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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Festa das luzes

Judeus de todo o mundo celebram o Hanukkah

A festa das luzes, ou Hanukkah em hebraico, assinala a libertação e purificação do Templo de Jerusalém e a revolta contra os selêucidas liderada por Matatias Macabeu e os seus cinco filhos, conforme está descrito no Antigo Testamento.
A revolta terá começado depois de um azedar das relações entre os judeus e os selêucidas, de cultura helénica, que ocupavam o território nessa altura, no segundo século antes de Cristo.
Inicialmente os exércitos ocupantes foram bem recebidos em Jerusalém, tendo garantido aos judeus o respeito pelo seu culto e a isenção de impostos para os sacerdotes e para o Templo.
Durante o reinado de Antíoco IV, porém, a situação alterou-se. As práticas religiosas judaicas foram proibidas e o Templo profanado. A última gota foi uma ordem para que os judeus oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos dos selêucidas. Quando Matatias, um sacerdote, se recusou a cumprir esta ordem, outro judeu aproximou-se do altar para oferecer o sacrifício em seu lugar. Matatias, contudo, aproximou-se do homem e matou-o, fugindo de seguida com os seus filhos e seguidores, e montando uma guerrilha contra os selêucidas e judeus colaboracionistas, que terminou com a libertação de Israel.

Impostos na raiz da revolta
Agora, uma descoberta arqueológica vem dar mais credibilidade a esta história bíblica. Um arqueólogo apercebeu-se de que três fragmentos de pedra que tinham sido descobertas em alturas diferentes, faziam parte da mesma tábua e juntando-as descobriu um decreto real nomeando um cobrador de impostos para as províncias de Israel, com ordens para recolher dinheiro dos templos.
Esta decisão, tomada pelo rei Selêuco IV, reflecte uma alteração radical nas relações entre os ocupantes e os judeus, que teria certamente causado muito mal-estar entre estes, e que explica como é que a situação pacífica da região deteriorou ao ponto de desencadear a revolta dos Macabeus.
Poucos anos depois do decreto Antíoco IV subiu ao trono, radicalizando a hostilidade e transformando o Templo num santuário ao deus grego Zeus.
A festa de Hanukkah recorda ainda a ocorrência de um milagre. Após a libertação do Templo, verificou-se que só havia azeite suficiente para manter a chama eterna acesa por mais um dia. Pela graça de Deus, contudo, a chama ardeu durante oito dias, o tempo necessário para se fazer e consagrar mais azeite para o Templo.
Um candelabro de nove braços é usado durante esta festa, com o acender de uma vela por dia durante oito dias, recordando os dias que a chama ardeu milagrosamente. O nono braço do candelabro, colocado no centro e mais alto que os restantes, é para o «shamash», a vela que é usada para acender as restantes e a que também se pode recorrer para usos seculares, garantindo assim a pureza das outras oito.

In snpcultura que pode ver aqui

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Para começar o dia

A liberdade é isto?



Carlos, um rapaz das Honduras, é uma dos cerca de quarenta milhões de crianças que, por não terem lar, vivem abandonadas à sua sorte nas ruas das cidades latino-americanas. Muitas delas ainda têm pais, mas estes são tão pobres que não podem tomar conta dos filhos. Há cinco anos que Carlos ganha o sustento como engraxador de sapatos. Não é nada fácil sobreviver.

O meu maior problema é dormir. Não é nada fácil encontrar um lugar seguro onde não seja incomodado. Eu não quero juntar-me a nenhum bando e começar a roubar. Isso não é futuro. Mas como não estou em nenhum bando, também não tenho ninguém que me proteja. Às vezes é horrível não ter ninguém no mundo que goste de mim. É preciso ser-se muito forte para aguentar.

Há dias em que tenho a impressão de que toda a gente me detesta. Olham-me, furiosas, quando pergunto: “Quer engraxar os sapatos?” Outras insultam-me porque estou sujo. Mas já me habituei a ser insultado só por ser pobre.

A vida na rua é difícil. Quando comecei a trabalhar, havia rapazes mais velhos e mais fortes que me tiravam o dinheiro todo e até me batiam. Os polícias também me bateram várias vezes. Uma vez, meteram-me num lar, mas era como estar numa prisão. Ao fim de algumas semanas, fugi.

A maioria das pessoas não fala comigo quando me manda engraxar os sapatos. Lê o jornal ou olha em frente. Mas também há quem me diga: “Dá-te por feliz por poderes viver em liberdade, por ninguém te dar ordens”, ou coisas parecidas. Isto põe-me furioso.

É liberdade ter fome? É liberdade não poder ir à escola por ter de trabalhar? É liberdade não poder aprender uma profissão e ser talvez condenado a passar a minha vida inteira na rua?

Hannelore Bürstmayr
Grün wie die Regenzeit
Mödling, Verlag St. Gabriel, 1986
(tradução e adaptação)

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