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quarta-feira, 16 de junho de 2010

O apeadeiro de Valongo

Ontem, dia 15 de Junho, passei casualmente no apeadeiro de Valongo. Fez-me parar uns minutos, para rever o local que já não é o mesmo de há umas dezenas de anos, onde havia até duas linhas, servindo uma delas de desvio de composições, qual estacionamento adequado a não prejudicar o trânsito.
Tirei umas fotos, de que deixo aqui uma delas. Esta apresentação, mesmo assim, é muito diferente das primitivas instalações, que só há poucos anos é que tiveram direito a abrigo e a resguardos, porque nada disto existia.  Fez-me lembrar, também, o trabalho e preocupações da Junta de Freguesia de antes da 1ª guerra mundial, que muito justamente queria ali um local para que os comboios pudessem parar, levar ou largar passageiros e mercadorias.
Faz-nos avivar memórias da tacanhez de visão dos problemas das populações por parte dos responsáveis de então. Era mesmo de se confirmar que uma freguesia da dimensão desta de Valongo do Vouga, com o número de habitantes que já possuía, com o comércio e indústria que começava a florescer, com a possibilidade de carregamentos de minério das Talhadas, com o transporte de madeiras proveniente dos extensos pinheirais já existentes, teimavam tais responsáveis em responder negativamente às pretensões da Junta de Freguesia, não lhe dando o apeadeiro desejado.
Está aqui um resquício do Portugal do princípio do século XX, que sempre "agarrado" a princípios de poucos e parcos horizontes, não sabendo aproveitar o que de bom se lhe oferecia já naquele tempo. Mais tarde, fomos nós que viemos a sofrer as consequências do marasmo que nos obrigaram a cumprir.
E precisamente em virtude desse marasmo, estão agora as linhas fechadas, outras quase a fechar, pois tal qual estavam há cerca de 100 anos, assim se vão mantendo, encerrando-se definitivamente a evolução a que tiveram direito e cuja evolução foi paralisada no tempo...
Desabafei...

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