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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Brumas da Memória - 14

Os teatros em Valongo do Vouga


Traseiras da Casa do Povo, onde se situava a secretaria antiga,
um grupo de jovens, nos quais eu incluído, que levou a efeito,
durante não sei quantas semanas, uma récita interessante.
O programa está digitalizado. Quando oportuno reaparecerá.
Foi apresentada, pela 1ª vez, em Setembro de 1961
Penso que não constitui qualquer exagero afirmar-se que a actividade de teatro, em Valongo do Vouga, viveu momentos altos em diversas épocas. E havia por cá bons actores que não deixavam os seus créditos por mãos alheias nesta Arte de Talma (ver página acima sobre este tema).
Também chegámos a fazer parte de alguns grupos que a esta salutar actividade cultural se dedicavam. E neste blogue já foram publicados alguns excertos daquilo que era feito com a participação de alguns colegas e amigos das tertúlias que existiram.
Vem à baila este problema dos teatros da freguesia porque há uns tempos atrás, quando nos dedicávamos à pesquisa sobre outros problemas e temas, aparece-nos sempre aquilo que não procuramos. E o que encontramos foi isto:
Em 21 de Abril de 1951 era noticiado que a «União Valonguense» deu duas récitas pela Páscoa, na Casa do Povo, que foram muito aplaudidas. Este grupo e esta designação «União Valonguense» tem a ver com uma forma peculiar que se usava naquele tempo para baptizar as colectividades de recreio e cultura. E tinha sede em Brunhido!
Em 2 de Fevereiro de 1952 havia mais uma notícia dando conta que «andam em ensaios dois grupos amadores de teatro nesta freguesia. Um em Aguieira, com o drama em 3 actos «Escravos e Senhores», outro em Brunhido, na sede da «União Valonguense» com a peça sacra em 4 actos e dois quadros, «Milagres de Santo António». Àvante rapazes, é no teatro das nossas aldeias que a mocidade encontra um alegre passatempo que instrui, civiliza e educa.»
Estas notícias eram da autoria de António Rosa da Silva Magalhães, que, sendo de Brunhido, residia em Fermentões, um grande apaixonado por esta actividade, para a qual deu muito do seu contributo.

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Quanto ao grupo de Aguieira, é da minha lembrança e assistência a esse espectáculo no qual participavam algumas pessoas que ainda estão entre nós. Tratava-se de uma história, em que entravam os «senhores» de uma época e aqueles que eram tratados desprezivelmente, em cujas personagens havia algumas a representar pessoas de cor.
Para os anos cinquenta, século XX, era políticamente arrojada a apresentação, mesmo em teatro, uma história que pretendia demonstrar que o racismo não era bem visto, ainda naquele tempo.

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No grupo da fotografia, estão alguns dos jovens «actores» desta récita, que foram: Matilde Gomes, Maria de Lurdes Rachinhas, Fernanda Morais, Rosa Morais Gomes, Elisabete Matos, Luísa Matos, Elizabete Meneses, Vítor Corga, Jorge Santos, Fernando Lages, José M. Ferreira, Álvaro Bastos, Jorge M. Gomes, Hernâni Gomes, Albino Ferreira e Fernando Tavares da Silva (conhecido por «Fernando Miúdo»), à frente, careca e com o chapéu na mão, de Brunhido. Havia outros intervenientes, como o Paulino Gomes, já falecido.

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