A inauguração-I
No post anterior desta série, comentava-se que a inauguração da Casa do Povo de Valongo do Vouga, prevista para 28 de Maio de 1942 tinha sido adiada. Previa-se que seria num dos primeiros domingos de Junho daquele ano.
Mas não. A sua inauguração aconteceu no último domingo. Mais precisamente no dia 28 de Junho de 1942. Foi dia de festa rija, com grandes cortejos, esteve presente uma das bandas de música de Fermentelos, mas não se esclarece qual.
Deixamos aqui parte da digitalização da notícia anterior e deste acontecimento que, pela sua extensão, não a podemos transcrever na íntegra.
Mas o título, usando as técnicas jornalísticas daquele tempo, era de grande destaque, a três colunas da «Soberania», no formato de página muito usado naquele tempo, que era um lençol de papel e que dizia assim:
Mas não. A sua inauguração aconteceu no último domingo. Mais precisamente no dia 28 de Junho de 1942. Foi dia de festa rija, com grandes cortejos, esteve presente uma das bandas de música de Fermentelos, mas não se esclarece qual.
Deixamos aqui parte da digitalização da notícia anterior e deste acontecimento que, pela sua extensão, não a podemos transcrever na íntegra.
Mas o título, usando as técnicas jornalísticas daquele tempo, era de grande destaque, a três colunas da «Soberania», no formato de página muito usado naquele tempo, que era um lençol de papel e que dizia assim:
O ACTO INAUGURAL DA
CASA DO POVO DE VALONGO DO VOUGA
CONSTITUIU ACONTECIMENTO INVULGAR
(Como se pode ver pela digitalização, era mais ou menos assim a disposição do título no Jornal)
Num resumo, apenas podemos ressaltar alguns momentos do acto, começando com este apontamento inicial: «Às 5 ½ chegou ao cruzeiro de Arrancada, S. Exª o sr. Sub-Secretário do Estado das Corporações e Previdência Social, Dr. Trigo de Negreiros, acompanhado dos srs. Governador Civil de Aveiro, Delegado do I.N.T. no distrito, e de várias outras entidades oficiais. Foram aguardados pelos srs. Presidente da Câmara, Presidente da C.C. da U.N., Joaquim Soares de Sousa Baptista e pela directoria da Casa do Povo.» Seguem-se descrições várias, onde não faltou o que se refere ao estampidos de muitos foguetes, da música de Fermentelos que tocou o hino nacional, uma força do Núcleo da L.P. desta vila, que prestou a continência de honra.
Formou-se luzidio cortejo até ao edifício da Casa do Povo, com muitas crianças das escolas de Valongo, uma deputação do S.N. dos ferroviários do V.V., com estandarte, e outras individualidades de destaque da região.
A rua estava lindamente ornamentada, o povo, em massa, estacionava em redor do edifício, ouviam-se vivas, aqui e ali, espontâneos, sinceros.
O sr. Sub-Secretário subiu ao salão nobre e o rev. sr. Prior de Valongo procedeu, em seguida, à bênção do edifício, e um grupo de crianças rematou a cerimónia cantando o hino de Cristo - Rei.
A mesa, cuja presidência foi assumida pelo sr. Sub-Secretário das Corporações, foi formada por várias individualidades, com a presença de Sousa Baptista, como é óbvio. O Dr. Américo Andrade procedeu, em seguida, à leitura da escritura de doação da propriedade do edifício da Casa do Povo, expressamente mandada construir pelo sr. Sousa Baptista, tendo, no final, lido um discurso, no qual pôs em relevo o significado moral da renúncia à dita propriedade, construída para benefício do povo, e dirigido, por tal facto, os seus parabéns aos habitantes de Valongo. De seguida, Sousa Baptista assinou o termo da doação, e os assistentes coroaram o nobilitante acto com estridente salva de palmas.
O HINO BRASILEIRO
A BANDEIRA NACIONAL DO BRASIL
Queremos destacar um pormenor, que talvez seja do desconhecimento de muitos. Esta reportagem (chamemos-lhe assim) aponta ainda este facto.
«Içada a bandeira nacional, as crianças entoaram a «Portuguesa»; e o hino brasileiro, ao içar a do Brasil. Profundamente comovido, o sr. Sousa Baptista, erguido em frente da bandeira brasileira, dirige duas palavras de eterno reconhecimento à Pátria onde trabalhou durante tantos anos e Deus o bafejou, e foi com os olhos marejados de lágrimas que disse: “Símbolo da Pátria brasileira: Aceita a homenagem de um português eternamente agradecido”. A assistência aplaude, comovida.»
Nota: - Estamos a seguir esta notícia com alguma precisão nos termos utilizados, na grafia usada e nos modos e linguagem utilizados no jornal, inclusivé as maior parte das palavras tal como estão. Há muitos pormenores na notícia, que vão até à minúcia. Por isso, finalizaremos esta série para próximo post.
Formou-se luzidio cortejo até ao edifício da Casa do Povo, com muitas crianças das escolas de Valongo, uma deputação do S.N. dos ferroviários do V.V., com estandarte, e outras individualidades de destaque da região.
A rua estava lindamente ornamentada, o povo, em massa, estacionava em redor do edifício, ouviam-se vivas, aqui e ali, espontâneos, sinceros.
O sr. Sub-Secretário subiu ao salão nobre e o rev. sr. Prior de Valongo procedeu, em seguida, à bênção do edifício, e um grupo de crianças rematou a cerimónia cantando o hino de Cristo - Rei.
A mesa, cuja presidência foi assumida pelo sr. Sub-Secretário das Corporações, foi formada por várias individualidades, com a presença de Sousa Baptista, como é óbvio. O Dr. Américo Andrade procedeu, em seguida, à leitura da escritura de doação da propriedade do edifício da Casa do Povo, expressamente mandada construir pelo sr. Sousa Baptista, tendo, no final, lido um discurso, no qual pôs em relevo o significado moral da renúncia à dita propriedade, construída para benefício do povo, e dirigido, por tal facto, os seus parabéns aos habitantes de Valongo. De seguida, Sousa Baptista assinou o termo da doação, e os assistentes coroaram o nobilitante acto com estridente salva de palmas.
O HINO BRASILEIRO
A BANDEIRA NACIONAL DO BRASIL
Queremos destacar um pormenor, que talvez seja do desconhecimento de muitos. Esta reportagem (chamemos-lhe assim) aponta ainda este facto.
«Içada a bandeira nacional, as crianças entoaram a «Portuguesa»; e o hino brasileiro, ao içar a do Brasil. Profundamente comovido, o sr. Sousa Baptista, erguido em frente da bandeira brasileira, dirige duas palavras de eterno reconhecimento à Pátria onde trabalhou durante tantos anos e Deus o bafejou, e foi com os olhos marejados de lágrimas que disse: “Símbolo da Pátria brasileira: Aceita a homenagem de um português eternamente agradecido”. A assistência aplaude, comovida.»
Nota: - Estamos a seguir esta notícia com alguma precisão nos termos utilizados, na grafia usada e nos modos e linguagem utilizados no jornal, inclusivé as maior parte das palavras tal como estão. Há muitos pormenores na notícia, que vão até à minúcia. Por isso, finalizaremos esta série para próximo post.
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