Uma economia e uma sociedade à escala do Império
Guia da estação e do visitante
«Embora não desconhecida anteriormente, já que os gregos também a utilizaram, é porém com os Romanos que se assiste à sua maior difusão, podendo-se mesmo afirmar que a sociedade romana é uma sociedade monetarista, na medida em que a moeda, para além da sua função de prestígio, era também um símbolo de poderio económico. As próprias transformações que a moeda sofre, ao longo do tempo, assim como a abundância e/ou a escassez da mesma, são sintomáticas do desenvolvimento ou do estrangulamento da economia romana à escala do Império.
No sítio arqueológico da Mina, está também documentada a existência de espécimes numismáticos, tanto em bronze, como em prata. Identificados até à data, existem apenas numismas tardios, dos séculos III e IV, do mesmo modo que apenas se conhece um pequeno tesouro de moedas de prata, constituído por quatro moedas.
Para além destes itens que nos revelam o quanto a comunidade pré-romana do Cabeço do Vouga se vai integrando cada vez mais no mundo romano, encontram-se também as expressões dos aspectos simbólicos e religiosos comuns à sociedade romana.
E termina assim este guia, descrevendo o seguinte na página 54:
«Por alturas do séc. VI/VII, a população que aqui existia vai-se mudando para sectores da paisagem com melhores condições de sobrevivência, dado o estrangulamento económico que agora se começa a viver, à falta das anteriores redes comerciais, devido à instabilidade instalada, o que conduz à ruralização da economia.
Estas economias de exclusiva base agrícola e/ou agrícola e pastoril, estarão na origem dos pequenos aglomerados populacionais que se vão formando em redor de igrejas e/ou mosteiros nascentes, ou ainda em torno dos poderosos terra tenentes militares, como forma de salvar a sua vida, constantemente ameaçada pela fome e pelas razias militares.
Serão estes pequenos aglomerados populacionais que darão corpo a muitas das villas medievais, percursoras de algumas das nossas actuais freguesias, dado que outras se extinguirão com o tempo. Pelo seu lado, o Cabeço do Vouga entrará no esquecimento!»
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Como acima se refere, termina assim o «guia da estação e do visitante» da Estação Arqueológica do Cabeço do Vouga, sítio da Mina, que ao longo de alguns post's aqui fomos transcrevendo.
De todo este conteúdo, nada temos a comentar, por, como se compreende, não termos a preparação e conhecimentos que esta situação sugere e impõe. Mas seja-nos permitido um pequeno reparo; não consigo perceber (e agora o seu autor não é vivo para nos explicar) o sentido da frase final quando se refere à extinção, com o tempo, de uma grande parte das coisas e das pessoas, e, «por seu lado, o Cabeço do Vouga entrará no esquecimento!»
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