Acabei o último post sobre o 25 de Abril de 1974, no almoço possível num restaurante que encontramos a funcionar. Após o almoço, a interrogação era: “E agora, o que vamos fazer, onde é que havemos de ir?”
Como na zona norte da cidade os transportes públicos funcionavam quase normalmente, surgiu-nos a repentina ideia de apanhar um autocarro e ir até ao aeroporto. Como se sabe, o aeroporto era uma estrutura essencial num caso destes e, portanto, havia que ir “basculhar” o que se passava por lá.
E lá fomos… Chegados ao aeroporto visitámos todas as estruturas, vimos (pensamos nós) tudo o que era possível, espreitamos para as pistas, instalações e nada de movimentações à vista desarmada. Claro que em pontos estratégicos havia muitos militares. Movimento de aviões era nulo. Presença de pessoas e já da parte da tarde daquele dia era insignificante. E o tempo ia correndo…
Goradas, talvez, algumas das nossas expectativas, regressamos de autocarro, que se movimentavam normalmente. E de tal modo o fizemos que, mal demos por isso, já a tarde ia a mais de meio. Mas chegamos exactamente outra vez ao Quartel do Carmo, na baixa, a ponto de assistir ao culminar da rendição do poder político instalado, no meio de uma confusão enorme de entusiasmo e de manifestações espontâneas da população.
De repente, abre-se uma porta de grandes proporções e de dentro sai uma viatura militar, uma Panhard, com o nome de «BULA», e toda a gente gritava que dentro dela iam o professor Marcelo Caetano (o então primeiro-ministro) e mais alguém que fazia parte do governo. Logo atrás, saía um peugeot preto, no qual seguia o general Spínola e isso não nos oferecia dúvidas, porquanto o carro tinha o vidro do óculo traseiro completamente partido. Como e onde não sei…
Por curiosidade, assinalar que o nome do veículo blindado coincidia com o nome de uma localidade na Guiné onde, onze anos antes, eu tinha estado em serviço militar.
Tanto o veículo militar blindado como o carro preto, onde ia o general Spínola, logo que as condições o permitiram, arrancara a grande velocidade em direcção à Praça do Comércio e dali, pelo que de imediato se constava, foram para o RAL1.
Há noite, já se sabia que o professor Marcelo Caetano, primeiro-ministro, o almirante Américo Thomaz (presidente da república) e outros membros do governo, foram de avião para a Madeira, onde permaneceram, praticamente, uma semana e dali foram exilados no Brasil. O primeiro acabou por falecer lá, após ter sido destacada figura nos meios académicos brasileiros.
Como na zona norte da cidade os transportes públicos funcionavam quase normalmente, surgiu-nos a repentina ideia de apanhar um autocarro e ir até ao aeroporto. Como se sabe, o aeroporto era uma estrutura essencial num caso destes e, portanto, havia que ir “basculhar” o que se passava por lá.
E lá fomos… Chegados ao aeroporto visitámos todas as estruturas, vimos (pensamos nós) tudo o que era possível, espreitamos para as pistas, instalações e nada de movimentações à vista desarmada. Claro que em pontos estratégicos havia muitos militares. Movimento de aviões era nulo. Presença de pessoas e já da parte da tarde daquele dia era insignificante. E o tempo ia correndo…
Goradas, talvez, algumas das nossas expectativas, regressamos de autocarro, que se movimentavam normalmente. E de tal modo o fizemos que, mal demos por isso, já a tarde ia a mais de meio. Mas chegamos exactamente outra vez ao Quartel do Carmo, na baixa, a ponto de assistir ao culminar da rendição do poder político instalado, no meio de uma confusão enorme de entusiasmo e de manifestações espontâneas da população.
De repente, abre-se uma porta de grandes proporções e de dentro sai uma viatura militar, uma Panhard, com o nome de «BULA», e toda a gente gritava que dentro dela iam o professor Marcelo Caetano (o então primeiro-ministro) e mais alguém que fazia parte do governo. Logo atrás, saía um peugeot preto, no qual seguia o general Spínola e isso não nos oferecia dúvidas, porquanto o carro tinha o vidro do óculo traseiro completamente partido. Como e onde não sei…
Por curiosidade, assinalar que o nome do veículo blindado coincidia com o nome de uma localidade na Guiné onde, onze anos antes, eu tinha estado em serviço militar.
Tanto o veículo militar blindado como o carro preto, onde ia o general Spínola, logo que as condições o permitiram, arrancara a grande velocidade em direcção à Praça do Comércio e dali, pelo que de imediato se constava, foram para o RAL1.
Há noite, já se sabia que o professor Marcelo Caetano, primeiro-ministro, o almirante Américo Thomaz (presidente da república) e outros membros do governo, foram de avião para a Madeira, onde permaneceram, praticamente, uma semana e dali foram exilados no Brasil. O primeiro acabou por falecer lá, após ter sido destacada figura nos meios académicos brasileiros.
Nota: - A primeira foto, Panhard, foi obtida através do site da marca. É um modelo mais recente que a dita «Bula». As fotos do prof. Marcelo Caetano e Américo Thomaz, foram obtidas através de Wikipédia.
A seguir: resumo dos jornais de 25-26 de Abril de 1974
Sem comentários:
Enviar um comentário