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sexta-feira, 9 de abril de 2010

A história local

As Meninas Mascarenhas
O Livro - X

Brazão do Visconde existente na parece exterior (lado sul) da Quinta de Aguieira


Neste recomeço de contacto com muitos amigos que gostam de blogues e daquilo que neles se transpõe, estou crente que falar mais um pouco da história de «As Meninas Mascarenhas» não deve ser fastidioso. Antes pelo contrário, para quem não conheça a história e pelo resumo que aqui deixamos, admitimos que ela pode constituir alguma curiosidade. Vamos retomar o seu fio condutor, a partir do momento em que a resposta de D. Margarida Coelho da Rocha, para servir de testemunha identificativa dos viajantes terá constituído um terramoto para estes.

*****

Ora, perante os mal-encarados personagens que interrogavam Pacheco Teles e o Dr. José Joaquim da Silva Pinho, na casa de D. Margarida Rocha, onde se tinham acoitado naquela mal passada noite, aqueles começaram a cogitar as mais variadas artimanha para se poderem safar. Assim, o Visconde de Aguieira (que ainda não o era quando este episódio se passou), mostrando-se forte disse que havia um antigo condíscipulo da Universidade de Coimbra, que morava ali perto e podia afiançar a sua identidade e perguntou a dois dos indivíduos do grupo da «autoridade», quem é que queria ir a casa do Dr. Alves, o tal condiscípulo e amigo com uma carta sua e quanto é que queriam receber por este serviço.
Um deles adiantou de imediato que fazia o serviço por um pinto, ou seja, um cruzado.
Logo outro adiantou que o Dr. Alves não viria àquela residência de D. Margarida, pois tinha casado havia pouco tempo, estava no gozo de núpcias e não se levantava da cama àquelas horas da noite. Pudera... (acrescento eu!). Mas a carta foi escrita e os mensageiros lá foram, todos contentes em ganhar aquela pechincha (480 reis), mas que, mesmo assim, era bastante para o que certamente não tinham.
A diligência demorou duas horas. A resposta foi uma desilusão. O Alves estava já deitado, «dormindo o primeiro sono da noite, e disse aos dois que não se levantava da sua cama e não conhecia o Joaquim Álvaro», descrevia o Dr. José Joaquim da Silva Pinho.
Perante a desilusão provocada pela resposta, surgiu mais uma ideia. Num último favor, pedia Joaquim Álvaro, que levassem uma carta ao abade de Romariz, seu conhecido e amigo. E foi este prelado que lhes valeu.
Colocaram-se várias conjecturas sobre o bom abade de Romariz. Até que, enquanto a resposta não chegou, pensaram o Dr. Joaquim Álvaro e o Dr. Silva Pinho falsificar um passaporte, documento obrigatório daquele tempo para quem se deslocava. E, se bem pensado, melhor feito.
Acabada a obra prima da falsificação, batem entretanto e fortemente ao portão. Era o próprio abade de Romariz, Sousa Brandão, que era da Murtosa, com muito boas relações, nomeadamente irmão do procurador régio na Comarca de Águeda, entre outras pessoas importantes descritas no livro.
O que se passou com este fiel e bondoso homem deixamos para o próximo capítulo.

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