Armor Pires Mota - Guiné 1963-1965
EDIÇÃO FAC-SIMILADA DE
“TARRAFO”,
- O ÚNICO LIVRO PROIBIDO DE
TODA A GUERRA COLONIAL
Armor Pires Mota que combateu
na Guiné, entre 1963-1965, vai lançar no mercado, através da Editora Palimage,
a edição fac-similada do livro TARRAFO
Crónicas de um alferes da Guiné, o único livro de toda a guerra colonial
que foi censurado, recolhido pela PIDE e proibido de circular. Edição
fac-similada, apresenta, em toda a sua nudez, todas as anotações e sublinhados
dos censores, o que faz de Tarrafo,
que significa pântano, um documento único em toda a literatura de guerra
colonial. Acontece isto nos 50 anos da mobilização do seu batalhão 490 de
Cavalaria.
O primeiro lançamento será,
no próximo dia 9, 16 horas, na Messe dos Oficiais, na Batalha, cidade do Porto.
Presidirá à cerimónia o general Chito Rodrigues, presidente da Liga dos
Combatentes e integra-se na Tertúlia Fim do Império. Será apresentador o
escritor, historiador e poeta transmontano, João Barroso da Fonte. Entretanto
no dia seguinte (10 de Maio) será apresentado em Coimbra, na Liga dos
Combatentes, Rua da Sofia, tendo a presidir à sessão igualmente o presidente da
Liga, às 15 horas.
“Este livro comporta, desde o
início da sua escrita, muitas histórias de guerra, páginas escorrendo nervos,
gritos, sangue e lágrimas, chagas, cicatrizes, feridos e mortes. Retrata a
guerra em toda a sua violência e brutalidade, por vezes, ao pormenor com esta
originalidade: era escrito na sequência dos acontecimentos. O que foi uma
novidade no jornalismo, quando começou a ser publicado no Jornal da Bairrada (1964). Era uma ousadia, um desafio quase
inocente.
Mas a este livro, o primeiro
sobre a guerra colonial, escrito por um combatente, foi acrescentada uma outra
história, única em toda a literatura da guerra. Após alguns dias sobre a
colocação da obra numa única livraria, a Vieira da Cunha, em Aveiro, era
incluído no número dos livros proibidos. Havia de ser censurado e recolhido
pela PIDE. Foi considerado um livro demasiado incómodo, muito desconfortável
para o governo. Afinal, havia guerra. Não escondia nada. Nem os mortos, nem o
desânimo e as lágrimas, muito menos as aldeias incendiadas e seus nomes, os
bombardeamentos e o tipo dos aviões utilizados nas operações”, reconhece o
autor.
Passados muitos anos sobre a sua apreensão
e o 25 de Abri, “eis que, como que, por mera sorte do acaso, o exemplar
censurado veio parar às minhas mãos”, realça o autor. Tem os carimbos do
Ministério de Defesa Nacional e de “Confidencial”. “Rara é a página que não tem
sublinhados a vermelho, no sentido vertical, à margem, ou na horizontal por
baixo da palavra ou da frase, considerada corrosiva ou subversiva, no mínimo
incómoda. Há também notas a lápis, deixando a impressão de que houve dois
censores, qual deles o pior”.
Nota: - O lançamento deste livro também vai ser feito em Oliveira do Bairro, em Junho...
Nota: - O lançamento deste livro também vai ser feito em Oliveira do Bairro, em Junho...
Sem comentários:
Enviar um comentário