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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Natal

Os Magos do Oriente - II

Este segundo capítulo sobre os Reis Magos, ou apenas Magos, vai-nos introduzir no aspecto histórico e temporal do acontecimento.
Herodes, o Grande, nasceu cerca do ano 73 a.C. Foi nomeado rei pelo Senado romano no ano 40 a.C. Político hábil e governador cruel, aliou-se aos romanos e aos fariseus, de quem recebeu benesses. Foi ainda um grande construtor de Jerusalém (Mt 2,1). Morreu no ano 4 a.C., podendo fixar-se o nascimento de Jesus dois anos antes.
Não tenho conhecimentos, nem encontrei explicação para este desfazamento de tempo. Mas esta situação está intimamente ligada à mortandande dos inocentes, o que confirma a caracterização cruel e violenta de Herodes, embora com uma base literária comum a outras (por exº Mt 22,7; Ex 22 1,15-16), o que quer dizer que Herodes ao tomar a decisão de exterminar e, no meio, poder encontrar Jesus Cristo e eliminá-LO, significa, de acordo com teorias que por aí encontrei, que o receio de Herodes poder ser destituído, leva-o a tentar subornar secretamente os Magos. Mais; quando decide mandar matar todos os filhos primogénitos com idade inferior a 2 anos, naturalmente que os Magos chegaram, não pouco tempo depois do nascimento mas por alturas daquela idade (2 anos). Assim, significará que Jesus Cristo já seria uma criancinha e não um bebé acabado de nascer ou ainda de meses.
Por outro lado, a redacção do Evangelho de Mateus, em 2,11, diz que «entrando em casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe.» Ou seja, já encontraram Jesus Cristo numa casa e não na gruta onde ocorreu o parto, «porque não havia lugar para eles na estalagem» (Lc 2,7). Esta frase de Lucas encerra interpretações e mensagens teológicas importantes.
Voltemos aos Magos:
Os restantes evangelistas não referem este acontecimento. Nem o número dos Magos nem a sua condição de reis pode ser confirmada. Muito menos os seus nomes. Admite-se o número por equivalência aos presentes entregues; ouro, incenso e mirra. Ou seja, certamente que cada um entregava um presente que hoje tem uma interpretação, os quais só eram dados a quem reunisse condições equivalentes ao seu significado, alguns deles que veremos a seguir.
Os nomes terão sido atribuídos ao longo dos tempos pela tradição cristã, como considerando estarem aqui reunidos os representantes de todo o ser humano, de todas as raças, de todos os povos, diferentes mas sempre iguais quer entre si, quer da sua dependência Divina. Os seus nomes, profusamente conhecidos, eram Melchior (ou Belchior) Baltazar e Gaspar.
Os presentes e outros factos, vamos deixar para um capítulo seguinte, porque se pode, com a extensão do texto, retirar o interesse pela leitura.
Um bocadinho de cada vez, é mais fácil...

1 comentário:

Saraï disse...

Muito bem!
Obrigada pelo convite... tão "oficial"... estou a gostar imenso... cá espero o próximo capítulo-
Bjs
S.

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