Quando, por causa do Solstício, fizemos uma pesquisa ao site do Observatório Astronómico de Lisboa, deparamos com uma poesia sobre o Inverno.
Porque nestes últimos dias a época se tem manifestado de forma muito acentuada e tiritante, não podemos deixar de transcrever essa poesia, com toda a beleza e graça que o escritor lhe dá e que o inverno, apesar de tudo, também contém e nos apresenta.
É da autoria de Eugénio de Andrade, e tem por título exactamente...
O INVERNO
Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.
Vem de sobretudo,
Vem de cachecol,
O chão onde passa
Parece um lençol.
Esqueceu as luvas
Perto do fogão:
Quando as procurou,
Roubara-as um cão.
Com medo do frio
Encosta-se a nós:
Dai-lhe café quente
Senão perde a voz.
Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.
(Eugénio de Andrade)
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