Hoje trago aqui um caso sui generis, que foi encontrado numa acta da sessão da Junta de Freguesia de 28 de Junho de 1914.
Na descrição que vai ver a seguir, é que, como muitos sabem, a agricultura local foi muito fértil, não há muitas décadas, na produção de cereais, principalmente o trigo e outros da mesma família (centeio e aveia).
Mais recentemente, Sousa Baptista dava formação aos agricultores sobre estas sementeiras e sobre a qualidade e variedade de sementes a aplicar nos diversos terrenos, segundo as suas características. Actualmente, nem uma amostra de sementeiras destes cereais existe na freguesia.
Lembro ainda que, numa linguagem dos políticos dos anos 50 (Salazar, pois claro), dizia-se que o Alentejo era o celeiro de Portugal. Na minha opinião, o Alentejo está a passar de celeiro a adega de Portugal... passe a graça.
A acta a que me refiro, dizia o seguinte:
«Um ofício da Câmara Municipal de Águeda, pedindo que lhe fossem enviadas dôse [está escrito assim, segundo a ortografia da época] espigas de cada variedade de trigo aqui cultivado, a fim de o Conselho Técnico da Escola Nacional de Agricultura, de Coimbra, estudar quais as melhores variedades de trigo cultivado no país e oferecê-las depois assim classificadas à agricultura nacional.
Foi o vice-presidente encarregado de colher essas variedades e enviá-las àquela Câmara Municipal.»
Até se ofereciam as sementes! E agora?
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