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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Estamos ainda na Páscoa!

Páscoa - A festa da vida plena

Imagem da ressurreição num altar da igreja de Valongo


Páscoa é a festa da vida que triunfa da morte. Após a cruz da quaresma surge radiante a luz da ressurreição.
O Senhor vive e está connosco, anuncia alegremente a Ireja, expressando a fé que nos anima e ajuda a construir o futuro. Aquele que esteve morto, experimentando todas as amarguras e dores, surge agora como a fonte da vida nova e definitiva, e mestre da sabedoria plena, o Senhor do tempo e da eternidade.
A morte foi vencida e transformada em gérmen vigoroso de vida. Da sepultura fria em que pretendiam arrumá-Lo, ergue-se triunfante o condenado e executado, rasgando horizontes de esperança e de conforto a todos os atribulados da terra.
Do túmulo de José de Arimateia - última réstea de que a humanidade podia oferecer ao seu Criador -, irrompe vitorioso o homem novo, solidário e fraterno, amigo dos pobres e humildes, defensor inteligente dos recursos da natureza e realizador fiel da Vontade de Deus-Pai.
As trevas que se abateram sobre a terra são desfeitas, dando lugar à luz pascal que brilha no espírito humano e o faz dscobrir os vestígios do Ressuscitado em todas as situações que enobrecem a vida, e a marca identificadora das suas chagas onde e sempre que se fazem atropelos à justiça e se espezinha a honra que atesta e qualifica a dignidade de todos os homens.
O Senhor vive e apareceu.
Revigora-se a nossa esperança no seu amor misericordioso que nos recupera das faltas e rasga horizontes infinitos do perdão. Confirma-se a nossa fé na sua presença estimulante que nunca nos abandona e sempre está disponível para intervir. Enraíza-se e cresce a nossa caridade, chamada a viver em sintonia com a d'Ele, que atende com solicitude a todos e por todos se entrega generosamente.
O Senhor vivie e está à disposição. Há novas possibilidades para cada um.
Ergue-te, por isso, tu que estás caído à beira do caminho da vida. Levanta o teu olhar e, confiadamente, vê mais longe. Acredita que é possível chegar onde te pede o coração. Conhece-te a ti mesmo e às tuas capacidades criativas. Revigora as tuas forças debilitadas. Recupera-te do desgaste e do cansaço. Experimenta como é bom viver. Assume a vida com entusiasmo.
O Senhor vive e coopera connosco. Nascem energias renovadas em todos.
Vê à tua volta. Os homens são todos irmãos. Têm todos capacidades e limites. Aceita estes e apoia aquelas. É mais o que nos une do que aquilo que nos separa. Aos olhos de Deus todos valemos tanto que, por nós, entregou à morte o Seu Filho Jesus. Ele está em cada pessoa. Deixa o egoísmo estérico e decadente. Vence a indiferença e apatia. Não vivas como parasita de ninguém. Abre-te aos outros. Estende as tuas mãos solidárias. Lança pontes de união. Supera o isolamento e a solidão. Vive e promove a comunhão.
Em cada passo dado, saboreia o ideal desejado.
O Senhor vive e envia-nos o Seu Espírito. Com ele estamos bem acompanhados. É paz e reconciliação, criatividade e missão, dom e penhor de vida mais plena para todos. Ele é guia e força interior para cada um.
O Espírito Santo faz-nos viver o dinamismo da ressurreição e experimentar em cada dia a alegria da páscoa.
Viver o dinamismo da ressurreição é fazer triunfar o que nos torna mais homens, intensificando o amor solidário e generoso, desenvolvendo as capacidades criativas, abrindo-se confiadamente ao futuro e assumindo com coragem os desafios do presente.
Experimentar diariamente a páscoa e contemplar a acção do Senhor que vai construindo, entre os homens, a comunhão, convocando e reunindo em comunidades, suscitando movimentos e associações, despertando gestos de solidariedade e abnegação, fazendo encontrar e viver processos de renovação, estimulando a Igreja a prosseguir a reforma conciliar e a realizar mais intensamente a missão.
A páscoa de cada dia é a passagem para outras situações melhores, em que o Senhor se experimenta em cada passo e se pode reconhecer na humildade de cada gesto e na boa vontade de todos os esforços.
A nossa páscoa em Igreja é a celebração festiva do homem novo que há em nós e, porque o Senhor vive e está connosco, se abre cada vez mais à comunhão solidária e à participação responsável.
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Georgino Rocha
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(Eminente teólogo da diocese de Aveiro, de um folheto do início dos anos 90, que serviu de base a uma acção de formação)

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