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sexta-feira, 8 de julho de 2011

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO - XLVI

Esta não é a praia de Valadares, mas a entrada da Ria de Aveiro, próximo do Farol, na praia da Barra

No último capítulo desta história, deixamos a situação com a chegada à praia de Valadares - Vila Nova de Gaia de um lindo bote que tinha sido arreado do navio que ficara ao largo.
O mar estava bravio e as ondas alterosas. Os marinheiros, experientes, a muito custo conseguiram remar o barco até à praia. As Meninas e o seu tutor estavam empalidecidos pela situação que tinham de enfrentar.
Os tripulantes eram marinheiros ingleses, experientes lobos do mar, que foram escolhidos para o escaler e para aquele mar agitado. Alguém lhes perguntou se havia perigo no embarque das Meninas e eles responderam, muito naturalmente, que o perigo estava em toda a parte. O caso, desta situação, era não ter medo.
Um amigo de Joaquim Álvaro, o tutor das Meninas, Joaquim Veloso, tinha vindo do Porto com o solicitador Santos para acompanhar as Meninas ao embarque, mas acabou por concordar com Joaquim Álvaro que se declarou contrário à ida para bordo do navio naquelas condições de perigo.
Perante esta decisão, o escaler lá seguiu para o navio, dando grandes saltos sobre as vagas furiosas e alterosas, como uma pena de ave voa em ventos de tempestade.
Quando o barco largava de terra, apareceu naquele local da praia de Valadares, um homem esbaforido e mal disposto. Era o regedor de Valadares que andava a vigiar a costa, na suspeita de contrabandistas.
Deu voz de prisão a todos os que estavam na praia, acusando-os de contrabando o que estava nas malas que se encontravam sobre a areia.
O regedor acabou por se acomodar, resmungando, mas deixando partir as Meninas, que voltaram para o Porto, e o seu tutor que regressou a Aguieira. Esta tentativa de embarque ficou em segredo e nunca foi divulgada.
No entretanto, a pendência judicial continuava. D. Maria Carolina (mãe das Meninas Mascarenhas) tinha recorrido para o Supremo Tribunal da decisão contrária da Relação do Porto e reabria a guerra na imprensa de Lisboa.
Joaquim Álvaro acompanhava essa guerra e batia-se corajosamente. Melo e Silva estava no primeiro posto do combate e não descansava. Publicou-se um folheto que, pela sua extensão, não vamos descrever. O seu conteúdo, era o resumo da história até aqui descrita. O título era:

RESPOSTA
DO BACHAREL

Joaquim Álvaro Teles de Figueiredo Pacheco

AO REQUERIMENTO
DE

D. Maria Carolina Bandeira da Gama

(Foi publicado em Lisboa, em diversos jornais, no dia 26 de Agosto de 1848)

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