Tínhamos dito aqui há uns tempos que da vida da freguesia, do já afastado ano de 1914 - há quase cem anos! - existiam ainda outros factos curiosos, para alguns, não tanto para outros.
Neste caso está em causa o que se conhecia por estrumeiras - ou seja autênticos produtores de doenças e de fertilizantes para a agricltura (de subsistência) que se praticava, principalmente nesta e outras freguesias e lugares.
Mas já havia noção e até alguma consciencialização do que tal forma de conspurcação representava para a saúde pública, pois chegou-se, próximo destes primeiros anos do século XX, a só autorizar a existência de estrumeiras, em determinadas circunstâncias. Já o dissémos...
Vamos transcrever o conteúdo da acta da sessão de 22 de Novembro de 1914, sobre este assunto, que diz o que a seguir se refere.
Monte de estrume
Mas se quer apreciar uma actividade de origem brasileira, com estrume, veja o vídeo abaixo
«Foi lido um ofício do chefe da secretaria da Câmara Municipal de Águeda, de trinta de Outubro último, que acompanhava um requerimento, por cópia, em que Maria Augusta Simões pedia licença à dita Câmara para fazer estrumeira de mato no caminho junto a uma sua casa, ao cimo deste lugar de Arrancada, pedindo à Junta para informar sobre se haveria inconveniente em se conceder a licença. A Junta foi de parecer que não havia inconveniente em ser concedida, devendo cessar quando se reconheça a necessidade de levantar todas as estrumeiras do mesmo caminho.»
Ressalta ainda desta situação outros factos considerados curiosos; por um lado, a Câmara não decidida sem ouvir a Junta. O que se considera já, para a época, um princípio básico de respeito pelas insttituições, democráticamente falando. Por outro lado, a preocupação da Junta em, dadas as dificuldades e o modo de vida então existentes, ressalvar, à partida, a sua autoriozação condicional, pois já se ventilava e discutia-se a necessidade e os inconvenientes das estrumeiras em plena via pública e, bem assim, uma hipotética extinção da sua existência e continuidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário