Há apenas um factor a registar: desapareceu mais um naco da história local, mais concretamente de Brunhido, uma localidade que já foi vila e sede de concelho, com todas as estruturas que no século XVI estavam previstas, quando D. Manuel lhe concedeu foral em 20 de Março de 1516, com os respectivos sinais de autoridade, como sejam o pelourinho, já desaparecido e no seu local um simples cruzeiro de granito, a Casa de Audiência, praticamente toda remodelada e irreconhecível, senão mesmo já desaparecida.
Os escombros da demolição registados pela objectiva e gentileza do Filipe
Desta localidade e daquela casa, tomamos a liberdade de respigar do Inventário Artístico de Portugal,-Distrito de Aveiro - Zona Sul, que refere o seguinte no capítulo:
«Casas antigas - em Brunhido»
«Distingue-se esta antiga vila por uma casa nada comum nesta região, em que o grês tenro é a pedra natural. São os seus vãos de granito. Deve pertencer à primeira metade do século XVIII. A fachada principal volta-se para a rua que leva à capela [de Stº Estêvão] e a outra para um cruzamento. Tem esta duas janelas rasgadas, de lintéis e cornijas, sacada sobre mísulas, ligando-se-lhes as janelas inferiores, que são de avental. As grades de ferro datam do século XIX, posto que tenham certo aspecto de mais antigas, encerrando monograma formado por dois JJ.»
Esta descrição da casa segue ainda com mais elementos que a destacavam pela sua antiguidade e arquitectura histórica. Admitimos que ali vai nascer uma nova construção, mas estamos em crer (e são apenas suposições) que nessa construção será respeitada a fachada principal perto ou igual ao que estava construído, inclusivé com aproveitamento do próprio material granítico lá existente. Se esta suposição se confirmar, cremos que temos aqui uma atitude de louvar e enaltecer. Que assim seja...
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