O LIVRO - LXV
Por esta ponte passou a rainha D. Maria II, na sua deslocação ao Porto, pouco tempo depois de Maio ou durante o ano de 1852. Por isso, esta ilustração, das ruínas da ponte. |
Mas apesar da representação referida antes, de D. Maria Carolina, mãe de uma das filhas ainda viva, queria esquecer discórdias passadas e todos os desgostos que a vida lhe tinha proporcionado, porquanto o que ela pretendia era estar junto da sua Casimirinha, fosse onde fosse.
«Até certa altura da correspondência trocada, D. Maria Carolina imaginou triunfar, mas quando viu tantas hesitações e desculpas do lado de Aguieira, considerou-se iludida e procurou disfarçar as suas penas, escrevendo cartas pouco sinceras destinadas a esconder o plano que fora traçado no seio de sua família.», era o que narrava o Dr. José Joaquim da Silva Pinho.
Aquela mãe andava desolada e aflita, face a algumas notícias que lhe chegavam da saúde da filha, mas deixou a sua casa e partiu para o Porto, para assistir às festas celebradas em honra da rainha D. Maria II, que se realizaram naquela cidade. Ela mesmo o denunciou numa das cartas escritas à sua prima D. Ana Teles, de Aguieira. O que não deixava de contradizer os sentimentos delicados do coração de mães carinhosas.
A filha mais nova estava enferma em Aguieira, de quem também era tutor o Dr. Joaquim Álvaro, como se referiu por esta narrativa. E sua mãe deslocava-se ao Porto para festejos tão ruidosos e interessantes que se realizavam no Porto, em honra da rainha.
Joaquim Álvaro decerto que também notou esta contradição das palavras e do sentimento que manifestava, sorrindo-se ironicamente à boa maneira dos triunfadores.
Ele tinha andado também nas festas em honra da Soberana, que fora esperar à entrada da velha ponte do rio Vouga (ainda inutilizada por ter ruído), na sua qualidade de Presidente da Câmara do extinto concelho de Vouga e foi até Albergaria no imponente séquito que se organizara e enchia a estrada de muito povo que aclamava ruidosamente a filha do imperador.
As festas da rainha foram desculpa de uma e outra família, rematava o Dr. Pinho.
(Continua)
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