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sábado, 29 de agosto de 2009

Usos e costumes

Cantigas de antigamente


Nos meus papéis velhos, desbotados e amarelecidos, encontrei há dias, proveniente de uma recolha, da qual só tenho a letra, uma cantiga que em 9 de Abril de 1989 me foi dita (e não sei se cantada, mas penso que não) pela D. Olinda, de Carvalhal da Portela. Essa cantiga era assim:


Dizem que o trevo se atreve
A tirar a folha ao milho,
Eu sem ser trevo me atrevo
A tomar amores contigo.

Oh raparigas cantai, dançai,
Vossas cantigas voai, voai
De madrugada leva o rigor
Cantai o hino do nosso amor.

Está o céu enevoado
Está para chover e não chove
Tenho o meu amor doente, ai Jesus ó Maria,
Está para morrer e não morre.

Ó minha pombinha branca
Ó meu pombo rolador
Viva quem anda rolando
Nos braços do meu amor.

Desfolhei o malmequer
P’ra saber o teu amor
Eu te disse ó malmequer
Ó falso enganador.

Querida morena do teu lindo olhar
Foge-me a pena do teu cantar.

Parece que cada uma das quadras não “casa” bem com o conjunto. Estão desirmanadas umas das outras. Ou seja, não são oriundas do, e a tratar, o mesmo tema. São quadras soltas que terão, na minha opinião, uma origem e função brejeira, muito popular.
A D. Olinda era esposa do Sr. Joaquim Nunes da Silva, que morava numa casa que ligava o centro do lugar à passagem de nível da Boca.

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