INTRODUÇÃO
Cruz Alta (Fátima), junto à Igreja da Santíssima Trindade |
No post anterior com aquele título, o comentário ali inserido, reconheço, carece de uma mais explanada informação. Não consideramos apropriado e suficiente o que nele se diz. Como se costuma dizer, faço o que posso.
Mas percebe-se que o que se pretende é dar a conhecer a existência de literatura (erudita, digamos) de alguns competentes conhecedores e bem pensantes, que pretendem transmitir uma mensagem aos mais incautos. Há por aí, ainda, muito disso. E certamente tarde e mal acabarão.
Como se sabe, em termos legais não é permitida a transcrição da obra de Reza Aslan. Mas tecer alguns comentários, confirmá-los com pequenas notas, levantar um pouco da caspa das nossas cabeças, isso é possível. E desejável. Porque somos livres...
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Também ficou dito que a razão tinha origem nas afirmações de que Cristo é uma fantasia, inventado e nada de credível possuindo, afirma-se (ainda) com muita convicção. Se o autor desta interessante obra, que, repito, em qualquer página não afirma nada daquilo que ainda se pretende incutir, somos obrigados a pesquisar o que a certa altura dos factos se narra, mostrando à saciedade que aquilo que se me permite transmitir (em certa medida a falsidade do conteúdo bíblico), passa-nos ao lado e é contraditório com esta tese.
Não era necessário ir às reminiscências da história para saber (pela própria bíblia) que os antigos que já acreditavam num Deus único, atribuíam à magia, aos curandeiros e a outros "profissionais" do tempo (como ainda hoje os há), a cura de certos males, desde os corporais aos espirituais (leia-se possuídos). Os "profissionais" cobravam-se e bem deste tipo de serviços (como ainda hoje os há). E sabemos ainda que estas situações físicas e de doenças eram causa principal do pecado cometido, era a crença da origem. Os Judeus também pensavam desta forma... pobres leprosos, entre outros.
Na antiguidade, os milagres de Jesus eram causa de magia por Si praticadas, como é o caso de dar vista aos cegos, fazem andar os coxos (defeituosos de nascença nos seus membros inferiores), abrir os ouvidos (terminologia usada para os surdos, como é sabido), etc., etc., etc... Tinham uma diferença da magia: é que Jesus não se cobrava de qualquer destes seus «serviços» em benefício da humanidade. E a cura não distinguia pobres e ricos, camponeses e nobres, carpinteiro ou agricultor (Vidé, por exº, a filha do Centurião).
É aqui que reside toda a teia montada para o desacreditar. É nisto que faz remoer os fígados dos seus adversários. É aqui que começa a trama para o liquidar, nomeadamente através dos sumos sacerdotes, que não gostaram nada da fama que se espalhou por toda a Galileia e que os remetia para segundo plano. Os sumos sacerdotes sabiam que lhes fugia o «tapete debaixo dos pés». O resto é conhecido, até o suborno da ressurreição que aqueles armaram com os soldados que guardavam o corpo sepultado. Adiante...
Para finalizar este apontamento, respigamos da obra de Reza Aslan, este pequeno naco de prosa, porque se você me leu até aqui, vai ler, certamente, o resto e que diz:
«Apesar dos elementos mágicos que se podem identificar nalguns dos seus milagres [de Jesus], o facto é que em parte nenhuma dos evangelhos alguém acusa Jesus de realizar magia. Seria uma acusação fácil para os seus inimigos lhe fazerem, uma acusação que teria acarretado uma sentença de morte imediata. Todavia, quando Jesus estava perante as autoridades romanas e judaicas para responder às acusações que lhes eram feitas, foi acusado de muitos delitos - sedição, blasfémia, rejeição da Lei de Moisés, recusar-se a pagar o tributo, ameaçar o Templo - mas ser mágico não era um deles.»
E mais abaixo: «Vale a pena assinalar que Jesus nunca exigiu pagamento pelos seus "serviços". Mágicos, curandeiros, milagreiros e exorcistas eram profissões especializadas e muito bem pagas na Palestina do século I.»
O autor do livro cita ainda esta parte bíblica, aquando do diálogo com Pedro, quando disse aos discípulos «curai os doentes, limpai os leprosos, levantai os mortos e expulsai os demónios. Recebestes [estas dádivas] sem pagamento. Distribuí-as sem pagamento!» (Mateus 10:8; Lucas 9:1-2)
E terminamos deste modo: «Não é simplesmente o trabalho de Jesus ser gratuito, ou as suas curas nem sempre empregarem métodos de mágico. É que os milagres de Jesus não são um fim em si mesmos. Pelo contrário, as suas acções servem um objectivo pedagógico. São um meio de transmitir uma mensagem muito específica aos Judeus.»
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Estamos convictos que estas desalinhavadas frases servirão, repetimos, para dizer que as aldrabices «inventadas» de que a história de Jesus é uma farsa, diria até, uma hipnose que a sociedade aceitou (ou de uma parte dela, como se tornou vulgar dizer-se), fica explanada mais uma ideia de que, afinal, Reza Aslan não apresenta uma opinião concreta da fantasia e das invenções atribuídas à «Vida e Obra de Jesus de Nazaré» e ficamos, assim, com este contributo, cujo pedido, honesto, sincero, humilde é que seja entendido como uma opinião, que se deve respeitar como respeitamos muitas outras. Dentro deste princípio é claro que terei de respeitar o contraditório. Dependendo do seu conteúdo.
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