terça-feira, 30 de junho de 2009
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Coisas da Guiné - 4
Carabana Xerife era uma tabanca (aldeamento), paredes meias com a fronteira do Senegal, próximo de Ingoré, tendo ainda a meio caminho a tabanca de Ingorézinho.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Coisas da Guiné - 3


domingo, 21 de junho de 2009
CRUX FIDELIS
Tal como a peça musical que está no post anterior - Avé Maria, de Arcadelt - muito conhecida nos meios musicais corais, também esta, não sendo de duração excessiva, poderia correr o risco de se tornar incómoda e aborrecida, tanto para ensaios, como para apresentações, mas ambas são de uma harmonia muito agradável, espantosa e belíssima.
Porque aprendi a gostar tanto de uma, como de outra, na versão musical que se apresenta, é porque já as interpretei a ambas no naipe de voz no qual estou integrado. E só assim aprendi a conhecê-las, a saboreá-las e a gostar delas (músicas)!
Por isso, tanto esta como a anterior, tenho o prazer de as deixar ao gosto e deleite dos visitadores, para as ouvirem, se estiverem para aí virados...
Agora, virei pr'á veia musical. Vamos lá a ver onde é que isto vai parar...
quinta-feira, 18 de junho de 2009
VEJA, POR FAVOR!
terça-feira, 16 de junho de 2009
Coisas da Guiné - 2
O JORNAL DA CASERNA
domingo, 14 de junho de 2009
IMAGENS DA GUINE

quarta-feira, 10 de junho de 2009
Coisas da Guiné - 1
Isto porque acabei de adicionar a este blogue, mais um companheiro de jornada, todo ele feito por camaradas militares que passaram pela Guiné, a maior parte deles logo após eu ter regressado.
«Tabanca» significa, para quem não sabe, conjunto de moradias de colmo, aldeamento próprio dos nativos.Ali encontrei uma lista de militares falecidos na Guiné, que foram sepultados no cemitério de Bissau e, entre eles, um camarada da minha Companhia, José Gonçalves Rua, que foi vítima do rebentamento de uma armadilha de que ele próprio, no desempenho de uma missão da sua especialidade, acabou por ser vítima.
No blogue surge a indicação "vítima de arma de fogo". Mas não foi bem isso... (embora a diferença não tenha sido muita) foi a armadilha montada por ele, que rebentou. Não assisti a este trágico e fatídico episódio, pois estava deslocado em Bula, em serviço, a uns bons quilómetros de distância do local onde estacionava a minha companhia. E vi os meus camaradas passarem, poucas horas após o trágico acidente, na viatura que transportava o corpo do malogrado Rua em direcção a Bissau. E só agora, passados mais de quarenta anos, através daquele blogue, é que fiquei a saber que o corpo ficou sepultado em Bissau e não foi trasladado para Lamego (Penude), terra da sua naturalidade. Porque era obrigação dos responsáveis de então; políticos e militares. Embora esteja identificada a sepultura onde repousam os seus restos mortais. Quando dei com isto, fiquei vermelho de raiva e revolta... porque estava convencido que tinha vindo para Portugal.
Virei aqui regularmente contar algumas dessas peripécias da Guiné, alertando desde já que não há muitas daquelas que talvez tivessem interesse em ler, pois não tenho pejo em informar toda a gente, que não fui nem terei sido herói na Guiné. Mas casos e histórias, há sempre... que depois conto em pormenor.
Não termino sem dizer que alguns conterrâneos da freguesia estiveram na Guiné (e nem são tão poucos quanto isso), alguns deles no mesmo local, junto à fronteira com o Senegal, onde chguei em 1963. Nomeadamente, não há mal em dizê-lo, um grande amigo, Manuel da Silva Ferreira Martins, residente em Brunhido, o muito conhecido mecânico das motorizadas (e outra maquinaria), com oficina ainda no mesmo sítio (Póvoa do Espírito Santo), que no local onde estive (Ingoré), desempenhou funções de mecânico auto. Mas eu já cá estava e ele foi para lá...
domingo, 7 de junho de 2009
sábado, 6 de junho de 2009
ESTOU EM REFLEXÃO
quarta-feira, 3 de junho de 2009
ÁLVARO CUNHAL

Álvaro Cunhal nasceu em 10 de Novembro de 1913, em Coimbra, na freguesia da Sé Nova. Seu pai, Avelino Henriques da Costa Cunhal, advogado, republicano e liberal, nunca foi comunista, era escritor e pintor, exercendo advocacia «nas horas livres», como diz José Brandão no site «vidas lusófonas». Álvaro Cunhal herdou as qualidades e vocações do pai.
Sua mãe, Mercedes Ferreira Barreirinhas, era uma católica fervorosa, doméstica e tinha com seu filho conflitos frequentes, principalmente quando vestia o fato de macaco em casa.
Álvaro Cunhal, ainda segundo o mesmo site, foi baptizado em Seia, terra natal de seu pai e para onde se mudou toda a família. Teve por padrinhos o seu irmão mais velho António, que faleceu ainda muito novo, e madrinha Nossa Senhora da Assunção, por influência da mãe.
Teve mais duas irmãs, além do antes referido. Em Seia vai à escola primária donde foge logo no primeiro dia de aulas. Seu pai toma a responsabilidade de lhe dar aulas em casa. E assim fez os estudos primários. Mudam-se, entretanto, para Lisboa, sendo muito próximo de sua irmã mais nova (dez anos), de nome Maria Eugénia. Esta residia na Rua Sousa Martins, nº 17, próximo da esquadra do Matadouro, nas Picoas, que vigiava constantemente esta casa da família Cunhal.
Frequenta o Liceu Pedro Nunes e Camões, acabando o curso neste último. Matriculou-se na Faculdade de Direito e após várias peripécias, não deixamos de contar este episódio, havendo outros antes deste. Foi preso em 1939 e continua a estudar na prisão. Em Maio, próximo do fim da licenciatura, apresenta a sua tese sobre «A Realidade Social do Aborto». Como estava preso, a PIDE entendia que os professores deviam ir à prisão. Mas estes manifestavam-se contra e venceriam. Assim, foi Álvaro Cunhal, sob escolta policial, à Faculdade de Direito defender a sua tese. O Júri (por curiosidade actual ou mera coincidência) era formado pelos professores, próximos do regime, Cavaleiro Ferreira, Paulo Cunha e Marcelo Caetano. Eram todos contra o aborto. Mas a tese (100 páginas) foi classificada de «Bom com distinção». Terminou a licenciatura com a média de 16 valores.
NA REGIÃO DO VOUGA
Esta é apenas uma pequena e ligeira abordagem da biografia de Álvaro Cunhal, na qual apenas constam alguns pormenores que talvez sejam do desconhecimento da maioria dos meus visitadores. Mas como perguntava no post de apresentação sobre este assunto, «o que é que tem a ver Álvaro Cunhal com o blogue «Terras do Marnel» ou com a região do Vouga?».
Aqui se "refugiou" o Dr. Militão Ribeiro (já falecido)-militante do PCP
Explicamos brevemente. Ainda era eu um tanto adolescente e constava-se a meia voz que Álvaro Cunhal teria estado, clandestinamente, numa casa sita nas Cavadas de Cima, já na freguesia de Macinhata, na estrada que vai de Carvalhal da Portela para o Beco e que divide geograficamente as duas freguesias. E isto causava-me alguma curiosidade.
Sabíamos qual era a casa. Mas não tínhamos pormenores. Na foto que ilustra este post, facilmente se identifica. E fomos em busca de elementos históricos, escassos, naturalmente, por manifesta impossibilidade.
Álvaro Cunhal, não esteve refugiado, na clandestinidade, no lugar de Cavadas de Cima. Quem lá esteve seria um outro militante do Partido Comunista, o Dr. Militão Bessa Ribeiro e a sua companheira, que abaixo se refere quando é presa com este e Álvaro Cunhal, no Luso (Buçaco). Era natural que o Dr. Álvaro Cunhal por lá tivesse passado algumas vezes, de visita ao seu companheiro de Partido. Mas também sem confirmação.
Os nossos contactos de pesquisa não me souberam confirmar a data dessa estadia do Dr. Militão Ribeiro. E aqui nasce outra curiosidade. Um outro Valonguense, de todos conhecido e que já não está entre os vivos, António das Neves Martins de Barros, foi preso pela PIDE em 27 de Novembro de 1943. E foram-nos narrados alguns pormenores sobre os procedimentos, a identificação e localização daquele Valonguense.
Estas coincidências são para dizer que o Dr. Militão Ribeiro esteve nas Cavadas depois da detenção de António Barros, quando se admitia e apontava para uma data anterior.
Sucede depois que se admite ter existido uma denúncia (sem confirmação) sobre a estadia do Dr. Militão, cuja casa é “visitada” pela PIDE. Perante esta ameaça, é montada uma estratégia, enquanto o Dr. Militão fugia, pelas traseiras, sendo a polícia feita esperar e entretida pela companheira daquele.
Não tivemos oportunidade de confirmar, mas socorrendo-nos desta passagem do site «vidas lusófonas», talvez não andemos longe da realidade, citando: «Em Março de 1949 dá-se a prisão de Álvaro Cunhal, de Militão Ribeiro e de Sofia Ferreira numa casa clandestina no Luso. Seguem-se uma série de prisões de dirigentes comunistas.»
Isto quer dizer que se supõe que Militão Ribeiro tenha deixado a casa das Cavadas e deslocado para o Luso ao encontro de Álvaro Cunhal, onde todos acabaram por serem presos.
Existem ainda outros factos com interesse histórico (que é apenas o que interessa a este blogue e à orientação que imprimimos desde o seu início), mas que agora não vamos escalpelizar.
Ainda relacionado com esta região e com a freguesia de Valongo, sem confirmação, ter-se-á realizado uma reunião do Comité Central do PCP, em Arrancada, talvez por mais de uma vez. A data que nos foi apontada, 1942/1943, pela sua comparação com outros factos nestes anos sucedidos, carece de confirmação. E quanto à reunião, também não podemos confirmar que se tenha realizado. Mas é de admitir.
Mas, se necessário, a este tema voltaremos. Pelo menos fica aqui exposta, principalmente para os mais jovens, uma faceta histórico-política passada na nossa região e que no post anterior citamos.