sábado, 27 de março de 2010
AUSÊNCIA TEMPORÁRIA
quarta-feira, 24 de março de 2010
A história local

Escola EB1 de Cabeçais, freguesia de Fermedo, local onde passaram as Meninas Mascarenhas, retirada do site daquela escola
A Junta de Freguesia na história - 28
Em 1911, já se admitia o alargamento deste cemitério. E isso foi feito várias vezes, durante estes anos!
terça-feira, 23 de março de 2010
Coisas e Loisas - 18

segunda-feira, 22 de março de 2010
Coisas e Loisas - 17
A Junta de Freguesia na história - 27
Como estes resumos focam o caminho de ferro, esta gravura a ilustrar
domingo, 21 de março de 2010
Coisas e Loisas - 16

Sugere este texto as festas a que nos habituamos a ver, frequentar, a estar presentes, quem o faz, claro. E sugere ainda outros factores, como sejam autênticos milagres de gestão e engenharia financeira, apenas comprovando o aforismo e a realidade de que com trabalho tudo se consegue. Às vezes os custos envolvidos, nota-se à vista desarmada, podem ser considerados exorbitantes e, nalguns casos, descabidos. Com estas opiniões, até parece que sou contras as festas.
Tem outros comentários que o espaço não permite e o conteúdo passaria ao lado da intenção desta opinião. Mas o que interessa evidenciar são apenas alguns aspectos cruciais. Por um lado, alguma rivalidade que as respectivas comissões colocam nos programas, procurando, cada uma, fazer melhor que a anterior (nalguns casos) e, por outro, os investimentos envolvidos.
Por muitas tradições que a história demonstre e confirme, é que a quase totalidade do seu programa e do seu tempo é profano e o lado religioso, em nome de quem se quer honrar, é diminuto. Por isso, se a festa é em honra do santo x, y ou z, não se misture mais nada que não seja, unicamente e só, honrar aquele, ou aquela, que em vida foi um modelo e um exemplo para a sociedade, com a inerente santificação, pelos actos e pelas obras, que lhe foi e é reconhecida.
O retornoQuanto aos investimentos referidos, é de notar que os que os conseguem, trabalhando e soando as estopinhas, fazem com que a comunidade em que se insere este tipo de iniciativas fique sem nada, quer espiritualmente, quer materialmente, ou seja, não há retorno de qualquer tipo de benefício, a não ser em favor daqueles que "vieram fazer a festa".
Na freguesia onde me encontro inserido, o fenómeno é, normalmente, comedido, salvo uma ou outra excepção, que confirma o pensamento que estamos a discernir (algumas, deixaram de se realizar, com excepção da parte religiosa) mas que nem por isso deixa de constituir assunto para reflexão, atendendo às necessidades mais primárias que a comunidade sente actualmente, pelo menos uma grande parte, que se reflectem nos seus contributos para festas, quando os elementos da respectivas Comissões lhes batem à porta.
sábado, 20 de março de 2010
A história local

Pelourinho do antigo Concelho de Fermêdo. Tem gravado duas datas: 1275 do foral de Fermêdo e 1932, data da sua implantação no local actual (junto à capela de Nossa Sra. de Saúde em Cabeçais). Classificado Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 23122 de 11-10-1933.
(Do site oficial da C. M. Arouca. www.cm-arouca.pt Por aqui passaram os fugitivos com as Meninas Mascarenhas)
Procurando seguir amíude o Livro de «As Meninas Mascarenhas», acompanhamos a narrativa do Dr. José Joaquim Silva Pinho, no momento em que às três da madrugada eram feitas as despedidas da família e partia a comitiva em direcção à quinta de Covelas, em Cabeçais. Esta localidade, vista no mapa, fica perto de Romariz, como vamos ver a seguir e ainda mais próxima de Fermedo. Duas localidades que a narrativa identifica.Não vale a pena descrever as características e as formas como se apresentavam, mais parecendo que estes homens, com as meninas que transportavam, iam para uma guerra.
Citamos ainda esta parte do livro, pelas características e episódios que relata, destacando-se que enquanto Joaquim Álvaro parecia um autêntico cavaleiro todo armado, dizia o Dr. Silva Pinho: «Eu ia noutro cavalo, quase inerme apenas munido de um belo punhal de Toledo, que eu trouxera da feira do Beco de 1 Fevereiro de 1847 e aí fora apreendido a um obstinado patuleia que assassinara um soldado da divisão do duque de Saldanha.»
Há descrições de outras pessoas, que, penso, não despertam muita curiosidade. Aqui apresentamos os seus nomes, apenas por uma questão histórica e que eram o Manuel Domingos Ramos, o Póvoas e o Caetano da Palhaça, Havia ainda outros criados que eram o Serra e o Branco. Quem se destacava deste grupo era o Póvoas, «prático naqueles caminhos, para todos os outros desconhecidos».
Esta jornada fora calma, sem sobressaltos. Subiram montanhas, andaram em planos, desceram locais íngremes, era ainda noite e não se via nada das povoações e da paisagem. Ao alvorecer da manhã, torneava tal caravana a serra do Giestoso, que começava a alumiar o santuário de Nossa Senhora da Saúde, erguido no cume do monte. Desceram para o vale, de Cambra, populoso, chaminés fumegantes, muito gado a pastar nas várzeas e nas encostas.
Ali pararam, descansaram e passaram o dia, «almoçando e jantando na locanda asseada que nos regalou com uma pousada muito agradável.»
Seguiram depois, através de montanhas e vales, em direcção a Fermedo. Até que já se notava o sol pôr-se quando passaram em Cabeçais, a tal localidade onde perto devia morar a senhora a quem seria entregue uma carta de apresentação de D. Matilde Máxima, de Soutelo.
Com a presença de tal caravana, nada habitual por aqueles sítios, formou-se um bando de curiosos, que se iria tornar fatal para o Visconde e sua comitiva. O Dr. Silva Pinho há-de relatar mais tarde esta coincidência, quando inclusivamente pedia lume, para acender um cigarro, «porque, nesse tempo, os fósforos ainda eram raros em Portugal.»
O tutor das meninas «desconfiava sempre e tinha o preságio de que o Grupo de Cabeçais ainda lhe havia de trazer desgosto.» Embora preocupado, ainda exclamou que estavam em Covelas. E «o portão da quinta de D. Margarida Coelho da Rocha mostrava-se na sua forte gradaria de ferro.»
Para aí se dirigiram, e um dos criados bateu, a chamar. Ninguém respondeu dentro da quinta. Depois de um tempo passado, bateu novamente. O silêncio manteve-se. Só à terceira chamada é que alguém se fez ouvir, de dentro, com uma voz grosseira a pergunar, mas sem abrir:
- Quem é? Donde vem? Para onde vai?
E o portão abriu-se finalmente! Apearam-se e só depois de um longo tempo de espera é que apareceu uma senhora (D. Margarida), já «entrada» na idade, modos graves e distantes, olhar de desconfiança, mas vivo e inteligente.
Após uma intervenção de Joaquim Álvaro, desculpando-se e dizendo quem era, apresentou a carta de D. Matilde Máxima, do Soutelo, que leu com muita atenção, mas sempre desconfiada, dando apenas sinais de se lembrar.
A senhora, quando lhe foi apresentado o Dr. Silva Pinho, respondeu secamente, apesar de ter estado com ele na Torreira, em 1831, com um tio, Manuel da Silva d'Almeida, de Pessegueiro e de ter convivido com ele durante a sua permanência na praia, vieram no mesmo barco, apanharam frutos silvestres, depois de terem desembarcado na Foz, no rio Vouga. E a senhora, sem se desmancahar, respondeu ironicamente (digo eu):
- Tenho uma ideia!...
O Dr. Silva Pinho, acrescentou ainda que em 1838 e a pedido de seu tio, levou para o dr. Coelho da Rocha, lente da Universidade, que tinha sido seu professor, uma carta sua. E acrescentava o Dr. Silva Pinho: «Essa carta serviu-me muito no meu exame de latim, no Pátio.» E a D. Margarida, volteu a responder impassível:
- Tenho uma ideia...
*****
Ficamos por aqui com as vagas ideias da D. Margarida Coelho da Rocha, em casa de quem se hospedaram, após minucioso e prolongado teste de observação desta senhora, e onde o Visconde e o Dr. Silva Pinho iriam passar as grandes tribulações desta espantosa e interessante aventura.
sexta-feira, 19 de março de 2010
A Junta de Freguesia na história - 26
Tínhamos referido antes que um cidadão de Aguieira, de nome Alberto António Henriques, havia feito uma contratação com a Junta, descrita e assinada em acta, mas com total incumprimento das condições que tinham sido estabelecidas.
Perante tal incumprimento à Junta só restou levantar os respectivos autos e exigir daquele o que legalmente estava estipulado. Os valores envolvidos ainda eram de certo vulto para aquele tempo do princípio do século XX. Enveredava-se pela via judicial.
Tinha uma expectativa, como dizia antes, em ver o epílogo desta situação, cuja pesquisa a ela ainda não tinha chegado.
Consultadas algumas actas, ficamos surpresos porque, em 17 de Dezembro de 1911, diz a acta da sessão da Junta realizada nesta data:
quinta-feira, 18 de março de 2010
A história local
Esta é a conhecida Ponte de Pessegueiro, por onde passava o comboio. A que é citada no livro, é um pouco mais acima desta
Vamos tentar dar mais uns passos na história das Meninas Mascarenhas, uma narrativa, relembra-se, do Dr. José Joaquim da Silva Pinho, existente num livro editado pelo jornal paroquial «Valongo do Vouga», em Abril de 1984, de que foi director o Rev. Padre António Ferreira Tavares.
Eclesialmente

É preciso olhar para os episódios da Bíblia como se fossem experiências vividas por nós, e não experiências que se passaram há séculos, que já ouvimos descrever 50 vezes. Cada pessoa tem uma filha de Jairo, um paraplégico, um cego de nascença dentro de si própria. Em vez de palavras sábias e filosóficas, temos de pensar em imagens.
quarta-feira, 17 de março de 2010
A história local
O rio Vouga na actualidade, próximo de Carvoeiro
O seu destino seria, ao outro dia, seguir para Paradela, até casa do cirurgião Agostinho Graça. Mas, antes da sua chegada, houve cenas aflitivas em sua casa, dado o seu envolvimento neste caso dos Pacheco-Teles. Dizia que seu pai era um fanático e dedicado amigo da família de Aguieira e, com este sentimento, queria que ele, jovem ainda, participasse e acompanhasse esta família «no lance em que estava empenhada», ainda que uma desgraça viesse.
A mãe do Dr. Pinho tinha conhecimento de alguns incidentes que já tinham ocorrido e pretendia que se deixasse de mais aventuras e sacrifícios. Os senhores de Aguieira que se arranjassem como entendessem e que deixassem em paz a pacata e boa gente de Jafafe.
Suplicou, pediu, ordenava que não partisse nesta aventura. Mas o Dr. Pinho lá foi a cavalo, pelas três horas da tarde do dia 16 de Janeiro [cremos que de 1847], tendo chegado a Paradela, a casa daquele cirurgião, já a noite caía, depois de ter feito uma longa travessia de serras.
Sua mãe ficou a rezar pela sua sorte.
Até que chegou próximo da povoação e ouviu, a distância, uma voz:
- Silva!
- Escura!... respondeu.
Era alguém da casa do cirurgião que vinha ao seu encontro, procurando-o, pois havia muito que o esperavam em Paradela e ele demorara-se bastante. E aqui novamente a senha e contra-senha que estava combinada.
Chegado a casa do cirurgião Agostinho Graça, esperavam-no Joaquim Álvaro e toda a equipa. Ali realizaram um conselho, com a presença de Joaquim Álvaro, D. Ana Teles e seus sobrinhos João de Figueiredo, Guilherme Teles e D. Matilde Máxima Teles. Estes viviam na quinta de Soutelo, da freguesia de Macinhata, e que sabendo do que se passava foram até Paradela.
Ficou estabelecido que D. Ana Teles, mal podia seguir com todos, dado que se sentia doente e mortificada pelos trabalhos, canseiras e medos sofridos nos dias anteriores, regressaria a Aguieira, mas antes iria permanecer no lugar de Soutelo e daqui, descendo por Moutedo, iria até Aguieira. Aliás, este estratagema tinha também em vista desviar as atenções dos perseguidores, que, diz-se, os despistaria, ao verem que a senhora que acompanhava e era responsável pelas meninas estava na casa do Cimo da Rua, pois tinham espias por todo o lado e levariam esta notícia aos Bandeira da Gama.
terça-feira, 16 de março de 2010
Eclesialmente

2.ª parte: "[No livro do Eclesiastes] o tempo e o acaso acontecem a todos por igual. Era uma óptima pessoa – morreu. Era uma péssima pessoa – morreu também. (...) Eu juntei uma enorme fortuna – morri. Eu adquiri imenso conhecimento – morri a seguir. Eu fui muito bom para o meu semelhante – morri. Fui péssimo para o meu semelhante – morri também.” (...) “O trabalho de humorista é fazer as pessoas rirem-se do facto de, por mais maquilhagem que ponham na cara, é àquele estado que vão chegar.”
Fonte: SNPCultura, clicando aqui... E veja os vídeos!
Se ouviu e viu os vídeos da palestra de Ricardo Araújo Pereira, não temos mais comentários a fazer. Nem são necessários. É a realidade, que ele, Ricardo, também percebe e que nos coloca... a nós, crentes e não crentes... servida de bandeja... um dia!
segunda-feira, 15 de março de 2010
A Junta de Freguesia na história - 25
Nota: - Deve começar a ler o post anterior (24 ) se ainda não leu
A Junta de Freguesia na história - 24
Imagem de uma parede de adobos (também se pode chamar adobes), adaptada de Wikimedia.org
«E aberta esta sessão, depois de lida, aprovada e assinada a acta da sesão anterior, pelo referido presidente, cidadão João Baptista Fernandes Vidal, foi novamente exposto o motivo da convocação, sendo devidamente apreciadas todas as fases por que o referido cidadão Alberto António Henriques, se tem apresentado perante esta Corporação, ora provocador e arrogante, ora ameaçador, ora humilhante e pretendendo iludir a boa fé dos membros desta corporação, com a sua refinada malícia e má fé, servindo-se para isso de todos os meios e expedientes, faltando ao que promete e transgredindo as Posturas desta Junta de Paróquia.
sábado, 13 de março de 2010
A Junta de Freguesia na história - 23
A história local
Ponte ferro-rodoviária em Sernada. Por este local, ainda a ponte não existia, passaram as Meninas Mascarenhas em direcção ao Rodo-Esmarrida-Paradela.
Nota: - O último apontamento desta história foi colocado neste blogue no dia 8 de Janeiro de 2010.
quinta-feira, 11 de março de 2010
AS CINZAS DA QUARESMA

A Junta de Freguesia na história - 22
Neste capítulo da história com que se viu confrontada a Junta de Freguesia depois da República, mais concretamente em 1911, a sua origem estava num areeiro no sítio denominado, como ainda hoje é, de «Vale da Enguia», nos limites do lugar da Veiga.
Como este facto histórico se relaciona com a Veiga, nada melhor que a ilustração com a capela de Nª Sª das Pressas e do Sr. dos Remédios, o ex-libris do lugar, século XVII.
Era um local com areia de construção e com a qual eram fabricados os adobos que serviam para fazer parede de casas de habitação, muros, etc. Na freguesia esta actividade foi de grande evidência, tendo-nos passado pelas mãos, bem como de outros companheiros os pesados adobos de construção. Dada a qualidade do material, aquele terreno, baldio e, como tal, da responsabilidade da Junta de Freguesia, tinha de sofrer algumas mudanças para a sua correcta e justa utilização.
Daí ter surgido uma postura, legalíssima para o tempo e as leis vigentes, pois de outro modo, parece, as desavenças entre concorrentes era constante e nada condizente com algum civismo que deveria perdurar.
Nota-se o interesse pela actividade e pelo local, quando na sessão onde as posturas são discutidas comparece grande número de pessoas da freguesia. E nota-se que terão existido acaloradas e prolongadas discussões, pois a sessão começou pelas quatro horas da tarde e só terminou pelas seis e meia da tarde, como se salienta na acta.
Deve ser esclarecido, para além disto, que as posturas nem estão demasiadamente extensas, pois são constituídas por dez artigos e dois parágrafos, todos eles de redacção simples e curta.
quarta-feira, 10 de março de 2010
A Junta de Freguesia na história - 21

*****
terça-feira, 9 de março de 2010
Os nossos emigrantes
Local de todos conhecido. Panorama geral da igreja paroquial de Valongo
Gostava, mas talvez não tenha grandes possibilidades, de historiar aqui alguma coisa da vida e obra dos nossos emigrantes. Principalmente os da freguesia e arredores.
Coisas da Guiné - 25

A parturiente tanto pode ser uma rapariga solteira (campune) como uma mulher casada (ocanto), como é óbvio.
Tratando-se da primeira, quando está nas proximidades do parto recolhe a casa e manda chamar algumas "mulheres grandes" que possam servir de parteiras.
(Dr. Ramiro Fernandes de Figueiredo)
(Ex.alf.mil. médico da CCaç. 462-Guiné 1963/1965)
A Junta de Freguesia na história - 20
Foto: Manuel Teles in semanário «Mensageiro» da Diocese Bragança-Miranda, com a devida vénia
Sessão de 20/11/1910:
1) - Por meio de arrematação em hasta pública, deliberada a venda de uns arciprestes existentes no adro.
2) - Pôr a concurso o lugar de Coveiro, estabelecendo a Junta um ordenado anual, ficando como receita para a Junta as entradas e enterramentos. Os enterros e entradas passam a ser cobrados pelo tesoureiro mediante um documento passado pelo secretário e assinado pelo presidente, não podendo o coveiro enterrar ninguém, sem lhe ser apresentado o respectivo recibo.
Nota: - Nesta sessão, diz a acta que esteve presente o Regedor.
Sessão de 4/12/1910.
1) - Pela singularidade de que se reveste, pois idênticas a esta há bastantes deliberações do género (o que não admira), deliberado passar atestado de pobreza a Fortunata de Jesus, jornaleira, solteira, do lugar de Carvalhal da Portela, d'esta freguesia. É que tal singularidade vai ao ponto de ser uma pessoa do lugar onde resido desde 1967 e cheguei a conhecer a pessoa em causa. Só por isto é que evidencio o facto.
2) - Foi entregue o lugar de Coveiro a Patrício Dias Ferreira, deste freguesia, pela quantia de dezoito mil reis, ficando o dito Coveiro com o encargo de limpeza do cemitério e estipulando-se que a principiar em um de Janeiro de mil novecentos e onze.
Cada enterro de 1 a 7 anos paga de entrada a covagem quatro centos reis e daí para cima oito centos reis. (pois claro, já naquele tempo não eram nada meigos em taxas!)
E acrescenta que este presente o respectivo Regedor.
Sessão de 18/12/1910:
- Foi deliberado vender umas árvores existentes no adro por se encontrarem em completo estado de putrefacção.
Sessão de 8/1/1911:
- Oficiar à Câmara Municipal para ordenar o levantamento de matos e estrumeiras no lugar do Sobreiro.
Enalteço este facto, que parece não ter nada de especial a apontar, a não ser para relembrar que numa grande parte da população, se não mesmo a maioria, tinha o hábito (e a necessidade) de "produzir" matéria orgânica que servia depois para aplicação agrícola, sendo o adubo do tempo. Desta forma, junto das casas, mesmo à entrada, na sua grande parte e nas traseiras, o chão era coberto de plantas várias, entre elas o tojo, as rameiras, a caruma, as folhas de árvores, que com o tempo e humidade se deterioravam e depois eram carregadas nos carros de tracção bovina e levadas para as terras a cultivar.
Naqueles tempos não havia preocupação na preservação do meio ambiente, mas necessidade de deitar mão a algumas «invenções», já antes experimentadas durante décadas e tratar de «adubar» as courelas.
Sessão de 22/1/1911
- Deliberado distribuir a esmola doada por Manuel Joaquim Corga, legado aos pobres desta freguesia na importância de 31.500 reis, ficando distribuído da seguinte forma:
- Arrancada - 10.000 reis
- Aguieira - 4.000 reis
- Veiga - 3.000 reis
- Valongo - 5.000 reis
- Brunhido- 9.500 reis
segunda-feira, 8 de março de 2010
Ausência forçada

sábado, 6 de março de 2010
Coisas e Loisas - 15
sexta-feira, 5 de março de 2010
Coisas e Loisas - 14
Estava, como de costume a deambular por este ciberespaço, quando reparo numa fotografia que me parece «familiar». E assim é. Essa fotografia é a que reproduzo a seguir e ela está num blogue com a denominação http://barcosaoalto.blogspot.com/. É seu autor João de Brito Sousa, residente no Porto, e esta foto está a ilustrar um artigo denominado a «Figura do Regedor». A este caso voltaremos.

Na realidade nos anos 1940-1950 o Regedor era o representante do Governador Civil, da confiança dele e por ele nomeado para a Freguesia. Era por isso tambem a Autoridade Policial. Era a ele que se dirigiam as queixas por desacatos, ele devia chamar a GNR para repor a ordem publica etc. A parte administrativa propriamente dita, certidões, obras públicas etc, era com o Presidente da Junta de Freguesia que era da confiança do Presidente da Câmara.
Regedor é a designação da autoridade administrativa de mais ínfimo grau, a qual funciona em cada freguesia, subordinada ao presidente da Câmara Municipal. O termo regedor servia outrora para designação de altos cargos. Assim regedor de justiça se chamava o magnate que presidia ao antigo Tribunal da Casa da Suplicação. O regedor da freguesia é qualquer cidadão apto a manter a ordem dentro da sua pequena circunscrição, livremente nomeado e exonerado pelo presidente da Câmara.
O regedor tem as suas atribuições no Código Administrativo e são de natureza eleitoral, administrativa e policial.
No actual ordenamento jurídico já não existe a figura do regedor.
Os Regedores eram nomeados pelos Presidentes das Câmaras Municipais, para as respectivas Freguesias.
Era uma "autoridade" civil da confinaça do Presidente da Câmara Municipal.
Nos arquivos das Câmaras Municipais deverão encontrar-se ainda o/os correspondentes "Alvarás" ou "Despachos" de nomeação e/ou exoneração.
As funções eram "multiplas"; estou a falar do que recordo:
- receber queixas de roubos, desacatos, .....
- informar a GNR do Concelho( a mais próxima)das diversas queixas.
- havia uma cadeia local, onde eram efectuadas prisões preventivas.
- receber as rondas da GNR à freguesia e atestar a sua passagem.
- informar e relatar às "autoridades" que o solicitavam, todo o tipo de "desordens".
As "autoridades" eram diversas, incluindo a PIDE/DGS.
- Em fim "uma pessoa de bem" que em primeira instância tentava manter o respeito, a ordem e a harmonia, junto da população da Freguesia.
Recolha de
João Brito Sousa (blogue barcosaoalto.blospot.com)
A Junta de Freguesia na história - 19
Em vez de transcrever tais histórias, passamos a realizar uma descrição sumária, mas sucinta, de modo a deixar a ideia do que se passou em certas épocas da vida da freguesia de Valongo do Vouga. É isso o que vamos tentar fazer a partir de agora, a menos que surjam alguns factos que justifiquem descrição minuciosa. E alguns vão ter que se transcrever na íntegra. Vamos abandonar, também, a transcrição da orotografia usada na época, porque actualmente não parece ter interesse esses pormenores, mas os factos.
A Corporação
Logo após a implantação de República, é notório que a designação tinha de ser diferente. Por isso aparecem nas actas os títulos de «Sessão da Junta de Parochia Republicana». Contudo, a partir de certa altura a designação passa para «Comissão Administrativa», com as mesmas pessoas, o que deixa pressupor que a designação oficial ainda não tinha sido adoptada e/ou determinada oficialmente. Por analogia, não foi assim no 25 de Abril de 1974, onde também se deu a substituição de pessoas, mas no vazio de legislação adequada, se lhes chamou, nessa substituição, «Comissões Administrativas» quer dos Munícipios, quer das Juntas de Freguesias e outros Organismos análogos.
Uma outra questão é o termo «Corporação» que, como se sabe, era a designação oficial do regime que caiu em 25 de Abril de 1974. Aliás, era evidente que o regime se auto-intitulava de Regime Corporativo. Penso que não vale a pena estar agora a justificar porquê.
Esta pequena transcrição da acta da sessão ordinária de 7 de Maio de 1911, confirma, assim: «E aberta a sessão pelo Presidente, foi novamente apresentada a conta de gerência d'esta corporação», aparecendo, em cima, que «se reuniu a Comissão Parochial Administrativa». Foi abandonada a designação «Republicana».
O Regedor
Num dos últimos apontamentos fiz notar que aparecia no Auto de tomada de posse da dita Comissão Administrativa de 20 de Outubro de 1910, uma assinatura de Adjucto Fernandes de Oliveira. Mas este nome não estava assinalado na acta, no rol dos presentes. Então quem era?
Numa mera hipótese, apenas me lembrei de uma pessoa como conotações familiares a outras que conheci e que de um deles ainda vive e de todos conhecido. A acta omite a sua função ou o significado da sua presença e o que lá estava a fazer, continuei com a pesquisa e verifico agora que este nome aparece frequentemente nas actas, como sendo o regedor.
Ou seja, o sr. Adjucto Fernandes de Oliveira, era, naquele tempo da implantação da República, o regedor da freguesia e, talvez por isso, assistia às sessões da Comissão Administrativa, não esclarecendo, até agora, porque é que tinha de constar o seu nome e a sua presença.
Talvez se venha a encontrar alguma coisa, ou haja alguém que nos ajude a esclarecer esta situação. Porque sei que deve haver por aí alguém que saiba disto.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Gente destas terras - 23

quarta-feira, 3 de março de 2010
Assaltos e Vandalismo
Os presumíveis larápios «visitaram» aqueles locais, tendo levado tudo o que podia ser transformado em valor. No cemitério retiraram das campas as pegadeiras metálicas que se colocam nas mesmas. Na Casa do Povo, limitaram-se a «visitar» as obras de construção da Creche, desconhecendo-se o que, pertencente ao empreiteiro, terão subtraído.
Nas escolas do ensino básico, terão levado a cabo alguns actos de vandalismo, puro e simples, além de terem encontrado umas dezenas de euros (cerca de sessenta), que certamente vai ser aplicado naquilo que o móbil do assalto pretendia justificar.
A história local

Há apenas um factor a registar: desapareceu mais um naco da história local, mais concretamente de Brunhido, uma localidade que já foi vila e sede de concelho, com todas as estruturas que no século XVI estavam previstas, quando D. Manuel lhe concedeu foral em 20 de Março de 1516, com os respectivos sinais de autoridade, como sejam o pelourinho, já desaparecido e no seu local um simples cruzeiro de granito, a Casa de Audiência, praticamente toda remodelada e irreconhecível, senão mesmo já desaparecida.
Os escombros da demolição registados pela objectiva e gentileza do Filipe
Desta localidade e daquela casa, tomamos a liberdade de respigar do Inventário Artístico de Portugal,-Distrito de Aveiro - Zona Sul, que refere o seguinte no capítulo:
«Casas antigas - em Brunhido»
«Distingue-se esta antiga vila por uma casa nada comum nesta região, em que o grês tenro é a pedra natural. São os seus vãos de granito. Deve pertencer à primeira metade do século XVIII. A fachada principal volta-se para a rua que leva à capela [de Stº Estêvão] e a outra para um cruzamento. Tem esta duas janelas rasgadas, de lintéis e cornijas, sacada sobre mísulas, ligando-se-lhes as janelas inferiores, que são de avental. As grades de ferro datam do século XIX, posto que tenham certo aspecto de mais antigas, encerrando monograma formado por dois JJ.»
Esta descrição da casa segue ainda com mais elementos que a destacavam pela sua antiguidade e arquitectura histórica. Admitimos que ali vai nascer uma nova construção, mas estamos em crer (e são apenas suposições) que nessa construção será respeitada a fachada principal perto ou igual ao que estava construído, inclusivé com aproveitamento do próprio material granítico lá existente. Se esta suposição se confirmar, cremos que temos aqui uma atitude de louvar e enaltecer. Que assim seja...