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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Coisas e Loisas - 31

Última Coluna

Da montanha, nem um rato!





Introdução:
Volto à rubrica que possuía no jornal paroquial «Valongo do Vouga», e que se chamava «Última Coluna». Era no número de Março de 1997 e estava assim redigida, com aquele título «Da montanha, nem um rato!»
Claro que isto tem de ser colocado não só no tempo, como no tema. Não sei nem cuidei de saber se isto já por cá foi postado.

*****

Nunca o país (e até os que normalmente andam muito distraídos) foi tão «martelado» com notícias, comentários, intervenções, transmissões em directo, nos dias que antecederam o dia 20 de Fevereiro [de 1997, referendo], a propósito da Lei do Aborto, mais conhecida pela IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez).
Na Assembleia da República discutiu-se nova Lei que alterava a anterior e que acabou por ser reprovada. Apreciámos as intervenções que, em directo, os vários canais transmitiram.
Ouvimos «mesas redondas» e intervenções de especialistas sobre a matéria e do que nos ficou, pode sintetizar-se: ninguém é dono de ninguém, porque todos querem mexer na consciência de cada um.
A vida é um dom. Um dom gratuito de Deus, que não cobra nada pela excelência do que significa e contém.
Por outro lado, as mulheres, primeiras e principais interessadas nesta situação e que muitos homens falaram em seu nome, não foram «tidas e achadas». No que vimos, poucas mulheres emitiram a sua opinião.

Valongo antigamente - X

Imagens de outrora
O palacete da Quinta da Póvoa


Palacete da Quinta da Póvoa, poucos anos após a sua construção

A história deste palacete e da respectiva quinta já por cá fora contada.
A respectiva fotografia também foi digitalizada, de uma publicada no jornal paroquial «Valongo do Vouga».
Mas esta situação é diferente. Diferente na fotografia, no ângulo e naquilo que se pode ver, apesar das más condições da fotografia, enaltecida pelo vinco que o papel entretanto sofreu e que lhe dá um aspecto um tanto quanto esquisito.
Lembramos que este palacete foi mandado construir por Leandro Augusto Martins, que tinha regressado, no princípio do século XX, à sua freguesia, vindo do Brasil.
Foi também um filantropo, que ajudou na construção das escolas primárias, cujos edifícios existiram em Arrancada do Vouga. Este edifício, sem luz eléctrica naquele tempo, tinha instalação e era abastecido por um gerador que o seu proprietário tinha adquirido e que, além de fornecer energia à casa, dava ainda para fazer funcionar um receptor de rádio... o luxo do tempo...
De enaltecer a posição da foto, de forma frontal, que tem um âmbito mais abrangente e definindo concretamente a sua apresentação e o que era a construção feita naquele tempo. Do lado ireito é perfeitamente visível o cata-vento, do qual já só existe a parte de construção civil. O que era proveniente de ferro, já desapareceu. Mas o local ainda lá está.
Também se devem enaltecer as árvores então existentes e dá para perceber que as mesmas têm aspecto de terem sido plantadas há já bastante tempo.
Esta fotografia foi-nos cedida, como temos dito, pelo Filipe Vidal.




sábado, 29 de janeiro de 2011

Valongo antigamente - IX

Imagens de outrora
A ponte do Marnel



Abunda história sobre as pontes do Marnel. De uma, apelidada de medieval, com todas as características dessa época, «serve campos de cultura», como se lê no Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Aveiro - Zona Sul, Lisboa - 1959. E acrescenta esta obra: «As siglas mais características são de certo tipo de letra dos fins medievais.»
«Estes sinais e certa expressão do documento referido atrás levam a crer que tivesse havido uma reconstrução na altura da do Vouga, a do norte. A ponte era mandada fazer no "rio de Vouga e sull". Esta expressão "sul" (se o documento foi lido convenientemente) deverá referir-se à segunda ponte, à do Marnel.» lê-se ainda na referida obra histórica.
Ora, se a situação exposta não for confundida por algum distraído, certamente que perceberá que nos estamos a referir à ponte sobre o Marnel, onde actualmente passa o IC2 (ex EN1). A placa lá existente e que temos reproduzida na barra lateral, certamente que identifica as possíveis dúvidas da ponte a que esta foto se refere.
Não sabemos quando foi obtida, nem se sabe qual a época em que se situa. O que sabemos é que é a ponte sobre o rio Marnel, a sul da actual ponte sobre o Vouga, nomeadamente a que substituiu a anterior e que profusamente está descrita na obra citada antes. Aliás, há uma inscrição manuscrita na foto acima apresentada... que lhe chama «Ponte Nova do Marnel»!
E é mais um naco de história, que se deve o Filipe Vidal.
Claro que esta situação não é de Valongo antigamente... mas da freguesia de Lamas, antigamente...

Parece que só nos restam mais três fotos para completar esta série. E curiosas!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Valongo antigamente - VIII

Imagens de outrora - Ponte da Sardanita (Brunhido)


Sobre esta série, é preciso recordar duas coisas:
a) - Uma relaciona-se com o facto de ser possível esta série graças à colaboração do Filipe Vidal. E prometemos referenciar esta colaboração sempre que esta situação fosse aqui aflorada e registada.
b) - Disse ainda que iria apresentar a mesma série de forma seguida, até porque há pessoas das minhas considerações que estão atentas a estas postagens bloguistas.

A Rua da Ponte da Sardanita é aquela que vai da Póvoa do Espírito Santo, ali junto à Quinta da Póvoa, até Brunhido. E outra coisa não é mais conhecida que a ponte da Sardanita, junto à entrada deste lugar.
Esta foto espelha aquele local em tempos já muito recuados. Podemos confirmar esta suposição, através de vários pormenores da imagem e localizá-la mesmo nos princípios do século XX.
Por um lado o estado calamitoso da estrada, comparando-a com aquilo que é agora.
Depois, o muro de resguardo do rio Marnel, ao fundo do Ribeiro e que passa junto ao lugar.
Terceiro, uma pessoa, andrajosamente apresentado, de costas para a fotografia, apoiado num pau (bengala ou cajado), que retrata exactamente aquilo que conhecemos (e passamos, no aspecto andrajoso).
E, por fim, se se atentar bem na fotografia é ainda possível vislumbrar, do lado esquerdo da mesma a casa que lá está à entrada do lugar e que era a primeira junto à berma do mesmo lado.
Fica aqui mais uma recordação de um local de Valongo antigo, pobre e sem meios...


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Valongo antigamente - VII

Imagens de outrora - A Rambóia da Caça



Confirmando as curiosidades que algumas fotografias nos demonstram e que o Filipe Vidal nos cedeu, a de hoje é, na realidade, uma consagração à salutar convivência de tempos de antanho.
Por isso, embora nada exista que nos confirme que isto se chamava «Rambóia», é para nós, no bom sentido, uma demonstração de camaradagem, de respeito e de folia, face à confiança reinante entre todos os protagonistas da referida fotografia.
Onde ocorreu esta «ramboiada», não sabemos, nem outra identificação existe na fotografia.
O que existe é a identificação e os instrumentos dos intervenientes que, certamente, em algum momento de «intervalo» das suas actividades venatórias, os mesmos terão praticado a proporcionar outro tipo de distracção e de convivência, através dos referidos instrumentos.
O curioso é que a fotografia tem por trás esta inscrição manuscrita:

- Dr. Mário Pinho - pífaro
- António Xavier - caixa
- Pisco - harmónio
- Rachinhas - corneta

São quatro com instrumentos e, por estes, as pessoas são perfeitamente identificáveis. Todos estão ataviados com o material de caça, não faltando, até, para completar o cenário, não só os pinheiros e mato, como também, e principalmente, os cães.
Há um quinto elemento, que, não tendo instrumento, não é identificado. O que é pena...


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Valongo antigamente - VI

Imagens de outrora


Os meus últimos post's sobre 'Valongo antigamente' foram apresentados com outros pelo meio sobre outros temas.
Então pensei o seguinte: em vez de postar as fotos de Valongo de antigamente alternadamente com outros temas, vou apresentá-las todas de seguida, mas com algum tempo entre si, de modo e permitir-me vê-las em pormenor, apreciá-las para as melhor apresentar e, até, poder identificar outros factos que as mesmas possam suscitar.
Desta forma, e segundo este princípio, vou apresentar já uma foto que, para mim, é a principal, senão mesmo a melhor que historicamente aqui se encontra.
É que no verso da fotografia tem escrito o seguinte, tal como segue:

Fotografia tirada em frente à capela de S. António, em Arrancada, no dia 3 de Julho de 1934, por ocasião de um jantar oferecido pelo Sr. Baptista aos professores da Escola Industrial e Comercial de Águeda.

Perante esta perfeita descrição e motivo da reunião, ali, em frente da escadaria de Santo António, é perfeitamente identificável Sousa Baptista, do lado direito de pé e ao seu lado esquerdo, o Padre Marques de Castilho, o grande obreiro da fundação daquele estabelecimento de ensino, onde hoje estão as instalações do Tribunal Judicial de Águeda. As outras pessoas não são, para mim, identificáveis, nomeadamente as três senhoras sentadas na escadaria.
Mas que é história e importante, disso não restam nem se colocam dúvidas.

Mai um pormenor: Em 1934 e com as aparências da escadaria e da capela, as obras de restauro já se teriam desenrolado há muito. São visíveis, do lado direito, o muro de suporte de terras, pormenor que as fotos anteriores não apresentavam. Sobre esta situação, tenho por aí mais umas coisas sobre a capela. Mas não encontrei. Vou procurar e talvez dê origem a mais um post.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Valongo antigamente - V

Imagens de outrora


Rara imagem da capela de Stº António-Arrancada

Foi no primeiro post desta série, graças à disponibilidade do Filipe Vidal e na primeira amostragem, que tivemos oportunidade de ver a primeira foto da capela de Santo António, apresentando-se, graças às obras de Sousa Baptista, completamente remodelada e diferente, logicamente. Como hoje está diferente daquelas épocas...
Agora estamos a ver a mesma capela, cremos que ainda mais antiga, pois pela imagem são evidentes os sinais de degradação que apresenta, mesmo a pedir encarecidamente que olhem por ela. Não só o edifício, bem como a escadaria...
Também são visíveis de, na mesma foto, ter sido escrito alguma coisa com ela relacionado.
Ampliando ou não, é perfeitamente legível a inscrição que tem de «Capelinha - Arrancada do Vouga», em letra francesa (ou letra rond, que aprendíamos na Escola, em Águeda, na disciplina de caligrafia, ministrada por Madalena Rendeiro, já falecida não há muito tempo). Por baixo diz «De Stº António». Acima destas frases surge, a vermelho, qualquer coisa escrito, que parece «fotografia José Alves... qualquer coisa...».
Pelas origens da fotografia, leva a crer que estas frases pretendem identificar não só o local, o que é inquestionável, como talvez ainda a pessoa que está na foto. Estas suposições atestam a antiguidade da fotografia. E a pessoa que nela ficou, pode não ser da freguesia. Daí as inscrições.
É ainda de salientar todo o meio envolvente, principalmente do lado direito, onde é visível a diferença entre o terreno existente e o que apresenta a fotografia já aqui reproduzida no primeiro post desta série e até com a situação actual. Do lado esquerdo, são visíveis também acentuadas diferenças do estado da estrada e do que, na sua berma, se encontra, como os resquícios de um muro, hoje desabado, bem como uma carroça de tracção animal.
Sobre esta situação é tudo o que podemos dizer...


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Coisas e Loisas - 30

As carradas de mato!

Os carros de bois citados no texto eram parecidos com este, exceptuando a pipa.
As rodas apresentadas são idênticas e prejudicavam grandemente o andamento.
Esta foto está no site da EB2,3 de Lavra, aqui

Já há muito tempo que não utilizava esta rubrica.
Desta feita vamos dedicá-la a um tempo de vida diferente do que agora se verifica.
Vamos recuar aos anos 50 e, talvez, já, nos anos 60 do século XX, quando, por várias vezes, assistíamos aos episódios que naquele tempo se verificavam. Era assim, para resumir.
Dos lados de Travassô, Óis da Ribeira, e talvez Requeixo, Eirol e outras localidades, dos lados da Trofa, Segadães, Almear, etc., vinham os carros de bois (ou vacas), altas horas da madrugada, às vezes a passar pouco mais que a meia-noite, outras vezes a rondar as três, quatro da manhã.
As pessoas que guiavam aqueles animais iam, serra acima, roçar o mato da floresta que era cerregado e transportado para algumas daquelas localidades. E naquele tempo não havia incêndios!
Isto significa que as pessoas andavam quase um dia inteiro, cozinhavam aquilo que traziam de casa, tomavam as refeições no pinhal, e durante a tarde era ver, quais comboios de carros e animais, carregados - e bem carregados - com aquilo que se iria transformar no fertilizante das agriculturas do tempo; o estrume.
Isto vem a propósito daquela fotografia do antigamente, da habitação do Dr. Mário Pinho, de Aguieira, na qual se nota que a estrada não oferecia um mínimo de condições. E lembrei-me do sacríficio e trabalheira que tinham essas pessoas e os animais em transpor aquela subida a partir desta casa, pela estrada que ia para a Mourisca, até à Quinta da Aguieira e, a partir daqui, até à passagem de nível que está no extremo desta quinta.
As pessoas pegavam em forquilhas, enterravam-nas no mato transportado naqueles carros de todos conhecidos, pelas traseiras, empurrando-os, tentando minimizar o esforço empregue pelos animais a puxar tamanha carga e peso. O pavimento da estrada não favorecia o andamento do transporte e do esforço que todos empregavam para ultrapassar aquele desnível na estrada. Ainda hoje, apesar das alterações introduzidas nos pavimentos, é visível esse desnível acentuado.
É pena não possuir uma fotografia daquele tempo e destes factos.
Socorri-me de uma foto que encontrei na net, ficando, por ela, a ideia aqui exposta.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A Junta de Freguesia na história - 69

As escolas de Arrancada

Em vez das escolas de Arrancada, que ainda não estavam construídas, fica a foto do palacete que Leandro Martins mandou construir e que hoje é a Quinta da Póvoa.

No último post desta série prometi aqui trazer um outro expediente, a cuja leitura a Junta de Freguesia procedia na sua sessão de 23 de Agosto de 1914. Referíamos ainda que este expediente falava no sr. Leandro Martins, que foi o proprietário da Quinta da Póvoa e quem mandou construir o palacete que lá se encontra. Vamos então ver o que dizia a acta:

«Foi também lida uma carta dirigida a esta Junta de Paroquia, do Excelentíssimo Ministro da Instrução para o cidadão Leandro Augusto Martins, manifestando-lhe o seu muito apreço, bem como o do Governo da República, e comunicando-lhe ao mesmo tempo que fora justa e publicamente louvado pelo mesmo Governo, em virtude da sua alta filantropia, subsidiando com mil escudos a projectada construção das casas de escola desta freguesia; foi deliberado enviar esta carta ao seu destino, com um ofício desta Junta de Paroquia, significando mais uma vez ao senhor Leandro Martins a grande consideração em que o tem esta Junta e o povo desta freguesia, que lhe foi berço.»

Nada mais há a acrescentar, que não seja destacar estes pequenos pormenores:
a) - Seria um ofício do próprio Ministro (actual Ministro da Educação).
b) - Não sei se este caso (e outros, deste filantropo valonguense) terá ficado apenas pelo louvor do Governo.
c) - Continua a chamar-se casa de escola, e não apenas a Escola, Salas de Aula, etc.
d) - Mil escudos, em 1914, era já uma pequena (ou grande?) fortuna.

A ilustrar este post, fica, mais uma vez, a fotografia existente e possível do palacete acima referido e que mandou construir, cuja história já aqui foi contada.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Valongo antigamente - IV

Trabalhadores da fábrica da lã

Pessoas das minhas relações e amizades (de que não duvido, apesar de não nos vermos com outra assiduidade, mas sobre as quais me têm feito demonstrações no mesmo sentido) fizeram-me chegar uma fotografia que quero partilhar com os habituais visitadores destas Terras.
Apesar do seu estado de conservação não ser o melhor, dá para ver algumas caras conhecidas, talvez diferentes que o correr dos anos fez modificar, que ficaram nesta imagem para a posteridade com o seu patrão - António Pereira Vidal Xavier.
Se é certo que ainda não há muito tempo aqui dele fizemos algumas referências, que são história, esta fotografia também vem fazer a história de Valongo antigamente.
Nada mais vamos salientar nem comentar, não só porque o objectivo não é esse, como ainda corríamos riscos de erros, fossem quais fossem. Preferimos deixar a fotografia, tal como foi possível a sua digitalização para os eventuais interessados ou outras pessoas poderem apreciar e/ou recordar, conforme os casos.

Caras conhecidas devidamente uniformizados-Antigos operários da Fábrica da Lã


Efemérides - 3

Souza Baptista
137 anos! (1874 - 1963)


Completaria hoje 137 anos após a data de nascimento, este Homem da freguesia de Valongo do Vouga. Não vamos, nesta efeméride, repetir tanta coisa que já foi dita. E terá sido dito tudo? Demais?
Penso que não.
Mas ainda não houve quem com ele tivesse semelhanças.
Eu sei que há quem pode ter essas semelhanças. Mas reparemos, que semelhante não é igual!
A data de nascimento, foi em 19 de Janeiro de 1874. Faleceu em 28 de Outubro de 1963, com 89 anos. Foi para o Brasil ainda jovem, donde regressou em 1927. Em que mês? Ainda não cuidamos em saber.
Pelo menos neste dia, registamos o facto.
Para que perdure...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Blogues da freguesia - 12

DesafiARTE

Parece-nos interessante a iniciativa da Daniela.
Este blogue possui uma abrangência diversificada e virado mais para a cidadania.
Sei que necessita de actualização. Se a sua autora tiver tempo para isso.
Se a intenção da autora é desafiar-te, para o que quer que seja, vai, nem que seja para o radicalismo de toda uma juventude que ele tem.
Tanto mais que a sua autora é uma jovem lutadora... assim espero!!!
Aqui fica a amostragem de uma página.
E o seu endereço: http://desafiarte.blogs.sapo.pt/


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO XXXVIII


Foto do Jornal de Notícias-Porto-Memórias de um Século (1888-1988)

O último episódio que aqui adaptamos do livro com aquele nome, terminava dizendo que o Dr. José Joaquim da Silva Pinho, autor da narrativa desta história verídica, tinha passado uns dias com um escrivão que o tinha feito de fel e vinagre em Covelas, por causa de um passaporte e das influências dos Bandeira da Gama, que perseguiam as suas sobrinhas, à guarda do tutor, bacharel Joaquim Álvaro Teles de Figueiredo Pacheco. E dizia que tinha de dar explicações ao público, porque o que corria na cidade do Porto e nos seus jornais, não eram muito favoráveis.
Os Bandeira da Gama, continuavam a sua campanha contra Joaquim Álvaro usando de todos os artíficios, buscando a simpatia da opinião pública e colocando aquele numa posição de ser o mau da fita. E essas publicações eram de uma hostilidade brutal, injustas, caluniosas e cruéis, dizia o Dr. Silva Pinho.
Como dizia, deixavam uma impressão profunda de ódio, de revolta e queixa, porque no fundo apresentava-se sempre a mãe, pálida e abandonada, soluçando constantemente e a pedir que fosse feita justiça às filhinhas que lhe pertenciam e que não as tinha. Era necessário fazer parar a reacção deste espírito no público influenciado pela dita campanha dos Bandeira.
Não vou resumir o que dizia o Dr. Silva Pinho quanto às descrições do estado de espírito da mãe e de outras descrições mais de romance do que de factos. E assim, postas de parte essas expressões de mágoas íntimas e sinceras, é que Francisco Veloso da Cruz escrevia as correspondências que o tutor apenas assinava. Esta frase do Dr. Pinho é sintomática: «A primeira que apareceu [nos jornais] era de uma severidade de exposição e de verdade perfeitamente modelar.»
Esta epístola publicada, tinha a data de 7 de Fevereiro, fazendo um exaustivo e pormenorizado relatório desta questão desde o princípio, estigmatizando o procedimento dos elementos da família Bandeira da Gama.
O Dr. Pinho fê-la publicar no jornal «O Puritano», de que era redactor o dr. José Pereira Reis, correligionário e amigo dos Velosos da Cruz. Pena é que este episódio vai terminar, com a transcrição seguinte:
«E para mais fácil e rápida leitura, mandei extrair mil exemplares dela, que espalhei profusamente pela cidade. Para mim guardei um exemplar dessa admirável carta, mas no momento em que escrevo estas desataviadas memórias não a encontro nos meus papéis.»
E é pena, porque terminada a escrita desta narrativa em Março de 1882, tínhamos tido a possibilidade de a ler agora, passados mais de cem anos!!!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Valongo antigamente - III

Imagens de outrora



Uma imagem da freguesia de Valongo, de outrora, leva-nos a apresentar esta, muito antiga, provavelmente do princípio do século XX, e centrada no lugar de Aguieira.
Por curiosidade, além desta imagem, que a gentileza do Filipe Vidal me fez o favor de facultar, abaixo apresento uma outra, da minha autoria e não há muito tempo obtida com equipamento meu.
Veja-se a diferença! Que não é muita...
Esta habitação, de cuja construção pouco ou nada sei, posso contudo confirmar que nela residiu o Dr. Mário Pinho e sua esposa, D. Aldina.
Este casal tinha, entre seus filhos, o muito conhecido Carlos Pinho, que residiu muitos anos em Albergaria-a-Velha e há pouco tempo falecido. O homem que mais pedalou com a sua bicicleta e que dela muito falava. Era o seu transporte habitual entre aquela vila e Aguieira, onde se deslocava frequentemente. Uma outra actividade muito a seu gosto, era a venatória.
Era fácil encontrá-lo em fotografias antigas com outros caçadores.
Por agora é isto que deixamos àcerca desta fotografia de Aguieira, onde é visível um pouco da parede da capela de S. Miguel (antiga), do lado esquerdo da foto. A habitação que se encontra junto à casa do Dr. Mário Pinho terá sido demolida, uma vez que não a cheguei a conhecer. No mesmo local foi ampliada esta casa, nscendo ali uma área ajardinada, bem como uma espécie de marquise ou estufa. Como é visível na foto actual.
Saliente-se ainda as ameias, que deixaram de existir, bem como o ambiente envolvente, completamente diferente entre ambas as fotografias, o que é natural.


sábado, 15 de janeiro de 2011

Casa do Povo de Valongo do Vouga - 16

Nacos de história

Em momentos mais ou menos acentuados, esta Instituição pautava-se por uma certa independência (ou separação) das restantes existentes na freguesia.
Chamar-lhe-ia, dada a especificidade das actividades e dos fins que a orientaram, segundo os desígnios do seu fundador, um certo respeito não se intrometendo nas «vida dos outros» mas, certamente, que sempre os seus dirigentes se nortearam na manutenção deste tipo de postura, não descurando a sua intervenção nas ocasiões em que tal fosse necessário, no estrito intuito de ajudar os outros, que eram e são, também, a freguesia. Quer logo após a sua fundação, em 1942, quer na actualidade, pese embora alguns laivos que aconteceram durante a sua vida e mais até na contemporaneidade, mas sem mácula que a marcassem.
Veja-se este naco de história inserido numa acta de Agosto de 1943. É claro que a Instituição não pretendia abrir fissuras com outras, e, como costuma dizer-se, «cada macaco no seu galho».
Sabemos todos que a Junta de Freguesia e as suas actividades públicas andavam pelas escolas e pelas casas de cada um, por falta de instalações onde se desenvolvessem as suas reuniões, algumas das suas actividades, onde pudessem receber com alguma dignidade o público e os seus utentes. Só nos meados do século XX (creio que em 1958/59, pouco mais ou menos) é que surgiram as primeiras instalações, como aqui recordamos com a imagem, na Póvoa do Espírito Santo, o local mais central para uma Instituição do Povo e para o Povo da freguesia.
Dadas as circunstâncias, em alguns momentos, os elementos que constituíam a Junta de Freguesia, viam-se em palpos de aranha para resolver esta situação. Por isso foram, a certa altura, obrigados a solicitar, temporariamente, as instalações da Casa do Povo.
A pretensão foi atendida mas com algumas regras.
a) - Seria a cedência só para realização das suas sessões.
b) - Recomendava que não seria para outro fim, nomeadamente guardar arquivos.
c) - No fim da cada sessão as chaves seriam devolvidas.
d) - Tinha carácter provisório, como acima se refere.
e) - As chaves seriam procuradas e entregues na casa do sr. Eduardo Vasconcelos Soares.
E assim lá ia vivendo a Junta de Freguesia, coisa que na actualidade, felizmente, já não é necessário.
E termino repetindo: «cada macaco no seu galho».

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Eclesialmente

Dialogando

Admito que ninguém leva a mal (embora tenha o direito de discordar, mas sem molestar, porque é assim a liberdade), mas o responsável por este blogue ainda sou eu, se provocar um pequeno desvio e apresente o conteúdo de uma digitalização, cujo conteúdo nos despertou alguma curiosidade. Quer concorde ou não, aqui a deixamos para apreciação. 

Clique na imagem para ampliar

A Junta de Freguesia na história - 68

Problemas de 1914

Voltamos às histórias da Junta de Freguesia, do ano de 1914, e verificar o que eram algumas actividades políticas do tempo, como a seguir se demonstra. De recordar que estava a germinar e a dar os primeiros passos o regime republicano que se tinha implantado e, conforme a história o demonstra, ao qual o povo aderiu. Pelo menos a maior parte, com certa esperança e grande «carga» em se concretizar a fraternidade, solidariedade, a igualdade e a justiça.
De realçar que estaria nesta deliberação alguma réstea de censura e de saber, pelas actas, o que se passava. Isto dizemos nós. Ora vamos transcrever:

«...depois de lida, aprovada e assinada a acta da sessão anterior, procedeu-se à leitura do expediente, que constava do seguinte:»
« - Uma circular da Direcção Geral da Administração Política e Civil do Ministério do Interior, pedindo para que os resumos das actas desta Junta sejam também enviadas ao Secretário Geral do Governo Civil; foi deliberado dar cumprimento a este pedido.» 


Governo Civil de Aveiro na urbanização antiga
Praça Marquês de Pombal (Foto obtida da Net)

A seguir vem um pedido, no mínimo um pouco estranho, mas atendendo às condições de organização existentes, parece que nada mais restava que, para se fazerem previsões, tinham de ser as Juntas de Freguesia a fornecer números que pudessem constituir a estatística do tempo. Entendia-se e aceitava-se que assim fosse... em comparação com aquilo que hoje é possível fazer-se e saber-se em poucos minutos. Atente-se na generosidade e preocupação da resposta. Eis a transcrição:

« - Uma circular da Câmara Municipal de Águeda, pedindo para se fazer a estatística da quantidade aproximada de legumes e cereais existentes nesta freguesia, bem como da produção provável das próximas colheitas; foi deliberado proceder imediatamente a esses trabalhos a fim de informar superiormente.»

Nesta sessão consta ainda uma notícia sobre as escolas de Arrancada a qual se reporta a Leandro Augusto Martins, que daremos conhecimento proximamente.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Valongo antigamente - II

Imagens de outrora


Andam por aí pessoas das minhas considerações a pedir para voltar aqui com mais fotos do antigamente da freguesia.
Aqui estou para fazer a vontade... mas nada de excessos!!!!!!!!!
A foto que aqui está, reproduz uma situação já não existente. É em Arrancada e trata-se da antiga capela de Nossa Senhora da Conceição. Este edifício existia antes do actual e ficava colocado, virado para nascente - como é da tradição nos altares dos templos e cuja explicação fica para uma outra oportunidade - ao longo da estrada que vai para o Santo António e de cujo espaço hoje resta apenas um pequeno largo, junto à agência do Finibanco, ali próximo da parede que identifica ainda o que foi um estabelecimento comercial de Adjuto de Almeida Matos, Sucessor (salvo erro, estou a citar de cor).
É de realçar ainda que da capela a que se refere esta fotografia, existe um desenho feito nos mosaicos que estão à entrada da actual e que Souza Baptista pretendeu que não desaparecesse a imagem do que era essa antiga capela, da invocação de Nossa Senhora da Conceição. Esses mosaicos tenho-os em fotografia.
Para contemplar a curiosidade - como disse - de alguns, aqui fica a foto dessa capela e dos mosaicos que a retratam. Ficam para depois, também com alguma história, as restantes fotografias.
Ao Filipe, e de cada vez que aqui postar uma dessas fotografias, renovo sempre os meus agradecimentos.
Como é de elementar ética e justiça.


Casa do Povo de Valongo do Vouga - 15

Nacos de história



Com a imprescindível autorização do presidente da Direcção desta nobre Instituição, andámos, há já uns poucos de meses atrás, nas consultas e pesquisas de algumas actas, à cata de elementos que não os que a seguir se tratam. Não encontramos o que perseguíamos.
Em contrapartida, foram encontrados factos relatados em actas que fazem hoje um naco de história daquela Instituição e do seu fundador Souza Baptista.
Salvo erro (porque apenas tomámos ligeiras notas dos factos) a acta de 25 de Novembro de 1962 deixou explícito que Souza Baptista não comparecia às reuniões desde 9 de Maio de 1961. E justifica nos seguintes termos: «...não se encontrando o presidente por se encontrar totalmente inutilizado». No nosso modesto conhecimento interpretativo, e cientes de que todos se manifestavam doridos sentimentos pela forçada ausência, terá sido aplicado um termo que podíamos classificar menos elegante: «inutilizado». É certo e sabido que Souza Baptista esteve bastante tempo doente antes do seu falecimento em 28 de Outubro de 1963.
Quando o desenlace acontece, a acta de 3 de Novembro de 1963, refere que a Direcção «resolveu suspender por trinta dias todos os divertimentos, em memória do presidente desta Casa do Povo, senhor Joaquim Soares de Souza Baptista, que foi seu fundador e grande benemérito.»
Souza Baptista foi o pilar da Casa do Povo, desempenhando nela todos os cargos dos órgãos sociais.
Curiosamente, em 1967, é também usado aquele termo «inutilizado» relativamente a um membro da direcção falecido e que foi presidente da Casa do Povo, Joaquim Marques da Silva Paula, de Aguieira, de que muitos se lembrarão ainda. Todos sabemos que não existe outra intenção que não fosse considerar, pela doença, a pessoa incapacitada para o desempenho do cargo. Nada mais...
Mas, na actualidade, aquele termo tem o seu quê de caricato...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Recordar é viver

Texto: - Júlia dos Santos Magalhães


De facto é verdade.
É por isso que, rebuscando nos meus papéis à procura de recordações, encontrei um que me transportou a anos já bem longínquos.
Ao ano de 1938, em que pela primeira vez pisei um palco, pela mão do então nosso pároco, padre Manuel Rodrigues Pinheiro Júnior, que Deus tenha em seu eterno descanso. E como eu, outros que eram então crianças. Alguns já não pertencem ao número dos vivos, outros, graças a Deus ainda o são. Alguns encontram-se no nosso país, outros em diversas paragens do Globo. Alguns, que eu sei do seu paradeiro, outros, há muito de que não ouço falar. O papel encontrado, é o programa do «Nosso Teatro» e que aqui vai impresso, para que a recordação chegue a todos os que foram intervenientes e que, concerteza, gostarão de ver os seus nomes e recordarão, como eu, esse tempo tão saudoso.
Pensando que com esta publicação, todos irão ter gratas recordações, não quis privar-vos dessa alegria. E assim, passado mais de meio século, aqui estamos todos a recordar o tempo da nossa meninice.
Quem dera, que nos pudéssemos reunir todos numa confraternização para reviver tempos passados, e já que isso é impossível, queiram aceitar todos, a quem esta missiva chegar, um forte abraço da companheira amiga.

Júlia dos Santos Magalhães
(Brunhido)


In Jornal «Valongo do Vouga» Janeiro de 1989

*****

Foi em 3 de Janeiro de 1938 que as crianças da catequese fizeram a festa, cujo programa era como segue:

I Parte

1 - «Hino Nacional» (apoteose).
2 - «Apresentação», pela menina Maria de Lourdes Matos.
3 - «O Natal», poesia recitada pela menina Maria dos Santos.
4 - «A vida do mar», canção marítima, por um grupo de meninos.
5 - «Oração do aviador», poema recitado pelo menino Norberto da Fonseca Morais.
6 - «O Pinheiro da Serra», poesia recitada pela menina Celene T. Corga.
7 - «Bicharada», canto por um grupo e solo por Norberto Morais.
8 - «Oficina de Nazaré», quadro vivo.

II Parte

9 - «O Fotógrafo em Apuros!», comédia em um acto, pelos meninos Urbano S. Estimado, Norberto Morais, Manuel S. Corga, José F. Carmo, António S. Estima, Armando S. Corga, José M. Estimado, José F. Morais e Homero Magalhães.
10 - «Brincos de Cereja», cançoneta pela menina Júlia dos Santos Magalhães.
11 - «A neve de Natal», poesia (diálogo) pelas meninas Izilda F. Silva e Maria Ester Duarte.
12 - «Pescador», cançao da beira-mar, por um grupo de meninos.
13 - «Desgarrada», canção regional, pelas meninas Izilda Silva, Maria Augusta Silva, Júlia Magalhães, Maria Carmo Martins, Maria dos Santos, Deolinda Lourenço, Maria Augusta B. Morais e Benvida S. Corga.
14 - «O Alho», cançoneta pelo menino Urbano da Silva Estimado.
15 - «Sonho da Pobrezinha», quadro vivo.
16 - «Marcha Final», por um grupo de meninos.
17 - «Algumas palavras», pelo Pároco da freguesia.
18 - «Hino a Cristo-Rei», apoteose.

Nota: - Deixamos esta recordação da D. Júlia, crente que muita gente desconhecia a existência deste documento e do que ele representa em amostragem das características de uma vida já vivida há muitos e muitos anos. Um singelo registo de homenagem à D. Júlia Magalhães.


Eclesialmente

Comissão Diocesana da Cultura de Aveiro promove "Diálogos na cidade"


A Comissão Diocesana da Cultura de Aveiro prossegue a 31 de janeiro o primeiro ciclo “Diálogos na cidade”, com a conferência “1.ª República e a Igreja Católica”, proferida por Mons. João Gonçalves Gaspar, na Paróquia de Santa Joana, às 21h00.



Ler mais clicando aqui.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Efemérides - 2

António Pereira Vidal Xavier
1874 - 1959


Este nome refere-se a um Homem de visão para o seu tempo, confirmando-o pelas iniciativas levadas a cabo, principalmente no que à indústria (de lanifícios) diz respeito.
Faz hoje 52 anos que desapareceu do número dos vivos.
No próximo dia 29 deste mês de Janeiro de 2011, faria 137 anos após o seu nascimento.
Para quem quer que seja, a intenção é a de deixar apenas, para os mais jovens que não o conheceram, a recordação de uma pessoa que marcou a vida da freguesia, do concelho e do país.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Valongo antigamente - I

As imagens de outrora

Mais uma vez o Filipe Vidal, entusiasta destas coisas da história e afins, brindou-nos, por empréstimo, com algumas fotografias, que terão andado pelas mãos de algumas pessoas da família, já desaparecidas, nomeadamente de seu avô o Inspector Gomes dos Santos.
É que as fotografias são realmente antigas e, como tal, constituem um acervo histórico da freguesia que muito necessita de saber da sua história.
Uma jovem licenciada da freguesia, Ana Paula Lima, tem em curso a organização de um trabalho que necessita - e muito - da ajuda das pessoas da freguesia ou não, que tenham imagens e outras histórias de alguns primórdios destas terras e das suas gentes, principalmente em imagens. E, principalmente, do século XX. Pretende mostrar algumas facetas da freguesia que desapareceram com o fumo dos tempos.
Com a anuência do Filiupe Vidal, vou procurar postar aqui essas fotografias, tentando em cada uma delas proceder a uma explicação, ainda que ligeira (e incompleta), do que representam e dos locais e/ou pessoas que englobam.
Vão ver que têm muita curiosidade.
Para começar começa aqui um cheirinho com a digitalização possível da imagem que se apresenta e com a explicação feita um pouco à deriva e sem qualquer investigação ou ligeira pesquisa.

Esta fotografia foi postada tal como está. Não sofreu qualquer «tratamento» informático, qualquer modificação. Toda a gente conhece a imagem. É a capela de Santo António. Pelo aspecto parece ter sido objecto de reconstrução recente, atendendo até ao estado da escadaria e dos apetrechos que estão colocados do lado esquerdo, junto ao muro da estrada. É notório o mau estado da estrada de terra batida, da valeta, de uma cruz de dimensões razoáveis na base da escadaria e, em cima, do lado direito, uma cruz, que talvez fosse a primeira do início do Calvário ali existente, bem como do muro de suporte das propriedades de Sousa Baptista. A capela apresenta-se asseada, sem vestígios de deterioração, inclusivé a porta, que parece em bom estado e com sinais de recente recuperação. Será a capela restaurada por Sousa Baptista? Pela comparação com a actual, pensamos que sim.
Em relação a fotos, fica, para já, esta amostra. Mas outras há mais interessantes.

A Junta de Freguesia na história - 67

Problemas de 1914

Passar os olhos pela acta da Junta da Paróquia Civil de Valongo, do concelho de Águeda, de 12 de Julho de 1914, descortinamos dois assuntos que sobressaem dos restantes, e que constituem, naturalmente, os factos mais relevantes daquela sessão.
São factos que, de vez em quando, ainda subsistem, mas que não são já os problemas principais que podem afligir e preocupar uma freguesia, uma comunidade, uma autarquia, como este que a seguir encontramos a pedir a intervenção dos representantes do verdadeiro povo, que via nos mais cultos a sua segurança e o remédio para alguns dos seus males e interesses. Diz assim aquela acta naquilo a que nos referimos e deixava transparecer uma preocupação:

«Um ofício da Junta da Paróquia Civil da freguesia das Talhadas, pedindo para se fixar o dia para a demarcação dos baldios entre as duas freguesias; foi deliberado oficiar-se-lhe fixando o dia nove de Agosto próximo, em virtude da urgência que há em resolver este assunto e por não poder ser isso antes, por não ser possível a esta Junta.»

E mais abaixo, uma outra notícia de entre-portas:

«Foi também deliberado auctorisar o presidente a representar esta Junta na confecção da escritura do contrato de compra do terreno para a casa das Escolas de Arrancada...»

Porém, saltando um pouco, encontra-se na acta da sessão de 23 de Agosto de 1914, o resultado da reunião com a Junta das Talhadas, que reza deste modo:

«Não tendo sido possível chegar a um acordo comum na divisão dos baldios entre esta freguesiae a das Talhadas, foi deliberado oficiar àquela Junta no sentido de vêr se se chega a acôrdo, tomando por base as condições por esta Junta apresentadas na reunião das duas Juntas de nove do corrente.»


(Respeitada a redacção da época)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sem comentários...

...Que não sou capaz de os fazer...
Mas que os ouço e entendo!



Isto já foi gravado em 2 de Outubro de 2010!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO - XXXVII


Foi em 7 de Dezembro do ano findo que deixamos por aqui o último episódio. E nele se contava que o Dr. Pinho fora surpreendido em Vila Nova de Gaia por um janota, que antes fora escrivão e que lhe dificultara a vida em Covelas. E a surpresa ainda maior, foi que tal Osório ia acompanhado de duas mulheres suas irmãs.
Tanto aquele como as irmãs trajavam do melhor e mais vistoso e dizia o Dr. Pinho que aquilo não se teria modificado assim se não fossem algumas peças de ouro da D. Casimira Mascarenhas, que lhe foram dadas pelo Dr. Joaquim Álvaro, para poder obter favores e arranjar-lhe os documentos do juiz, que necessitavam para continuar viagem.
As irmãs do Osório foram apresentadas ao Dr. Pinho e este retribuiu com mesuras, porque, dizia, naquele tempo não se usava apertar a mão a uma senhora.
Muito interessantes, vestidas pelo último figurino, o Osório logo disparou que tinha sido tal a simpatia que lhe inspirou, em Covelas, que tendo-se deslocado ao Porto e sabendo que o Dr. Pinho ali permanecia, resolveu passar alguns dias na sua amável companhia.
O Dr. Pinho agradeceu e a conversa generalizou-se e foi «obrigado» a acompanhá-los nos passeios, quer em Vila Nova, quer no Porto, nos teatros, bailes de máscaras, enfim, a toda a parte onde houvesse divertimento.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Blogues da freguesia - 11

Valongo Jovem

E retomamos o trabalho para divulgar um blogue com origens nesta freguesia, denominado «Valongo Jovem».
É efectivamente de uma jovem - Joana Santos - ali residente para os lados de Santo António, se esta minha informação não estiver desactualizada.
É da área da Economia, com uma Licenciatura já terminada há alguns anos, e cujo conteúdo pretende enveredar por esta via. Necessita de actualização, podemos ver. A sua autora também sabe...
Mas não deixa de ter interesse porque dirigido a uma camada de visitadores que, tal como nós, de economia percebe-se o que anda pela vida de cada um. E, nesta altura, nada de bons agoiros apresentam.
Fica, pelo menos, a intenção da sua divulgação, como se demonstra a seguir.




Vamos retomar o trabalho?

ACABARAM AS FESTAS!


Panorâmica da Igreja Matriz de Valongo - lado poente

É mesmo para dizer assim; acabaram as festas. Para quem as teve.
Quando me perguntam sobre como as passei, digo isto, como frase feita: «passei bem, como as anteriores, para não avariar.» Não tem piada? Pois não... porque vivo um dia de cada vez...
Vem aí tempos incertos. Não sabemos de que género, mas bons não serão certamente. E pergunta-se ainda: durante quanto tempo? Muito? Pouco? O necessário? E o que é o tempo necessário?
O que sei é que as festas na crise sucederam-se.
Houve muita tripa forra, talvez pensando e admitindo como certo que o melhor seria aproveitar agora esta ocasião de euforia, diversão e divertimento, antes que cheguem as coisas menos boas e azedas da vida...

É preciso dizer outra coisa: VOLTEI!
P'ra quê?
P'ra estar consigo, para partilhar as ideias, as preocupações, as incertezas - que são mais que muitas - enfim, para nos reencontrarmos nesta auto estrada sem curvas, sem acessos, sem nada que a impeça de andar por aí fora...
Não vou, por enquanto, mudar nada deste cantinho. Vou continuar a estar como estou.
Mas vou, prometo, a vir aqui mais regularmente, no escrupuloso cumprimento daquilo que aqui prometi há mais de dois anos; falar das Terras do Marnel e ainda do Vouga.
Vou fazê-lo...
Não duvide!!!

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