As Meninas Mascarenhas
O livro - III
Rio Vouga próximo do Carvoeiro
Contar aqui a história passada no século XIX na freguesia, que envolveu duas ilustres famílias da aristocracia de então, as famílias Bandeira da Gama e do Visconde de Aguieira, seria quase impossível suportar aqui a sua leitura.
Com devida vénia que estes casos merecem, vamos hoje apontar apenas um pormenor. As meninas Mascarenhas foram internadas em Aveiro no Convento de Sá. A família dessas meninas, pela influência que tinham nas autoridades, conseguiram vir até Aveiro convictos que pelas vias consideradas legais levariam as meninas na sua companhia para Vilar de Besteiros.
Mas da casa de Aguieira soube-se desta intenção e, no mesmo dia em que os Bandeira da Gama se deslocaram a Aveiro, da csa de Aguieira, ainda muito cedo, foram ao convento e conseguiram trazer as Meninas Mascarenhas, antes que os Bandeira chegassem.
Vieram pelos pinhais, em direcção a Eixo, com peripécias de perseguição pelo meio, refugiaram-se na vila de Eixo em casa de amigos.
Há até um episódio interessante, que parece merecer destaque. Chegados a Eixo, de noite, o Dr. José Joaquim da Silva Pinho, que acompanhou sempre os lances mais importantes desta aventura, chamava por um amigo e este não respondia. Não queria expor-se em público à noite e toca de saltar um muro, para, pelas traseiras, ir até ao amigo. Só que, quando se agarrou ao muro, não sabia que este estava impregnado de vidros e deu cabo das mãos.
Mas conseguiu o contacto e lá andou ligado durante uns tempos.
Daqui foram até Requeixo e só nesta localidade é que se metem ao rio Águeda, quando a tropa já andava pela Ponte da Rata a fiscalizar quem passava e ver se chegava algum barco dos lados de Aveiro. O que é certo é que o barco, com as Meninas Mascarenhas a bordo, passou com aquela tropa toda a fiscalizar. Mas como o barco descia o rio Águeda, nada fazia supor que fossem os figitivos de Aveiro. E passaram à vontade até à confluência do rio Vouga.
Aqui, o barco ruma Vouga acima, até que chegam a Carvoeiro, ao sítio do Rodo, atracaram o barco à margem direita, junto ao Penedo, à espera e quando o sol surgisse no horizonte, partiriam.
Da estadia no Rodo, vamos dissertar um pouco sobre um facto que envolve aquele advogado, autor desta História, com um homem de Brunhido.
Sem comentários:
Enviar um comentário