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sábado, 31 de agosto de 2013

Coisas e Loisas - 42

DIABRURAS DE CUPIDO
Um alarme infundado


Uma importante casa de Aguieira
desde o princípio do séc. XX.
No fim desta transcrição, explica-se melhor o conteúdo, que foi publicado no periódico paroquial Valongo do Vouga, de Junho de 1995, sendo seu autor Carlos Pinho. Aquele título e sub-título eram de uma notícia que foi publicada e que dizia assim:
 
«Valongo do Vouga, 8 - A pacífica população de Aguieira, foi anteontem à noite alarmada por um grito uníssono em que se afirmava que uma das mais formosas raparigas daquele lugar, saíra precipitadamente de casa com o fim de se suicidar.
Em forte gritaria, muita gente acorria em todas as direcções, sondava os poços, vigiava as árvores, a ver se ainda a encontrava com alguns sinais de vida.
Demorou, felizmente, pouco tempo esta aflição, pois em breve chegava a notícia - apesar das comunicações não estarem ainda restabelecidas - de que a ausente se encontrava a salvo, junto do seu namorado, que a transportava para lugar seguro!»
 
Comentava ainda Carlos Pinho:
 
«Conhecemos o casal que vive feliz e, de quando em vez, muito prezamos em o visitar, pois há sempre «coisas» que se recordam ainda com saudade e que revelam eloquência firmada e estampada nos rostos de quem ousou enfrentar a realidade, tomando como canção o aval da sua PALAVRA DE HONRA!!!
Hoje os tempos evoluíram velozmente, permitindo uma abertura mais circunstanciada, aliada a uma liberdade igualmente mais exigente e menos compreendida!
Daqui, a resultante de uma força impulsionadora, que «obriga» os jovens a cometerem excessos, expondo-se denodadamente e... «à la volonté»!!!
Há «coisas» que requerem recato e muito senso. Lembrem-se, Jovens, que celebramos o Ano Internacional da Família [em 1995] - a célula basilar de todos nós - a quem devemos respeito, dignidade e honorabilidade.
Respondam, pois, à chamada com mais prudência e senso, e... menos euforia.
 
Maio/95
Carlos Pinho»
 
*****
 
Foi uma pequena história passada em Aguieira. Estaríamos em finais da década de trinta, início de quarenta, séc. XX. Quem me despertou e chamou a atenção para este episódio que o saudoso Carlos Pinho, da bicicleta, retratou em 1995, foi um dos filhos do casal, cuja amizade prezamos - e muito - para além de todos os interesses que a vida proporciona. Lá desfolhámos o Valongo do Vouga até encontrarmos  o comentário daquele conterrâneo que, habitualmente, ocupava as páginas daquele periódico, com a sua já interessante rubrica a que chamava «O Nosso Banquinho». Um banquinho onde desenvolvia estas e outras conversas, muitas delas reais, outras imaginárias.
Como o Carlos Pinho em 1995 não denunciou a identidade da pessoa envolvida na história, atitude  eticamente  correcta, também não somos nós que, agora e aqui, o vamos fazer. A pessoa em causa, já falecida, que conhecemos e com quem mantínhamos as melhores relações, merece essa privacidade, agora na pessoa dos seus descendentes e outros familiares.
O que antes se transcreve está antecedido de um longo comentário a propósito do acontecimento, que não se publica aqui, porque nada mais acrescenta ao que está dito. Aquela notícia, dizia Carlos Pinho, foi transcrita do recorte de um jornal que guardava.
A «rapariga» que esta história recorda, teria entre 18 a 19 anos de idade, ao tempo daquelas décadas. O ano do seu nascimento foi em 1921.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Coisas e Loisas - 41

1946 - Sociedades irregulares


Estes três amigos nada têm a ver com a oficina aqui citada.
Manuel Marques Soares (sacristão), «Neca Varela», como era
vulgarmente conhecido, já falecido e Manuel da Silva Pinto da
Carvalhosa. A oficina ficava do lado direito do local onde estão
estes três amigos.
É verdade! Em 1946 havia já as chamadas sociedades irregulares.
Encontramos um papel, que já não sabemos porque carga de água nos veio parar às mãos, que achamos curioso e original.
Os intervenientes eram conhecidos e ao filho de um deles, o Avelino dos Santos Gomes, demos conhecimento da sua existência, que achou interessante, nostálgico e saudoso, porque, dizia, que naquele tempo seu pai - Porfírio Augusto Gomes - poderia ter obtido avultadas vantagens, pela atribuição exclusiva da representação das afamadas marcas Sachs, Zundapp e outras.
O documento é uma declaração, pela qual os intervenientes colocam fim a uma sociedade irregular que mantinham, cujo conteúdo era este:
 
DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE
 
Os abaixo assinados, Porfírio Augusto Gomes, casado, comerciante, de Aguieira, Valongo do Vouga, e Jerónimo da Silva Bouceiro, casado, empregado industrial, de Arrancada do Vouga, declaram o  seguinte:
1º- que dissolveram nesta data a sociedade comercial irregular que existia entre ambos, com estabelecimento em Arrancada e Valongo, que girava sob a firma Gomes & Bouceiro, Lda. e que se destinava à indústria de reparação e comércio de bicicletas;
2º- que todo o activo e passivo da sociedade dissolvida fica adjudicado ao signatário Porfírio;
3º- que, feitas as contas e considerando a actual  desvalorização dos materiais, se fixou, por acordo, em Esc. 32.000$00 (trinta e dois mil escudos) a quantia a entregar pelo sócio Porfírio ao sócio Bouceiro para liquidação integral da cota e suprimentos deste último;
4º- que a referida importância foi nesta data entregue ao sócio Bouceiro;
5º- que os signatários constatam ter havido durante a gerência da sociedade extinta alguns mal entendidos, não deixando todavia de haver uma certa correcção e honestidade.
 
Arrancada do Vouga, 9 de Março de 1946.
 
Porfírio Augusto Gomes
Jerónimo da Silva Bouceiro
 
Nota: Os mais antigos lembram-se destas oficinas, principalmente a de Valongo, junto ao adro da igreja, onde funcionou até há pouco tempo um café.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Casa do Povo de Valongo do Vouga - 33

O Primeiro Relatório e Contas
 
Retomamos a apresentação de algumas situações após a fundação da Casa do Povo, destacando o 1º Relatório e Contas, referente ao ano de 1942, cuja gerência oficial teria começado em Junho deste ano, porquanto, como já foi referido, o Plano e Orçamento deste ano apenas dizia respeito ao período de Junho a Dezembro.
A acta de 7 de Fevereiro de 1943 faz referência à aprovação do 1º Relatório e Contas, de seis meses do ano de 1942.
Apesar da extensão, para aqui ser transcrito, ficaria este trabalho incompleto se o seu conteúdo ficasse espartilhado por mais de um post. O que encontramos foi isto:
 
Actuais instalações administrativas e de
produtos agrícolas
Volvido um ano de existência desta Casa do Povo, não será descabido dar ao público um síntese dos benefícios que ela já proporcionou aos seus associados, tanto mais que, de vez em quando, se ouvem uns injustificados e maldosos murmúrios que é preciso desfazer.
A Casa do Povo apareceu nua época anormalíssima, no predomínio de um estado social de feroz egoísmo, e daí, talvez, a principal causa de certas más vontades, por parte de pessoas para quem o largar um tostão que seja, em benefício do seu semelhante, é ódio de morte.
Mas que teria sido de tantos desgraçados - crianças e adultos - se o pequeno sacrifício  que se exige para a Casa do Povo não tivesse vindo em seu auxílio?
Para que, pois, a ninguém mais seja lícito duvidar dos altos benefícios sociais que a Casa do Povo já prestou neste curto espaço de tempo de um ano, aqui se dá um resumo desses benefícios, até 30 de Junho findo: (1)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A Junta de Freguesia na história - 104

O Escrivão da Junta em 1942
 
António das Neves Martins de Barros,
à esquerda, na companhia de Pedro
Fernandes, numa mostra de artesanato
realizada na Casa do Povo de
Valongo do Vouga, em que ambos
foram expositores.
Saímos, como antes já dissemos, da ordem cronológica de datas sobre histórias da Junta, para evidenciar um facto que, em 1942, e por motivos que hoje não fazem diferença alguma, são de enaltecer. No número 103 se refere e agora resume-se.
O sr. Joaquim Ferreira Rachinhas desempenhava as funções, que, na época, se designavam por  Escrivão da Junta. Pediu a sua demissão. Foi nomeada outra pessoa para aquelas funções.
E como consta na acta da sessão de 12 de Maio de 1942, foi nomeado o sr. António das Neves Martins de Barros, residente na Carvalhosa, pessoa íntegra em todo os factos de uma vida, nomeadamente por ser dos poucos (mas havia alguns) que eram declaradamente contra o regime político vigente. Sofreu as consequências, como outros o sofreram.
Inusitado e deveras surpreendente, para alguns, terá causado a sua nomeação para a Junta de Freguesia. É que as personalidades cuja postura de democrata e íntegro, mas discordando - que não se podia manifestar - raramente ou quase nunca eram nomeados para cargos públicos.
Por isso registamos que este conterrâneo foi aceite e desempenhou o cargo de Escrivão na Junta de Freguesia de 1942, que era composta por João Martins Pereira, presidente, Ernesto Gomes da Silva, secretário e Abílio Simões Gomes, tesoureiro, substituindo o aludido Joaquim Ferreira Rachinhas. A redacção da acta é a seguinte:
 
«Escrivão da Junta: - Foi nomeado o cidadão, António das Neves Martins de Barros, que, estando presente, entrou imediatamente ao serviço.»
 
Nos anos 50, séc. XX, houve contactos próximos com esta personalidade, éramos ainda uns imberbes adolescentes, do qual guardo algumas recordações, nomeadamente pelo facto de ser um artista autodidacta, que nos ofereceu, feito em barro, um emblema do F. C. Porto, porque sabia, já naquele tempo, que éramos, como ele, simpatizantes destas cores futebolísticas.
 
 
 

Coisas e Loisas - 40

O azeite roubado
A colheita da azeitona
 
Dos alfarrábios bibliotecários amarelecidos, encontramos duas notícias na Soberania do Povo de 27 de Novembro de 1943, quando, por outros motivos, na Biblioteca Municipal Manuel Alegre, andávamos na pesquisa de elementos sobre outro assunto. E essas notícias, que transcrevemos, com a devida vénia àquele semanário, eram do seguinte teor:
 
Valongo do Vouga
8 de Novembro
 
Os gatunos entraram na igreja matriz e roubaram parte do azeite destinado à lâmpada do SS. (Santíssimo Sacramento)
 
 
Carvalhal da Portela
15 de Novembro
 
Nesta região está quase concluída a apanha da azeitona, que é animadora. Oxalá que a boa farturinha venha a produzir apreciáveis efeitos. O lagar de azeite de Arrancada, que, segundo dizem, é o que nesta área maiores rendimentos dá ao lavrador, graças aos modernos maquinismos de que é provido e à conscienciosa maneira como é dirigido, encontra-se em plena laboração.
 
A primeira, na época de quarenta, séc. XX, demonstra que o móbil do crime era um. Se fosse hoje,  certamente que não tinha interesse o azeite.
Na segunda notícia, o que fica destacado era o lagar de azeite de Arrancada, cuja montagem, cremos, foi da responsabilidade do sr. Manuel de Bastos Xavier e que laborou durante muitos anos, até a azeitona ter desaparecido. Actualmente, já vai aparecendo novamente em certas quantidades, que, nalguns casos, já justifica a sua colheita.
O autor destas notícias era António Rosa da Silva  Magalhães, de Fermentões.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Os nossos locais

Arrancada e o cruzeiro
 
É no que dão as novas tecnologias. Não é necessário sair de casa, gastar dinheiro em máquinas fotográficas, imprimir fotografias e coisas do género. Está tudo à distância de um clique, aqui mesmo dentro de casa.
Por falar em cruzeiro, eis uma curiosidade pequenina!
 
Por exemplo, no largo dum Cruzeiro,
(Que devia ser bem respeitado,
pois está ali há trezentos e tal anos Jesus crucificado),
Sim! No Largo chamado do Cruzeiro
- E hoje do Chiadinho e do Chiado -
é ali, aos domingos, tal sólheiro,
tal falatório, tal palavriado,
que eu julgo que não há nenhum cordeiro
que ali não tenha sido tosquiado!...
 
 
(Excerto da Revista Valongo à Vista, apresentada na Casa do Povo de Valongo do Vouga, em 2 de Outubro de 1943, da autoria do inspector Arménio Gomes dos Santos, Abílio Quaresma e outros, de um trabalho de pesquisa que estamos a realizar.)
Em 1943 era aquele o retrato. E hoje? Terá mudado muito? Admitimos que sim... mas...
 
Retirado da Internet (Google)
 

A Junta de Freguesia na história - 103

A sede da Junta
Substituído o Escrivão e o Zelador
 
Por trás, do lado direito desta foto, era a sede da Junta de
Freguesia citada no texto, na conhecida Casa da Fábrica.
Saímos um pouco da cronologia de datas para recordar uma história de 1942, que é feita pelo conteúdo da acta de 12 de Abril deste ano.
Começamos por saber que nesta data a Junta ainda não possuía uma sede, o que veio a acontecer mais tarde, como aqui já destacamos. As reuniões realizavam-se na casa do adro de Valongo, mas chamando-lhe «sede da Junta de Freguesia de Valongo do Vouga, concelho de Águeda.»
Por esta acta sabe-se que quem realizava o trabalho administrativo da Junta de Freguesia, e naquele tempo designado por Escrivão, era Joaquim Ferreira Rachinhas, que morou em Carvalhal da Portela e sobejamente conhecido.
Não sei lá porquê, mas a acta apenas menciona que «por motivos dos seus afazeres particulares, pediu a demissão do cargo de escrivão desta Junta o cidadão Joaquim Ferreira Rachinhas, o que lhe foi concedido ficando a despachar o expediente até à próxima sessão da Junta, data em que será substituído.»
A Junta era constituída por João Martins Pereira, presidente, Ernesto Gomes da Silva, secretário e Abílio Simões Gomes, tesoureiro.
Quanto ao substituto, dedicaremos proximamente um espaço porque constitui um facto histórico, atendendo ao tempo político que se vivia.
No que ao Zelador diz respeito, transcreve-se na íntegra:
 
«Zelador Paroquial. Em virtude de não corresponder aos fins para que foi nomeado, foi exonerado de Zelador da Junta o cidadão Francisco de Magalhães, do lugar de Brunhido, e nomeado para o referido lugar de Zelador paroquial, o cidadão José Gomes da Silva, do mesmo lugar de Brunhido.»
 
Actualmente, mesmo nestas funções, a terminologia e a linguagem seria outra...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO - LXVI

D. Maria II, em gravura da Wikipédia.
Coroada em 11 de Julho de 1828, teve um
reinado desde 26 de Maio de 1834 a 15 de
Novembro de 1853.
A narrativa desta história tem um interlúdio centrado na passagem da rainha por Vouga, para depois entrar numa descrição histórica, relacionada com a política que o país vivia, e que se descreve no próximo post.
A passagem da rainha foi pela estrada real de Vouga, na ponte que ruiu há pouco tempo, em direcção ao Porto.
Estas festas reais foram invocadas para desculpabilizar a família de Torredeita e de Aguieira. Aguieira falou nelas. Torredeita também falou. Mas interrogava-se: Qual das partes foi mais hábil e mais feliz?
Joaquim Álvaro sentia-se seguro e certo que tinha o êxito das suas intenções assegurado, de que se falava muito. Dizia-se que ele desejava casar com a sua cunhada Casimira, logo que esta atingisse a idade legal de contrair matrimónio, por corresponder ao pensamento intimo  de seu falecido primo, o fidalgo do Sobreiro.
Este, Joaquim Mascarenhas, se tinha ordenado a aliança do primo com sua filha mais velha, certissimamente havia de querer que se realizasse o casamento de sua filha mais nova, morta a primogénita, e malograda a união que tanto recomendara no seu testamento.
Com este tipo de boas reflexões, Joaquim Álvaro, logicamente, parece que se podia defender bem das acusações que lhe iam ser feitas. Tendo o sobrinho Dr. Guilherme Teles à frente da administração do concelho de Vouga, pensava considerar-se intangível na sua segurança individual e na defesa dos seus direitos de tutor.
Por isso sossegou e limitava-se a entreter, por intermédio da irmã, a expectativa de uma conciliação, em que ele mesmo não acreditava. Ele bem sabia que por trás de D. Maria Carolina, a mãe das órfãs, estavam seus irmãos, que a aconselhavam e dirigiam, mas nunca supôs que um golpe audacioso viesse perturbá-lo no seu descanso e no trato dos negócios da sua casa.
Tinha terminado o período sangrento da luta civil. A paz reinava, enfim, em Portugal.
A partir daqui inicia-se a descrição histórica das lutas e da situação política referida no início.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Souza Baptista-Brasil 1932

MARMETAL, SA
Rio de Janeiro
 
Admitimos que a vida e obra de Souza Baptista, principalmente durante o tempo de permanência no Brasil e da acção desenvolvida, não é de todo conhecida.
Vem a propósito uma publicação datada de 1 de Dezembro de 1932, no DIÁRIO OFICIAL (creio que uma espécie de Diário da República) do Rio de Janeiro, que descreve uma assembleia geral de uma sociedade denominada, MARMETAL, SA, da qual fez parte, assim como seu irmão Dr. Augusto Soares de Souza Baptista.
Começa assim essa publicação, da constituição desta sociedade anónima: «ACTA DA ASSEMBLEIA GERAL DA SOCIEDADE ANÓNIMA "MARMETAL, SA", REALIZADA EM 1 DE DEZEMBRO DE 1932. A um de Dezembro de mil novecentos e trinta e dois, às dez horas e quinze minutos, no prédio número cento e vinte e quatro, da rua Evaristo da Veiga, estando presentes todos os subscritores, com exceção do senhor Joaquim Soares de Souza Baptista, que se fez representar pelo seu procurador Dr. Augusto Soares de Souza Baptista, conforme procuração que este exibiu...» seguindo-se a linguagem normal de uma acta daquele ano de 1932.
A procuração, passada em nome de seu irmão, sabe-se e justifica-se, pois em 1932 já estava em Portugal, onde regressou em 1927. Por aqui se confirma que a sua ligação aos negócios no Brasil ainda se mantinham activos.
Logo no início da publicação há uma espécie de resumo, que se transcreve: «Por procuração de Joaquim Soares de Souza Baptista, Augusto Soares de Souza Baptista.... 30 ... 15:000$000» (era assim que se escreviam quinze contos de reis).
Mais abaixo, surge descrito na acta o nome de Augusto Soares de Souza Baptista, com a subscrição de 40 acções, no valor de 20 mil reis e uma firma denominada "Souza Baptista & Comp., Ltd.", oitenta acções, no valor de 40 mil reis. A seguir surge ainda o nome de Souza Baptista (Joaquim) com 1.000$000 reis, que representariam duas acções.
O capital social desta sociedade anónima era, naquele ano, de 100.000$000 (cem contos de reis, como está descrito). Por estes números é de confirmar que Joaquim Soares de Souza Baptista e seu irmão eram accionistas maioritários.
A sociedade, sob aquela denominação tinha por objecto o comércio de mármores, metais, móveis de ferro ou quaisquer outros ramos de negócio que a diretoria julgar convenientes, sendo o prazo da sociedade de dez anos, prorrogáveis «pela assembleia geral, a juízo da diretoria.»
Regista-se também aqui o nome de Souza Baptista, ligado aos mármores, a que não é alheia alguma história desta actividade, com bastante probabilidade de saírem de Portugal para aquele país.
 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A romaria de Santo António d'Arrancada

E o tempo passa!

Quase que faltava tema que fosse de interesse para os amigos visitantes, quando me lembrei que ontem festejou-se, à maneira actual (e não à antiga), o Santo Padroeiro do vetusto lugar de Arrancada.
Dizemos assim, porque penso que ao que parece, temos cá todos os Santos populares na freguesia. Sei que está por aí o S. João, mas não recordo, de momento, onde. Quanto a festejos, parece que o Santo António apresentava-se, entre todos, o mais vaidoso, porque no lugar a festa que lhe faziam era de arromba. Quer dizer, a de maior impacto de todas.
Não vamos agora criar ciúmes aos restantes, porque o Padroeiro da freguesia, São Pedro, coitado, sempre se contentou com poucas ou quase nenhumas festas durante o seu 'reinado' de orago paroquial.
Além de vir a propósito da festa que teve o seu ponto alto ontem, dia 4 de Agosto, deste ano de 2013, vem também mesmo a jeito poder-se recordar o que era o ambiente destas festas no já passado ano de 1952, a 30 de Agosto, quando o jornal Soberania do Povo, publicava a propósito: 
«Realizam-se amanhã e segunda-feira grandes festas a Stº António, com missa solene, sermão e procissão.
Quermesse, corridas de bicicletas, a pé, sacos, Zés Pereiras, etc.
Uma aparelhagem sonora funcionará no recinto das festas.»
É caso para dizer com alguma mágoa: como era, como foi e como é... as coisas dos tempos.
Não parece despropositado, em Agosto, uma festa a Santo António? Pois parece, mas não é. Teve uma origem, uma intenção, mas quem sabe disto é o Joaquim Matos Branco, que conta a história direitinha. Também a sabemos, mas contada por ele fica melhor... porque foi real a partir de 1931, se não estou em erro a intenção de celebrar o Santo António em Agosto.
A foto acima é do Filipe Vidal, que as «distribuiu» ontem pelo Face... e a outra imagem é da Internet. Uma curiosidade! Quando fazíamos pesquisa, encontramos muitas (como é de calcular) imagens do popular Santo António. Sabíamos que é representada com uma criança ao colo. A dita curiosidade é que a criança, numas imagens, está ao colo sobre o braço direito e noutras sobre o braço esquerdo. Porque será?  Alguém sabe?

Aniversário de Ouro da A. D. Valonguense

Recordando os 50 anos do Valonguense
16 de Outubro de 2010
 
Foi naquele dia, pesem embora algumas dificuldades, mas, mesmo assim, assinalou-se e festejou-se o 50º aniversário da A. D. Valonguense.
Tinha por aqui algumas fotografias. Bastantes. Retirei algumas, na ordem em que foram tiradas, fez-se uma montagem e colocaram-se a passar de um lado para o outro. Pela forma como estavam. É natural que algumas devessem ser excluídas, não porque estejam a 'desvirtuar' a efeméride, mas por motivos que cabe a cada um admitir e verbalizar.
Mas pensando melhor, parece-me que até há situações que mais parecem de «apanhados», com alguma graça, pelo que se recordam agora, passados que foram quase três anos. Estas actividades e respectivas fotos são de 16 de Outubro de 2010, como acima se intitula.
Se houver alguém que, por qualquer motivo, não as queira aqui publicadas, é só dizer que se retiram de imediato e com facilidade.


Algumas destas fotos mereciam legenda adequada.
Mas, enfim, já passou... fica para a história.
 

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