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sábado, 10 de julho de 2010

Pontes do Vouga e do Marnel - I

O Inventário Artistico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul, publicado em 1959, tem umas descrições bastante interessantes sobre as pontes do rio Vouga e do Marnel. Nestes apontamentos e nas respectivas datas, podemos admitir que a velhinha ponte que ainda serve o trânsito, do e para o entroncamento com o IC2, não deve oferecer já grandes garantias de segurança.
É uma ponte também histórica, com algumas características próprias, nos arcos que a compõem e, principalmente, porque é uma ponte com uma curva situada mais ou menos ao meio da sua extensão.
Sabemos, a propósito disto e como tem sido publicado, o quanto tem clamado o presidente da Junta de Freguesia de Lamas sobre o seu estado. Outras houve que desabaram com consequências trágicas. Mas passemos adiante e vamos consultar a obra já citada, que diz assim:

Ponte sobre rio Vouga. Nesta foto não são visíveis os restantes arcos mencionados no texto

«A estrada antiga, vinda do Norte, atravessava, como ficou dito, o rio Vouga, seguia depois a linha natural de trânsito que contornava a lingueta do morro de confluência (em lugar de a cortar, como hoje faz a actual). vencendo a sul o rio afluente, o Marnel. Originaram-se deste percurso as duas pontes deste trajecto. São obras topogràficamente correlativas, como correlativas aos mesmos pontos de passagem são as aldeias, a de Vouga ao norte, a sul a de Lamas.
Letreiro na grande ponte do Vouga esclarece:

ESTA OBRA MAN
DOV FAZER O SENH
OR DOM JOAM REI
DE PORTUGAL O Q(V)INTO
QVE (sic) DEOS G(VAR)DE
1713 A(NOS)»

Colocando isto em escrita mais corrente e actualizada, seria: ESTA OBRA MANDOU FAZER O SENHOR DOM JOÃO V, REI DE PORTUGAL, QUE DEUS GUARDE - ANO DE 1713.
E acrescenta ainda a citada obra:

«Todavia, apesar destes dizeres, a obra de D. João V foi só de reforma e de acrescentamento de alguns vãos. Há outra anterior, que forma a parte principal, ordenada por D. João III.»

A seguir historiam-se ainda outros factos que agora não importa referir e, a certa altura, completa-se esta história das pontes do seguinte modo:

«Foi a ponte adaptada ao novo sistema de viação no século XIX e alargada em 1930 pela Junta Autónoma das Estradas, como outro letreiro esclarece. Este alargamento realizou-se por meio de grandes cachorros de cimento que suportam não só os passeios como também parte da faixa de rodagem.»

Há mais pormenores mas, para não maçar a leitura, a eles voltaremos em próxima oportunidade, continuando a conhecer alguns factos históricos sobre as duas pontes: do Vouga e do Marnel.

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