Este é o título de um pequeno livro da autoria de Joaquim Soares de Souza Baptista, editado em 1943, impresso na Tipografia Aguedense, em Águeda, naquele ano.
Estive com este livro na mão, hoje, dia 21 de Novembro do ano da graça de 2011!
Li um pouquinho desse livro, pois que o tive de deixar no mesmo local. Respeitei as instruções existentes.
Do pouco que li, fiquei desde já com uma perspectiva do que aquele benemérito tinha em projecto para a freguesia. E um deles era um clamor de que nada existia nesta terra que fosse ao fundo das questões e justificasse, pela história, pelas pesquisas e pelo trabalho que estas coisas dão, saber como nasceu o lugar da Arrancada, como eram as primeiras palhotas (disse cabanas do século X) que deram origem àquele grande aglomerado de cerca de 700 almas (no tempo de 1943) e um casario em todo o lado e bem conservado.
E dizia ainda que quando passava pela estrada principal e olhava para as casas antigas, admirava os seus umbrais, as almofadas (como se diz técnica e historicamente) das janelas, as datas que uma e outra tinham de 1690, com dizeres do género, que agora tenho de inventar: «Esta janela foi construída em 1595 por Tomé não sei quantos.»
E Souza Baptista interrogava-se: «Ninguém ainda se preocupou em saber que foi este tal Tomé que edificou aquela obra [de arte] e desse conhecimento aos contemporâneos quem foi o artista que realizou tais obras.»
É esta, mais ou menos, a ideia das linhas que lemos em diagonal.
Efectivamente é confrangedor verificar que se destruam algumas obras arquitectónicas históricas que existem ou já existiram.
É certo que não há apoios que possam travar esta destruição e as pessoas vão necessitando desses espaços. E a degradação também ajuda um pouco.
Mas Souza Baptista, neste livro, prova que era um homem de largos horizontes e via à distância os problemas que se provocavam ou iriam provocar antes de acontecerem. E muitos já aconteceram.
E depois, saber-se da história da nossa terra, de algumas pessoas ilustres, de algumas instituições, etc., nada há pesquisado e escrito que se deixe àqueles que hão-de ser os próximos continuadores deste Valle Longum. Ele apontava isto no livro!
Quando quiserem saber alguma coisa da sua terra, não há, porque salvo um ou outro, que o fez, os restantes nada fizeram, nada fazem...
Temos um trabalho em mãos há um ano. Ainda não terminou. Mas pelo que temos e já realizámos, agora tem de terminar, não com a rapidez desejada, mas com a pachorra que temos de aguentar até chegar... ao fim...
Voltaremos a este caso do livro de Souza Baptista... escrito assim mesmo no livro, melhor, Joaquim Soares de Souza Baptista.
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