Temos em mãos uma série de cópias de notícias que colocam a descoberto alguns factos com pormenores do que Souza Baptista desenvolveu, para ainda ser colocado no "altar" das memórias daquilo que, pela freguesia e pelos seus habitantes, realizou.
Se dedicamos uma série de histórias a Leandro Martins, fruto de algumas pesquisas incompletas - pois se lhe tivéssemos dedicado mais tempo, teríamos encontrado outros factos - sugeriu-nos que, por idêntico trabalho se pudessem verificar outros factos e pormenores das benemerências de Souza Baptista em várias áreas.
É isso o que vamos procurar fazer a partir do post anterior, que fica registado com o número 1, sendo este o número 2, como é lógico.
Retomar e recordar aquilo que fez Souza Baptista, não tem a pretensão de uma ordenação cronológica ou até repetitiva - o que seria o ideal - mas registar, mesmo salteando datas, o que se passou, qual a imagem que nos fica dos tempos descritos (desde os anos vinte, séc. XX), imaginar como era a vida daqueles recuados anos, como vivia a população, os meios de sobrevivência que tinham (ou não tinham), enfim, um manancial de factos que nos ilustram com bastante pormenor e rigor os modos de vida disponíveis (ou indisponíveis) comparados com a actualidade. Vamos, então, à estação Telégrafo-Postal.
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No fim da notícia, cuja imagem aqui se deixa reproduzida, há duas iniciais que, normalmente, identificam o seu autor. A. Q.. Provávelmente seria para identificar Abílio Quaresma, como autor da notícia. Nesta data, o principal redactor da Soberania na freguesia de Valongo do Vouga, era António Rosa da Silva Magalhães, de Brunhido, que mais tarde passou a residir em Fermentões.
Ora, a estação Telégrafo-Postal, que mais tarde se transformou numa empresa denominada e vulgarmente conhecida por CTT (Correios, Telégrafo e Telefones), foi inaugurada a uma terça-feira, no dia 19 de Março de 1929, sendo a primeira responsável, como se pode ver, Engrácia de Vasconcelos Soares, por sinal de Arrancada do Vouga, mas funcionária dos Correios em Aveiro, onde seu marido, João Soares, era o Chefe da estação naquela cidade.
A Engrácia Vasconcelos Soares era avó de Luísa Maria e Elisabete Maria Soares de Matos Saraiva, filhas de Gumercindo de Matos e de Maria Casimira de Vasconcelos Soares de Oliveira (filha de João Soares), em casa de quem funcionou durante algum tempo e provisoriamente a estação dos CTT em Arrancada. Como João Soares era parente de Souza Baptista, este 'aliou o útil ao agradável', como quem diz de alguma influência para João Soares viesse para Arrancada. Mas dada a sua posição em Aveiro, veio a esposa Engrácia, que dava todas as garantias profissionais para o desempenho das funções.
Admitimos que só mais tarde surgem estes serviços da época, na casa que foi ocupada por Horácio de Almeida com a sua mercearia, no cruzamento que entronca com a rua do Carreiro.
A este assunto voltaremos, porque este acontecimento deu origem a uma brilhante intervenção cultural do inspector Arménio Gomes dos Santos.
Fonte: Soberania do Povo de 23-03-1929
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