- Grupo de pessoas do lugar da Macida - Talhadas
- (Apresentando tradição cantada e pelos próprios vivida)
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Usos e Costumes
Um país sob suspeita...
Portugal dos pequeninos (Coimbra)
domingo, 30 de agosto de 2009
Poemas de sempre!
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
sábado, 29 de agosto de 2009
Imagens da nossa terra
É isso o que agora fazemos.
Não está bem, sabêmo-lo... E sabemos que faltam aqui outros locais bem interessantes, pitorescos e até históricos. Sabemos até que as fotos apresentadas poderiam ter sido obtidas com outros ângulos e posições. Sabemos isso tudo... depois do trabalho feito!!!
Se a disponibilidade o permitisse, teríamos aqui muitos mais locais.
Uma justificação: fez-nos sentir a importância do que agora é mórbido; A FAMEL. (Veja esta relíquia e belíssimo trabalho aqui). E como íamos de norte para sul, primeiro paramos naquele local para clicar alguns registos daquela que foi, no país, a principal empresa do género do produto que fabricava. E para que não se percam alguns elementos da história, tão curta e já tão longa, aqui ficam algumas imagens. Mais tarde, já fazia tudo, creio, dos produtos que fabricava. Não precisava dos alemães da Sachs ou da Zundapp, que também desapareceram...
Memórias que ficam... histórias que se esfumam, ou não, com os tempos.
Usos e costumes
Dizem que o trevo se atreve
A tirar a folha ao milho,
Eu sem ser trevo me atrevo
A tomar amores contigo.
Oh raparigas cantai, dançai,
Vossas cantigas voai, voai
De madrugada leva o rigor
Cantai o hino do nosso amor.
Está o céu enevoado
Está para chover e não chove
Tenho o meu amor doente, ai Jesus ó Maria,
Está para morrer e não morre.
Ó minha pombinha branca
Ó meu pombo rolador
Viva quem anda rolando
Nos braços do meu amor.
Desfolhei o malmequer
P’ra saber o teu amor
Eu te disse ó malmequer
Ó falso enganador.
Querida morena do teu lindo olhar
Foge-me a pena do teu cantar.
Parece que cada uma das quadras não “casa” bem com o conjunto. Estão desirmanadas umas das outras. Ou seja, não são oriundas do, e a tratar, o mesmo tema. São quadras soltas que terão, na minha opinião, uma origem e função brejeira, muito popular.
A D. Olinda era esposa do Sr. Joaquim Nunes da Silva, que morava numa casa que ligava o centro do lugar à passagem de nível da Boca.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Coisas de futebol
"Todos sabemos que o "nosso" Zé Mourinho lida muito bem com a polémica, gosta de provocar e não costuma ter papas na língua."
Usos e Costumes
Com a ressalva antes referida, apresento os seus nomes, tal como estão manuscritos nos meus apontamentos. Estão assim:
MENINAS E SENHORAS
-Paula Cristina J. Oliveira
-Lurdes Margarida Martins Lopes
-Patrícia Margarida Bastos Silva
-Otília Maria Almeida Tomás
-Cristina Maria Simões Arede
-Maria Fátima Santos Ferreira
-Susana Raquel Domingues Barrocas
-Sandra Raquel Oliv. Tavares - Carvalhosa
-Cláudia Manuela Alves de Oliveira - Ag.
-Marisa Celeste Pereira Martins Almeida
-Vanessa Alexandra Ferreira dos Santos
-Joana Patrícia Santos Ferreira
-Maria Luz Arede Cruz
-Ana Paula Simões Arede
-Maria Fátima Santos Ferreira
-Isilda Maria Duarte Pereira
-Rosinda Simões Santos Paula
-António Manuel Varela da Fonseca – Brunhido
-Paulo Sérgio Matos Liberal
-Carlos Manuel Dom. Barrocas
-Sérgio Aug. Gomes Pinheiro
-Helder Daniel Gomes Pinheiro
-Pedro Alexandre Cruz Dias
-Alexandre Miguel Bastos Silva
-Nuno André Nunes Rebelo – A-dos-Ferreiros
-Helder Jorge Almeida Tomás
-Nuno Filipe Martins Ferreira – Cabeço Gordo
-Carlos Manuel Pereira Silva
-Augusto Martins Barbosa
-Elísio Augusto Martins Ferreira
-António Manuel Santos Ferreira
-Fernando Jorge Santos Gonçalves
-Fernando José Henriques Tavares
-Manuel Tomás
-Pedro Jorge Nunes Ferreira
-José Marques Ferreira
-Guilherme Arede Francisco
-Luís Miguel Rodrigues Figueiredo
Penso que falta aqui o nome de José Rebelo Guedes, que fez parte, durante algum tempo, do grupo. Na altura em que fiz aquela lista, não sei se já tinha saído ou não. Mas está na fotografia que ilustra este apontamento. Fiz esta correcção já depois do post aqui ter sido colocado. Fica, pelo menos, o reparo.
Os espaços que coloquei e que fazem grupos de nomes, querem significar que constituíam núcleos diferentes dentro do Grupo de Folclore. Havia o grupo de dançarinos, cantadores e cantadeiras, da tocata, etc.
Também havia outras pessoas que nos acompanhavam sempre e já as considerávamos parte integrante do Grupo de Folclore, cujos nomes agora não me ocorrem.
Tenho ainda os nomes de Nuno Paulo Rodrigues Ferreira e Nuno Filipe Rodrigues Paula, mas que estão riscados. Tenho também, nas mesmas condições, o nome de uma pessoa que cedo nos deixou, Maria Fátima Fonseca Santos Maçarico.
Com a foto que aqui fica, quero recordá-los com saudade, a todos!
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Da vida real
A notícia de que cerca de 80 mil crianças do Malawi – algumas com cinco anos – sofrem problemas terríveis de saúde nas plantações de tabaco – com o equivalente ao consumo de cinquenta cigarros por dia – e que trabalham cerca de 12 horas para ganhar menos de 15 cêntimos passou despercebida.
Vai a Fátima? Tenha cuidado!
Casa do Povo de Valongo do Vouga - 8
As referências ao Sub-Secretário de Estado, ao governo que ele personificava, ao Chefe da Nação e ao Presidente do Conselho, eram uma constante nos discursos.
Falou em primeiro lugar o Presidente da Câmara de Águeda, Joaquim de Melo, que terminaria assim segundo o correspondente da «Soberania»: “No final, o sr. Presidente ergueu calorosos vivas ao sr. General Carmona, Dr. Oliveira Salazar, Sub-Secretário das Corporações, Governador Civil, ao povo de Valongo do Vouga, etc., vivas que foram vibrantemente correspondidos.”
- Ah! Mas eu não sei escrever…»E continuou o Inspector Gomes dos Santos: «O nosso povo tem andado ao acaso. Está o Governo da Nação empenhado na solução do problema. Para os meios rurais criou as Casas do Povo, que são uma das bases seguras do sistema corporativo.» Enumerou as vantagens que destas Casas advêm para os proprietários e trabalhadores. Rematou o seu discurso tecendo justíssimo elogio à obra do sr. Sousa Baptista e de sua virtuosa esposa, que tão largamente vêem praticando a Caridade, mitigando a fome de tantos lares, proporcionando trabalho a famílias inteiras, construindo escolas, igrejas, fontes, etc. - «Uma obra grandiosa e de vasto alcance social!» - exclamou, reconhecido, como filho de Valongo que é. Calorosa salva de palmas abafou as suas últimas palavras.»
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Manjares na II grande guerra
Casa do Povo de Valongo do Vouga - 7
Mas não. A sua inauguração aconteceu no último domingo. Mais precisamente no dia 28 de Junho de 1942. Foi dia de festa rija, com grandes cortejos, esteve presente uma das bandas de música de Fermentelos, mas não se esclarece qual.
Deixamos aqui parte da digitalização da notícia anterior e deste acontecimento que, pela sua extensão, não a podemos transcrever na íntegra.
Mas o título, usando as técnicas jornalísticas daquele tempo, era de grande destaque, a três colunas da «Soberania», no formato de página muito usado naquele tempo, que era um lençol de papel e que dizia assim:
Formou-se luzidio cortejo até ao edifício da Casa do Povo, com muitas crianças das escolas de Valongo, uma deputação do S.N. dos ferroviários do V.V., com estandarte, e outras individualidades de destaque da região.
A rua estava lindamente ornamentada, o povo, em massa, estacionava em redor do edifício, ouviam-se vivas, aqui e ali, espontâneos, sinceros.
O sr. Sub-Secretário subiu ao salão nobre e o rev. sr. Prior de Valongo procedeu, em seguida, à bênção do edifício, e um grupo de crianças rematou a cerimónia cantando o hino de Cristo - Rei.
A mesa, cuja presidência foi assumida pelo sr. Sub-Secretário das Corporações, foi formada por várias individualidades, com a presença de Sousa Baptista, como é óbvio. O Dr. Américo Andrade procedeu, em seguida, à leitura da escritura de doação da propriedade do edifício da Casa do Povo, expressamente mandada construir pelo sr. Sousa Baptista, tendo, no final, lido um discurso, no qual pôs em relevo o significado moral da renúncia à dita propriedade, construída para benefício do povo, e dirigido, por tal facto, os seus parabéns aos habitantes de Valongo. De seguida, Sousa Baptista assinou o termo da doação, e os assistentes coroaram o nobilitante acto com estridente salva de palmas.
O HINO BRASILEIRO
A BANDEIRA NACIONAL DO BRASIL
Queremos destacar um pormenor, que talvez seja do desconhecimento de muitos. Esta reportagem (chamemos-lhe assim) aponta ainda este facto.
«Içada a bandeira nacional, as crianças entoaram a «Portuguesa»; e o hino brasileiro, ao içar a do Brasil. Profundamente comovido, o sr. Sousa Baptista, erguido em frente da bandeira brasileira, dirige duas palavras de eterno reconhecimento à Pátria onde trabalhou durante tantos anos e Deus o bafejou, e foi com os olhos marejados de lágrimas que disse: “Símbolo da Pátria brasileira: Aceita a homenagem de um português eternamente agradecido”. A assistência aplaude, comovida.»
Nota: - Estamos a seguir esta notícia com alguma precisão nos termos utilizados, na grafia usada e nos modos e linguagem utilizados no jornal, inclusivé as maior parte das palavras tal como estão. Há muitos pormenores na notícia, que vão até à minúcia. Por isso, finalizaremos esta série para próximo post.
A recordar
Vinte e quatro anos passaram já sobre a data da criação de uma música que juntou alguns dos maiores cantores da actualidade, em torno de uma grande causa. O tema que pretendeu ser um grito de alerta em favor das crianças desfavorecidas de todo o mundo, em especial as de África, é verdadeiramente empolgante. Vale a pena recordar.
(Estas frases foram transcritas de algures, que agora já não me lembro. O que não posso esquecer foi a iniciativa e a finalidade que estava adjacente, bem como a música que nunca cansa ser ouvida, pela melodia e pela mensagem. E porque além de outros «monstros» da música mundial, também cá estava o rei da Pop, Michael Jackson, que tanto tem dado que falar com a sua morte).
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Fotógrafo do JN atropelado
(Foto de «jornalportuense.blogspot.com)
Pode ler a notícia do Correio da Manhã, aqui e no JN aqui.
Coisas da Guiné - 9
Todos nós temos algumas ‘estórias’ com estes aparelhos da força aérea. Eu tive alguns e num deles parece que não chegava ao destino tal foi a reacção que o “gregório” me provocou, que mais parecia sair também o estômago…. precisamente porque o piloto passou a viagem a fazer piruetas, subindo e descendo constantemente em picanços de arrepiar. Isto de Bissau para Ingoré. E lá íamos largando o correio, através do postigo lateral, junto dos respectivos aquartelamentos, que não tinham pista para aterrar (de terra batida, é bem de ver)nomeadamente no dos meus camaradas de Sedengal.
Um dia surgiu a necessidade de ir ao quartel-general a Bissau, fazer qualquer coisa que não recordo. O que não esqueço foi o que aconteceu antes de chegar a Bissau, melhor dizendo, quase não chegava a sair de Ingoré.
Havia uma serração próximo do aquartelamento. Certo dia apareceram lá pessoas responsáveis pela empresa proprietária da serração, numa avioneta que, talvez, nem fosse uma “Auster” e que apenas tinha capacidade para três passageiros.
O comandante da companhia contactou essas pessoas no sentido de nos permitirem essa deslocação. E quem havia de ir, eu, «o administrador» da companhia. Penso que ia tratar de algum problema daquela área.
A preocupação foi saber qual o peso que eu transportava. Não podia levar armas, cartucheiras, munições, nada… apenas uma pasta, talvez com meia dúzia de documentos.
Feitas as apresentações, lá entramos na avioneta. Como certamente é desnecessário esclarecer, nada percebo de avionetas ou veículos do género. Entrei, avioneta a funcionar, fomos ao início da pista, coisa que outros pilotos com veículos idênticos não faziam, ouvi estranhamente uma aceleração muito anormal, avançamos em grande velocidade em direcção à estrada que dava de frente com a pista e, na berma do lado contrário, algumas moranças nativas.
Em Ingoré, esta pista, de terra batida, ficava junto à estrada para S. Vicente, a pouca distância daquela localidade. Continuemos…
O aparelho deslizava, mas nada de fazer esforços para levantar voo. E eu via a aproximação da berma da estrada e das referidas moranças a uma velocidade vertiginosa. E lá pensava eu que ficávamos esborrachados ali. Até que, numa espécie de golpe rápido, a avioneta levanta, faz roncar o seu motor por cima das moranças e toca de ganhar altura.
Não vos digo nada, mas foi um susto pior que alguns tiros em terra firme… quase borrei as calças ou calções…
Mas, lá em cima, já com perfeita noção que o pior tinha passado, começo a verificar que quem pilotava, ia em direcção, não de Bissau, mas um pouco a nordeste pelo que, passado pouco tempo, estaria no Senegal. Ia na direcção de Barro, um pouco “inclinado” para a fronteira, portanto lá iria entrar, mais perto ou mais longe, sem licença de quem quer que fosse.
Quando olhei a paisagem e vi as vias que eu conhecia, só me restou fazer uma coisa simples; bater no ombro de quem pilotava (eu ia no banco traseiro) e, por gestos, dizer-lhe que a direcção a tomar era a estrada que estava por debaixo e atrás de nós, melhor dizendo, na direcção do nosso lado direito. É que lá dentro fazia tamanha barulheira que não se contactava com ninguém.
O homem viu que ia mal, mudou de direcção em ângulo recto e começou a orientar-se pela estrada que ia de Ingoré-S.Vicente-Bula-Bissau.
Chegamos, finalmente e em pouco tempo, a Bissau. E só aqui é que me apercebi que aquele aparelho, excluindo, talvez, a bússola, não tinha um mapa, um rádio, nada… isto porque, para aterrar no aeroporto, deu uma volta e aguardou que da torre de controlo, através de sinalética com bandeiras, no passadiço exterior (não sei como se chamam as áreas de varandas que rodeiam estes equipamentos), lhe fosse dada autorização para aterrar.
Aos meus visitadores só posso dizer uma coisa: isto pode não ter graça nenhuma ou interesse algum, mas, a mim, foi a experiência que me provocou um cagaço tal que nem quero recordar…
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Casa do Povo de Valongo do Vouga - 6
Vamos abordar este assunto por fases. Nesta fase iremos descobrir (se é o termo adequado) que houve alguns solavancos até que a data fosse definitivamente acertada, como iremos ver.
Por agora, vamos apenas transcrever uma notícia do Jornal «Soberania do Povo», salvo erro de 9 de Maio de 1942, que dizia assim:
«Casa do Povo de Valongo do Vouga – Possivelmente, a inauguração da Casa do Povo de Valongo do Vouga não se realiza na data indicada - 28 de Maio; espera-se, porém, que o seja em um dos primeiros domingos de Junho próximo.
O respectivo plano de realizações é vastíssimo; honra quem o elaborou e muito diz do bairrismo do povo de Valongo, porquanto ele seria inexequível se a contribuição dos futuros sócios não correspondesse à capacidade populacional.
Na devida oportunidade daremos o relevo merecido ao acontecimento; todavia, para já, divulgaremos que faz parte desse magnífico plano, a construção de um bairro de moradias para trabalhadores, e que serão entregues aos sócios, segundo sorteio a seu tempo levado a efeito; de um completo arranjo de caminhos vicinais; a extinção da mendicidade na freguesia; protecção na enfermidade ao trabalhador; a sua mulher em estado de gravidez, cuidados e assistência; à criança, carinhoso amparo, etc., etc.
A sede satisfaz em pleno, às necessidades; e muito nos apraz dizer que nela se está construindo amplo salão de espectáculo, com cómodos camarotes e duas francas escadas de acesso. Esmalta a frontaria do bom edifício um lindo painel, trabalho da Fábrica do Outeiro.
A obra do sr. J. S. de Sousa Baptista vai frutificar, porque foi edificada num ambiente de carinho. A comprová-lo está aí esse exemplo que todo o povo deu ao receber com boa vontade a ideia da contribuição pró-Casa do Povo. Não há excepções a apontar; mas, se alguma surgisse, não teria nunca companheira.
Está, portanto, de parabéns, Valongo do Vouga.»
E assim termina a notícia daquele semanário. O grande acontecimento da inauguração foi vibrantemente noticiado pela «Soberania» no seu número 5199, de 4 de Julho de 1942, que a ele nos referiremos brevemente. Um dado histórico a que não deve ser alheio aliar a data da inauguração programada a uma outra célebre data: a de 28 de Maio de 1926, portanto, cerca de 16 anos depois desta. Por outro lado, a inauguração não terá sido nos primeiros domingos de Junho de 1942, mas talvez depois. Vamos investigar e esclarecer…
Belezas Locais
domingo, 23 de agosto de 2009
Os Investimentos
Casa do Povo de Valongo do Vouga - 5
Antes do relato desta parte da história da Casa do Povo de Valongo do Vouga, há que esclarecer que anteriormente existiu a inauguração da Instituição. Ao facto nos referiremos oportunamente.
Agora iremos apresentar as imagens possíveis digitalizadas do documento que instituía os primeiros benefícios aos sócios mais carenciados. São três folhas dactilografadas, que constituía um Regulamento, como no mesmo se diz, e que ao ser transcrito não carece de mais explicações.
Mas existe um factor curioso. Este documento constituía um requerimento que deveria ser aprovado, como foi parcialmente e abaixo disso damos nota, sendo apresentado ao Delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, entidade de quem dependiam as Casas do Povo. Por sua vez, este Instituto fazia parte da estrutura do então Ministério das Corporações e Previdência Social (hoje, Ministério da Solidariedade e Segurança Social, que também já foi conhecido por Ministério do Trabalho). Não sei se é preciso explicar, mas este Instituto era, já em 1942, o Organismo Oficial que corresponde hoje à Delegação da Inspecção do Trabalho que, mesmo assim, já se encontra bastante e profundamente remodelada.
Este Regulamento da Casa do Povo foi aprovado com uma excepção. Manuscrito, na parte superior do lado direito, diz assim:
«Aprovo, excepto quanto à parte relativa a subsídio de invalidez, cuja concessão se encontra oficialmente regulamentada.»
A reprodução do documento é a seguinte:
Casa do Povo de Valongo do Vouga
REGULAMENTO PARA A CONCESSÃO DE SUBSIDIOS DE INVALIDEZ, PARTO, LACTAÇÃO, CASAMENTO, FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS E LIVROS.
Não lho permitem, no entanto, os seus fracos recursos e é dentro das possibilidades destes que ela tem de exercer a sua acção de assistência, no sector referente à concessão de subsídios de invalidez, no parto, na lactação, no casamento e no fornecimento de medicamentos aos doentes e livros para a Instrução Primária.
Nestes termos, a Casa do Povo estabelece, para estas modalidades de assistência, as seguintes disposições:
I – O subsídio de invalidez será concedido - no limite das possibilidades da Casa do Povo e dentro das disposições legais – aos sócios efectivos tornados inválidos pela idade, ou por incapacidade permanente para o trabalho, reconhecida e comprovada por atestado médico, e que não disponham de quaisquer recursos nem tenham pessoas de família que possam prover ao seu sustento.
II – O subsídio no parto será concedido com carácter eventual aos sócios pobres ou indigentes, nos termos dos §§ 1º e 2º do artigo 256º do Código Administrativo em, vigor. O subsídio a conceder será o correspondente a oito dias de doença nos partos normais e quinze dias nos casos de complicação, comprovada pelo médico da Casa do Povo.
§ único. Os dias de doença por parto não serão contados para os efeitos do § 1º do artigo 59º dos Estatutos.
III – O subsídio para lactação será concedido aos filhos dos sócios que estejam ao abrigo do disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 256º do Código Administrativo, quando as mães não possam amamentar os filhos, por motivo de doença ou falta de leite. Este subsídio não será entregue aos pais, mas sim pago mediante factura, ao fornecedor do leite, cuja quantidade será estabelecida por receita do médico da Casa do Povo, depois de examinar a criança a que se destina.
IV – O subsídio no casamento só terá lugar aos casos de pobreza comprovada e quando haja prole a legitimar para a constituição legal da família. Este subsídio será de 100$00.
V – O subsídio para medicamentos será concedido aos sócios abrangidos pelo disposto nos referidos §§ 1º e 2º do artigo 256º do código administrativo e regulado, como todos os subsídios de que trata este Regulamento, por um são critério da Direcção, dentro dos recursos orçamentais, tendo sempre em consideração os casos de maior pobreza e gravidade.
VI – O fornecimento de livros aos filhos dos sócios, que frequentem a Escola Primária, fica sujeito ao critério disposto na cláusula V.
VII – Este Regulamento será modificado, quando as circunstâncias assim o aconselhem, sendo, nesse caso novamente submetido a aprovação superior.
Casa do Povo de Valongo do Vouga, 20 de Dezembro de 1942
O Presidente da Assembleia Geral
(Joaquim Soares de Sousa Baptista)
A Direcção
(João Baptista Fernandes Vidal)
(Joaquim Ferreira Rachinhas)
(Eduardo Vasconcelos Soares)
Nota: - Alguns considerandos e comentários podiam, historicamente, ser apontados. Mas parece que os mesmos são dispensáveis se se admitir as condições de vida e de meios no tempo em que isto se passou. Ou seja, não havia nada, comparando com a actualidade, pelo que o conteúdo daqueles benefícios sociais eram considerados bastante evoluídos e constituíam a primeira iniciativa naquilo que, hoje, são situações perfeitamente normais.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
A Saúde-Direito Universal?
Palavras de Laurinda Alves, jornalista, escritora, que pode ler aqui no Jornal I
Casa do Povo de Valongo do Vouga - 4
Faltavam os Estatutos e posteriormente as primeiras pessoas que deveriam integrar os seus órgãos sociais e que iriam começar a dirigir a Instituição e pô-la a funcionar, tendo em conta o espírito da sua criação e dos fins e objectivos que pretendiam ser alcançados.
Esta situação ocorreu no dia 19 de Abril de 1942, pelas 15 horas, em que se reuniram os sócios efectivos e contribuintes «interessados na execução dos trabalhos preparatórios da organização da Casa do Povo, para deliberarem o abaixo exposto», como se lê logo no início da acta, que foi assinada por todos os presentes e que terão sido convocados, como é admissível, para se pronunciarem sobre:
«Leitura dos Estatutos pelo professor João Baptista Fernandes Vidal. As pessoas presentes manifestaram a sua concordância com a redacção e pensamento do diploma orgânico da Instituição.», refere a mesma acta.
A seguir surgem as propostas para os órgãos sociais (era assim, não havia listas, as pessoas eram propostas à assembleia, como podemos confirmar mais tarde). Então a acta acrescenta: «O senhor António Marques da Silva Paula, propôs para os lugares de presidente da assembleia-geral e primeiro vogal substituto, respectivamente, os senhores Joaquim Soares de Sousa Baptista e Manuel Gomes Correia Sereno, proposta esta que mereceu entusiástica aprovação de todos os presentes, que se manifestaram com prolongada salva de palmas; em seguida o senhor António da Silva Magalhães propôs ao presidente da mesa, que por sua vez transmitiu à assembleia essa vontade, os senhores João Baptista Fernandes Vidal, para presidente da direcção, Joaquim Ferreira Rachinhas, para secretário e Eduardo Vasconcelos Soares, para tesoureiro e o senhor António Pereira Vidal para segundo vogal da assembleia-geral, proposta esta que teve, por parte dos presentes plena concordância e aceitação. Foi depois lido o projecto de orçamento para o segundo semestre do corrente ano pelo senhor João Baptista Fernandes Vidal, documento que foi aprovado pelos presentes.»
Estamos a dividir em duas partes a presente acta.
É que sobre esta justificam-se algumas considerações históricas e a primeira, que já referimos, consistia no facto de nas assembleias-gerais as pessoas para ocupar determinado cargo, eram propostas por alguém dos presentes, não se candidatavam. Era assim, porque o próprio regime político então existente a isso certamente impunha. Se existissem eleições com candidaturas próprias e votos secretos, era capaz de se considerar que havia algo subversivo.
Uma outra curiosidade consistia no facto de se proporem pessoas para presidente da assembleia-geral e para vogal substituto. Só depois é que se propunha o segundo vogal substituto deste órgão. E verificamos em actas posteriores este procedimento. Primeiro eram propostas as pessoas para a direcção e só depois era proposta uma pessoa para segundo vogal da assembleia-geral. Claro que, como se refere antes, a proposta para a mesa da assembleia-geral (duas pessoas) já tinha sido feita antes.
Curioso também, e de registar, é que não havia Conselho Fiscal.
Ficamos com esta primeira parte de um facto histórico sobre os primeiros passos da fundação da Casa do Povo de Valongo do Vouga, que o conterrâneo António Simões Estima, de outra forma, trata também, e bem, na sua monografia «De Ualle Longum a Valongo do Vouga». Não maçamos mais quem nos acompanha e brevemente voltamos com mais pormenores históricos, que na segunda parte desta assembleia também existem.
Perante os factos relatados, na Casa do Povo os primeiros titulares dos órgãos sociais, foram:
ASSEMBLEIA-GERALPresidente: - Joaquim Soares de Sousa Baptista
1º Vogal: - Manuel Gomes Correia Sereno
2º Vogal: - António Pereira Vidal
DIRECÇÃOPresidente: - João Baptista Fernandes Vidal
Secretário: - Joaquim Ferreira Rachinhas
Tesoureiro: - Eduardo Vasconcelos Soares
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
GAFANHA DA NAZARÉ-Festival do Bacalhau
(Foto 'retirada' do blogue Pela Positiva, de F. Martins-Gafanha, com a devida vénia, como se impõe)
Casa do Povo de Valongo do Vouga - 3
Após iniciados os trabalhos da assembleia que esteve na origem da fundação da Casa do Povo de Valongo do Vouga, como bem documenta a acta que temos vindo a analisar, continua a mesma nos seguintes termos:
«Pelo citado senhor Joaquim Soares de Sousa Baptista foi presente um inquérito por ele mandado organizar, de cujo estudo resultou a classificação de CENTO E NOVENTA SÓCIOS CONTRIBUINTES e DUZENTOS E SESSENTA E DOIS EFECTIVOS, sendo separados uns dos outros pela importância de setenta escudos da contribuição predial. As cotas foram estabelecidas como segue: - Os sócios contribuintes cuja contribuição predial seja de setenta a duzentos escudos, pagarão a cota mensal de três escudos; de duzentos e um a trezentos, a de três escudos e cinquenta centavos; de trezentos e um a quatrocentos, a de quatro escudos; de quatrocentos e um a quinhentos escudos, quatro escudos e cinquenta centavos; de quinhentos e um a setecentos escudos, a de cinco escudos; de setecentos e um a novecentos escudos, a de cinco escudos e cinquenta centavos, e os de mais de novecentos escudos de contribuição predial pagarão a cota de seis escudos.
Os sócios efectivos, cuja contribuição predial vá até vinte escudos, pagarão a cota mensal de um escudo e cinquenta centavos; de vinte e um a cinquenta escudos, a de dois escudos; de cinquenta e um a setenta escudos, a de dois escudos e cinquenta centavos. Os membros da Comissão Organizadora declararam ainda que, além das cotas que pelo estabelecido lhes venham a caber, não deixariam de auxiliar esta prestimosa Instituição na medida das suas possibilidades. Aprovado por unanimidade o que fica exposto, resolveu mais a Comissão tornar público, por meio de editais e toda a melhor divulgação, o relato das suas resoluções, durante trinta dias, para conhecimento de todos os associados inscritos, a fim de estes apresentarem as considerações que se lhes oferecerem, para serem ponderadas e resolvidas conforme o merecerem. Findo o referido prazo, o senhor presidente designará o dia para a eleição da direcção e da mesa da assembleia-geral. E, não havendo mais nada que tratar, foi encerrada a sessão, da qual, para constar. Se lavrou esta acta que vai ser assinada por todos os membros da Comissão e que eu, João Baptista Fernandes Vidal, secretário, escrevi, subscrevi e também vou assinar. »
(seguem-se as assinaturas dos presentes, sendo a última a do professor Vidal, como mandavam as regras).
Só não percebo, pelo que conheço até agora, o porquê da distinção, na palavra, de sócios contribuintes e sócios efectivos. Vamos lá a ver se conseguimos mais adiante clarificar isto.
Um facto curioso; o número de sócios, naquele tempo, pela ausência do hábito de associativismo que existia, era assinalável: 452 (quatrocentos e cinquenta e dois) sócios, terão sido os fundadores da Casa do Povo de Valongo do Vouga. Merece destaque! Gostava de ter aqui uma lista identificativa. Mas não tenho...
Cântico Negro de José Régio - Declamado por João Villaret
Estes dois vídeos apresentam o mesmo poema, do mesmo autor, declamado por dois actores diferentes. Ficam ambos e veja de qual gosta mais. Se do actor João Villaret (este) ou do actor Marco de Almeida (o anterior). O Poema é de uma beleza e de uma mensagem ímpar, que já tive oportunidade, aqui há muitos anos, de o declamar num espectáculo organizado por trabalhadores, no Cefas em Águeda.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Que fiz eu para merecer isto?
Casa do Povo de Valongo do Vouga - 2
E a sua continuação era para dizer quais eram os cidadãos presentes nesta reunião, feita por convite de Sousa Baptista, com vista à legalização da existência da Casa do Povo.
Penso ser coerente e respeitável deixar expressos os seus nomes, pois se aceitaram o convite, se estiveram presentes, se participaram nos trabalhos, o que é certo é que a Instituição também não podia “nascer” sem eles, apesar do grande obreiro ter sido Sousa Baptista, como os próprios reconhecem através do conteúdo da referida acta e que a seguir se transcreve. E os referidos nomes são os seguintes:
António Pereira Vidal, Manuel Gomes Correia Sereno, Joaquim Soares de Sousa Baptista, António Soares de Sousa Baptista, Dr. Eduardo da Silva Bastos, José Pereira Simões, Alberto António Henriques, Alberto Duarte Sucena, José Duarte Martins, Manuel Tavares Corga, Ernesto Gomes da Silva, António Marques da Silva Paula, José Correia de Bastos, Abílio Simões Gomes, José Henriques da Silva, José dos Santos Guarino, Abílio da Fonseca Morais, Artur Martins Pereira, Urbano Valente, como representante da Sociedade Agrícola de Aguieira, Álvaro de Oliveira Bastos, Joaquim Duarte, Joaquim da Silva, António Nunes de Melo e João Baptista Fernandes Vidal.Isto para concluir também que além do seu impulsionador mais preponderante, estes também foram fundadores da Casa do Povo de Valongo do Vouga.
Esta reunião tinha por objectivo «proceder à classificação dos sócios inscritos e estabelecimento das respectivas cotas. O patrono desta Casa do Povo (aqui está o reconhecimento dado, que acima me refiro) referido senhor Joaquim Soares de Sousa Baptista, depois de ter exposto os fins desta reunião e a grande vantagem das instituições das Casas do Povo, propôs para presidente desta sessão o senhor António Pereira Vidal, por ser o maior contribuinte, para vice-presidente o senhor Manuel Gomes Correia Sereno e para secretário João Baptista Fernandes Vidal, o que foi aprovado por unanimidade, tomando estes a seguir os seus lugares, sendo aberta a sessão e dando-se logo início aos trabalhos.»Esta a transcrição de uma parte da acta. De qualquer forma, ressalta de imediato que as coisas deviam funcionar como mandam as regras. Por outro lado, o modo de funcionamento e do convite feito a pessoas, à frente de uma assembleia, era sinal que ainda não haviam estatutos ou outro regulamento legal que lhe desse cobertura.
Vamos dando conta do conteúdo da acta para se poder avaliar, em pormenor, como foram as coisas da Casa do Povo, principalmente na sua fundação.
Por isso, fica para próximo capítulo mais algum conteúdo daquela acta.
Fico à sua espera para me acompanhar na memória desta história da freguesia…
terça-feira, 18 de agosto de 2009
A região na visão do escitor
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Era admirável o panorama em torno, espraiando-se ao poente numa larga bacia cortada pelo Vouga até à confluência do Águeda e circundada por colinas verdejantes onde ressaltam os povoados, também com tradições históricas, de Alquerubim, da Trofa, de Segadães e do Amial. Ao norte domina-se a ponte na longa fita da estrada rial e a antiga vila de Vouga, banhando nas águas do rio a vetusta ascendência da romana cidade de Vacca ou Vácua, cortando o horizonte uma extensa floresta que serve de fundo à velha Albergaria de D. Tareja, estendida para lá da mata de Serém.
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Aos pés ficam-lhe como no fundo de vasto anfiteatro, a lagoa estendida até à velha ponte de arcos caracteristicamente românicos e mais ao lado até à ponte nova, os pântanos do Marnel no lodaçal esverdeado...
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
As coisas do futebol
"Felizmente não sou apenas eu a "dar na cabeça" - permitam-me a expressão - de um dos mais importantes cidadãos do mundo da bola. É desse mesmo que estou a falar. Do sr. Joseph Blatter, dono e senhor todo-poderoso do futebol do planeta Terra.
Tudo começou por força de um protesto, enviado à FIFA pelo presidente da Associação Dinamarquesa de Futebol, reclamando contra a forma como foram festejados alguns golos na final da Taça das Confederações. E não se pense que nessas celebrações houve atitudes impróprias ou gestos obscenos. Nada disso! Apenas gestos de agradecimento a Deus, por quem tem o direito de n'Ele acreditar, e que não visavam ofender fosse quem fosse."
Artur Agostinho, in Jornal Record
A Festividade de Nª Sª do Socorro
Casa do Povo de Valongo do Vouga - 1
domingo, 16 de agosto de 2009
Conceitos em ent(revista)
As voltas que o mundo dá...
(OS CORSÁRIOS DE VALONGO)
( Do Diário de Aveiro, quarta-feira, 19 de Junho de 1991, com a devida vénia)
A manhã e a tarde separou-as a missa campal. O pároco de S. Bernardo, padre Félix, rezou-a, apesar de ser frágil neste momento o seu estado de saúde. Mas ele esteve no início destas iniciativas, compreendeu-as e incentivou-as desde sempre e como poucos, pelo que a sua presença era quase que uma questão de honra, sua e da comissão organizadora. Naturalmente que as palavras por si proferidas foram de incentivo à amizade, à solidariedade e a todos os movimentos que visem o bem-estar das pessoas. Todos o escutaram. Muitos o terão ouvido.
De tarde, foi a folia. Variedades seguidas, com artistas e grupos da nossa zona. E sempre mais público a chegar, como que a não querer que o sol se pusesse naquela tarde de alegria e movimento.
Passaram pelo palco o Armando Martins, Francisco Gamelas (a merecer mais oportunidades), D. Lizete (que bela voz e que bem canta o fado!), Mário Melo e Justina Abrantes (fez enormes progressos do ano passado para cá), os «Meninos do Vouga» (atenção a este grupo: é mesmo bom), o Rancho Infantil de Alagoas Santa Joana de Aveiro, Rancho das Lavradeiras de Sarrazola e, vindos de Valongo do Vouga, a Orquestra e Coral «Os Corsários» (outra actuação de muito destaque)
Foi uma tarde cheia. Tanto, que se sentiu dificuldade em coordenar as subidas ao palco. Mas a verdade é que já a noite vinha quando se começou a arredar pé e muitos foram os que levaram o dia noite dentro e viram chegar a madrugada. Acabava assim o segundo convívio dos ouvintes da Rádio Regional (93.6 MHz) iniciativa que começa a ganhar raízes e provavelmente se repetirá pelos anos fora.
(Esta foi a reportagem do matutino acima citado, na qual participaram os Valonguenses que figuram na digitalização feita à foto que acompanhava a reportagem referida deste jornal. O destacado a negrito é da minha autoria. Esta festa teve lugar, como se diz na reportagem, no domingo dia 16 de Junho de 1991, na Quinta do Picado, Aveiro. Na foto digitalizada são visíveis pessoas conhecidas, entre elas, uma pelo menos, que todos conhecemos e que (apesar de muito jovem) já não está entre nós.)