As malas do correio
Esta ocorrência descrita numa acta da sessão da Junta de Freguesia realizada em 11 de Maio de 1913, é o atestado concreto em que se pode aquilatar da diferença evolutiva na vida, nas coisas e nas organizações, se comparadas entre a actualidade e aquele ano do início do século XX.
É claro que o que a seguir se relata e se faz história, não é nada de anormal, nem é um facto demasiadamente estranho ou sequer a necessitar de ser evidenciado. Ou seja, todos nós sabemos da evolução que existiu e das diferenças dela resultantes.
Então o que consta é, de uma forma simplista, apenas isto:
«...foi deliberado oficiar ao excelentíssimo Administrador do concelho para que interceda junto de quem competir, para que seja restabelecido o antigo horário de malas do correio para esta estação postal de Arrancada, a fim de poderem os distribuidores rurais regressar do seu giro antes da partida da mala para Águeda, pois que, com o actual horário, fica a correspondência aqui retardada um dia, o que não pode continuar a admitir-se pelos altos prejuízos que acarreta ao público.»
Por um lado, falar-se numa estação postal em Arrancada, é a primeira vez que encontramos referências nas actas da Junta. Isto significa que em 1913 (há quase cem anos!), já havia uma estação postal em Arrancada. Depois, verificar como se tratava o correio, que ainda há poucos anos era assim; o correio vinha para Arrancada por uma mala, que, durante muito tempo, era transportada por uma pessoa que ia e vinha a pé de Águeda. Só mais tarde (mas não sei quando) é que se começaram a utilizar viaturas e, salvo erro, as carreiras da empresa OLIVEIRAS de Águeda. O mesmo acontecia com uma mala do correio que ia para o Salgueiro, a fim de servir as populações da Redonda, Moutedo, Cadaveira, Valcovo, além daquele já citado.
E isto para repeitir que como tudo isto evoluiu a ponto de se colocarem e entregarem encomendas, em vinte e quatro horas, nem que seja na China...
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