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terça-feira, 30 de abril de 2013

Tarrafo - Guerra no pântano

Armor Pires Mota - Guiné 1963-1965


EDIÇÃO FAC-SIMILADA DE “TARRAFO”,
- O ÚNICO LIVRO PROIBIDO DE TODA A GUERRA COLONIAL


Armor Pires Mota que combateu na Guiné, entre 1963-1965, vai lançar no mercado, através da Editora Palimage, a edição fac-similada do livro TARRAFO Crónicas de um alferes da Guiné, o único livro de toda a guerra colonial que foi censurado, recolhido pela PIDE e proibido de circular. Edição fac-similada, apresenta, em toda a sua nudez, todas as anotações e sublinhados dos censores, o que faz de Tarrafo, que significa pântano, um documento único em toda a literatura de guerra colonial. Acontece isto nos 50 anos da mobilização do seu batalhão 490 de Cavalaria.
O primeiro lançamento será, no próximo dia 9, 16 horas, na Messe dos Oficiais, na Batalha, cidade do Porto. Presidirá à cerimónia o general Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes e integra-se na Tertúlia Fim do Império. Será apresentador o escritor, historiador e poeta transmontano, João Barroso da Fonte. Entretanto no dia seguinte (10 de Maio) será apresentado em Coimbra, na Liga dos Combatentes, Rua da Sofia, tendo a presidir à sessão igualmente o presidente da Liga, às 15 horas.
 Livro incómodo para o governo e FA  
“Este livro comporta, desde o início da sua escrita, muitas histórias de guerra, páginas escorrendo nervos, gritos, sangue e lágrimas, chagas, cicatrizes, feridos e mortes. Retrata a guerra em toda a sua violência e brutalidade, por vezes, ao pormenor com esta originalidade: era escrito na sequência dos acontecimentos. O que foi uma novidade no jornalismo, quando começou a ser publicado no Jornal da Bairrada (1964). Era uma ousadia, um desafio quase inocente.
Mas a este livro, o primeiro sobre a guerra colonial, escrito por um combatente, foi acrescentada uma outra história, única em toda a literatura da guerra. Após alguns dias sobre a colocação da obra numa única livraria, a Vieira da Cunha, em Aveiro, era incluído no número dos livros proibidos. Havia de ser censurado e recolhido pela PIDE. Foi considerado um livro demasiado incómodo, muito desconfortável para o governo. Afinal, havia guerra. Não escondia nada. Nem os mortos, nem o desânimo e as lágrimas, muito menos as aldeias incendiadas e seus nomes, os bombardeamentos e o tipo dos aviões utilizados nas operações”, reconhece o autor.
    Passados muitos anos sobre a sua apreensão e o 25 de Abri, “eis que, como que, por mera sorte do acaso, o exemplar censurado veio parar às minhas mãos”, realça o autor. Tem os carimbos do Ministério de Defesa Nacional e de “Confidencial”. “Rara é a página que não tem sublinhados a vermelho, no sentido vertical, à margem, ou na horizontal por baixo da palavra ou da frase, considerada corrosiva ou subversiva, no mínimo incómoda. Há também notas a lápis, deixando a impressão de que houve dois censores, qual deles o pior”.

Nota: - O lançamento deste livro também vai ser feito em Oliveira do Bairro, em Junho...

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