpcultura que pode ler e ver um vídeo dos U2, clicando aqui...
domingo, 27 de dezembro de 2009
Eclesialmente
Por isso os papas tentaram valorizar a comunidade familiar como instituição propriamente cristã, fundada sobre o Evangelho. Assim, a 26 de Outubro de 1921, o Papa Bento XV instituiu um dia consagrado especificamente à Sagrada Família.
A passagem evangélica para esta festa era a mesma da data escolhida para a sua celebração (Domingo a seguir à Epifania): Lucas 2, 41-52. O trecho bíblico situava-se na continuidade das leituras do ciclo do Natal: depois da manifestação aos pastores e aos magos, o Menino expressava-se aos sábios, em Jerusalém. No entanto, a introdução da festa fez com que se desvanecesse a evocação da manifestação de Jesus no Templo de Jerusalém, em detrimento da acentuação da sua família.
sábado, 26 de dezembro de 2009
O natal e as luzes
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Natal

Do livro de poesia de Júlia Magalhães "Ponto Final"
Editado em 2009 pela autora
Gravura digitalizada do mesmo livro, que representa
O Presépio da Igreja de Valongo do Vouga, a que este
poema se refere.
Para o dia de Natal

pois é deles tudo o que há-de vir
pois a terra os escolherá para herdeiros
Bem-aventurados os que rompem o muro das implacáveis certezas
pois são outros os caminhos da consolação
Bem aventurados os que sentem, pela justiça, fome e sede verdadeiras:
não ficarão por saciar
Bem-aventurados os que estendem largos os gestos de misericórdia
pois a misericórdia os iluminará
Bem-aventurados os que se afadigam pela paz:
isso torna os mortais filhos de Deus
Bem-aventurados os que não turvam seu olhar puro
pois no confuso do mundo verão passar o próprio Deus
Texto: José Tolentino Mendonça
In snpcultura
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Coisas da Guiné - 19
Por demais estimado por toda a tropa, seja a nossa com base em Ingoré, ou dos nossos camaradas do sector vizinho – Felupe, com base em S. Domingos. Joaquim Jandi, régulo de Can Jandim, alferes de 2ª linha; fidelíssimo, simpático e colaborador incansável e imprescindível – teve uma herança de fidelidade, honra e brio patriótico, pois já seu pai se contava como um dos mais dedicados cidadãos Guineenses.

Joaquim tem no seu curriculum de fidelidade e fibra que não torce pormenores vários que o guindaram sem sombra de dúvida a Alferes de 2ª linha – que o diga o ataque a Can Jandim, quando o chefe dos bandidos que pretendia atacar a sua tabanca, dizia: “Vem Joaquim, vem, nós queremos falar contigo…”
Mas Joaquim com a sua fiel caçadeira ao lado, entrincheirado por trás dos adobes da sua varanda com peças de abrigo, respondeu:
- Não, vem tu. Eu estou em minha casa. Estou pronto a receber-te…
A esta argumentação inteligente ripostou o grupo assaltante com uma saraivada de zagalotes – de que ainda hoje há sinais na parede.
Joaquim e dois irmãos defenderam-se com brio, galhardia até aos limites dos seus escassos cartuchos de caçadeira. Joaquim fogueava o clarão que partia incessantemente por debaixo do frondoso cajueiro nas traseiras da casa ou outro que aparecesse mais ousadamente. Viu-os gemer, arrastar os feridos e mortos e destes alguns lá ficaram para banquete dos jagudis.
Assim, deslocámo-nos a Can Jandim satisfeitos do novo cargo que ele era empossado; até porque, quero ainda referir – que tem mais – Comandante do corpo de milícias de Can Jandim – cujo efectivo treinado, disciplinado ao chefe, não só são óptimos batedores de mato, como entre S. Domingos e Sedengal foram outros dos baluartes de defensiva fronteiriça – e quero frisar que com tanta eficiência – como nós nos nossos destacamentos o faríamos…
Que o diga a defensiva, abrigos, etc. Tudo obra do espírito espevitado de Joaquim – reforçada pela compreensão e boa vontade do Comandante de Ingoré na defensiva exterior.
Parece que neste dia 5 de Abril tudo se escoava para Can Jandim. A administração deu passaporte de Ingoré, a Companhia de Ingoré contribuiu com outro tanto esforço e ainda mais em novas idas de Can Jandim – Sedengal e vice-versa – já que todos pediam “passajo, passajo – Can Jandim”. De S. Domingos veio o Administrador e o Comandante da Companhia lá estacionada; e daqui muito mais gente veio…
Tantânos, calandis, marimbas, apitos, cantares, tudo se confundia numa azáfama barulhenta, festiva, com todo o ritmo e feitiço negro. O momento mais palpitante chegou. Joaquim – todo aprumado, vestido no seu fato branco de gala, cinturão reluzente – escrevia em bom português o seu nome, depois de o Administrador ter dito o significado do acto e despacho de Sua Ex.ª – O Governador – do novo cargo a que Joaquim era elevado.
Todos os chefes de tabanca, e eles eram tantos, assinalaram com uma impressão digital à sua pessoa – que o escrivão da Administração depois cifrava no nome.
Todos os oficiais, civis brancos, etc. serviram também de testemunhas do acto. Malan – régulo de Ingorézinho – não deixou de comparecer com a sua inseparável «Mauser» - e naquela hora – abraçou efusivamente o seu colega. Qual deles o mais dedicado, o mais fiel!... Falaremos oportunamente do Malan…. e do seu braço direito – o filho e herdeiro do regulado – Sambazinho. Tudo terminou e Joaquim era efusivamente felicitado.
Nesta altura os tamboreiros e todo o exótico da barafunda instrumental negra entravam mais entusiasticamente na barulheira. Debaixo dos cajueiros um caldeirão astronómico cozinhava o arroz que seria distribuído a todos os visitantes.
A tropa dançou, todos se divertiram e tudo acabou com a distribuição de lembranças, guloseimas, etc., que o nosso Comandante de Companhia teve a feliz ideia de encaixar na mesma festa; e para coroar o termo da mesma, para dar uma ponta de alegria e, vamos lá, até de bom gosto – saiu a eleição da «BAJUDA DE RONCO».
Ao concurso apresentaram-se várias candidatas, as duas primeiras – SALÔ E MOSQUEVA – foram a 1ª e 2ª misses, e receberam lenços e mais roncos das mãos do nosso Comandante, e as restantes, lembranças do mesmo teor dos Alferes, com a retribuição final duma beijocada. E para terminar fica-nos que a “mama firmada” e pujança de SALÔ venceram a feminilidade e o rosto cândido da esguia e delicada MOSQUEVA.
“ÓKEY”
Pseudónimo de Ramiro Fernandes de Figueiredo
Ex-alf. Mil. Médico da CCaç 462 – Ingoré
In «Jornal da Caserna» da CCaç. 462 de 9 de Maio de 1964

BAJUDA DE RONCO
Várias são as concorrentes.
Não senhor – não havia pentes…
Só bajudas, virgens e sem tangas
Sim, todas eram giras e honradas
Não usavam cabelos cortados rentes,
Apesar de haverem algumas fanadas.
Vestiam panos e corpetes longos
Todas carregavam roncos
Não fossem elas Cassangas!...
Nalgumas são artífices as tranças e risquinhos
No cabelo há o pauzinho p’ra espevitar os dentes
É o uso destas gentes…
Rodeiam-no bolsinhos de coiro
Talvez um costume moiro,
Para nele meter os mézinhos.
Tudo correu com agrado geral;
Lenços, fios e roncos são as ofertas
É tudo ao abrigo da psico-social.
Fazem-se fotografias mestras
Das bajudas, dos beijos…
Da miss de eleição certa
E também de bofetadas lestas.
SALÔ – “mama firmada”
De aspecto mais ousada
É a primeira indigitada.
Mosqueva, por não ser tão avantajada
Fica para segunda
Apesar de mais franzina e delicada.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
A história local
Parte do que está à vista no Cabeço do Vouga
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
A história local

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Natal
domingo, 20 de dezembro de 2009
Natal
É com este instrumental da mais conhecida, cantada e tocada música de natal (Adéste Fidéles), que aqui faço votos aos que por cá passam que, na medida do possível, possam viver esta quadra de santas festas, todos os dias do ano, com muita saúde, paz e alegria. Porque a nossa esperança está a chegar! E também um melhor ano que aquele que passou...
Abraços a toda a gente, indistintamente e sem omitir ninguém, amigos ou indiferentes, porque inimigos não há...
JM Ferreira
A subversão da religião
Já que os últimos post's são dedicados à quadra que estamos a viver, penso adequado e oportuno aqui deixar a opinião de um conceituado filósofo e teólogo, Anselmo Borges, no Diário de Notícias, cuja leitura pode completar aqui...
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Hoje sabemos que Jesus nasceu alguns anos antes da era cristã (entre 6 e 4) - o erro deveu-se a Dionísio o Pequeno, quando no século VI calculou a data do seu nascimento. Provavelmente nasceu em Nazaré da Galileia, onde se criou. Os relatos dos Evangelhos referentes ao nascimento e à infância servem-se de linguagem simbólica para significar o que mais interessa. Assim, a data de 25 de Dezembro foi adoptada mais tarde pelos cristãos de Roma, para significar que ele é o Sol verdadeiro que a todos ilumina. A presença dos pastores e dos magos anuncia o núcleo da sua mensagem: que Deus se interessa em primeiro lugar pelos mais pobres e que não exclui ninguém.
Hoje ninguém intelectualmente responsável põe em dúvida que Jesus existiu. A sua existência é atestada não apenas por fontes cristãs, pois há também textos de Flávio Josefo, Tácito, Suetónio, Plínio, entre outros. O que é preciso compreender é que os textos cristãos, concretamente os Evangelhos, são textos de crentes, que narram a história de Jesus a partir da fé e convocando à fé.
Na vida de Jesus, há um paradoxo. Por um lado, viveu num recanto obscuro do Império Romano, a sua vida pública pode não ter chegado sequer a dois anos, morreu crucificado - a pena de morte mais ignominiosa, aplicada aos escravos. Por outro lado, a sua influência decisiva atravessa a História e mais de dois mil milhões de homens e mulheres reclamam-se ainda hoje do seu nome e confiam nele na vida e na morte.
sábado, 19 de dezembro de 2009
Natal

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Natal
Estamos cientes que o que aqui vamos dizendo sobre os Magos do Oriente serão situações mais banais e correntes, do que coisas novas que certamente estariam à espera. Porém, também me convenço que há por aí muita gente que porventura estará a leste destas coisas. Sendo assim, há que continuar e divulgar o que encontramos.
Vamos rodear algumas ideias sobre os nomes dos Magos e os significados que lhe foram atribuídos ao longo dos tempos. Seriam três? Como já disse, este número está na relação directa do número de presentes. Vamos aos nomes:
MELCHIOR (ou Belchior) - Encontrei ainda o nome de Belquior. Há quem afirme que este nome quer dizer «O meu Rei é Luz.»
GASPAR: - Este nome foi designado o que significa «Aquele que vai inspeccionar».
BALTAZAR: - Quer traduzir esta afirmação: «Deus manifesta o Rei».
Mas também há quem lhes atribua outros significados: rei da luz, o branco, e senhor dos tesouros. Origens também; um seria branco (europeu), outro seria amarelo (asiático) e outro negro (africano). Existem ainda origens, como sendo Melchior, rei da Pérsia, Gaspar, rei da Índia e Baltazar rei da Arábia.
Porquê Magos?
Magos, por se admitir serem astrólogos ou astrónomos. Interpretavam as estrelas, as constelações: E diz assim um autor: «Quando Júpiter se encontra com Saturno na constelação de Piscis, significa que «o Senhor do final dos tempos» aparecerá neste ano na Palestina. Foi, assim, com esta expectativa que os Magos chegaram a Jerusalém e perguntaram aos seus habitantes e depois a Herodes, pelo menino.
E acrescenta ainda: «A tripla conjunção dos dois planetas na constelação de Piscis explica também a aparição e o desaparecimento da estrela, dado confirmado pelo Evangelho. A terceira conjunção de Júpiter e Saturno unidos como se fossem um grande astro, ocorreu de 5 a 15 de Dezembro. No crepúsculo, a intensa luz podia ser vista para o sul, de modo que os Magos do Oriente, ao caminhar de Jerusalém a Belém, a tinham diante de si. A estrela parecia mover-se, como explica o Evangelho, "diante deles"» (Mt 2,9).»
A exegese vê nesta chegada dos Magos o cumprimento de uma profecia contida no livro dos Salmos (Salmo 72 (71), vers. 11) «Todos os reis se prostrarão diante dele; todas as nações o servirão.» E até o versículo 10 daquele salmo, refere claramente esta profecia: «Os reis de Társis e das ilhas oferecerão tributos; os reis de Sabá e de Seba trarão suas ofertas.»
A Bíblia de que nos socorremos e já identificamos, esclarece que o livro dos Salmos são poemas religiosos compostos ao longo de muitos séculos... e que a maioria seja anterior ao Exílio e alguns deles possam ser do tempo de David e ainda outros pouco tempo antes do Novo Testamento.
Resta mais uma curiosidade encontrada. Os Magos separaram-se, e há quem comente que se reencontraram cinquenta anos depois do primeiro natal, em Sewa, cidade da Turquia, onde vieram a falecer. Os restos mortais destes personagens foram trasladados para Milão, na Itália e daqui para Colónia na Alemanha. E é na Catedral desta cidade, que se encontra o túmulo dos Reis Magos.
Portanto, em primeira análise, podemos afirmar que os Magos existiram, tinham um objectivo que os exegetas interpretaram como uma Mensagem Divina.
A seguir: os significados dos presentes.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Festa das luzes

A revolta terá começado depois de um azedar das relações entre os judeus e os selêucidas, de cultura helénica, que ocupavam o território nessa altura, no segundo século antes de Cristo.
Inicialmente os exércitos ocupantes foram bem recebidos em Jerusalém, tendo garantido aos judeus o respeito pelo seu culto e a isenção de impostos para os sacerdotes e para o Templo.
Durante o reinado de Antíoco IV, porém, a situação alterou-se. As práticas religiosas judaicas foram proibidas e o Templo profanado. A última gota foi uma ordem para que os judeus oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos dos selêucidas. Quando Matatias, um sacerdote, se recusou a cumprir esta ordem, outro judeu aproximou-se do altar para oferecer o sacrifício em seu lugar. Matatias, contudo, aproximou-se do homem e matou-o, fugindo de seguida com os seus filhos e seguidores, e montando uma guerrilha contra os selêucidas e judeus colaboracionistas, que terminou com a libertação de Israel.
Impostos na raiz da revolta
Agora, uma descoberta arqueológica vem dar mais credibilidade a esta história bíblica. Um arqueólogo apercebeu-se de que três fragmentos de pedra que tinham sido descobertas em alturas diferentes, faziam parte da mesma tábua e juntando-as descobriu um decreto real nomeando um cobrador de impostos para as províncias de Israel, com ordens para recolher dinheiro dos templos.
Esta decisão, tomada pelo rei Selêuco IV, reflecte uma alteração radical nas relações entre os ocupantes e os judeus, que teria certamente causado muito mal-estar entre estes, e que explica como é que a situação pacífica da região deteriorou ao ponto de desencadear a revolta dos Macabeus.
Poucos anos depois do decreto Antíoco IV subiu ao trono, radicalizando a hostilidade e transformando o Templo num santuário ao deus grego Zeus.
A festa de Hanukkah recorda ainda a ocorrência de um milagre. Após a libertação do Templo, verificou-se que só havia azeite suficiente para manter a chama eterna acesa por mais um dia. Pela graça de Deus, contudo, a chama ardeu durante oito dias, o tempo necessário para se fazer e consagrar mais azeite para o Templo.
Um candelabro de nove braços é usado durante esta festa, com o acender de uma vela por dia durante oito dias, recordando os dias que a chama ardeu milagrosamente. O nono braço do candelabro, colocado no centro e mais alto que os restantes, é para o «shamash», a vela que é usada para acender as restantes e a que também se pode recorrer para usos seculares, garantindo assim a pureza das outras oito.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Natal
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Eclesialmente
Conta a lenda que, quando foi o funeral da Princesa Santa Joana, assim já chamada no coração do povo, até as folhas das árvores caíram em pranto.
O director do Ensemble Joanna Musica, Mário Marques Trilha, foi à procura de música barroca ligada à filha do rei D. Afonso V que decidiu enclausurar-se no Convento de Jesus, em Aveiro, de onde irradiou a sua bondade, sobretudo para com os mais pobres. E encontrou “um razoável corpus setecentista de peças ligadas ao culto a princesa aveirense”.
O resultado é este “In Monasterio Aveirensi”, que recolhe uma Missa de Santa Joana, de David Perez, e uma Calenda de Santa Joana, de José Joaquim dos Santos, além de outras duas peças com relação indirecta com a princesa e uma última que é criação contemporânea de Marques Trilha.
Uma grata surpresa, que levaria as folhas que choraram no funeral a rejubilar com a música que aqui se nos revela.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Natal

É Natal!
Curvado, mais pelo frio do que pelo peso da idade, caminhava apressado, arrastando os pés pela rua molhada, nem sequer sentindo que a água entrava pelos buracos dos sapatos já velhos e rotos.
Fosse esse o seu pior mal!
Tinha perdido a noção das horas e dos dias já há muito tempo, mas esta noite ele sabia qual era, e uma profunda tristeza juntava-se ao desespero da sua vida.
Era noite Natal, não tinha dúvidas, pois bastava olhar para as pessoas que por ele passavam, para perceber isso mesmo.
Enquanto caminhava naquela noite fria e chuvosa, a memória transportou-o para uma sala, onde uma lareira grande aquecia a casa e os corações à sua volta.
Mesmo ao lado da lareira o presépio, feito com todo o esmero, com musgo como deve ser, e com as figuras tradicionais que representavam aquilo que deviam representar.
No canto esquerdo da sala, a árvore de Natal, simples e discreta, porque devia ser o presépio a ocupar o lugar de destaque.
Por baixo da árvore, embrulhos de todas as cores e feitios, os presentes de Natal.
Não tinha a certeza, mas pareceu-lhe que, por debaixo da barba por fazer há tanto tempo, um sorriso se tinha aproximado dos seus lábios.
Pieguices, pensou ele, coisas do passado que já não voltam!
domingo, 13 de dezembro de 2009
Ausências
sábado, 12 de dezembro de 2009
Fado de Coimbra
Já é conhecida a minha simpatia e gosto pelo Fado de Coimbra. O que aqui é exposto, é de um grupo muito conhecido da nossa praça que se dedica a esta música e constituído por antigos alunos da Universidade. Este mais próximo se torna, porque o seu intérprete é do concelho de Águeda, da freguesia de Aguada de Cima, onde reside. Tem o seu escritório de advogado em Águeda, há muitos anos, e é o conhecido Dr. Jorge Madeira. É também, como não podia deixar de ser, um apaixonado por esta música, diria que única em todo o mundo, para além da excelente voz que ainda apresenta.
A história local
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Coisas da Guiné - 18

A história local
O livro - I

Vista da Quinta d'Aguieira, onde já eram célebres os famosos vinhos no séc. XIX
Este livro foi editado pelo periódico paroquial «Valongo do Vouga», em Abril de 1984, de que era director o Pe. António Ferreira Tavares. Vislumbrando algumas linhas dessa história verídica da freguesia, foi seu autor o advogado Dr. José Joaquim da Silva Pinho, que residiu no lugar de Jafafe, da vizinha freguesia de Macinhata do Vouga.
Na página 325 deste livro, que tem por título «As Meninas Mascarenhas», consta esta última frase: «Jafafe, Março de 1882.» Significa que nesta data aquele causídico acabou de escrever tão interessante, quanto dramática e até um pouco trágica, história. Já lá vão 127 anos!
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Eclesialmente
O que é o Diaconado Permanente

O serviço às mesas das refeições – que evoluiu para o que actualmente é designado de actividade sócio-caritativa – caracterizou a instituição do diaconado, ainda na primitiva comunidade cristã de Jerusalém.
Com a passagem do tempo, a Igreja passou a considerar o ministério como uma etapa prévia à recepção da ordenação presbiteral, tornando-o transitório.
O Concílio Vaticano II, terminado em 1965, restaurou o carácter permanente do primeiro dos três graus do sacramento da Ordem. A novidade chegaria à Igreja portuguesa dezanove anos mais tarde.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
O meu dia

Contradições(?)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sabe que não é comparável a Nelson Mandela ou a Madre Teresa de Calcutá como laureado com o Prémio Nobel da Paz, disse hoje, quarta-feira, o porta-voz da Casa Branca.
Ver notícia no JN por aqui
Um prémio que vem reforçar a sua imagem de lider mundial, depois de ter sido já eleito presidente dos Estados Unidos sob o signo da esperança, sucedendo a um periodo conturbado de guerras que marcaram a era Bush.
A sua nomeação constitui uma verdadeira surpresa, uma vez que o seu nome não constava na lista dos possíveis laureados. O anúncio foi efectuado esta manhã em Oslo e justificado como sendo atribuido a um homem que muito se esforça para unir os povos. A decisão da organização visa distinguir o «extraordinário esforço» de Obama no «fortalecimento da diplomacia» e para a cooperação internacional. “Enquanto presidente, Obama criou um clima diplomático multilateral e recentrou o papel da Nações Unidas. Ele previligia o dialogo e as negocições para resolver os conflitos mais dificeis”. A entrega do prémio, no valor de 10 milhões de coroas suecas, um milhão de euros, é feita tradicionalmente no dia 10 de Dezembro, dia em que Alfred Nobel morreu. Em 1906 Theodore Roosevelt fora já galardoado com o mesmo prémio.
In Euronews, por aqui
PARA FINALIZAR: - Fico surpreendido, talvez como tantas outras pessoas, principalmente pelas resumidas justificações antes expostas a querer demonstrar alguma coisa, onde se diz que fez «um extraordinário esforço», para o «fortalecimento da diplomacia», criando «um clima diplomático multilateral e recentrou o papel das Nações Unidas». Está tudo muito bem. Mas isto é justificável para um prémio Nobel da Paz para o qual ainda não existem resultados palpáveis, demonstrados e confirmados? Quantos prémios não justificou Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela e tantos outros, que confirmaram no terreno as suas acções para depois, sim, poderem ser laureados? Nada tenho contra o homem, que até simpatizo com ele a partir do momento em que apareceu na ribalta política deste globo... mas não percebo este mundo!
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Eclesialmente

Nem medo nem recusa perturbaram
A graça que em Ti cumpre a sua obra:
Ofereceste a Deus aquele silêncio,
Onde habita a Palavra.
Em Ti desponta a aurora da justiça,
O mistério do reino que há-de vir;
A sombra do Espírito que desce
Teu coração preserva.
Por Ti, Maria, Mãe imaculada,
Ao Céu se eleve o nosso humilde canto:
Louvor e glória a Deus três vezes santo,
Por toda a eternidade.