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sábado, 31 de julho de 2010

A inauguração

Fundação Nossa Senhora da Conceição
da Freguesia de Valongo do Vouga

Hoje aconteceu a inauguração oficial da Fundação Nossa Senhora da Conceição da Freguesia de Valongo do Vouga.
Uma Instituição dirigida essencialmente para os idosos. Uma organização que se justificava há muitos anos dada a grande evidência de pessoas idosas residentes na freguesia.
A esta inauguração presidiu e representou o Governo a Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Drª Idália Serrão de Menezes Moniz. Presentes outras entidades e autoridades civis e militares do distrito e da região. Presente também Sua Exª Reverendíssima o Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, que procedeu à benção das instalações e o Vigário Geral da Diocese, Mons. João Gaspar.
Foi feita uma minuciosa visita às modelares instalações e porque é a primeira vez que vimos os interiores, podemos corroborar o que se tem dito, uma vez que se apresentam com qualidade e equipadas do mais moderno material necessário à sua actividade e dos seus utentes.
Quero destacar que na sessão solene a Secretária de Estado, a propósito da vida das pessoas, contou uma história que se passou há já alguns anos, quando a sua filha mais velha era bébé, da qual era médico assistente, na respectiva especialidade de pediatria, o nosso conterrâneo Dr. Augusto Correia Simões, que esta introduziu no seu discurso com muita ternura e consideração, pois já eram conhecidos, há muitos anos, mesmo antes de ser membro do governo.
O Dr. Augusto Correia Simões esteve presente na Fundação e à chegada da Drª Idália Moniz, ainda houve tempo para um reencontro e algumas trocas de impressões.
A cerimónia terminou com um beberete, no qual participou ainda a Secretária de Estado e restantes autoridades. A seguir algumas fotos que marcam os momentos mais importantes deste acto, quiçá, desta festa da freguesia.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Junta de Freguesia na história - 51

Acontecimentos avulsos

Quando contamos anteriormente o modo de eleição da Junta e o Auto de Instalação digitalizado, entramos no ano de 1914, século XX.

Os bens da Junta: - E diz a acta de 11 de Janeiro de 1914, que se «procedeu à verificação dos bens desta Junta, os quais estavam conformes, sendo entregue ao novo tesoureiro a quantia de 2$61, em dinheiro, do saldo das contas da gerência do ano pretérito, e papéis de crédito, no valor nominal de 5.900$00.»
Uma curiosidade que se evidencia, era o saldo em dinheiro (diminuto) em contrapartida com os valores que representavam os papéis de crédito que, para o tempo, era uma quantia bastante apreciável.

A fonte na Veiga. No dia em que esta fonte foi inaugurada, houve festa rija, com foguetes e discursos. Agora está desactivada. É visível na placa que diz o seguinte: «José e António Duarte Martins, Junta, Câmara e Souza Baptista - 1950»

Os agueiros: - Numa acta que tem a data de 22 de Fevereiro de 1914, apresentou-se uma queixa contra José Duarte Martins, da Veiga, porque «desviou do seu curso um agueiro com uma estrumeira e outras irregularidades em prejuízo do trânsito. Foram averiguar, para comunicar à Câmara, os vogais António Gomes de Oliveira e Albano Ferreira da Costa e os cidadãos Adelino Almeida Duarte, vogal substituto da mesma Câmara e João Baptista Fernandes Vidal, secretário interino desta Junta.»
E acrescentava a mesma acta, talvez demonstrativo de muitas queixas deste e de outro género:
«De futuro todas as reclamações a fazer perante esta Junta sejam feitas devidamente por escrito

Nesta questão de José Duarte Martins, reparemos na grande comissão de elementos que foram à Veiga averiguar. Isto traduz, talvez, uma postura de autoridade no tempo, nela se integrando as pessoas mais representativas e respeitáveis da freguesia. E está aqui mais um facto confirmativo do que era a vida naquela época, com a questão das estrumeiras, que mais não eram do que autênticas fábricas que produziam matéria orgânica, destinada às agriculturas próprias de cada um.
De notar que já por aqui se fez referência ao pedido de uma Junta à Câmara Municipal para mandar retirar da via pública todas as estrumeiras existentes.
E, concerteza, que foram retiradas. Só que a «fábrica» de matéria orgânica passou para os quintais e traseiras dos respectivos prédios. Quantas vezes calcávamos esses montes de detritos dos pinhais, que permaneciam durante um ano (ou mais) a fermentar até ficarem transformados em completa putrefacção.
Para o nosso tempo, seria inaceitável e inadmissível...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Pontes dos rios Vouga e Marnel - V

O velhinho Marnel

Certamente que é velhinho este riozinho Marnel, que muita história encerra. Velhinho como a terra, dirão. Não irei tão longe... mas ninguém sabe dizer a idade...
Vamos tentar trazer ao de cima, o que o Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul - Lisboa 1959, diz a seu respeito e que é o seguinte:

Vista no alto do adro da Igreja de Lamas, a ponte do Marnel, com a figura do Z
Junto de um ponto vermelho que parece um carro, o nicho oratório citado no texto
«A ponte do Marnel não foi aproveitada pela nova estrada; serve campos de cultura. A presente construção data da idade-moderna. No entanto o exame dos silhares e sua colocação nos ciadutos que a continuam, certas siglas nos arcos, manifestam que na reconstrução se aproveitou omaterial antigo. As siglas mais características são de certo tipo de letra dos fins medievais. Estes sinais e certa expressão do documento referido atrás levam a crer que tivesse havido uma reconstrução na altura da do Vouga, a do norte. A ponte era mandada fazer no «rio de Vouga e sull». Esta expressão «sull» (se o documento foi lido convenientemente) deverá referir-se à segunda ponte, à do Marnel. Nem a parte transcrita nem igualmente o contexto do documento admitem que se ordenasse obra noutro ponto que não fosse nesta zona de atravessamento da estrada.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Coisas da Guiné - 31

É só para a foto!

Quando se olha para esta foto, com mais de quarenta anos de existência (são pouco menos que aqueles que ainda tenho!), parece que estes três malucos estariam de certa forma fora de si e aos murros uns nos outros. Parece que a fotografia mostra que o terceiro estaria em atitude de apaziguamento.
Mas não é nada disso. São três militares, em plena Guiné, na localidade de Ingoré que, ao que consta, hoje é um centro que evoluiu bastante, e considerado importante no comércio e turismo fronteiriço com o Senegal.
Esses três, um deles eu mesmo, e os dois seguintes do Porto.
O mais magrinho (que o era mesmo um trinca-espinhas), de seu nome completo Alfredo Mateus Freitas Martins, chegou à Guiné alguns meses depois dos restantes. Era escriturário, mas a companhia não levou nenhum. Foi lá ter.
O outro, chegou a ser funcionário do extinto Banco Borges & Irmão, de seu nome completo António Marcel Nunes Rema.
A imagem refere-se, certamente, a um dos intervalos em que a «guerra estava parada para descanso» e havia o divertimento.
Do António Rema, que chegou a acumular funções com as de gerente do bar, que não havia mas que nós montamos e colocamos a funcionar, tinha uma namorada que lhe chegou a enviar uma montagem fotográfica, ou então tirada mesmo de lado da ponte de D. Luís, lembrando-me ainda que a fotografia estava efectivamente uma maravilha... A PRETO E BRANCO. Porque não havia outra maneira de a pintar, na altura.
O que retenho em memória é que parece que a tal dita namorada, com a ausência do António Rema, não terá esperado mais tempo por ele e deu de «frosques», isto é, debandou e deixou o meu amigo num tormento inimaginável de sentimento.
O rapaz andava mesmo em baixo...
O Alfredo, chegou a fazer parte dos redactores do «Jornal da Caserna», assim como o Rema. E como era habitual nos jornais, também nós seguíamos as normas de, no cabeçalho, colocar o nome do Director, que era ele, mas com o pseudónimo de Hércules (por ser muito magrinho, como se diz na minha terra, «um pau de virar tripas»). Eu era o Editor e, nessa qualidade, só servia para «enterrar» a todos e por isso o pseudónimo foi o de Zé Cangalheiro. Havia ainda um tesoureiro (só de nome), porque aquilo não funcionava, como agora, com financiamentos ou receitas de assinaturas e publicidade, que não fosse apenas o do tempo que aplicávamos e também nos ajudava a que o matássemos. Esse tesoureiro, José de Sousa Piloto, um hábil de desenho livre, autor do primeiro distintivo que distinguia a CCaç 462 e o seu pseudónimo era  o «Massinhas».
Recordo ainda que, um dia, o comandante de Batalhão Caçadores 507, tenente-coronel Hélio Felgas, quando nos visitou naquela localidade, achou muita piada aos pseudónimos e fez uma observação, procurando saber quem era o «Massinhas», ou se tinha muito prejuízo, ou coisa do género...
Memórias... quase afagadas!!!

A Partilha Fraternal

Na semana passada vi algo na televisão que muito me incomodou.
Tratava-se de um reportagem realizada numa paróquia do Norte de Portugal, em que as pessoas protestavam pela mudança e consequente saída do seu pároco, fruto de uma decisão que a todo o tempo os Bispos têm de tomar, obviamente, para uma melhor organização das Igrejas locais.
Não será esta uma partilha fraternal, que nos faz mais unidos, mais Igreja?
Não será bem mais belo e cristão, fazermos uma linda festa de homenagem e despedida àquele de quem tanto gostamos, e juntos, em alegria, irmos acompanhá-lo à sua nova missão?
Que seria da cristandade se as comunidades que Paulo visitava e com as quais ficava, o retivessem e não deixassem sair em missão para outras comunidades? 


Ler a opinião completa, clicando aqui

Pontes dos rios Vouga e Marnel - IV

Continuamos a mostrar o Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul - Lisboa 1959, no que se refere às pontes sobre o rio Vouga e Marnel, pagina 24 e seguintes. Ainda há, nesta obra, muito que conhecer e que a mesma explica os pormenores das referidas pontes. Pensamos continuar, agora, o que respeita à Ponte do Marnel.

Actuais acessos a Lamas e Vouga com entrada (lado sul) da nova ponte sobre o rio

«A destrinça da parte que corresponde ao século XVIII e da anterior, a do século XVI, é fácil; o aparelho e o traçado são guias seguras. Pertencem ao século XVIII, seguindo de sul para norte, os três primeiros arcos; os doze restantes são quinhentistas.
A obra setecentista teve por fim libertar dos lodaçais e inundações o trajecto inferior, elevando o pavimento por meio de arcos e não por terraplenos, para que as águas das enchentes se escoassem facilmente. Esses três arcos são perfeitos de traçado e execução. A jusante, do mesmo lado sul, acrescentou um embarcadouro bem lançado. A reforma da parte antiga a que se procedeu nesta altura limitou-se à renovação, em profundiade variável, das aduelas altas dos arcos e à consolidação dos pilares e esporões, ronovamento do pavimento e guardas. Frequentemente nas pontes antigas se nota que as calçadas das faixas de rodagem são destruídas parcialmente pelo trânsito, ficando as partes altas dos arcos sujeitas não só às infiltrações mas ao próprio atrito dos veículos.
A parte quinhentista abrange os restantes doze arcos. Os dois primeiros, isto é, o quarto e o quinto da série geral, são baixos, de desigual altura, para permitirem a rampa. O sétimo e o oitavo constituem o centro, não geométrico mas funcional, e são dotados de pegões robustos, alcançando-se os talha-mares até ao alto, onde se completam lateral e diagonalmente de alargamentos em sacada, a formarem na plataforma os velhos desvios. Os arcos seguintes são ainda de grande vão, diminuindo a parte norte.
Encontra-se muito siglada esta parte antiga, principalmente nos arcos menores, que não sofreram reforma. Grande número desses sinais pertence ao alfabeto gótico final, havendo-os geométricos e de outros tipos, como béstas com que o canteiro medieval indicou a sua categoria, além das marcações de ordem de fiadas e de disposições de alvenarias.
Esta parte é obra rara no centro do País, tanto como dimensões como execução e época. Empregou-se o grês vermelho local, que tem suportado convenientemente as pressões, o que nem sempre se nota na região.»

Nota: - Com esta transcrição, termina aqui o que a obra acima citada contempla no que respeita às designações e definições da ponte sobre o rio Vouga.

sábado, 24 de julho de 2010

As Meninas Mascarenhas

O Livro - XXVI

Foi por esta rua que passou uma das Meninas Mascarenhas

No último posto ficamos em casa do cirurgião Lima, que recebeu uma das Meninas Mascarenhas, que estavam em casa do cidadão francês de seu nome Pedro Ransam.
Em casa do Dr. Lima, havia uma criada que tinha boas relações com a casa do Ransam, e ao que se descreve era uma mulher corpulenta, com estatura de atleta, demonstrando muita coragem e força, e ainda ágil como as amazonas e inteligente como uma dama da sociedade educada, escrevia-se.
O Dr. Lima fez uma conferência com a sua atlética e valorosa criada, e após esta ficar ciente de toda a situação, prestou-se de imediato a desempenhar a arriscada tarefa de libertar as Meninas Mascarenhas da referida casa, donde não saía a polícia, que a invadia, até pelos corredores.
E a criada lá foi a casa de Pedro Ransam, embrulhada no seu farto e comprido capote. A porta abriu-se e a criada do Dr. Lima entrou com todos os modos de desembaraço, passou pelo meio dos guardas policiais e subiu.
A seguir, fazendo como que uma trouxa com uma das Meninas, meteu-a debaixo do seu amplo capote e saiu da mesma forma que entrou, segurando-a como se fosse um fardo que levava debaixo do braço. Atravessou por entre os guardas com sangue frio e ar natural e estes deixaram passar sem notarem nada de anormal e extraordinário.
Com esta sua atitude, parecia que levava uma encomenda, qualquer coisa do mais trivial da vida, mas não podia nunca ser uma pessoa, ainda que com corpo de criança. Transitou livremente sem qualquer reparo dos muitos guardas que cercavam a casa e as ruas dos arredores. Já na rua seguiu para o largo de S. Domingos, meteu-se no Arco de Sant'Ana e aí entregou o precioso fardo ao Silva Santos, que a esperava.
Esta impagável mulher voltou a casa de Ransam e com o mesmo processo tirou de lá a outra menina, D. Casimira, mais minguada de figura e, por isso, mais fácil de transportar. Esta Menina ficou em casa do Dr. Lima e a irmã foi pelas ruas da Banharia e Chã, acompanhada do solicitador, o referido Silva Santos, que a deixou provisoriamente numa casa que fica defronte das freiras de Santa Clara, onde, nessa noite, havia uma reunião de famílias.
As Meninas foram salvas, não só pela valentia da criada do Dr. Lima, como por um agradável acaso.
A seguir conto como foi, adiantando que a polícia queria entrar à força em casa do cidadão francês Pedro Ransam, donde as Meninas já tinham saído algum tempo antes, com a criada robusta e valente do Dr. Lima. E Pedro Ransam estava em casa quando a polícia e os soldados invadiram a rua de Belomonte.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Hallelujah (Handel)



Pela beleza interpretativa e pelo 'estremecimento' coral e instrumental.
Se concordar...

Uma avenida na vila!

Avenida do Marnel
Avenida da Ponte da Sardanita


Deixem-me explicar.
Penso que esta ideia que abaixo vou tentar transmitir, não será só minha. Nem me preocupa a propriedade.
Já ando a matutar há muito sobre isto. E fiquei mais «incendiado» no dia do lançamento do livro do António Rachinhas, quando no seu jeito peculiar, faz menção a uma série de necessidades prementes para a freguesia. Não as vou repetir, porque é desnecessário e elas estão à vista de todos. Só não as vê quem não se interessa pelas coisas da sua terra.
Como aqui vou tentar comprovar pelas fotografias que obtive no próprio local, como que a espreitar se os ângulos batiam certo com o que estava a sonhar e deparei que eram exactamente isso.
Vamos à ideia:
Nesta foto vê-se a estrada, junto da ponte de Arrancada, no sentido Póvoa-Valongo

Nesta foto, vê-se parte da estrada no sentido Valongo-Póvoa, junto da ponte de Arrancada, no Marnel

A partir da rotunda frontal à sede da Junta de Freguesia, segue, para noroeste (salvo erro, para não dizer norte, que não é de certeza) a estrada municipal que a cerca de 1 Km e tal adiante dá de frente com o adro da igreja, a praça de S. Pedro, etc.
Esta estrada, chamada Rua da Ponte da Sardanita e mais à frente Rua da Igreja, tem duas ligeiras curvas à esquerda, uma antes do entroncamento para Sabugal e outra, um pouco mais à frente, junto da rotunda da Lanidor ou da Cruzinha. Por isso é que lá colocaram a Cruzinha no meio da rotunda. Logo a seguir, uma pequena curva à direita, na recta final antes de chegar à Praça de S. Pedro. Isto para situar quem se der ao trabalho e curiosidade de ler isto.
Por isso, esta mesma estrada poderia ser a Avenida, com duas faixas de rodagem, de sentido único (a necessidade de fazer a inversão de marcha seria no local das mesmas rotundas), que para além da importância paisagística que iria proporcionar, constituía até um polo de maior segurança em toda a sua extensão, principalmente naquela recta a seguir à ponte do Marnel, que é perigosa, se um cálculo errado de distância com algum veículo automóvel, fica sujeito a ser atirado pela berma fora até cair nas terras que estão abaixo do nível da estrada. E isso aconteceu ainda há pouco tempo, cujo acidente registamos em fotografia.

A meio da recta do local referido nas fotos anteriores, um acidente com um veículo pesado que transitava no sentido Valongo-Póvoa, tombado no desnível da estrada

É que mais tarde ou mais cedo, aquela estrada, da Junta até Valongo, terá de ser transformada. E que seja baptizada com qualquer nome, não interessa nem tem importância. Chamem-lhe Av. do Marnel, Av. da Ponte da Sardanita, etc. Entendemos todos, certamente, que tem importância a sua transformação. Também estou ciente que podem existir algumas dificuldades... mas não impossíveis!
É para isto que servem os blogues. Colocar as ideias que de momento nos assaltam sem pretender beliscar com quem quer que seja! Já sei. Vão-me chamar desmiolado e coisas do género ou piores. Tenho vacinas para isso e muito mais. Até que, pela Autarquia, isto deve andar a congeminar há algum tempo...
E a vila merece este e outros melhoramentos.
Cada um com a sua prioridade...

Pontes do Rio Vouga e do Marnel - III

Cita ainda, sobre a ponte do Rio Vouga, o Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul, as seguintes passagens:

Um trecho do rio Vouga, em época moribunda de água

«Nada notámos que fosse mais velho que a obra quinhentista. Todavia houve outras anteriores; assim indicam certas doacções medievas às pontes do Vouga, pois que eram consideradas obras pias tais ofertas e legados por morte, havendo no País caixas e administrações para a recolha dos donativos e para as reparações.
Em 1791 ordenava-se uma vistoria minuciosa da ponte, por peritos.
Consta a ponte de 15 arcos, de volta contínua quer semicircular quer ligeiramente descida ou em asa de cesto. Os arranques respectivos estão, na maior parte, sensivelmente ao nível das águas baixas. Não são iguais mas variam tanto nas respectivas cordas como nas clechas correspondentes.
O traçado longitudinal da ponte não segue linha direita, encurva porém na parte média, voltando-se para montante a concavidade. Deve provir tal disposição da necessidade de buscar fundações sólidas no grês pouco firme.
A linha da faixa de rodagem, em alçado, não fica a nível. Já a obra do século XVI tinha os extremos em declive; o acrescentamento do século XVIII atenuou-o em parte; as obras públicas voltaram a diminuí-lo sem o obliterar.»

(Continua)

Para iniciar este dia

Deus (não) existe

“Deus (não) existe”, de Antony Flew, é um dos mais recentes lançamentos da Alethêia Editores que narra o itinerário do “mais célebre filósofo ateu” até ao Divino .
O excerto que apresentamos de seguida foi retirado do capítulo intitulado “Uma peregrinação da razão”, que abre a segunda parte da obra (“A minha descoberta do Divino”).



PF leia mais aqui

domingo, 18 de julho de 2010

Apoio aos idosos

Inauguração da Fundação Nª Sª da Conceição

Ainda não conheço o programa. Mas a Fundação Nossa Senhora da Conceição da Freguesia de Valongo do Vouga, vai ser inaugurada em 31 de Julho próximo, sábado.
Para além das necessidades que vai colmatar e que há muito se reclamam e justificam, é um acontecimento da maior importância, que vai dotando e transformando a vila de Valongo do Vouga, que o seu próprio estatuto reclama e exige.
Pelo valor social que encerra, aqui voltaremos para registar este facto.
Até lá vamos aguardando que os seus responsáveis continuem a trabalhar para o engrandecimento desta freguesia e pela minimização dos problemas dos mais idosos que, também eles, deram muito à terra que os viu nascer e/ou onde vivem.
De momento apenas podemos deixar visível uma foto das instalações que, na altura, estavam quase a finalizar.


O edifício sede da Fundação, na Rua dos Talhos, à direita na rotunda da Cruzinha (Lanidor)

A vila de Valongo do Vouga

No 1º aniversário


A mesa de honra constituída para o acto

Ontem, 17 do corrente mês de Julho de 2010, o salão nobre da Junta de Freguesia esteve bastante composto por uma assistência que, pelo seu número, demonstrou bastante interesse pelo acto que ali se deenrolava: A cerimónia de lançamento do livro com aquele título, da autoria de António Martins Rachinhas.
Este evento tinnha e teve por finalidade ficar inserido nas comemorações do primeiro aniversário da elevação a vila da freguesia de Valongo do Vouga, cujo programa ficou cancelado em virtude do trágico acidente que vitimou três pessoas, duas delas da freguesia, do lugar de Aguieira, no passado dia 21 de Junho, no cruzamento da estrada nacional de Serém (Lameiro), facto que aludimos no nosso outro blogue de notícias, denominado «Trangalhadanças».
Esse mesmo programa será levado a efeito em data próxima, na qual serão homenageados os referidos jovens.
Neste acto e como é costume, fez a sua apresentação o autor, tecendo algumas considerações as personalidades seguintes: Engº Celestino de Almeida, presidente da Assembleia Municipal, Elsa Corga, daqui natural, na qualidade de Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Águeda, Dr. Horácio Marçal, director do jornal «Litoral Centro» e presidente da Anata, a D. Júlia Magalhães, destacada escritora e poetisa popular da freguesia, que o fez em verso, o Presidente da Câmara Municipal, Dr. Gil Nadais, que encerrou a sessão.
Quero destacar a expontaneidade de um amigo do António Rachinhas, dos tempos de trabalho em Angola, fazendo parte da mesma empresa onde laboravam, e que aqui veio de propósito para assistir a este evento,  saindo da assistência, deixou sentidas palavras ao amigo sobre o evento.
No final a Junta de Freguesia ofereceu um beberete onde todos confraternizaram durante bastante tempo.
A edição do livro teve o alto patrocínio da Câmara Municipal de Águeda, Junta de Freguesia de Valongo do Vouga, da Casa do Povo de Valongo do Vouga, da empresa local LANIDOR, SA, da Fundação Nª Sª da Conceição de Valongo do Vouga e da Paróquia.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Silêncio em momentos importantes


É bom ouvir o silêncio!


Quando medito no contributo que a cultura possa dar, num futuro próximo, à existência humana, pressinto que mais até do que a palavra será a partilha desse património imenso que é o silêncio. Mesmo que construamos a palavra como uma torre, temos de aceitar que ela não só não toca cabalmente o mistério dos céus, como muitas vezes nos incapacita para a comunicação e a compreensão terrenas.

Leia mais aqui

Um gesto de civismo e cidadania

Primeiro secretário do consulado


Todos sabemos que há muitas pessoas em cargos importantes da vida nacional, empresarial, académica e não sei que mais, todas elas naturais da freguesia de Valongo. E em áreas importantes e de grande impacto, demonstrando, por isso mesmo, grandes capacidades e grangeando prestígios importantes.
Ontem, dia 15 de Julho, encontrei um amigo, que todos certamente conhecem, de seu nome Porfírio da Silva Resende. Mora na Rua do Espírito Santo.

Porfírio Resende no exercício das suas novas funções no dia da sessão solene da elevação a vila
(Foto Filipe Vidal)

Também ele, no estrangeiro, passou por uma destas situações, que a seguir descrevo. Penso que pela posição geográfica da sua residência, no nosso encontro casual de ontem, brincámos, como é sempre nosso apanágio, com as coisas que a vida nos proporciona ou nos proporcionou. E veio à baila um facto interessante, quando lhe disse que ele, tendo desempenhado um cargo importante no consulado de Portugal nos arredores da capital francesa, mais concretamente a 14 Kms. de Paris, se via de repente, perante um cargo que lhe foi solicitado pelo presidente da Junta, Carlos Alberto Carneiro Pereira, que é o de içar e arrear as bandeiras na sede da Junta de Freguesia. E isto segundo o protocolo a que estas coisas obedecem, porque a sua posição na haste não obedece ao acaso ou à vontade de quem as coloca de manhã, e de as arrear à noite.
Como estes factos não são muito conhecidos, lembrei-me e disse ao meu amigo Porfírio Resende que iria brincar aqui um bocadinho, com esta coisa, mas vendo o lado sério da questão, realçando que na aposentação das suas funções e de uma vida de trabalho por que passou, tem, quanto a mim, não um valor simbólico, mas uma tarefa de civismo e de cidadania. E não é remunerado...
Desculpe meu caro Porfírio. É que me esqueci e só agora verifiquei que ontem, dia 15 de Julho, era dia do seu aniversário. Senão faríamos outra festa.
E posso acrescentar que no dia anterior - 14 de Julho - era também dia de aniversário, mas do meu embarque para a Guiné, no ano de 1963.
Coisas do arco-da-velha... que a vida nos proporcionou...

A Junta de Freguesia na história - 50

Como eram eleitos

Há já uns tempos que não dizia nada sobre a história da Junta de Freguesia e dos acontecimentos que se iam verificando, pitorescos ou não. Mas com particularidades que nos obrigam, quando lemos a descrição desses acontecimentos e os colocamos, necessariamente, no tempo, na vida, nas possbilidades que então existiam.
Confesso ainda que alguns factos me desorganizaram o tempo que dedico e me impediram de aqui vir com alguma regularidade. Um deles, está intimamente ligado ao facto de não ter existido pesquisa, leitura e selecção de alguns factos.
Nesta série, essencialmente dedicada a bisbilhotar o que ia acontecendo na Junta de Freguesia desde o século XIX, acabamos o ano de 1913 e entramos, agora, no ano de 1914. A Monarquia já tinha acabado há quatro anos mas, para a época, era muito pouco tempo que permitissem grandes transformações, se é que, como a história refere, a intenção Republicana era mesmo essa. Mas os meios, como temos visto nas actas, eram escassos.
Hoje trazemos digitalizado o

«Auto de instalação da Junta da Paróquia Civil de Valongo, do concelho de Águeda, em 2 de Janeiro de 1914»

Eis a digitalização possível:
Clique na digitalização e depois com o lado esquerdo do rato amplie para ler melhor.
.......
Nesta acta existem vários pormenores interessantes. Talvez por uma organização política ainda incipiente, chama-se «Junta de Paróquia Civil». Não sei qual o intuito ou as normas a que tinham de obedecer estas nomenclaturas. Mas cheira-me que há aqui alguma intenção em dar realce à separação entre o Estado e a Igreja, embora o termo Paróquia ali continue escrito e salientado.
Depois, diz que se reuniram na «sala de sessões da Junta de Paróquia Civil de Valongo»... «os cidadãos ultimamente eleitos, para gerirem os negócios da mesma Junta no triénio de mil novecentos e catorze a mil novecentos e dezasseis».
Estamos perante um mandato de três anos, como a própria Lei das Autarquias Locais determinava, ainda há pouco tempo, que os eleitos tinham o mandato com aquela duração. Agora são quatro anos.
E havia efectivos e substitutos. Os efectivos foram; Joaquim Gomes dos Santos, António Gomes de Oliveira, João da Fonseca Morais, Lino de Almeida e Silva e Albano Ferreira da Costa.
Substitutos, eram: Ernesto Gomes da Silva, Benjamim Marques, Joaquim Luis Ferreira de Castro, Álvaro de Oliveira Bastos e Júlio Francisco Corga.
Já existia a verificação de poderes, «verificando-se que todos os membros estavam legalmente eleitos.» E a seguir verificava-se uma eleição (entre si) «para presidente e vice-presidente da mesma Junta no presente ano, sendo eleitos por aclamação, respectivamente, os cidadãos Joaquim Gomes dos Santos e António Gomes de Oliveira.» Os que tinham obtido mais votos anteriormente. O resto do conteúdo são formalidades, mas fica-me aqui uma dúvida, que é a de não se descrever como é que aqueles cidadãos foram eleitos e por quem.
Um último factor, é que o prof. João Baptista Fernandes Vidal deixa, por agora, a presidência da Junta, mas continua a fazer parte, interinamente, «enquanto não não se determinar a forma de concurso, para secretário e Tesoureiro da Junta, os cidadãos João Baptista Fernandes Vidal e Fernando dos Santos Ferreira Estimado, respectivamente, entrando desde já em exercício.»
Coisas da Junta passadas em 1914!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Vila de Valongo do Vouga

O livro de António Martins Rachinhas


Queria em duas linhas improvisadas, como são, praticamente, uma grande parte dos meus escritos, dizer que abri este sítio das Terras do Marnel, para dizer que tive o grato prazer de receber hoje a visita do meu amigo António Martins Rachinhas, que quis, pessoalmente, dizer-me que eu devia estar presente no lançamento do livro de sua autoria, que vai ser lançado no próximo sábado (depois de amanhã), dia 17, pelas 18 horas, no salão-nobre da Junta de Freguesia.
Pelo acontecimento de que se reveste, pela consideração e amizade que nos ligam, disse ao António Rachinhas que não era necessário passar cá por casa para me dizer o que eu já tinha planeado: estar presente. Faço questão de registar este facto aqui, pelo inédito e raro conteúdo da história destas terras, que se encontram muito dispersas pelos mais variados registos, publicações e autores, não existindo, salvo a monografia da autoria de António Estima, com características próprias, uma obra que reúna num só volume o resumo de toda esses escritos relacionados com a freguesia. O lançamento estava previsto e programado para fazer parte integrante das comemorações do primeiro aniversário da elevação a vila de Valongo do Vouga.
E se houver alguém que esteja por aqui perto e não saiba e tenha contacto com este facto aqui e só agora fique a saber, também pode aparecer.
Guardamos para um momento posterior algumas considerações sobre o livro que já anda por aí.
Estas coisas da história só se podem escrever se a própria história aconteceu e se os factos que a consttituíram ficaram registados. Doutro modo, só pode haver uma fonte para se poder registar historicamente: A tradição.

(Estas fotos, com a devida vénia que sempre me mereceu, foram gentilmente cedidas pelo Filipe, do seu blogue, que, como se sabe, é «valongodovouga.blogs.sapo.pt». Depois retribuo.)


Pontes do Vouga e do Marnel - II

Nem de propósito!

Quando andamos por aqui a mexer em tudo quanto conste àcerca do Marnel e Vouga, fomos surpreendidos hoje por uma publicação sobre estes sítios, incluindo a arqueologia do Cabeço do Vouga, feita no Correio do Vouga, semanário da Diocese de Aveiro. Está no Destaque da página daquele periódico...

Digitalização da primeira página do «Correio do Vouga» de 14/7/2010

A partida para o presente roteiro de férias é a margem sul do Rio Marnel, junto à EN1/IC2 (lado de Águeda), no lugar de Lamas do Vouga. Do lado nascente da estrada há uma pequena placa que indica “Ponte Medieval”. No entanto, o melhor é prosseguir pela EN1 até à margem norte do Rio Marnel, onde, junto a umas casas em adobe, surge uma estreita rua que conduz até ao rio e à ponte medieval, classificada em 1956 como Imóvel de Interesse Público.
A ponte, com cerca de 120 metros de comprimento, tem uma curiosa forma em Z aberto, com a maioria dos arcos no troço central. É incerta a sua data de construção, mas poderá ser do período romano (século II), tendo integrado a estrada romana Emínio (Coimbra)/Cale (Porto). No século XIV, a ponte foi substituída pela actual, que recebeu obras de restauro em épocas posteriores, nomeadamente no reinado de D. João III (1552). Actualmente, a Câmara Municipal de Águeda está a concluir obras de restauro da ponte e na zona envolvente.
A ponte, bem como a antiga estrada que lhe dava acesso, é bastante estreita.

sábado, 10 de julho de 2010

As Meninas Mascarenhas

O livro - XXV


Um aspecto da Rua de Belomonte, no Porto, segundo o blogue 'Obradouro.blogspot.com'

Avancemos um pouco mais na narrativa do livro de As Meninas Mascarenhas. Andava o Dr. Silva Pinho perto do Mercado Ferreira Borges, e ali perto ficou a saber que as meninas estavam protegidas e escondidas. Ficou preocupado pelo facto de se admitir a hipótese de Joaquim Álvaro ser preso. Se, por um lado, ficou relativamente tranquilo, por outro, a questão da prisão do amigo não o deixava tranquilo. E foi neste estado de espírito que regressou a Gaia, à estalagem da Mariana.
Havia muita gente, bastante movimento e alvoroço. Recolheu cedo, mas não conseguia dormir. Ao outro dia, levantou-se cedo e andou pela margem do rio, para saber notícias. Nada ouviu de interessante.
Era relativamente cedo para ir às Palhacinhas, onde moravam os seus amigos Veloso. Mas foi e encontrou o Francisco Veloso já a pé.
A informação que obteve foi extraordinária, dramática e comovente, buscando as suas próprias palavras. As Meninas e o tutor estavam em casa de Pedro Ransam, de nacionalidade francesa e morador na rua de Belomonte, desde a madrugada em que chegaram ao Porto, Douro abaixo, como já foi referido. Este local era seguro e a polícia dificilmente daria com o esconderijo.
O estado de sítio que se verificava dava a entender que a polícia desconfiava do local. Na véspera, quando o Veloso foi, pelo Codeçal, procurar um amigo, não o encontrou em casa. Na rua dirigiu-se à Batalha. E aí estava o tal amigo raro. António da Silva Santos, alto, magro e esperto, solicitador de causas que o Dr. Silva Pinho ficou a conhecer e de quem se tornou muito amigo.
Este solicitador, através dos Velosos, de quem era um íntegro amigo, até pela política que então se vivia, foi contactado pelo Francisco Veloso que o pôs ao corrente da situação, nada tendo ocultado, pedindo o seu auxílio e que lhe ofereceu um conto de reis, se salvasse as meninas Mascarenhas.
O solicitador tinha na rua de Belomonte um amigo muito íntimo, cuja casa frequentava. Tratava-se do cirurgião Lima, um homem de prestígio e de conselho, que procurou imediatamente formar um plano para tirar as órfãs da casa de Ransam. O cirurgião encontrou de imediato solução para este sério e intrincado caso.
Brevemente vamos ver como...
Não se imagina como foi possível passar uma barreira de polícia com duas meninas (uma de cada vez), sem ninguém ter desconfiado de nada.

Pontes do Vouga e do Marnel - I

O Inventário Artistico de Portugal - Distrito de Aveiro - Zona Sul, publicado em 1959, tem umas descrições bastante interessantes sobre as pontes do rio Vouga e do Marnel. Nestes apontamentos e nas respectivas datas, podemos admitir que a velhinha ponte que ainda serve o trânsito, do e para o entroncamento com o IC2, não deve oferecer já grandes garantias de segurança.
É uma ponte também histórica, com algumas características próprias, nos arcos que a compõem e, principalmente, porque é uma ponte com uma curva situada mais ou menos ao meio da sua extensão.
Sabemos, a propósito disto e como tem sido publicado, o quanto tem clamado o presidente da Junta de Freguesia de Lamas sobre o seu estado. Outras houve que desabaram com consequências trágicas. Mas passemos adiante e vamos consultar a obra já citada, que diz assim:

Ponte sobre rio Vouga. Nesta foto não são visíveis os restantes arcos mencionados no texto

«A estrada antiga, vinda do Norte, atravessava, como ficou dito, o rio Vouga, seguia depois a linha natural de trânsito que contornava a lingueta do morro de confluência (em lugar de a cortar, como hoje faz a actual). vencendo a sul o rio afluente, o Marnel. Originaram-se deste percurso as duas pontes deste trajecto. São obras topogràficamente correlativas, como correlativas aos mesmos pontos de passagem são as aldeias, a de Vouga ao norte, a sul a de Lamas.
Letreiro na grande ponte do Vouga esclarece:

ESTA OBRA MAN
DOV FAZER O SENH
OR DOM JOAM REI
DE PORTUGAL O Q(V)INTO
QVE (sic) DEOS G(VAR)DE
1713 A(NOS)»

Colocando isto em escrita mais corrente e actualizada, seria: ESTA OBRA MANDOU FAZER O SENHOR DOM JOÃO V, REI DE PORTUGAL, QUE DEUS GUARDE - ANO DE 1713.
E acrescenta ainda a citada obra:

«Todavia, apesar destes dizeres, a obra de D. João V foi só de reforma e de acrescentamento de alguns vãos. Há outra anterior, que forma a parte principal, ordenada por D. João III.»

A seguir historiam-se ainda outros factos que agora não importa referir e, a certa altura, completa-se esta história das pontes do seguinte modo:

«Foi a ponte adaptada ao novo sistema de viação no século XIX e alargada em 1930 pela Junta Autónoma das Estradas, como outro letreiro esclarece. Este alargamento realizou-se por meio de grandes cachorros de cimento que suportam não só os passeios como também parte da faixa de rodagem.»

Há mais pormenores mas, para não maçar a leitura, a eles voltaremos em próxima oportunidade, continuando a conhecer alguns factos históricos sobre as duas pontes: do Vouga e do Marnel.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Um blogue - Uma casa


Hoje passei imenso tempo a mudar várias coisas cá no burgo (blogue). E acabei por concluir que, afinal, esta coisa de blogues é como nas nossas casas. De vez em quando mudamos tudo; as coisas, os móveis, as jarras, jarrinhas e jarretas, um quadro e mais não sei quê de tantas coisas.
Ora, por cá, nos blogues é também assim.
Andei para aqui a mudar, até porque, técnicamente, nada percebo disto e as instruções são uma confusão ainda maior. Ah! Pois, se percebesse alguma coisa, vos garanto que isto estava diferente. Disso não duvidem, porque eu também não duvidava... Estou a suar de tanto partir pedra...
Claro que, finalmente, a gente conclui: quem não sabe é como quem não vê.
E, por causa dessas mudanças, houve coisinhas que não estão ainda bem. Cá voltamos às comparações das actividades caseiras. Porque depois, fica isto mais à direita, aquilo mais à esquerda, um espaço por ocupar ou não muito a gosto e bolas para tudo isto que nunca fica como a gente quer.
Por essas e por outras, tenho andado por aí, melhor dizendo, ausente daqui.
Deixem-me tentar dar mais uma voltinha e mais uma arrumadela, que depois regresso.
Tá bem?

terça-feira, 6 de julho de 2010

Deus é feio ou é belo?

A arte é, se quisermos, a narração visual da experiência de encontro com um rosto, uma palavra, uma imagem verdadeiramente visível porque incarnada. São Paulo irá mais longe, completando cristológica e cristãmente a doutrina da “imagem-ícone” de Deus desenvolvida em Génesis 1,27 («Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher»). De facto, ele afirma que os cristãos, como filhos adoptivos de Deus, são predestinados a serem “uma imagem (eikôn) idêntica à do seu Filho, de tal modo que Ele é o primogénito de muitos irmãos” (Romanos 8, 29). O cristão é, por isso, imagem da imagem de Deus e a arte é o ícone da imagem da imagem, pois através dos vários rostos humanos ela recompõe o rosto de Cristo que é revelação do rosto divino.

Leia mais aqui

Que cajado é este, Senhor?

Que cajado é este,
Senhor,
que Tu me dás para caminhar?
Ampara-me quando caio,
e ajuda-me a levantar.
Mas não torna o caminho mais fácil,
não endireita as curvas,
não afasta as pedras,
não remove os obstáculos,
nem aplana as subidas,
mas torna muito mais fácil,
seguir a direito e curvar,
caminhar sobre as pedras,
sem sequer me magoar,
ultrapassar os obstáculos,
sem neles ficar retido,
escalar o monte mais íngreme,
com vontade de continuar.
E mesmo que esteja ferido,
porque alguém me quis ferir,
o Teu cajado conforta,
cura e faz sarar,
dá ânimo e nova força,
para que a alegria retorne,
e eu volte de novo a sorrir.
Que cajado é este,
Senhor,
que Tu me dás para caminhar?
Coloca-lo na minha mão,
mas dizes muito baixinho,
cheio de ternura e carinho:
«olha que este cajado,
que te dou para toda a vida,
pode estar na tua mão,
mas é extensão do coração.»
Agarro-me a ele com força,
sem ele já não sei viver,
faz parte de mim,
do meu todo,
só com ele eu posso ser.
É ele que me dá sentido,
ao caminho a percorrer,
é ele que faz em mim,
tudo o que eu não sei fazer,
é ele que me transforma,
numa vontade que é Tua,
é ele que me faz falar,
de Ti,
aos outros,
a todos,
na rua.
Que cajado é este,
Senhor
que Tu me dás para caminhar?
Um cajado que não tem fim,
que não se esgota no uso,
e não se esgota no tempo,
que pode ser frio e calor,
quer de noite, quer de dia,
a dormir ou acordado,
que transmite confiança,
e faz viver a esperança,
de saber que o tenho comigo,
sempre que eu quiser.
Que cajado é este,
Senhor,
que Tu me dás para caminhar?
Este cajado tão forte,
tão eterno e tão presente,
sei-o agora,
Senhor
porque Tu mo queres mostrar.
Vem do Teu Coração,
como fonte a jorrar!
Este cajado,
Senhor,
que a mim e a todos dás,
é a vida,
é a paz,
é o Teu eterno Amor.

Monte Real, 9 de Junho de 2010

Do blogue «Que  é a verdade?», de Joaquim Mexia Alves, que pode ver clicando aqui

sábado, 3 de julho de 2010

As Meninas Mascarenhas

 O liro XXIV


Mercado Ferreira Borges, segundo o blogue actividadeslectivas.blogspot.com
Por aqui andou o Dr. Silva Pinho por causa das Meninas Mascarenhas

E lá saíram do governo civil. No dia seguinte os jornais do Porto e até nas paredes e esquinas dos edificíos fora colocado um anúncio que estava redigido do seguinte modo. Tenho de o transcrever, senão não tinha piada alguma. Dizia assim.

«Quem descobrir o sítio onde estão escondidas as Meninas Mascarenhas, há poucos dias raptadas do convento de Sá de Aveiro, receberá a gratificação de duzentas moedas.»

O Dr. Silva Pinho tinha uns amigos, sendo um deles jornalista, que fazia parte do «Eco Popular». Quando se encontraram passaram uma hora deliciosa rindo e comentando o anúncio tão profusamente espalhado pela cidade. Este jornalista chamava-se Dinis Duarte Sousa, e o seu irmão Dr. Alberto Alexandre Duarte de Sousa, advogado.
Dada a impetuosidade daquele, lembrou-se de fazer um contra-anúncio que imediatamente redigiu e que na manhã imediata apareceu naquele periódico. Dizia assim:

«Um sujeito, que sabe onde estão as Meninas Mascarenhas, e se presta a fazer a denúncia, quer saber se as duzentas moedas oferecidas são de dez ou vinte reis cada uma.»

A intenção era ridicularizar o primeiro anúncio. Os agentes dos Bandeiras morderam a isca. No dia seguinte os periódicos inseriram em letras garrafais a seguinte declaração:

«As duzentas moedas, oferecidas a quem descobrir as Meninas Mascarenhas, são de quatro mil e oitocentos reis cada uma.»

Voltando ao escritório daqueles amigos, passaram algum tempo a celebrar o sucesso que o gracejo obteve com o contra-anúncio e riram-se a bandeiras despregadas. Mas esse contentamento ia-se convertendo, pouco depois, em desespero.
Seriam quatro horas da tarde quando um amigo do Dr. Silva Pinho o informou que a zona onde morava Pedro Ransan estava cercada. Este era um cidadão francês, cuja história pitoresca lá havemos de chegar, pois era na sua casa que estavam escondidas as Meninas. O amigo do Dr. Silva Pinho, Francisco Veloso da Cruz, informou-o que a area da casa do Ransan além de cercada, como se disse, era objecto de rondas constantes.O Veloso foi à estalagem da Mariana e lá lhe deu esta aterradora notícia. De imediato vieram os dois de Gaia para o Porto, mas cada um por seu caminho, ficando em encontrar-se às oito horas da noite na Rua Ferreira Borges, mas o Veloso nunca mais aparecia. Não o encontrando e nem conhecendo por ali pessoas a quem se pudesse dirigir, julgou estar tudo perdido.
Mas por acaso lobrigou, à luz de um candeeiro, o ansiado Francisco Veloso da Cruz que caminhava apressadamente para o largo de S. Domingos.
O Dr. Silva Pinho deu uma corrida e apanhou o amigo que não o tinha notado. Chegando a seu lado e ele apenas teve tempo de dizer a meia voz.
«O cerco continua. As Meninas estão salvas. Joaquim Álvaro é que é, necessariamente, preso.» Este encontro e estas notícias deixaram o Dr. Silva Pinho parcialmente satisfeito.
Vamos ver a sua continuação.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Junta de Freguesia na história - 49

Despeja-se a escola e pronto!|

O que quero dizer é que em Setembro de 1913, o senhorio do edífio da escola masculina de Arrancada resolveu, sem mais, proceder ao despejo da sua actividade. Professores, alunos e algum material, se é que o havia.
Era assim. Quando antes falávamos em construção de edifícios escolares, tendo uma entidade (junta ou outra) que suportar metade dos custos, aqui aparece e não se identifica quem era o proprietário que procedeu ao despedimento do que foi uma escola. Tudo na rua e já está resolvido!
O conteúdo da acta, reza tal e qual:

Vista lateral da Escola EB1 de Valongo, construída ainda no chamado Plano dos Centenários
(De frente não se consegue obter imagem adequada pela pouca distância, obstáculos e falta de amplitude)

«Tendo o presidente ponderado que o actual senhorio da casa de Escola para o sexo masculino havia despedido a mesma Escola daquela casa, e não se tendo podido obter qualquer outra que servisse para a instalação da mesma, lembrava que a Junta de Paróquia cedesse a sua casa de Valongo, mediante qualquer renda que se viesse a fixar, para a instalação provisória da referida Escola, para que esta não tivesse de fechar por falta de casa. A Junta deliberou ceder a dita casa nas condições expostas. Finalmente foi também deliberado que as sessões desta Junta se efectuassem de futuro na casa da Escola para o sexo feminino deste lugar de Arrancada, o que será devidamente anunciado por Edital.»

Ficamos a saber, neste conteúdo, algumas coisas. Uma delas, é que as salas onde funcionavam as escolas eram alugadas. A acta não identifica o proprietário e o local. Mas tudo deixa antever que era no lugar de Arrancada. Em que localização do lugar, no ano de 1913, não sei.Isto porque as sessões eram realizadas na «casa de escola do sexo masculino de Arrancada» e depois passaram para a sala de escola do sexo feminino. Isto a verificar pela redacção final desta acta.
Deixa-se depreender ainda que a casa da escola do sexo feminino poderia não ser a mesma do proprietário da casa de escola do sexo masculino que ficou na rua.
Os problemas eram diferentes, mas não deixavam de ser problemas que, como os actuais, tinham de ser resolvidos. E este tipo de situações não se compadeciam com esperas ou outras do mesmo género.
Fica aqui por esclarecer qual era a casa da Junta, que iria servir provisoriamente. Em Valongo? Em Arrancada? A estas perguntas esta acta não responde. Pode ser que se encontre por aí...
É que estamos a cem anos de distância... quase!

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