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domingo, 22 de agosto de 2010

A Junta de Freguesia na história - 57

Casos em 26 de Abril de 1914


Como tenho mostrado, os casos mencionados na acta da Junta de Freguesia de 26 de Abril de 1914 foram vários. E cada um, na nossa perspectiva, com o seu interesse histórico local. Pensei em fazer o seguinte: acabar por reproduzir todos os restantes casos, num único post, distinguindo-os por títulos e fazendo um possível resumo. Comecemos, pois:

Casa da Escola: - Sendo urgente tratar da escolha do terreno para construção das casas da escola, foi deliberado que esta Junta com outros cidadãos que se lhe quizessem juntar, cuidassem imediatamente deste assunto a fim de não demorar o início dos trabalhos para a referida construção.

Como este post evidencia a construção de escolas, nada melhor para o ilustrar que os actuais edificíos
Mas em 1914, seria aqui que foram construídas as primeiras salas da escola primária de Arrancada

Isto quer dizer que não havia salas para dar aulas. Foi escolhido o local. Por acaso o terreno é aquele onde ainda hoje estão as escolas. Mas havemos de ver, como foram as coisas tratadas, pois em 1914, naquele local do Rossio de Arrancada, ainda não haviam edifícios para as escolas. Mas o terreno estava lá e foi preciso comprá-lo. Depois contamos.

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Baldios: - Mas para fazer as escolas, além de ser necessário comprar o terreno, o Estado só dava 1.000$00 (mil escudos) do seu orçamento para fazer as obras. Então dizia a Junta de 26 de Abril de 1914:
«Tornando-se indispensável a valorização dos baldios, por meio da venda ou aforamento, a fim de fazer face às despesas com a construção das referidas casas de escola, e não sendo essas transacções permitidas com as garantias que o caso requere, foi deliberado representar ao Parlamento para que vote uma lei autorizando a Junta a fazer a venda ou aforamento dos terrenos que não são indispensáveis ao logradouro comum dos povos, isentando-a de seguir para isso os processos de dezamortização.»

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Sobreiro: - Também era um lugar da freguesia, chegando a ser bastante «esquecido», quanto mais naquele tempo, lá encostado em cima quase na serra, com maus acessos e mal servido de outras comunicações. Uma amostra de 26 de Abril de 1914:
«Satisfazendo uma velha aspiração dos habitantes do lugar do Sobreiro, deliberou a Junta representar superiormente para que naquele lugar seja criada uma caixa de correio.»
Enfim... tempos que não voltam, seguramente.

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Junta das Talhadas: - O que a seguir se descreve, é, talvez, o desinteresse (porque hoje chamava-se desrespeito, desresponsabilização pelas coisas públicas e motivo de chacota e notícia nos jornais) por colocar as coisas como deve ser. Esta redacção é prova disso.
«Mais foi deliberado... oficiar de novo à Junta das Talhadas convidando-a à divisão dos baldios entre as duas freguesias, visto não ter ela acusado a recepção do primeiro ofício, nem sobre ele se ter manifestado.»

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Curiosidade burocrática: - «Oficiar ao Governo pedindo instruções para o levantamento de mil escudos, para construções escolares, para a casa da escola desta freguesia; e oficiar à Câmara Municipal de Águeda, acusando a recepção da cópia da acta daquela Câmara sobre baldios, a que acima se alude, esclarecendo que vai pedir autorização superior para os vender ou aforar, para custear as despesas com a construção de casas de escola.»

Para satirizar, o dinheiro que o Estado resolveu atribuir à Junta para as escolas, certamente que esta mesma Junta devia ir a Lisboa levantá-lo. Por isso o pedido de instruções, ou seja, como é? A gente vai aí, ou vocês enviam-no por vale postal?
Ontem e hoje... quase.

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