Casas antigas - Aguieira
Aspecto geral da Quinta da Aguieira
Mantendo-nos fieis ao lema de «Contar e mostrar o que existe em redor», hoje, com a ajuda do "Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul - Academia Nacional de Belas Artes - Lisboa, 1959", referimos que esta obra histórica e no que à freguesia diz respeito, indica ali a definição de umas casas antigas, casas essas seiscentistas. Penso que já não existem tal como a obra histórica as define, salvo, talvez, uma que fica do lado esquerdo antes de chegar à casa que antecede o Café S. Miguel, que seria a chamada casa do Dr. David, que lá residiu e cujos descendentes penso que vivem no Porto. São meras suposições que agora ao correr do teclado nos vem à memória extensa de coisas que se vão esfumando. Porque não cuidei de pesquisar convenientemente.
Detemo-nos um pouco sobre a história da casa da Quinta da Aguieira e da sua capela, cuja obra citada diz o seguinte no que concerne a esta propriedade:
«A casa dos viscondes de Aguieira (título criado em 1872), vasta e com capela, é de tipo corrente no século XIX.
A capela, posto que a frontaria seja moderna, conserva o interior antigo. O milésimo de 1735 na porta da sacristia deve ser o da sua data média. Dessa primeira metade do século XVIII é o tecto e a pintura; dividido em nove caixotões e estes ocupados com cenas da Paixão, de tipo corrente. O sub-coro tem pinturas de rótulos encerrando emblemas igualmente da Paixão.
O retábulo, ainda da primeira metade setecentista, fase D. João 5º final, de madeira entalhada, é de certa categoria e conserva a douradura em bom estado. Formam-no dois pares de colunas salomónicas com grinaldas no cavado e sem divisão de terços, enquadrando composição de altas aletas, que abriga pequena escultura da titular, Nossa Senhora do Bom Despacho (Virgem e o Menino), do mesmo tempo. Duas outras esculturas datam do mesmo século, S. João Baptista e Stº António, que tem saca de esmolas.
Crava-se no chão a campa de D. Maria Eufrásia Pacheco Teles (1690-1758), mandada renovar pelo bisneto, o primeiro visconde; foi esta senhora a instituidora da capela.
O brasão da mesma capela é do século passado [XIX, na linha da data da obra que acima citamos]; esquartelado de Figueiredos, Pachecos, Teles e Morais.»
Dada a primazia que colocamos neste blogue, em «contar e mostrar o que existe em redor», como acima se refere, creio ser de primordial importância a citação deste naco de história no conteúdo deste blogue, o que, creio, todos estaremos em concordância.
Nota: - Ainda de evidenciar que esta Quinta da Aguieira tem dois brazões. O que antes se descreve, que está encimado na frontaria desta capela, bem como um outro, cuja fotografia aqui deixamos, que se encontra cravado na parece do lado sul, na entrada do portão que dá para o jardim principal. Não encontramos e também não pesquisamos a sua origem e significado. Talvez numa altura oportuna o façamos...
De notar ainda que a titular da capela - Nossa Senhora do Bom Despacho - está citada (como não podia deixar de ser - no livro de «O Culto a Maria na Diocese de Aveiro» da autoria do Pe. Domingos Rebelo, com edição do Movimento dos Cruzados de Fátima-Secretariado Diocesano de Aveiro, Dezembro de 1989, pág. 42, que diz assim:
«...os teus filhos hão-de nascer entre dores. (Gén. 3,16).»
«Confiando no poder intercessor de Maria, as mães, na hora de dar à luz, recorrem à nova Eva.»
«É padroeira da capela de Aguieira (Valongo do Vouga)».
Neste caso, o Pe. Domingos Rebelo ao mencionar a capela de Aguieira pode induzir que seria a capela de S. Miguel. Ficaria ali melhor que é «titular da capela da Quinta da Aguieira», uma vez que, assim, o lugar tem duas capelas, uma delas particular.
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