1966 - Inauguração dos Serviços Sociais
António Pereira Vidal & Filhos, Lda.
Porque a série que recorda este espectáculo evocativo da inauguração dos Serviços Sociais desta que foi uma das grandes empresas da região ainda não terminou, aqui trazemos mais um naco dessa história que muitos recordam.
Como há tempos temos feito silêncio neste cantinho, não será exagerado aqui deixar alguns pormenores da que foi uma grande festa. Nomeadamente o facto do seu conteúdo ter sido redigido por um Valonguense actualmente a residir em Lisboa.
Desta feita deixam-se os versos que constituíam um quadro daquele espectáculo, como a seguir se transcreve.
Como já aqui constou em quadro sinóptico das canções apresentadas, esta teve como intérprete Augusto G. Ferreira, letra de Hernâni Gomes e música de Manuel Morais.
Foi assim:
PRECEDENTE DA CAMA
I
Temos na cama
um precedente
que agora é nosso
é da nossa gente.
A gente clama
como antigamente
para aproveitar
a ocasião presente.
podíamos ter cama
a cambraia forrada
macia de espuma
a prata bordada
II
Mas o proeminente
da nossa gente
qu'agora nos rege,
na enxerga nos deixa
olvidando a queixa
... E não nos protege.
III
(Declamado)
Rompe-se o colchão
desfazendo-se em trapos
Vai-se a ocasião
de na cama presente
aproveitarmos o agente
que é nosso e não nos vale
Dando ao Vale Longo
aquilo que ele vale.
Tirá-lo dos trapos
da enxerga de farrapos
E em estradas sem covas
E noites com luz
E com águas mil
Nos dê assim provas
que bem nos conduz.
ESTRIBILHO:
(I)
É visível o tipo de fontenário da campanha da Câmara Municipal de Águeda, quando o Eng.º Bastos Xavier foi presidente. Há ainda alguns na freguesia, desactivados. |
Nota: - Temos a sensação que esta brincadeira em verso, tinha um destinatário, como quase todas os escritos deste espectáculo. Neste caso seria um dos sócios desta empresa, o Eng.º José de Bastos Xavier, que foi Presidente da Câmara, tendo tomado posse em 5 de Março de 1964, pelo que conseguimos apurar. Durante o seu mandato, com as possibilidades que as câmaras tinham na época, havia pelo menos um factor que sabemos o preocupava bastante: o abastecimento de água às populações. Não havia abastecimento de água estruturado, como agora possuímos.
Esse abastecimento era feito através do aproveitamento do precioso líquido em nascentes naturais que permitissem algum caudal. Chegámos a conhecer alguns, mesmo aqui na freguesia, donde se extraía água, conduzida por tubagem menos adequada, até chegar a um fontenário público onde se abasteciam as populações próximas.
Como se sabe, hoje não é necessário ir ao fontenário. Vem o fontenário até à grande parte das casas das famílias e, em vez de estar a água a jorrar noite e dia, desperdiçando-se, temos a torneira que só se abre quando minimamente necessária...
O Eng.º Bastos Xavier, ciente dessa necessidade, levou a efeito, a nível do concelho, uma campanha para aproveitamento/abastecimento de água. É disso prova a foto ao lado inserida.
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