Capela de Nossa Senhora da Paz
- BECO -
Procurando dar a orientação bloguista a que nos propuzemos - Contar e mostrar o que existe em redor - lembrei-me de apresentar algumas notas sobre a capela de Nossa Senhora da Paz, que fica, como geralmente é sabido, situada no altaneiro e histórico lugar do Beco.
Antes desta capela, que ainda hoje tem avultados gupos de peregrinos que a visitam - e estou a lembrar-me, por exemplo, da população de Aguada de Baixo e Mogofores, se não estou em erro - havia uma outra, parece que no Beco de Baixo. Depois investigarei e darei notícias. A visita («obrigatória»), pelo menos de Aguada de Baixo, recordo-me, é no dia 1 de Maio.
Sobre a actual capela, estou a socorrer-me e passo a citar para os devidos efeitos, do Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Aveiro, Zona Sul - Lisboa, 1959, que transcrevo em parte:
«Outrora isolada em largo terreiro, que agora (em 1959) se começa a cercar de casas, fica afastada do núcleo antigo da povoação.
A imagem da padroeira, do princípio do século XVI, deve indicar uma fundação pelo menos desse tempo. A grande peste de 1598 trouxe-lhe numerosos romeiros. Seguiu-se a reconstrução do edifício sob a tutela do pároco da freguesia Gonçalo Carneiro sendo inaugurada a 9 de Novembro de 1600. Datado de 1602 está o retábulo principal. No século XVIII, no ano de 1778, foi refeita desde as fundações, segundo diz o letreiro, sendo pároco Manuel Gomes Martins. Todavia já tinha havido no princípio do século uma obra, mais ou menos ampla, benzida em 1716.
Construção corrente, aparentando obra do século XVIII mas conservando elementos antigos; dotada de corpo e capela-mor, porta principal e de travessa à esquerda, vãos rectangulares, abóbada semicilíndrica de tijolo na capela-mor, três retábulos.
O arco cruzeiro é ainda o da reconstrução de 1600, com molduras do tempo e querubins na volta e nas impostas.
A sobreporta mantém a tabela da inscrição de seiscentos e elementos decorativos deslocados. A abóbada da capela-mor poderá ser do mesmo tempo.
Exteriormente dotaram-na de robustos contrafortes, para ocorrer à ruína.
Diz o letreiro de 1600:
SACELLVM DEIPARAE VIRGINI PACIS
CONSECRATVM
GONSALVS CARNEIRO MACIN.ECCL.
AC HVIVS ALMAE DO
MVS PRIOR INDIGNVS POST SACRVM
CELEBRATVM
P.P.L.
5 IN DIE DEDICATIONIS BASILICAE
SALVATORIS
QVI EST.V.ID.NOVEMB.ANN
D.1600 (sic)
FAVENTE VIRGINE,AD PERFECTVM FIM
VSQVE PERDVXIT
O do século XVIII:
A '
1778
IMI
EMANUEL GOMES MARTINS
(prior) ECLEZIE MACINATE HOC SA
CELUM IPSIUS SUMPPTU(M) A FUN
DAMENTIS REF(e)CIT ET AUXIT»
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