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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Brumas da memória - 2

Das Villas de Vouga, Brunhido, & Aguieyra

Ponte de arcos do rio Marnel citado no texto

A Villa de Vouga está em sítio plano junto do rio Vouga, de que tomou o nome, & ao pé de hum cabeço, que também assim se chama, ficando a Villa, & o cabeço entre dous rios; o Vouga da parte do norte, & Marnel da parte do Meyo-dia, os quaes se encontram logo abayxo do lugar de Lamas, que está ao pé do dito cabeço. Tem sobre o Vouga huma ponte de pedra de muitos olhaes, mas já tam areada, que em tempo de cheas se passa em barcos, & he estrada publica de Coimbra para o Porto, que passa por dentro da Villa. Há também outra ponte de arcos sobre o rio Marnel, que no tempo de inverno, & cheas se não passa. He tradiçaõ, que no cabeço de Vouga esteve antigamente uma Cidade, chamada Vacca, & ainda hoje se achaõ tijolos, & pedras lavradas, & outros vestígios de edifícios. Nelle está agora huma Ermida do Espírito Santo, & na Villa huma Capella do Santíssimo Sacramento. Tem esta Villa quinze visinhos.
Do rio Marnel para o sul fica a Igreja de N. Senhora da Assumpçaõ de Lamas, donde saõ Freguezes os moradores da Villa de Vouga; a qual Igreja está no destricto do Ducado de Aveyro, & he da apresentação desta grande casa. No lugar de Villa verde do Vouga para o Norte está huma Ermida de Santo Andre, & no lugar de Pedaçoens outra de Saõ Lourenço.

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Com a devida vénia, trata-se de uma transcrição do livro de António Martins Rachinhas, «A Vila de Valongo do Vouga» editado em 2010, página 46, quando, logo após a feitura das Inquirições, se dedica a fazer uma apresentação destas terras, adaptado da Corografia Portuguesa, de que é autor, do século XIX, o Pe. António Carvalho da Costa. Deste autor já qui fizemos referência e algumas transcrições, por digitalização, do que escreveu sobre estas terras de Vouga e Marnel. Vamos continuar a acompanhar etes dados históricos bastante curiosos. Mais curiosos quando são 'implantados' na escrita primitiva.
De notar que já naquele tempo se referia o texto à ponte sobre o rio Vouga, afirmando «mas já tam areada, que em tempo de cheas se passa em barcos». E era estrada pública, acrescenta. Ou seja, não estaria em boas condições. Não admira que actualmente se encontre interdita ao trânsito.


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